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domingo, 4 de outubro de 2020

Eleições: TSE tem canal para denúncia de disparos em massa no WhatsApp





O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) divulgou nesta semana um formulário online para receber denúncias de disparos de mensagens em massa por meio do WhatsApp durante as eleições municipais. de 2020.

Pela primeira vez, nas eleições deste ano, o disparo de mensagens em massa foi expressamente proibido pela Justiça Eleitoral na norma sobre propaganda eleitoral. Os termos de uso do WhatsApp também não permitem a prática.

As mensagens do tipo em geral são impessoais e costumam trazer conteúdos alarmistas e acusatórios. A Justiça Eleitoral incentiva que o eleitor faça a denúncia se receber mensagens suspeitas provenientes, por exemplo, de contatos desconhecidos ou de vários grupos ao mesmo tempo.


O próprio WhatsApp se comprometeu, junto ao TSE, a investigar as denúncias e inativar contas suspeitas, encaminhando as informações pertinentes às autoridades. Segundo a plataforma, trata-se de “iniciativa inédita no mundo”.

Comportamento inautêntico

O formulário de denúncia faz parte de uma série de medidas anunciadas nesta semana pela Justiça Eleitoral para combater o que chama de “comportamentos inautênticos” relacionado às eleições na internet, em especial nas redes sociais. Um exemplo que costuma ser dado é o uso de robôs e contas falsas para promover artificialmente campanhas de ódio contra candidatos e instituições.

Tais comportamentos são “muitas vezes provenientes de verdadeiras milícias digitais, organizadas hierarquicamente, com financiamento privado e atuação concertada para a difusão de mentiras e ataques às instituições”, disse o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso.

Durante o lançamento do formulário de denúncias, o diretor de políticas públicas para o WhatsApp no Brasil, Dario Durigan, fez um apelo para que também os candidatos denunciem empresas e indivíduos que ofereçam o serviço de disparo de mensagens.

“Sabemos que existem empresas que oferecem serviços ilegais de disparo em massa de mensagens, por isso o WhatsApp solicita aos candidatos que rejeitem essas propostas e façam as devidas comunicações às autoridades constituídas”, disse ele.

Ainda tramitam no TSE diferentes investigações que apuram eventuais desvios às normas eleitorais no pagamento por disparos de mensagens em massa na eleição presidencial de 2018 ] .

Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 15 de agosto de 2020

ENQUETE: Quem fez mais pela saúde de Bom Jardim nos últimos 8 anos?



Neste ano 2020 serão realizadas eleições  para escolha de vereadores e prefeitos de todo Brasil.
No município do Bom Jardim-PE, João Lira e Miguel Barbosa, são pré-candidatos. No passado foram aliados. Hoje, adversários. Os dois governaram Bom Jardim nos últimos 8 anos. 
O que fizeram pela saúde do povo de Bom Jardim? O que prometeram e realizaram? O que prometeram e não foi realizado?  O que não fizeram pela saúde? 
Miguel enfrentou a Chikungunya transmitido por picadas do Aedes Aegypti. João Lira enfrenta o coronavírus.
Quem merece seu apoio e confiança pelo desempenho e atenção dada na saúde do povo bonjardinense? Reflita e responda quem fez mais pela saúde de Bom Jardim nos últimos 8 anos? Quem fez melhor pela saúde?


Dê sua opinião, faça sua avaliação, participe da ENQUETE da CIDADANIA promovida pelo Blog ProfessorEdgarBomJardim 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 28 de junho de 2020

Carinho e afeto:Os amores desenham histórias



Conviver é uma busca de afeto. Nem todos conseguem parceiros que garantam solidariedade. A sociedade se multiplica rapidamente. Não faltam instituições confusas e tecnologias renovadoras.Mas nada consolida, para sempre, proximidades que provoquem alegrias e tragam generosidade. Nem tudo está cinza. Não se deve apagar as marcas da memória. Há lacunas imensas que inquietam. A história vai e vem, promete e nos agita. É uma convivência de tempos que surpreendem e atiçam a imaginação.

