Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Você se veste de ódio e aceita a tortura?


Resultado de imagem para odio

Tudo está vestido de grande instabilidade. Há pessoas que se perderam e destilam perversidades, como se fossem pérolas políticas. É incrível . A complicação se avoluma. “Cristãos” defendem a violência gratuita e o crime hediondo da tortura. Não sei se há uma embriaguez maldita. Sinto-me triste, quando a sensibilidade se esfarrapa e tumultua. Alguém me disse que estamos vivendo o culto ao ódio. Isso é grave. De onde vem tudo isso? Será que o PT provoca toda essa movimentação? Jesus Cristo pregou amor e por que não ir para campanha com outras proposições? Há transtornos que não ocupam apenas os que mais sofrem economicamente. Há quem desfrute de privilégios com impulsos defensores de ditaduras. Muita gente enrustida causa medo, promove desgovernos subjetivos.
Vestir-se de ódio traz ruínas. Ficar no presente, culpando os outros é mesmo uma fraqueza imensa. Não interessa qual seja o partido. A política existe para atiçar o diálogo. É claro que há discórdias. Não podemos navegar na homogeneidade. Os mares são bravios e as diferenças não se foram. Deixar os exageros rolar não merece justificativa. Isso está infiltrado. Como ficará a cultura depois de tantas raivas soltas? O mundo se cerca de regras, mas também não abandona a reprodução danosa de desfazeres. Portanto, o suspense é perigoso, nos consideramos exilados na nossa própria terra. O aprofundamento da ambiguidade produz pesadelos, destrói sonhos e cordialidades.
Albert Camus não era  religioso. Morreu cedo. Escreveu livros que mostravam o absurdo da vida humana, mas nunca esteve ausente da solidariedade. Não desandou, não fez dos limites um argumento para manter preconceitos. As ideias fascistas ganham corpo, elas que desprezam o próprio corpo. Na minha análise, o capitalismo acelera o individualismo. Exalta o consumo. Redesenha o narcisismo. Tudo se agudiza com a crise que ele passa. Aparecem figuras como Trump. a mídia seleciona suas notícias visando denegrir e vender. Usa a roupa do cinismo. Há quem deseje que o verde-amarelo seja sagrado. Joga a crítica no lixo e grita contra o comunismo. O pior: nunca leu nada sobre o tema. Busca algo que aqueça sua melancolia e consiga atravessar a religião e morder a política.
A história não é uma construção divina. Ela está ligada aos nossos atos. Deus é uma questão polêmica. Quem o aceita deveria seguir os seus ensinamentos. A turbulência, contudo, mistura os princípios e a covardia é amiga do conforto. Parece que a ordem é não permitir a socialização da produção, fertilizar a desigualdade e admirar as psicopatias. Eliminar o outro está viajando pela cabeça das pessoas? O sufoco nos provoca e a loucura virou uma epidemia? O medo cresce e moradias da contradição invadem cada um. Será a celebração universal do fake? O discurso de uns recorda uma bala mortal. Há um genocídio disfarçado que agrada uma maioria alucinada. Lamento, pois há uma sombra de suicídio que vigia o fazer político.  Um dedo em riste que aponta para um lugar desconhecido. O que deve ser respeitado? A suavidade de copos de cervejas ou o afeto que articula a convivência?
Por Paulo Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 20 de outubro de 2018

Titular da Cátedra da Unesco encabeça manifesto contra Bolsonaro

Titular da Cátedra da Unesco encabeça manifesto contra Bolsonaro
No manifesto, Poulain e outros criticam a partidarização da Justiça
Um grupo de intelectuais e acadêmicos de diversas partes do mundo acaba de lançar um manifesto para alertar o mundo e os eleitores brasileiros dos riscos da eleição de Jair Bolsonaro no domingo 28.
Encabeçado por Jaques Poulain, titular da cátedra da Unesco de Filosofia da cultura e das instituições, e co-assinado por acadêmicos da Europa, Ásia e Américas, o texto ressalta: “Parece-nos crucial alertar a sociedade brasileira sobre o perigo de uma candidatura de caráter fascista em contraposição à candidatura de Fernando Haddad, que reúne os valores fundamentais da democracia”.
O documento critica a partidarização do Judiciário no Brasil e condena o “golpe de Estado branco” contra Dilma Rousseff e a perseguição a políticos, em especial Lula, que ousam se contrapor aos ditames da ordem neoliberal.
“O Poder Judiciário e constitucional se desqualifica a ele mesmo ao tomar tais decisões, sem temer a exibição da sua arrogância”, prossegue o manifesto.
Leia a íntegra: 
Carta Aberta aos Cidadãos Brasileiros
Delate sua justiça?
por Jacques Poulain
Titular da cátedra Unesco de Filosofia da cultura e das instituições
Universidade Paris 8

