domingo, 20 de maio de 2012

Plantio direto é sustentável mesmo ? é bom para o Brasil?



Em 40 anos, produção aumentou cinco vezes em relação à área plantada.
Hoje, Brasil passou de 35 milhões de hectares com plantio direto.

Do Globo Natureza, com informações do Globo Rural
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O Brasil padece de muitos problemas, mas o setor da agropecuária tem feito a lição de casa. O estado de Mato Grossoestá no auge da safra da soja. Em uma das propriedades, os tratores seguem logo atrás das colhedeiras plantando em uma operação quase que simultânea. Na poeira da colheita, faz-se o plantio de uma nova safra. Essa maneira de cultivo vem servindo de exemplo pelo mundo. Enquanto que em outros lugares o normal é ter uma safra por ano, o Brasil está na segunda e chegando à terceira safra anual.
O plantio direto é o divisor de águas da agricultura brasileira na opinião de Decio Gazzoni, pesquisador da Embrapa, ex-assessor da Presidência da República em planejamento estratégico de segurança alimentar.
No sistema tradicional de cultivo, todo ano o agricultor tem que fazer uma nova aração. Assim, o solo fica exposto por um longo período, até que a cultura a ser plantada se estabeleça na terra. Depois do arado, o costume é passar a grade e a lâmina niveladora. Assim, o terreno fica todo remexido, escarificado, frágil e nenhuma proteção. No plantio direto, o preparo do solo acontece uma única vez. Depois, o terreno fica sempre coberto.
Sorriso MT (Foto: Arte/G1)Sorriso MT (Foto: Arte/G1)
O pesquisador Darci Ferrarin é um entusiasta do plantio direto. Gaúcho que migrou para o norte do Mato Grosso, ele explora quatro mil hectares de grãos no município de Sorriso. A fazenda tem o nome de Santa Maria da Amazônia.
Cada palmo cultivado na propriedade tem uma grossa camada de palha, uma cobertura que se formou com a sucessão de lavouras. No momento, a colheita é a da soja. A máquina engole os pés inteiros das plantas, separa os grãos e tritura o resto. As folhas e as ramas viram palha que é pulverizada de volta para o chão. Imediatamente, sobre os restos da soja, as plantadeiras depositam as sementes de milho, iniciando outro ciclo de produção.
“Quando começamos o plantio, nós usávamos na faixa de 600 quilos de fertilizante por hectare. Com o decorrer do tempo e com a formação de tanta palhada e matéria orgânica, reduzimos em 50% o consumo de fertilizante químico. Além da economia, nós estamos produzindo muito mais do que naquela época”, avalia Ferrarin.
O produtor Herbert Bartz, do município de Rolândia, no norte do Paraná, pioneiro na experiência de plantar em clima tropical, lembra que por volta 1970 a erosão era tanta que ameaçava inviabilizar a agricultura brasileira. Com as chuvas, as camadas férteis eram arrastadas, assoreando os rios. O agricultor foi estudar o assunto com a Missão Agrícola Alemã e descobriu que na Inglaterra e nos Estados Unidos já havia uma tecnologia de preparo mínimo do solo que passou a ser chamada no Brasil de plantio direto.
Os primeiros resultados da técnica foram ruins, mas ele insistiu e importou equipamentos até que viu que o novo sistema gastava muito menos diesel em relação ao o convencional. “Em vez de gastar dez mil litros de diesel, nós gastávamos de 3 mil a 3,5 mil litros. Então, era uma fantástica redução de combustível”, calculou Bartz.