Quem ama se integra. O amor não é efêmero. Ele pede sossego, intimidade, luz. Reforça as possibilidades de sair para o mundo, distrai, encanta. Há dissonâncias. A homogeneidade não é absoluta. As invenções surgem para que o afeto se solte e não se aprisione. Amar é abrir gaiolas, sentir o cheiro da natureza, não ritmar o medonho, nem curtir egolatrias. Existem culturas diversas, ambições, narcisismos, pois o capitalismo caminha espalhando explorações. Porém, é sufocado por polêmicas, se envolve com crises e cinismos. A geometria possui avessos e contrapontos.

O amor se desintegra, quando se transforma em mercadoria.Tudo é presente, tudo é compra, tudo é vaidade. Não é fácil riscar os desconfortos daqueles que estimulam intrigas. O poder atrai, corrói os sentimentos. Nada se eterniza.As figuras dos deuses enchem templos, exigem crenças, porém não firmam tempos inatacáveis. Conviver é narrar histórias e aprender com elas. A fantasia espanta o pessimismo e o afeto tatua o azul que visita o horizonte.O planeta terra não cessa de girar, suspeitando da linha reta.

Se as histórias tentam a completude, mas falham, não se assuste. Não há como fixar a perfeição. O mito do pecado original está relacionado com a culpa. Freud analisou com profundidade nossas pulsões. As guerras nos fragilizam, as pandemias massacram a esperança, a respiração é fundamental para esticar as transcendências. As mentiras circulam, os amores desenham verdades, possuem lágrimas, descansam para desfiar os descasos dos tormentos. Não fique apático.Olhe a janela aberta e o sol banhando seu desejo.

Paulo Rezende/ A astúcia de Ulisses.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Live de Maciel Santos debate Olhares Sobre o Racismo



Nesta sexta, 26.06.2020, o programa Dialogando para Construir recebe o Professor Edgar S. Santos, para um bate papo com o tema: Um olhar sobre o racismo, os preconceitos e a consciência negra.

Tudo começa às 19hs, aqui em nossa Fanpage, nos sentiremos felizes se você participar conosco. https://www.facebook.com/maciel.santos.754?epa=SEARCH_BOX

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 25 de junho de 2020

STF proíbe redução de salários de servidores públicos



Em decisão nesta quarta-feira 24, o Supremo Tribunal Federal (STF) votou por impedir que estados e municípios reduzam o salário de servidores públicos como forma de ajuste das contas públicas.

A Corte julgou a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 2338, movida pelos partidos PT, PCdoB e PSB, que questionou a constitucionalidade da redução de salários.

No recurso, as legendas apontaram como inconstitucional a interpretação de dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal que permita a redução de vencimentos de servidores públicos para adequar as despesas com pessoal.

A análise começou em fevereiro de 2019 e foi suspensa em agosto. Faltava o parecer decisivo do ministro Celso de Mello, em um placar que não havia alcançado a maioria necessária para declarar inconstitucionalidade aos dispositivos questionados, já que apenas seis de 11 decanos haviam se manifestado nesse sentido.

Além de Celso de Mello, votaram contra a redução de salários os ministros Ricardo Lewandowski, Rosa Weber, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Luiz Fux e Marco Aurélio Mello. A decisão vale para estados, municípios e para a União.

Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 12 de junho de 2020

Por que o Dia dos Namorados é em junho no Brasil e em fevereiro no resto do mundo?


Casal namorados se beijando em uma casa de fazendaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO Dia dos Namorados é comemorado em 12 de junho no Brasil

Qual é a origem do Dia dos Namorados no Brasil? Enquanto os Estados Unidos e a Europa comemoram o chamado "Valentine's Day" (ou Dia de São Valentim), em 14 de fevereiro, por aqui, o feriado do romance é celebrado em 12 de junho desde 1948.

E o motivo é exclusivamente comercial.

A ideia de estabelecer a comemoração veio do publicitário João Doria, pai do governador de São Paulo João Doria Jr. Dono da agência Standart Propaganda, ele foi contratado pela loja Exposição Clipper com o objetivo de melhorar o resultado das vendas em junho, que sempre eram muito fracas.

Inspirado pelo sucesso do Dia das Mães, Doria instituiu outra data para trocar presentes no ano: o Dia dos Namorados.

Namorados se beijam em frente a um letreiro luminosoDireito de imagemAFP
Image captionOutros países celebram a data em fevereiro

Junho foi escolhido porque era justamente o mês de desaquecimento das vendas. O dia 12 foi escolhido por ser véspera da celebração de Santo Antônio, que já era famoso no Brasil por ser o santo casamenteiro.