Em um mundo que se tornou neoliberal, a injustiça entre as diversas classes da sociedade e entre os países ricos e pobres, em toda parte, é de tal maneira gritante que o órgão de proteção aos cidadãos e de regulação da vida social, o Estado-nação, perdeu sua credibilidade, na maior parte do tempo, ao delegar seus poderes a uma oligarquia de acionistas anônimos e de altos executivos super-remunerados. São incontáveis as maneiras pelas quais a experimentação do uso deste monopólio permitiu a eles destruir as instituições reguladoras da vida econômica, política, familiar e universitária, limitando-as por meio de uma utilização tanto cínica quanto corrompida das instituições judiciárias. 
Estas não hesitam em condenar os políticos que colocam em questão a hegemonia dos capitalistas no espaço mundial. Reforçam os governantes que se protegem dos merecidos julgamentos de corrupção, acusando antecipadamente  aqueles que desobedecem o regime neoliberal e condenando-os escandalosamente ao , estigmatizá-los como corruptos. A condenação de Lula pelo TSE à inelegibilidade nas eleições presidenciais brasileiras é o exemplo mais patente. 
A nulidade desta decisão foi reconhecida como tal e tornou-se manchete dos jornais internacionais. Não há dúvida que uma nova forma radical de nivelar toda justiça por baixo foi descoberta nos Estados-nação: a capacidade dos órgãos judiciários, constitucionais e supremos de violentar a si mesmos se apresenta com clareza aos olhos da opinião pública internacional como refúgio ideal do novo submundo mafioso internacional, um refúgio inatacável envolto que está na imunidade da qual se reveste sem pudor. A injustiça da condenação de Lula foi declarada e corretamente condenada como ilegal pela Comissão de Direitos Humanos da ONU, lembrando que a elegibilidade para a eleição presidencial deveria ter-lhe sido concedida até o esgotamento de todos os recursos. A fragilidade da desobediência do Tribunal Superior Eleitoral brasileiro é evidente para todos, ao violar deliberadamente os regulamentos de seu próprio sistema judicial quando se presume ser seu único fiador. 
Sua desobediência a todos os padrões de justiça universalmente reconhecidos se mostra em seu mais formidável cinismo, arrogância e eficácia, mas ela só engana aqueles que já são suficientemente corruptos para serem persuadidos. Tal desobediência é, no entanto, injustificável aos olhos de todos na medida em que viola de fato a lei que ela mesma prescreveu para proteger as liberdades individuais e coletivas. 
Este tipo de desobediência cínica aos princípios cujo respeito é exibido por todas as democracias corrobora, pelo desprezo à palavra dos eleitores, a rejeição de um diálogo político-econômico entre os cidadãos, necessário à medida em que a prática neoliberal se desenvolve. É a cidadania dos parceiros sociais explorados pela economia neoliberal que paga  o preço pois ela se vê pura e simplesmente não reconhecida, até mesmo suprimida na mesma medida em que desaparece progressivamente sua capacidade de recorrer a seus direitos civis e cívicos. 
Quando esta negação do discurso se estende aos únicos políticos que, como Lula, são capazes de restaurar um diálogo de justiça entre as diferentes classes sociais, negando a ele o direito à elegibilidade presidencial, ela atinge seu ápice. Esta deterioração do uso do poder judiciário das mais altas instâncias de um Estado-nação reflete, então, uma crise profunda da justiça exercida em um Estado-nação, uma vez que o poder judiciário e constitucional se desqualifica a ele mesmo ao tomar tais decisões, sem temer a exibição de sua arrogância, pois ele generaliza, sem pudor, a identificação dos cidadãos a criminosos e, por este meio, ele se contenta em propagar, como descreveu Michel Misse, uma exterminação radical e bárbara dos seres humanos. 
Os cossignatários da presente carta estão integralmente conscientes da ilegitimidade do “golpe de Estado branco” que destituiu sua presidente legitimamente eleita, Dilma Rousseff, conscientes da ilegalidade da condenação de Lula à inelegibilidade eleitoral. É fundamental para o Brasil permanecer com as administrações progressistas caso o País deseje continuar a consolidar as conquistas de justiça social que as presidências de Lula e Dilma Rousseff permitiram aos brasileiros, pouco a pouco, desfrutar. 
Também sabemos que o Brasil ainda tem todas as potencialidades para voltar a um regime de mais justiça social e que se o país é capaz de se recuperar do tufão neoliberal que o atingiu desde o impeachment de Dilma Rousseff, ele será o primeiro a colaborar com os países vizinhos da América Latina que vivem atualmente em um estado de turbulência tão pesado quanto o do Brasil hoje.   
Hoje, às vésperas do segundo turno das eleições, parece-nos crucial alertar a sociedade brasileira sobre o perigo de uma candidatura de caráter fascista em contraposição à candidatura de Fernando Haddad que reúne os valores fundamentais da Democracia.  
Signatários: 
Jacques POULAIN - titular da Cátedra Unesco de Filosofia da Cultura e das Instituições na Universidade Paris 8, Membro da Academia Européia das Ciências e das Artes - França 
Fathi TRIKI - Titular da cadeira Unesco da Vida em Comum, Universidade de Tunis, Tunis, Tunísia 
In-Suk CHA - Professor Emérito, Universidade Nacional de Seoul,  Coreia Do Sul, Cadeira Unesco de Filosofia 
Ioanna KUCURADI - Professor Emérito na Universidade Maltepe, Istanbul, Turquie/Cadeira Unesco de Filosofia 
Josiane BOULAD-AYOUB - Professor Emérito de Filosofia, Universidade de Québec em Montréal, Canada/ Cadeira Unesco de Filosofia 
Christoph WULF – Professor da  Universidade Freie, Berlim Allemagne/Vice-presidente da Comissão Nacional Alemã junto à Unesco 
Hans-Jörg SANDKÜHLER – Professor Emérito de Filosofia/Departamento de Filosofia de Universidade de Bremen, Alemanha 
Bruno CANY - Professor de Filosofia na Universidade Paris 8/ Diretor dos Cadernos Críticos de Filosofia, França 
Serguei PANOV - Professor da Universidade Nacional de Tecnologias – MISIS, Rússia 
Paolo Maria FABBRI - Diretor do Centro Internacional de Ciência Semiótica (CiSS) na Universidade de Urbino, Itália 
Sebastian AGUDELO - Professor – Reitoria de Créteil e Universidade Paris 8, França 
Rachida TRIKI - Membro do Conselho Científico do Colégio Internacional de Filosofia, França 
Benito MAESO - Professor Doutor do Instituto Federal do Paraná/Brasil 
Hans KRETZ - Professor da Universidade de Stanford, Estados Unidos da América 
Vivianne de Castilho Moreira - Professora do Departamento de Filosofia da Universidade Federal do Paraná, Brasil 
Isabelle LABORDE-MILAA - Professora de Linguística da Universidade Paris Leste Créteil, França 
Philippe TANCELIN - Professor Emérito de Estética, Universidade Paris 8 
Evandro Vieira OURIQUES - Professor de ciências da Comunicação/Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Brasil 
Juan Carlos Quintero CALVACHE – Professor da Universidade Santiago de Cali, Colômbia 
William GONZALEZ – Diretor do Departamento de Filosofia na Universidade do Valle, Cali, Colômbia 
Walter MENON – Professor de Filosofia na Universidade Federal do Paraná,  Brasil 
Patrice VERMEREN – Professor Emérito de Filosofia da Universidade de Paris 8 et professor na Universidade Nacional de Buenos Aires
De Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Por que o WhatsApp bloqueou filho de Bolsonaro e mais 'centenas de milhares' de usuários às vésperas das eleições