A iniciativa atraiu a atenção do IAPAR, Instituto Agronômico do Paraná; da Embrapa e da colônia holandesa, que colocou a força da Cooperativa Batavo para implementar a experiência.
Muitas pessoas estranham quando descobrem que a soja não é brasileira. O grão é de origem chinesa, de clima frio. Mas o Brasil já tem mais de 70 variedades de cultivares adaptados a todas as regiões do país.
O produtor Herbert Bartz recorda que para evitar a armadilha da monocultura, a pesquisa propôs para o plantio direto o sistema de rotação de safras. Em uma vez é plantada a soja e na outra, o milho. Depois, repete a soja. Depois, o trigo. E assim por diante. A estratégia de rotação de culturas permite que combinações que não eram imaginadas há 30 ou 40 anos. No campo de algodão plantado sobre a palhada de capim. A área era de pastagem com rebanho de 600 cabeças.
O pesquisador explica de que maneira se dá o intercâmbio de culturas. Os nódulos no pé da planta são cheios de uma bactéria chamada de rizóbio, que tem uma relação de troca-troca com a planta. A planta cede para a bactéria os nutrientes que obtém com a fotossíntese. A bactéria retribui com um adubo fundamental que é caro: pega o nitrogênio do ar e oferece para a planta, o que reduz consideravelmente o custo com fertilizantes.
A primeira área de plantio direto feita pelo produtor Herbert Bartz tinha apenas 180 hectares. Hoje, estima-se que o Brasil já tenha passado dos 35 milhões de hectares com plantio direto. O número representa 70% da área plantada no país.
A comparação que sempre se faz é do hectare com um campo de futebol. Na verdade, um campo de futebol como o Maracanã é um pouco menor. Tem 8,25 metros quadrados. Mas, se for considerada a área atrás do gol e onde ficam os reservas, darão os 10 mil metros quadrados que é a medida do hectare.
No começo dos anos 70, um campo ocupado por uma lavoura de milho, por exemplo, dava uma média de 1,9 mil quilos. Hoje, nesse mesmo campo de milho, a produção é de seis mil quilos, em média. A soja dava mil quilos em média por hectare. Hoje, passa dos 3,3 mil quilos. O que quer dizer que a produção por hectare mais do que triplicou.
O detalhe mais importante é que antes o campo era cultivado uma única vez no ano. Agora, depois da lavoura de soja, no mesmo período, a terra é cultivada uma segunda vez com milho ou trigo ou feijão. De onde se tirava mil quilos de grãos, hoje é possível tirar mais de 10 mil quilos por ano.
Com isso, a safra nacional deu um salto. Em 1972, foram 30 milhões de toneladas. Em 2011, chegou 160 milhões de toneladas. No histórico da evolução do Brasil como grande potencia agropecuária, o volume de grãos cresce e o de hectares permanece estável. O Brasil produz cada vez mais praticamente na mesma área.
Um levantamento do pesquisador Décio Gazzoni mostra que em 1972 para uma área plantada de 28 milhões de hectares, a safra foi de 30 milhões de toneladas. Hoje, a área plantada é de 50 milhões de hectares, mas a produção bate nos 160 milhões de toneladas. Houve aumento de 80% na área e crescimento de mais de 400% na safra, ou seja, foram cinco vezes mais em 40 anos.