Unindo, então, o útil ao agradável, Doria criou a primeira propaganda que instituiria a data no país.

"Não é só com beijos que se prova o amor!", dizia um slogan do primeiro Dia dos Namorados brasileiro. "Não se esqueçam: amor com amor se paga", afirmava outro. A propaganda foi julgada a melhor do ano pela Associação Paulista de Propaganda à época.

Dia dos NamoradosDireito de imagemTEXTO DE JOÃO DORIA, ARTE DE FRITZ LESSIN
Image captionSlogan de propaganda do Dia dos Namorados criada por João Doria

A data começou a "pegar" no Brasil no ano seguinte, quando mais regiões começaram a aderir - posteriormente, a comemoração se tornou nacional.

Atualmente, o Dia dos Namorados já é a terceira melhor data para o comércio no país - atrás apenas do Natal e do Dia das Mães. A média do faturamento do dia romântico já chega perto de R$ 1,5 bilhão.

Namorados trocam presentes no Dia dos NamoradosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCom o incentivo à troca de presentes entre namorados, a data ajudou a aumentar as vendas do comércio em junho

Dia de São Valentim

A origem do Valentine's Day (Dia de São Valentim), celebrado nos Estados Unidos e na Europa, é muito anterior ao Dia dos Namorados no Brasil. A data começou a ser celebrada no século 5.

Há algumas explicações para a história, mas a mais famosa é a de que São Valentim era um padre de Roma que foi condenado à pena de morte no século 3.

Segundo esse relato, o imperador Claudio 2 baniu os casamentos naquele século por acreditar que homens casados se tornavam soldados piores - a ideia dele era de que solteiros, sem qualquer responsabilidade familiar, poderiam render melhor no exército.

Valentim, porém, defendeu que o casamento era parte do plano de Deus e dava sentido ao mundo. Por isso, ele passou a quebrar a lei e organizar cerimônias em segredo.

Estátua de Santo AntônioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNo Brasil, Santo Antônio é mais famoso como casamenteiro do que São Valentim

Quando o imperador descobriu, o padre foi preso e sentenciado à morte no ano 270 d.C.

Mas, durante o período em que ficou preso, Valentim se apaixonou pela filha de um carcereiro. No dia do cumprimento da sentença, ele enviou uma carta de amor à moça assinando "do seu Valentim" – o que originou a prática moderna de enviar cartões para a pessoa amada no dia 14 de fevereiro.

Foi apenas dois séculos depois que a data passou a ser efetivamente comemorada, quando o papa Gelásio instituiu o Dia de São Valentim, classificando-o como símbolo dos namorados.

A comemoração foi criada quando a Igreja transformou em festa cristã uma antiga tradição pagã – um festival romano de três dias chamado Lupercalia. O evento, ocorrido no meio de fevereiro, celebrava a fertilidade. Seu objetivo era marcar o início oficial da primavera.

Jovens seguram corações partidosDireito de imagemREUTERS
Image captionDia de São Valentim é famoso até mesmo em alguns países muçulmanos - onde gera polêmica e protestos, muitas vezes

Mas há ao menos outras duas figuras históricas que disputaram o título de São Valentim associado a essa data. Uma delas é um bispo de uma cidade próxima a Roma - na região da atual Terni - e a outra, um mártir do norte da África. Como não se sabe muito sobre essas duas outras figuras, o padre de Roma acabou se tornando o mais conhecido dos padroeiros dos namorados.

BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 9 de junho de 2020

Grupo de amigos se une para doar refeições a moradores de rua


Todas segundas, quartas e sextas-feiras, um grupo de amigos sai de Santana, na zona norte de São Paulo, em direção a algum bairro da região ou ao centro da cidade com um objetivo em comum: ajudar quem mais precisa com doações neste período de pandemia. O projeto, batizado de “ZN Solidária“, nasceu no início de março e já conseguiu entregar mais de 3.700 refeições a moradores de rua, além de cestas básicas a famílias vulneráveis.

A iniciativa surgiu a partir da família que comanda um estabelecimento local, o “Restaurante da Baixinha”. Com a pandemia, o local teve que fechar as portas e trabalhar apenas com delivery. A dona, chamada Nadia, é do grupo de risco e precisou ficar em casa durante muito tempo. Foi então que ela teve a ideia de arrecadar alimentos e fazer entregas de refeições.