Pessoa usando celularDireito de imagemLEOPATRIZI / GETTY IMAGES
Image captionAplicativo de mensagens está no centro do debate na campanha eleitoral deste ano no Brasil
A conta do senador eleito Flavio Bolsonaro (PSL) - filho do candidato presidencial Jair Bolsonaro, do mesmo partido - no WhatsApp foi banida por "comportamento de spam", segundo um porta-voz do escritório da empresa em São Paulo ouvido pela BBC News Brasil nesta sexta-feira.
Na quinta-feira, um executivo da sede do WhatsApp na Califórnia informou à BBC News Brasil que "centenas de milhares de perfis foram banidos" durante o período eleitoral brasileiro.
Os bloqueios seriam fruto de um investimento da empresa de tecnologia em ferramentas de detecção de comportamento suspeito de usuários, como o volume de mensagens enviadas, a repetição de conteúdos, discursos de ódio ou ofensas, além de quantas vezes este usuário foi excluído ou bloqueado por interlocutores.
"São algoritmos inteligentes que vão percebendo padrões e melhoram com o tempo", diz o porta-voz.
Ainda segundo o WhatsApp, a exclusão do telefone do filho de Bolsonaro da plataforma não tem a ver com as denúncias que vieram à tona nesta quinta-feira.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, empresários teriam pago até R$ 12 milhões por disparos em massa no aplicativo de mensagens atacando o rival de Bolsonaro, Fernando Haddad (PT).