Plantio direto é sustentável mesmo ? é bom para o Brasil?
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Tremor de terra em Minas Gerais



O primeiro foi às 10h50 e o segundo, às 14h.
Casas foram interditadas com risco de desabamento, diz Defesa Civil.

Do G1 MG
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 Dois tremores de terra assustaram os moradores de Montes Claros, no Norte deMinas Gerais, neste sábado (19). De acordo com o chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Barros, o mais forte foi registrado às 10h50, com duração de três segundos e intensidade entre 4,0 e 4,5 graus na escala Richter. O segundo tremor foi registrado às 14h.
Segundo Barros, a universidade ainda não teve acesso à medição precisa da intensidade porque houve uma interrupção na recepção dos dados uma hora antes do primeiro tremor. A UnB informou que está analisando a possibilidade dos dados estarem em outras estações.
Correria durante terremoto em Montes Claros (Foto: Reprodução/TV Globo)Correria durante terremoto em Montes Claros
(Foto: Reprodução/TV Globo)
As imagens de uma câmera do circuito interno de um shopping popular registraram a correria no momento do tremor de terra. Várias pessoas assustadas foram para o meio da rua. De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram recebidas mais de 300 ligações desde às 11h, mas não houve registro de feridos.
Os bombeiros de Montes Claros disseram também que houve aproximadamente 40 solicitações para vistorias em edificações que sofreram algum tipo de rachadura. A Universidade Estadual de Montes Claros e o Shopping Popular estão entre elas.
Foram registradas solicitações nos seguintes bairros: Vila Atlântida, Nova Morada, Centro, São José, Vilage, Bela Paisagem, Vila Áurea, Todos os Santos, Santos Reis, Renascença, Maracanã, Vila São Francisco de Assis.
Em nota divulgada às 16h40, o Governo de Minas Gerais informou que equipes do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar (PM) estão trabalhando no sentido de atender às demandas relativas aos tremores e que helicópteros da PM e da Secretaria de Estado de Meio Ambiente já foram deslocados para a cidade.
A Defesa Civil disse que duas casas foram interditadas para vistoria, pois correm risco de desabamento. Não há registros de vítimas .
Montes Claros fica a 417 quilômetros de Belo Horizonte.


Tremor de terra em Minas Gerais
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Tremor da terra na Itália



Ao menos 5 pessoas morreram e 50 ficaram feridos, diz Defesa Civil.
Tremor de 5,9 graus de magnitude foi sentido em várias cidades da região.

Da EFE
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Estruturas históricas da Itália ficaram destruídas com o terremoto de 5,9 graus de magnitude que atingiu o país na madrugada deste domingo (20). (Foto: REUTERS/Giorgio Benvenuti)Estruturas históricas da Itália ficaram destruídas
com o terremoto de 5,9 graus de magnitude que
atingiu o país na madrugada deste domingo (20).
(Foto: REUTERS/Giorgio Benvenuti)
Ao menos cinco pessoas morreram, 50 ficaram feridas e uma está desaparecida após um tremor de 5,9 graus de magnitude na escala Richter atingir o norte da Itália na madrugada deste domingo (20).
De acordo com a Defesa Civil da região, em Bondeno, na província de Ferrara, o teto de uma fábrica desabou e acabou atingindo um marroquino de 29 anos, que morreu. Nenhum outro trabalhador do local sofreu ferimentos.
Dois funcionários de uma fábrica de cerâmica de San Agostino também faleceram quando o telhado do prédio caiu sobre eles, disse o representante do sindicato local.
Uma alemã de 37 anos que estava na Itália por motivos de trabalho morreu em San Alberto de San Pedro em Casale, na Bolonha, provavelmente por conta de uma crise provocada pelo medo durante o terremoto.
Em San Agostino, uma mulher de mais de cem anos também foi a óbito devido à comoção causada pelo tremor, informaram fontes médicas.
O canal de televisão americano CNN e o jornal italiano Corriere della Sera afirmavam na manhã deste domingo (20) que já foram encontrados seis mortos após o desastre.
Prédio da prefeitura de San Agostino, na província de Ferrara, fica destruído após tremores no norte da Itália na madrugada deste domingo (20) (Foto: REUTERS/Giorgio Benvenuti)Prédio da prefeitura de San Agostino, na província de Ferrara, fica destruído após tremores no norte da Itália na madrugada deste domingo (20) (Foto: REUTERS/Giorgio Benvenuti)