O filho de Nadia, Vando, comentou com os amigos, que logo abraçaram a ação, comandada atualmente por cinco voluntários. No início, o grupo divulgou o projeto pelo WhatsApp com o intuito de fazer apenas dois dias de entrega na Avenida Cruzeiro do Sul, na zona norte. Com as arrecadações de mais alimentos, eles expandiram o movimento e passaram a sair às ruas três vezes por semana.

Segundo o bancário Thiago Aguilera, um dos voluntários à frente do “ZN Solidária”, o movimento tem recolhido comida para fazer as refeições, bebidas (água, suco e refrigerante), roupas e itens de higiene.

“Além disso, a gente está entregando cestas básicas para famílias mais necessitadas, que entram em contato conosco”, relata à Catraca Livre. Agora, a meta é chegar a alguns pontos da cidade onde há muitos moradores de rua, mas nos quais as doações geralmente não chegam.


#NessaQuarentenaEuVou – Dicas durante o isolamento:


A cada dia que passa, a iniciativa está crescendo mais e atraindo a participação de outras pessoas, que não conheciam o grupo. “Muitos viraram voluntários e estão em todas entregas com a gente”, afirma Aguilera.

Para o bancário, tem sido muito gratificante receber elogios de quem conhece o projeto. “Do nada, nós começamos e jamais esperávamos a proporção que está tomando. E a gente está avançando a cada dia e ajudando mais pessoas”, ressalta.

O “ZN Solidária” está arrecadando doações de alimentos e outros itens aos moradores de rua, que podem ser feitas via depósito (entrar em contato via Instagram) ou por meio de uma vaquinha online. Para ajudar o projeto, clique neste link — é possível colaborar com qualquer quantia.

Catraca Livre

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 2 de junho de 2020

Senado vota hoje PL das Fake News, alvo de críticas de bolsonaristas a organizações de direito digital; entenda



CelularesDireito de imagemGETTY IMAGES

O Senado deve votar nesta terça-feira (02/06) o PL das Fake News, um projeto de lei com objetivo de combater a divulgação de notícias falsas nas redes sociais, em um momento de crescente preocupação com a circulação de informações incorretas sobre a pandemia de coronavírus e também envolvendo ataques a figuras políticas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

A proposta, porém, enfrenta oposição de grupos que veem risco de redução da liberdade de expressão caso ocorra sua aprovação. Entre os críticos estão desde apoiadores do presidente Jair Bolsonaro a organizações sem relação com o governo que atuam na área de direito digital. Essas organizações integram a Coalização Direitos na Rede e defendem que outra proposta de regulação seja elaborada a partir de um debate mais aprofundado.

Procuradas pela reportagem da BBC News Brasil, grandes empresas do setor como Facebook (dona também de Instagram e WhatsApp), Google (dona do YouTube) e Twitter também defenderam a necessidade de uma discussão mais ampla sobre o tema.

Defensor da proposta, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse, por meio de sua conta no Twitter, que "o objetivo é fortalecer a democracia por meio do combate a informações falsas".

"Por isto, barrar as fake news é um serviço em prol da liberdade, da boa informação e da verdade. Aqueles que espalham fake news devem ser punidos com os rigores da lei", afirmou ainda.

Se o PL for aprovada pelos senadores, depois será analisado na Câmara dos Deputados, onde também conta com apoio do presidente da Casa, Rodrigo Maia.

Presidente do Senado, Davi Alcolumbre, participa de Sessão Deliberativa RemotaDireito de imagemLEOPOLDO SILVA/AGÊNCIA SENADO
Image captionPresidente do Senado, Davi Alcolumbre, participa de Sessão Deliberativa Remota

Já a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das principais apoiadoras de Bolsonaro no Congresso, argumentou, também pelo Twitter, que "a lei brasileira já dispõe de mecanismos para a retirada de calúnias e difamações das redes sociais". Segundo ela, "o PL 2630/2020 criará verdadeiros TRIBUNAIS DE EXCEÇÃO nas redes sociais, em que 'checadores de fatos' não concursados decidirão o que cidadãos comuns poderão postar".

O presidente e seus aliados enfrentam acusações de usar uma rede articulada de divulgação de notícias falsas para atacar adversários políticos que seria operada de dentro do Palácio do Planalto pelo chamado "Gabinete do Ódio".