Flavio Bolsonaro e Dilma Rousseff

Pelo Twitter, na manhã desta sexta, Flavio insinuou que estaria sendo perseguido pela plataforma.
"A perseguição não tem limites! Meu WhatsApp, com milhares de grupos, foi banido DO NADA, sem nenhuma explicação!"
Tuíte de Flavio BolsonaroDireito de imagemTWITTER / REPRODUÇÃO
Image captionO senador eleito pelo Rio e filho de Bolsonaro é um dos principais responsáveis pela estratégia do pai nas redes sociais
Duas horas depois, o filho do presidenciável voltou à rede social para informar que sua conta havia sido reestabelecida.
"Meu telefone, cujo WhatsApp foi bloqueado, é pessoal e nada tem a ver com uso por empresas. O próprio WhatsApp informou que o bloqueio foi há dias, antes da Fake News da Foice de SP. (SIC) Agora já foi desbloqueado, mas ainda sem explicação clara sobre o porquê da censura."
Porta-vozes do WhatsApp confirmaram que a exclusão da conta de Flavio aconteceu antes da divulgação do suposto envolvimento ilegal de empresas com a campanha presidencial.
Além da conta de Flavio, segundo a BBC News Brasil apurou, um perfil criado pela campanha da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado por Minas Gerais também foi banida por comportamento de spam.
Após a divulgação, o PT acionou a Justiça Eleitoral para investigar suposto financiamento ilegal para Bolsonaro.
Na terça-feira, representantes do TSE e integrantes do conselho consultivo sobre internet e eleições do tribunal participaram de uma videoconferência com representantes do WhatsApp, nos Estados Unidos.
Nesta reunião, segundo a BBC News Brasil apurou, os representantes informaram que, dentre as contas de spam e automatização bloqueadas durante o primeiro turno, estava a de Flavio Bolsonaro.
Também disseram, mais de uma vez, que o número de contas bloqueadas era de 700 mil. Ao final, pediram que constasse na ata que "centenas de milhares" de contas, e não "700 mil", haviam sido bloqueadas.

O que é comportamento de spam?

A empresa explicou à BBC News Brasil quais são os critérios para a exclusão de perfis.
Um dos principais critérios é o "comportamento automático" - quando um usuário age como se fosse um robô replicando mensagens.
O envio de mensagens repetidas para muitos contatos ou grupos também é um dos comportamentos que despertam desconfiança.
Quando o usuário passa a usar outro número de telefone, porém, a ferramenta não é capaz de identificar a mudança - daí a dificuldade em controlar os "spammers"
Pessoas usando celularDireito de imagemPEOPLEIMAGES / GETTY
Image captionAs respostas dos usuários sobre spam são usadas para aprimorar os algoritmos do aplicativo, diz representante do WhatsApp
"Quando você recebe uma mensagem de um número que não está na sua agenda de contatos, você já tem as opções de bloquear ou denunciar como spam. Essas denúncias são levadas em conta pelo app."
Além dos milhares de usuários com comportamento considerado inapropriado, o WhatsApp informou à imprensa nesta sexta que acionou a Justiça para impedir que empresas como as identificadas pelo jornal Folha de S.Paulo façam envios em massa de conteúdos que possam influenciar as eleições presidenciais.
"Estamos tomando medidas legais para impedir que empresas façam envio maciço de mensagens no WhatsApp e já banimos as contas associadas a estas empresas", informou o WhatsApp, segundo o jornal.
A empresa americana também enviou notificação extrajudicial para as agências envolvidas na denúncia pedindo que deixem de enviar mensagens em massa para números de celulares obtidos pela internet, sem autorização dos proprietários.
A ministra Rosa Weber, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, (PSL) e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge convocaram a imprensa para entrevista coletiva sobre o caso na tarde desta sexta, mas o encontro foi adiado para o domingo.
*Colaborou Juliana Gragnani, da BBC News Brasil em Londres
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Eleição 2018: Haddad diz que Bolsonaro criou “organização criminosa” nas redes sociais