O desastreO terremoto de 5,9 graus de magnitude na escala Richter atingiu o norte da Itália, a 5 km ao leste de San Felice sul Panaro, às 2h03 (23h03, no horário de Brasília) deste domingo (20). Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês), o tremor foi registrado a uma profundidade de cerca de 10 km.
As cidades de Bolonha, Toscana, Vêneto, Lombardia, Tretino Alto Adigio e Friuli Venezia Giulia também sentiram o terremoto. De acordo com o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia da Itália, o tremor foi precedido por outros dois, um de intensidade de 4,1 graus e outro de 2,2 graus.
Às 5h03 (0h03, no horário de Brasília), foram registrados desmoronamentos em algumas fábricas de Bondeno por conta de uma réplica do tremor, de 4,9 graus de magnitude.
Em Mirandola, também na província de Ferrara, os doentes em estado grave do hospital local foram removidos, assim como os idosos de um asilo, informou a Defesa Civil.
Segundo as primeiras informações dos bombeiros, haveria várias pessoas presas entre os escombros. A igreja de San Felice sul Panaro, na província de Modena, também foi destruída pelo terremoto, informou a Defesa Civil.

Tremor da terra na Itália
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 19 de maio de 2012

Reunidos em nome de Jesus no Bom Jardim

Por Edgar Severino dos Santos

Jesus tem uma vitória para você !
A Igreja Assembléia de Deus do Bom Jardim, realizou nesta noite de sábado (19/05), a campanha evangelizadora Cruzada Boas Novas, evento que circula todo estado de Pernambuco, fazendo a obra de Deus. A praça de eventos da cidade ficou completamente lotada  por evangélicos de Bom Jardim, Umari, Freitas, Encruzilhada, Bizarra, Pindobinha, Campestre, etc, além de delegações de Orobó, Passira, João Alfredo, Ipojuca, Paudalho,  Carpina, São Vicente entre outros municípios.
Cantos, louvores, testemunhos e celebração das palavras da Bíblia. A pregação do Presbitéro Josiel foi muito emocionante, tocou o coração de todos presentes. Aproximadamente trinta pessoas, dentre jovens, crianças, homens e mulheres aceitaram o evangelho se convertendo ao cristianismo e a  Assembléia de Deus em nossa cidade. Foi uma grande vitória para Jesus. O Blog Professor Edgar Bom Jardim-PE, publica neste domingo novas fotos do evento.

 O Pastor Luís Gomes, e todos os membros da Igreja merecem de todo povo sinceros agradecimentos pelo evento que trouxe esperança de dias melhores na vida dos que assumem o compromisso de também anunciar  o evangelho.


Imagens Edgar Severino dos Santos

Imagens Edgar Severino dos Santos












Reunidos em nome de Jesus no Bom Jardim
Publicado em 19/05/2012
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Protestos contra torturadores


