domingo, 25 de janeiro de 2015

Charlie, as vitrines, a mídia, o poder

Os negócios são complexos. Exigem rapidez e astúcia. O importante é não perder espaço de poder e procurar agitar a grana com eficácia internacional. Por isso as notícias circulam com raro senso de especialização. Elas revelam políticas e preconceitos. Desenham histórias, escolhem vítimas, estabelecem verdades, mexem com multidões. Não é à toa que as concorrências aumentam nos meios de comunicação. Elas valem lugares preciosos. Formam opiniões, concretizem redes sociais, vestem vaidades.
Não é apenas um jogo de classificados e manchetes escandalosas. Os conhecimentos dão fogo às informações. Há estudos, pesquisas, buscas. Mesmo que o efêmero predomine é fundamental que a notícia justifique concepções de mundo e mostre apoio aos mais justos. As montagens insinuam divagações raras. As máscaras e as vitrines guardam seus lugares para agitar a massificação. As ambivalências são amplas, mas quem abandona a memória não observa que nada surge repentinamente. Os tempos se costuram, inventam origens, culpas e anuncia perdões.
Temos acontecimentos, quase diários, que atiçam expectativas. Muita gente segue o tamanho dos desencontros. A crítica não é escutada, pois as verdades se misturam com versões múltiplas. Portanto, as polêmicas existem, os consensos são frágeis e podem trazer ilusões. É importante assinalar como tudo vai e volta, como as tensões parecem indispensáveis. Os cenários ganham cores, textos, grafias inesperadas. O movimento significa a história visualizando sentidos, afirmando controvérsias.
É incrível, porém, as competições circulam com estranhamentos, para alguns, ou com sinais de mesmices para os mais desconfiados. Até a indústria de armas produz fortunas, simula conflitos, embora haja repúdio às guerras e à violência. É difícil estipular a qualidade do julgamento. Quanto vale cada coisa? Quem se embriaga com as novidades? Vejo muita confusão solta, desfilando, pouco ligando para os cinismos. As memória evitam que mergulhemos nos abismos do aqui e agora. A mundo da aldeia global é entrelaçado, no entanto possui diferenças, não é uniforme.As perguntas não devem ser esquecidas.
Os fatos sugerem interpretações. Desmontá-los é decisivo, desde que eles dialoguem com passados, não fiquem preso em imagens violentas ou argumentem para salvar os donos do mundo. Distinguir harmonias é precário. Isso não anula a reflexão, a inquietude, nem a passividade. Os brilhos das vitrines curtem fantasias, dividem, riscam possibilidades de aproximação. O cuidado com a sedução das imagens desfaz o show que fermenta guerras. As certezas e as dúvidas esticam-se como linhas sem medidas. Fazer da violência um caminho é uma escrita que  sacrifica e distorce.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

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