O candidato à Presidência da República Fernando Haddad (PT) afirmou, na manhã desta quinta-feira (18), que seu adversário Jair Bolsonaro (PSL) criou uma “verdadeira organização criminosa” com apoio de empresários e que “joga nas sombras”. O PT, partido de Haddad, divulgou nota (leia íntegra mais abaixo) afirmando que “ação coordenada para influir no processo eleitoral” não pode ser ignorada pela Justiça. Bolsonaro não comentou o assunto oficialmente até o fim da manhã de hoje.
Em sua conta no Twitter, Haddad afirma que o adversário joga sujo e “na sombra o tempo todo”.
A declaração foi publicada após a revelação do jornal Folha de S.Paulo de que empresas estão comprando pacotes de disparos em massa de mensagens contra o PT no WhatsApp, prática que configura crime eleitoral. Ainda segundo a reportagem da Folha, uma grande operação para a próxima semana, que antecede o segundo turno, está prevista.
De acordo com a reportagem do jornal, cada contrato chega a R$ 12 milhões e entre as empresas compradoras está a Havan, cujo dono faz campanha aberta em favor de Bolsonaro. Ele nega, porém, que tenha feito esse tipo de contratação. Os contratos são para disparos de centenas de milhões de mensagens.
O petista usou as contas no Twitter e no Facebook para afirma que vai acionar a Polícia Federal e a Justiça Eleitoral. “Fazer conluio com dinheiro de caixa 2 pra violar a vontade popular é crime. Ele que foge dos debates, não vai poder fugir da Justiça”, escreveu.
Em encontro com juristas nesta manhã, o petista afirmou ainda temer que a Justiça eleitoral e a imprensa não cumpram “seus deveres institucionais” por estarem “inibidas pela violência”.
Bolsonaro não se manifestou oficialmente sobre o assunto até as 11h50 desta quinta-feira. Em sua conta no Twitter, o candidato de extrema-direita republicou uma postagem de seu filho, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSL), que chama a Folha de "Foice de SP" e acusa o jornal de "contar meias verdades e mentiras descontextualizadas”.

A foice de SP junto com a petralhada não se cansa de contar meias verdades ou mentiras descontextualizadas. O desespero de ambos é justificável! Vão perder a boquinha que o partido mais corrupto do Brasil bancou ao longo de seu tempo no poder!

Em nota oficial, o PT afirma que já acionou a Justiça e a PF para investigar o caso e que “métodos criminosos do deputado Jair Bolsonaro são intoleráveis na democracia”.
Leia a íntegra da nota do PT:
“Reportagem da Folha de S. Paulo desta quinta-feira (18) confirma o que o PT vem denunciando ao longo do processo eleitoral: a campanha do deputado Jair Bolsonaro recebe financiamento ilegal e milionário de grandes empresas para manter uma indústria de mentiras na rede social WhatsApp.
Pelo menos quatro empresas foram contratadas para disparar mensagens ofensivas e mentirosas contra o PT e o candidato Fernando Haddad, segundo a reportagem, a preços que chegam a R$ 12 milhões. A indústria de mentiras vale-se de números telefônicos no estrangeiro, para dificultar a identificação e burlar as regras da rede social.
É uma ação coordenada para influir no processo eleitoral, que não pode ser ignorada pela Justiça Eleitoral nem ficar impune. O PT requereu nesta quarta (17), à Polícia Federal, uma investigação das práticas criminosas do deputado Jair Bolsonaro. Estamos tomando todas as medidas judiciais para que ele responda por seus crimes, dentre eles o uso de caixa 2, pois os gastos milionários com a indústria de mentiras não são declarados por sua campanha.
Os métodos criminosos do deputado Jair Bolsonaro são intoleráveis na democracia. As instituições brasileiras têm a obrigação de agir em defesa da lisura do processo eleitoral. As redes sociais não podem assistir passivamente sua utilização para difundir mentiras e ofensas, tornando-se cúmplices da manipulação de milhões de usuários.
O PT levará essas graves denúncias a todas as instâncias no Brasil e no mundo. Mais do que o resultado das eleições, o que está em jogo é a sobrevivência do processo democrático.
Comissão Executiva Nacional do PT”
De Congresso em Foco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