19/05/2012 - 13:58

Levante Popular da Juventude faz protestos em 11 estados contra torturadores

 O Levante Popular da Juventude promoveu mais uma série de esculachos contra torturadores e agentes da repressão da ditadura militar por diversos estados do Brasil. Os atos se basearam na denuncia de ex-agentes que participaram direta ou indiretamente de ações de tortura na época e em frente a prédios que serviam para tais fins, como o Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (Doi/Codi), nesta segunda-feira (14).
Foram realizadas 12 mobilizações organizadas nacionalmente em 11 estados: PE, PA, BA, CE, SE, PB, RN, SP, MG, RJ, RS. Oito agentes foram denunciados publicamente por meio dos esculachos, ao apontarem suas participações nos processos de tortura durante a ditadura.
Contexto
O movimento social Levante Popular da Juventude promove mais uma rodada de esculacho de torturadores e agentes da repressão da ditadura em todo o país.
No dia 26 de março, o movimento fez protestos em São Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro, Belém e Curitiba contra agentes da ditadura militar que torturaram, mataram, perseguiram militantes e pela instalação da Comissão da Verdade. No dia 17 de abril, foram realizadas ações de protesto pela memória e justiça no aniversário de 16 anos do Massacre de Eldorado dos Carajás em 10 estados.
O Levante é um movimento social autônomo, formado por jovens das periferias, das universidades e de comunidades camponesas, organizado em 17 estados, que defende políticas para a juventude, os direitos da classe trabalhadora e mudanças estruturais no Brasil.
Os manifestantes apoiam a instalação da Comissão da Verdade, cobram a localização e identificação dos restos mortais de desaparecidos políticos e exigem que os torturadores sejam julgados e punidos.
O jovens condenam a movimentação dos setores conservadores dentro e fora das Forças Armadas, que não aceitam a democracia e não admitem a memória, a verdade e a justiça, desrespeitando a autoridade da presidenta Dilma Rousseff e ministros de Estado, como no manifesto “Alerta à nação”.
Por isso, os jovens saíramm às ruas para denunciar a impunidade de torturadores e criminosos da ditadura com o objetivo de sensibilizar a sociedade e garantir que a Comissão tenha liberdade para fazer o seu trabalho e alcance seus objetivos.
Ações
Em São Paulo, cerca de 100 jovens fizeram o esculacho do homem que torturou a presidenta Dilma Rousseff, o tenente-coronel reformado Maurício Lopes Lima, reconhecido pela presidenta como torturador da Operação Bandeirante, no município do Guarujá, no litoral de São Paulo.
O estado de Minas Gerais protagonizou outras duas ações. Em Belo Horizonte, o alvo de mais 100 pessoas foi a casa de João Bosco Nacif da Silva, médico-legista da Policia Civil da ditadura militar, denunciado pela participação num crime de assassinato e tortura na capital, em 1969. João Bosco foi responsável por autos de corpo delito na época, como no caso de João Lucas Alves, ao atestar um laudo médico dizendo que o jovem havia se suicidado, de acordo com o livro Tortura Nunca Mais.
No interior do estado, no município de Teófilo Otoni, outros 40 jovens fizeram um ato público nas ruas do centro da cidade. O ponto de partida da marcha foi a antiga cadeia da cidade e o Tiro de Guerra do Exército, e finalizaram na Praça Tiradentes. A atividade teve como objetivo resgatar a memória de Nelson José de Almeida, militante da organização política Comando de Libertação Nacional (COLINA), morto aos 21 anos no município. Além de denunciar o responsável por sua prisão, tortura e morte: o antigo 1º tenente da Polícia Militar Murilo Augusto de Assis Toledo, que foi agente do Dops de Minas.
Já na Bahia, por volta de 150 jovens de Feira de Santana, Cruz das Almas e Salvador foram às ruas da capital para fazer um esculacho contra o torturador Dalmar Caribé, cabo do Exército na ditadura, e responsável pelos assassinatos dos lutadores populares Carlos Lamarca e Zequinha Barreto. Os jovens seguiram em direção à Associação Cultural e Esportiva Braskem (ACEB), localizada no bairro do Costa Azul, local onde funciona a Associação de Karatê da Bahia (ASKABA), entidade fundada em 23 de novembro de 1967, pela família Caribé (Denilson Caribé de Castro e Dalmar Caribé de Castro).