Na quarta-feira passada, parlamentares, empresários e ativistas bolsonaristas que participariam dessa rede foram alvos de uma operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das Fake News.

Bolsonaro e seus aliados negam a existência do Gabinete do Ódio, se dizem vítimas de notícias falsas e afirmam que estão sendo censurados por um inquérito aberto ilegalmente pelo presidente do STF, Dias Toffoli. A previsão é de que o plenário do Supremo julgue no dia 10 de junho um recurso que pede o arquivamento dessa investigação.

Texto que vai à votação ainda não foi fechado

O PL das Fake News foi elaborado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) em parceria com os deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES). Eles negam que a proposta preveja censura já que o PL não determina a exclusão de qualquer conteúdo das redes sociais.

No entanto, devido às críticas, eles sugeriram na segunda-feira (01/06) retirar alguns pontos delicados do projeto original, como a previsão de que plataformas como Facebook, Twitter e YouTube deveriam informar seus usuários quando determinado conteúdo fosse classificado como desinformação por checadores independentes. A grande controvérsia nesse ponto é transferir demasiado poder a essas plataformas verificadoras para determinar que conteúdo deve ou não ser considerado verdadeiro.

Agora, a proposta desses parlamentares prioriza o combate à atuação de contas automatizadas (robôs) e inautênticas (com identidade falsa, para enganar o público).

Jair BolsonaroDireito de imagemREUTERS
Image captionVeiculação de notícias falsas nas eleições vencidas por Bolsonaro é apurada no Congresso

"Nosso foco é tirar de circulação as ferramentas que são usadas criminosamente: contas falsas e redes ilegais de distribuição e desinformação", disse Alessandro Vieira, em entrevista coletiva.

No entanto, os três parlamentares passaram a defender outra questão controversa: incluir no PL que usuários de rede social sejam obrigados a confirmar sua identificação e localização, "inclusive por meio da apresentação de documento de identidade válido" às plataformas, com objetivo de coibir a atuação de robôs não identificados e contas falsas.

O texto que irá a votação será fechado pelo relator do PL, senador Angelo Coronel, e não foi divulgado com antecedência, o que gerou novas críticas dos opositores da proposta.

"É um tema super complexo, que está em debate no mundo, e nem sabemos o texto que será votado nesta terça. Não é nem um pouco razoável acelerar a votação desse projeto", afirma Mariana Valente, professora do Insper e diretora do InternetLab, uma das organizações que integra a Coalização Direitos na Rede.

Para Valente, a exigência de um documento é uma quebra de privacidade dos usuários da rede, que pode comprometer sua liberdade de expressão. Ela ressalta que, por meio de decisões judiciais, já é possível descobrir o IP (identificação única para cada computador conectado a uma rede) do usuário e, assim, identificar quem está por trás da conta, no caso de investigações criminais.

"A pessoa se comunicar o tempo inteiro revelando quem é tem efeitos imensos, não só para a comunicação política, mas para outras expressões da personalidade", afirma a professora.

"Por exemplo, pessoas homossexuais que vivem em ambiente repressivo podem querer encontrar outras pessoas nas redes, trocar informações, sem estarem identificadas", reforça.

Autores dizem que proposta aumenta proteção ao usuário

Os autores do PL argumentam que sua proposta eleva a proteção ao usuário contra a exclusão de conteúdo. Eles destacam que as plataformas de redes sociais já apagam ou classificam conteúdos de usuários como falsos, segundo critérios próprios, em processos com pouca transparência.

Em 30 de março, por exemplo, Facebook e Instagram deletaram um vídeo compartilhado nas contas oficiais de Bolsonaro, em que o presidente promovia o uso de hidroxicloroquina para tratamento de covid-19, embora sua eficácia para esse fim não tenha sido comprovada em estudos científicos.

"Removemos conteúdo no Facebook e Instagram que viole nossos Padrões da Comunidade, que não permitem desinformação que possa causar danos reais às pessoas", informou o Facebook em nota, na ocasião.

Um dia antes, o Twitter apagou duas mensagens publicadas por Bolsonaro com vídeos de um passeio que o presidente havia feito em uma área comercial no Distrito Federal. A empresa declarou que as postagens de Bolsonaro violaram as regras de uso da plataforma por potencialmente "colocar as pessoas em maior risco de transmitir covid-19".