LavaZap:Campanha de Bolsonaro movida a fake news é estelionato eleitoral bem mais grave que o de 2014


O professor David Emanuel de Souza Coelho, colaborador do blog Náufrago da Utopia, produziu o que me parece ser o artigo mais completo e didático dentre todos os que têm saído nos últimos dias sobre as novas formas de induzirem-se coletividades a votos desastrosos, movidas pela bílis e passando batido pelos imensos prejuízos que sofrerão como consequência de suas opções intempestivas: "Manipulação psicológica dos eleitores atinge novo patamar de eficácia e isso se constata na campanha de Bolsonaro" (clique aqui para acessar).
Trata-se de leitura obrigatória, até por já serem dois os reveses em boa parte decorrentes dessas práticas que desfiguram ainda mais a democracia burguesa, o Brexit e a eleição de Donald Trump. Um terceiro só deixará de ocorrer se o povo brasileiro acordar rapidamente de seu desvario autoritário: a condução ao Palácio do Planalto do político mais despreparado para presidir o Brasil em todos os tempos, Jair Bolsonaro.
Para não alongar a discussão, aponto o principal motivo de ele ser o homem errado no momento errado: passou três décadas de vida política surfando nas ondas do ódio, sempre açulando a truculência de uma parte da sociedade contra a outra.
Ocorre que estamos há quatro anos com o país dividido em duas metades que não param de se digladiarem, gerando desunião política suficiente para inviabilizar todas e quaisquer possibilidades de sairmos da recessão que impiedosamente fustiga o nosso povo.
O Brasil neste momento precisa desesperadamente de uma trégua, de um mínimo de diálogo e entendimento para que sejam reduzidas as tensões antes de todas as nossas cidades virarem campos de batalha.
Apesar de possuir limitações evidentes, Fernando Haddad ao menos não depende da manutenção e incremento do ódio para sua sobrevivência política. Tem gabarito intelectual para perceber que rumamos para um abismo que nos tragará a todos e já acenou com a perspectiva de fazer um governo com menos exclusivismo arrogante e mais bom senso que os últimos do PT.
É pouco? É. Mas, a alternativa é menos do que nada: um candidato que, para não perder o controle sobre a horda selvagem de seguidores agrupados no núcleo duro de sua campanha, terá de cumprir pelo menos uma parte de suas propostas extremamente radicais (algumas até ilegais, como a promessa de extradição de Cesare Battisti, que nenhum presidente terá o direito de ordenar sem a anuência do STF).
Ou seja, com Haddad talvez superemos o clima político corrosivo que perdura desde a reeleição de Dilma Rousseff, já maculada por flagrantes mentiras e estelionato eleitoral. Os adversários não aceitaram perder de tal maneira e o resultado foram quatro anos de crise política e estagnação econômica.
Agora se desenha uma vitória ainda mais contestável, porque a inacreditável quantidade de fake news disseminadas nas redes sociais pela campanha de Bolsonaro simplesmente maximizou o estelionato eleitoral de 2014. Como poderá ser docilmente aceita?
Com isso, mais a profusão de medidas impopulares que estão sendo antecipadas por Bolsonaro e sua trupe, evidentemente haverá reações, cuja contundência vai aumentar à medida que os cidadãos comuns forem se dando conta do logro sofrido.
Resultado: uma escalada de violência política que provavelmente ultrapassará tudo que vimos até hoje no Brasil, conduzindo a um autogolpe ou a um golpe militar. E, claro, mais anos e anos de recessão, embora nosso povo já esteja no limite de suas forças.
A contagem regressiva está em curso. Temos cerca de uma semana para tomarmos decisões rápidas e eficazes. Caso contrário, tornar-se-á impossível evitarmos a abertura das portas do inferno.

Do mesmo autor:

Com informações de de Congresso em Foco
Professor Edgar Bom Jardim - PE