No Rio de Janeiro, 50 jovens fizeram um protesto em frente a casa do torturador José Antônio Nogueira Belham, no Flamengo, Zona Sul. Belhan, envolvido nas torturas como colaborador e informante, foi o chefe do DOI-CODI do Rio. Dentre as inúmeras torturas e assassinatos cometidos em sua repartição está a do engenheiro civil e militante pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) Rubens Paiva, como citado no livro A Ditadura Escancarada, de Elio Gaspari.
Em Sergipe, o esculachado foi o médico apoiador da ditadura Dr. José Carlos Pinheiro, diretor do Hospital e Maternidade Santa Isabel, o mesmo alvo da última ação. Ele é acusado de acompanhar presos políticos submetidos à tortura no 28° Batalhão de Caçadores. Os cerca de 50 jovens denunciam que a função do médico era “diagnosticar” a saúde dos homens e mulheres torturados para determinar se eles aguentariam ou não mais atos de violência.
Em Pernambuco, o torturador escolhido foi o desembargador aposentado Aquino de Farias Reis. Aquino foi delegado de plantão no DOPS de Pernambuco, quando o preso político Odijas Carvalho, estudante de agronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), foi barbaramente torturado aos 26 anos de idade e morto em consequência das torturas, em 30 de fevereiro de 1971. A ação aconteceu em frente ao Condomínio Ilha do Retiro, onde fica sua residência.
No Pará, um grupo de aproximadamente 50 pessoas realizou uma ação de escracho em frente ao prédio do Ministério da Fazenda, na cidade de Belém. O objetivo foi denunciar que naquele prédio trabalham dois torturadores da ditadura militar: Magno José Borges e Armando Souza Dias. Os dois ligados ao DOI-CODI estiveram no episódio da Guerrilha do Araguaia. Além dos cargos públicos, uma denúncia publicada pelo jornalista Mario Augusto Jakobskind diz que ambos também trabalham na Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Na capital do Rio Grande do Norte os jovens resgataram a memória mostrando os rostos e contando a história de quem morreu por defender a liberdade e justiça, ao homenagearem pessoas torturadas e mortas pelo regime, como Edson Neves, Emanuel Bezerra, Anátalia Alves e José Silton Pinheiro. O ato, com um caráter de agitação, aconteceu na Praça Cívica de Natal, em frente ao Palácio dos Esportes.
No Ceará, o foco da ação foi a antiga sede da Polícia Federal, que funcionou como um centro de tortura onde vários militantes de movimentos sociais e partidos políticos foram presos e torturados durante a ditadura, e que hoje em dia abriga a Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor). Participaram da ação na capital cearense cerca de 80 pessoas, juntamente com outras entidades e ex-presos políticos, os jovens se mobilizam pela Comissão Nacional da Verdade, em Fortaleza (CE).
Já na Paraíba, o Levante promoveu uma manifestação na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e na Escola Estadual Presidente Médici, em João Pessoa, com o intuito de dialogar com os estudantes e resgatar à memória o período opressor da Ditadura Militar.
Em Santa Maria (RS), houve uma série de colagem de cartazes pela cidade para denunciar os tempos da ditadura civil-militar brasileira. A atividade procurou problematizar junto à população a necessidade de instauração da Comissão da Verdade, que vai apurar os crimes cometidos durante o período.
Abaixo, leia nota do Levante sobre a instalação da Comissão da Verdade:
#Levantecontratortura: Comissão precisa de apoio para alcançar objetivos
A Comissão Nacional da Verdade precisa de apoio e acompanhamento de toda a sociedade, para que venha a cumprir a contento a tarefa que tem pela frente:
- conhecer a verdade sobre os processos de tortura, estupro, morte e desaparecimento forçado dos homens e mulheres que resistiram à Ditadura Militar;
- levar ao conhecimento da sociedade as lutas e a resistência daqueles que enfrentaram a ditadura e os nomes dos agentes do aparelho repressivo e os crimes por eles cometidos;
- fornecer os elementos necessários para que os torturadores, estupradores, homicidas e sequestradores que agiram em nome da ditadura com crime e covardia – e se escondem até hoje – possam ser responsabilizados e punidos, como determinou a Corte Interamericana de Direitos Humanos;
Convidamos a juventude e toda a sociedade para se posicionar em defesa da Comissão Nacional da Verdade, contra as pressões para que seus objetivos não sejam cumpridos ou os resultados desmoralizados, e contra os torturadores, que hoje denunciamos e que vivem escondidos e impunes e seguem ameaçando a liberdade do povo. Até que todos os torturadores sejam julgados, não esqueceremos, nem descansaremos.