Imagem de uma tela de celular com notícia sobre o coronavírus e uma ilustração do vírusDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA mera presença de uma imagem ao lado de uma informação ajuda a aumentar sua aparência de veracidade

No PL das Fake News, os parlamentares propõem que as plataformas de redes sociais sejam obrigadas a oferecer por três meses a possibilidade de recurso aos usuários quando tiverem mensagens apagadas. Além disso, caso seja posteriormente identificado que a exclusão foi indevida, sua proposta prevê que "caberá ao provedor de aplicação de internet reparar o dano, informando o erro de maneira destacada e garantindo a exposição da correção, no mínimo, aos usuários inicialmente alcançados".

Maioria quer lei sobre fake news, diz pesquisa da Avaaz

Uma pesquisa realizada pelo instituto Ibope, contratada pela organização Avaaz, aponta que 90% brasileiros apoiam a regulamentação das plataformas de redes sociais para combater as fake news.

Segundo o levantamento, que entrevistou mil pessoas por telefone, 81% também se mostraram favoráveis a uma lei que obrigue as empresas de redes sociais a mostrarem artigos com checagem de fatos independentes para todas as pessoas expostas a conteúdo falso ou enganoso.

Esse é justamente um dos pontos polêmicos que os autores do PL das Fake News sugeriam retirar do texto que vai à votação nesta terça, já que há controvérsia sobre como os conteúdos seriam classificados como desinformação e por quem.

Os três parlamentares sugeriram, então, que o projeto de lei dê prazo de um ano para que o Comitê Gestor da Internet no Brasil — órgão composto por representantes de governo, empresas, organizações do terceiro setor e comunidade científica — crie um grupo multissetorial para elaborar uma nova proposta que "contenha a conceituação da desinformação, formas de combate e boas práticas".

Loja vazia com cartaz sobre o coronavírusDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPara combater as notícias falsas, é importante apresentar os fatos de maneira simples

A rede ativista Avaaz, que não integra a Coalização Direitos na Rede, é a favor de que as plataformas sejam obrigadas a apontar aos usuários conteúdos identificados como falsos por checadores independentes. A organização defende também que as empresas não possam ampliar a visibilidade dessas informações por meio de seus algoritmos.

Para a Avaaz, a desinformação ameaça diversos direitos, como o direito à saúde, no caso de conteúdo falso sobre a pandemia, ou o direito ao voto, quando mensagens enganosas circulam durante eleições.

Segundo a coordenadora de campanhas da Avaaz Laura Moraes, a organização defende celeridade na aprovação de uma lei que inclua essa obrigação, mas concorda com a Coalização Direitos na Rede que a votação no Senado não deveria ocorrer nesta terça-feira.

"São 9 da noite (de segunda-feira) e ainda não sabemos qual texto será votado", criticou.

Google, Facebook e Twitter defendem mais debate

Uma porta-voz do Facebook ouvida pela reportagem disse que a empresa apoia uma discussão mais detalhada da proposta em análise no Congresso: "Nos colocamos ao lado de organizações de defesa dos direitos na internet ao apoiar que projetos de lei sejam resultado de amplo debate público, para garantir que não representem ameaça à liberdade de expressão e para evitar que tragam insegurança jurídica ao setor", afirmou.

No mesmo sentido, o Google, por meio de nota, disse que compartilha "da preocupação de entidades da sociedade civil, grupos acadêmicos e especialistas sobre a necessidade de um debate público mais amplo e informado a respeito de propostas legislativas que busquem soluções para problemas complexos, como o da desinformação".

O Google disse ainda que "segue comprometido no combate à desinformação no Brasil, com uma abordagem em várias frentes, oferecendo informações úteis, relevantes e de qualidade para as pessoas, ao mesmo tempo em que atualiza e aplica suas políticas sobre conteúdo e desenvolve ações para apoiar o jornalismo profissional, as organizações de checagem e iniciativas de educação midiática."

Em posicionamento enviado à BBC News Brasil, o Twitter disse acreditar "que o importante e complexo debate sobre políticas de enfrentamento ao tema da desinformação deve ser amplo e cauteloso, permitindo seu amadurecimento e a construção de consensos, para que não haja o risco de resultar em supressão da liberdade de expressão e informação, conforme vêm alertando as principais organizações de defesa de direitos na internet".


Professor Edgar Bom Jardim - PE