Professor Edgar Bom Jardim - PE/ Psol Nacional

"Indústria da Seca" de volta




Alimentada pela escassez, "indústria da seca" fatura com a estiagem no Nordeste

Carlos Madeiro
Do UOL, em Tacaratu (PE)
A seca no Nordeste é sempre sinal de sofrimento para o sertanejo. Mas a falta de chuva também movimenta o meio político e o comércio das cidades atingidas pela estiagem. A chamada “indústria da seca” fatura alto com a falta de alimentos para os animais e de água para os moradores.
O exemplo mais conhecido no sertão –e relatado por diversos moradores ao UOL–  é o uso político na distribuição dos carros-pipa, marca registrada do assistencialismo simples. Segundo os relatos, alguns políticos visitam as comunidades e se apresentam como “responsáveis” pelo envio da água. Os moradores também reclamam da alta nos preços de serviços e alimentos para os animais.

Veja imagens da seca no Nordeste

Foto 56 de 70 - Carros-pipa abastecem veículos no rio São Francisco para abastecer cidades afetadas pela seca em Sergipe Beto Macário/UOL
“A prefeitura nos ajuda muito, nos mandando água por carros-pipa. Às vezes demora, mas sempre vem”, conta a agricultora Maria Gildaci, 66, de Tacaratu (PE), sempre citando que o prefeito é "quem manda" o carro para a sobrevivência dela e da família, que vive em uma pequena casa no sítio Espinheiro. 
Falas como a Gildaci, agradecendo os políticos, são comuns, mas a prática está sendo combatida por organizações do semiárido. “Água é um direito, não é dada de favor. Agricultores relatam com frequência que vereadores se apresentam trazendo carros-pipa e que prefeitos estão se utilizando disso para as eleições. Estamos fazendo levantamentos e vamos tentar identificar onde isso está ocorrendo para tomarmos providências”, afirma o coordenador da ASA (Articulação do Semiárido), Naidson Batista.
Para Batista, o uso político da água é histórico no Nordeste, mas vem perdendo força nos últimos anos. “A indústria da seca, na história brasileira, é um instrumento de alguns, em detrimento de outros, para aumento de poder econômico, político ou social de determinado grupos. Embora ela venha perdendo força, não seria possível erradicar uma prática de 400 anos em apenas 10”, afirma.
Segundo o coordenador, os investimentos cobrados, como poços, barragens e cisternas, não foram feitos a contento ao longo dos anos, o que facilitou a política assistencialista. "Isso faz parte da indústria da seca, pois deixa o sertanejo vulnerável, à espera sempre de ações emergenciais."
O diretor do Polo Sindical do Médio São Francisco da Fetape (Federação dos Trabalhadores em Agricultura de Pernambuco), Jorge de Melo, também relata que políticos e fazendeiros ainda se aproveitam da seca para lucrar. “É só começar a escassez de alimentos para ter gente aumentando o preço das coisas. É o que chamam da lei da oferta e procura. Além disso, há um claro uso político, que vem sendo combatido e está enfraquecendo, mas ainda existe no sertão”, diz.
Para tentar reduzir o desvio político da água, o governo de Pernambuco anunciou, na última quarta-feira (16), que os carros-pipa contratados pelo Estado serão equipados com GPS e terão fiscalização dos conselhos de desenvolvimento dos municípios –que ficarão responsáveis por enviar relatórios mensais sobre o cumprimento dos cronogramas.

MAPA MOSTRA AS CIDADES VISITADAS PELO UOL EM QUATRO ESTADOS

  • Arte UOL

Ganho econômico

Além do uso político, muitos setores da economia também faturam com a venda de produtos. Um dos exemplos é a palma (espécie de cacto que serve de alimento para o gado). Segundo os moradores, o preço da tarefa de palma (equivalente a uma área plantada de 3.053 m²), que antes da estiagem ficava em torno de R$ 1.200, hoje chega a custar até R$ 2.500 em algumas localidades de Alagoas e Sergipe.
“Quem tem sua palma plantada para os seus animais não quer vender. Agora a seca é boa para aqueles que plantam a palma como investimento e estão vendendo mais caro e lucrando muito”, citou o produtor Vilibaldo Pina de Albuquerque, de Batalha (AL).
O carro-pipa também é um negócio rentável. Os preços cobrados pelos “pipeiros” no sertão inflacionaram com a seca. “Existe, e muito, a indústria da seca. Um exemplo: antes, a prefeitura contratava um carro-pipa por R$ 100 para lavar o matadouro. Hoje, para o sujeito trazer a mesma quantidade de água ele obra R$ 200. E olhe que o preço do combustível não subiu e ele pega água no mesmo lugar”, afirma o secretário de Infraestrutura de Batalha (AL), Abelardo Rodrigues de Melo.
Em Sergipe, os investidores estão comprando carros-pipa para ganhar dinheiro. “Hoje, quem tem um dinheiro sobrando está comprando um carro-pipa para distribuir água. Demanda é o que não falta. Aqui estamos precisando de mais, mas não há”, diz o coordenador da Defesa Civil de Poço Redondo (SE), José Carlos Aragão. "E o carro-pipa não é a solução, e só uma política emergencial. Hoje você leva a água, amanhã já precisa de novo. É um investimento de curta duração."
Na cidade sergipana –a mais afetada do Estado, com 15 mil pessoas atingidas pela estiagem--, o movimento de carros-pipa é intenso e atua em diversos setores da economia. Na oficina de Antônio Rodrigues, cresceu a procura por consertos dos caminhões. “Hoje 30% do que faturo é com esses carros. Contratei até uma pessoa para me ajudar, porque a procura é grande e tem caminhão aqui todo dia. Queria não ter mais esse serviço, que aqui chovesse e o povo parasse de sofrer. Mas estou trabalhando dignamente.”

Melhores condições

Para o economista Cícero Péricles, apesar da “indústria da seca” ainda existir, as condições de enfrentamento do sertanejo à seca atual são melhores do que aquelas enfrentadas na última grande estiagem, em 1998.
“Há mais de uma década a política de água obteve ganhos consideráveis pela entrada das cisternas e barragens subterrâneas nos espaços da agricultura familiar, reforçando os antigos instrumentos, como os poços artesianos, tubulares, barreiros, açudes e adutoras. A presença dos órgãos públicos mudou da intervenção exclusivamente assistencialista e emergencial para instituições públicas, com maior capilaridade, municipalizadas, que fazem a cobertura permanente com os programas sociais. A ampliação da Previdência Social no campo, assim como de programas de transferências de renda, a exemplo do Bolsa família, reduziram em muito a pobreza absoluta no meio rural”, afirma o economista.
"Indústria da seca de volta"

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Dilma e a verdade à moda grega



Já nos primeiros minutos do emocionado discurso que pronunciou na cerimônia de instalação da Comissão da Verdade, quarta-feira, a presidente Dilma Rousseff apresentou uma curiosidade filológica surpreendente: “A palavra ‘verdade’, na tradição grega ocidental, é exatamente o contrário da palavra ‘esquecimento’… É memória e é História. É a capacidade humana de contar o que aconteceu”.
Diga-se, a bem da verdade, que a palavra verdade nunca significou, em termos filosóficos, exatamente o contrário de esquecimento na tradição grega ocidental, mas de fato existe uma verdade etimológica profunda na afirmação da presidente.
Nosso vocábulo verdade veio no século 13 do latim veritatis, mas o termo grego que os latinos traduziam por essa palavra era etimologicamente bem distinto: na língua de Platão (foto), aletheiacarregava sobretudo a ideia de desvelamento, de descoberta, de retirada do véu da aparênciapara revelar aquilo que verdadeiramente é.
E o que a memória tem a ver com isso? Na mitologia grega, chamava-se Lete o “rio do esquecimento”, que provocava a perda de memória em quem bebesse de sua água. Aletheia (dea + lethe) era, na origem, a negação dessa amnésia, e portanto a afirmação da memória, provavelmente entendida como o próprio fundamento da razão. Como lembra o filósofo catalão José Ferrater Mora, “o sentido primário da verdade como aletheia não é (…) mera descoberta ou patenteamento, mas, sobretudo, a manifestação da recordação”.


Professor Edgar Bom Jardim - PE/ veja.com