quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Tensões , salvacionismos, desmontes

A história não pede licença. Nós é que temos que cuidar das controvérsias e dá um jeito de amenizar os desencontros. Não há um enredo  determinado. Vamos construindo, nem sempre escolhemos as arquiteturas mais atraentes. Há momentos de muita confusão, onde os acordos não funcionam e tentam-se soluções imediatas e inseguras. As garantias são precárias, A história mantém mistérios e interpretações que não trazem sossegos, mas muitas expectativas e até sinais de apocalipses.
As ideias de fraternidade se apresentam remendadas, a política e as religiões passam por transformações rápidas. Talvez, a urgência esteja ligada ao pragmatismo ou às manobras do capitalismo para firmar riquezas e concepções de mundo. Ele não quer perder o ritmo e há quem dite as normas e as manipulações necessárias. Os contrapontos sempre existirão, ainda bem que a homogeneidade não se concretiza. No entanto, a dominação secular consegue ser insistente e, ao mesmo tempo, sutil e disfarçada.
O capitalismo segue, a desigualdade mostra-se cruel e a sociedade discute saídas ou simula discutir saídas. Estamos num enorme labirinto e nos perdemos faz muito tempo. Nem por isso as idealizações desapareceram. As desconfianças, contudo, se multiplicam. O desejo de salvação não está,apenas, nas preces religiosas ou nos sermões que fazem os templos tremerem. As religiões enfrentam desafios e não se escondem. Modernizam-se, sem se desfazerem das tradições. Tudo isso amplia as dubiedades, tumultua o valor das crenças.
A quantidades de líderes religiosos que disputam as eleições é crescente. O catolicismo perdeu força, porém busca caminhos que renovam comportamentos. Não quer abandonar o espaço que tinha, sabe que a política oferece um poder que não deve ser ignorado. As famosas novas religiões, estruturadas no mundo contemporâneo, aumentam sua presença, jogam com os meios de comunicação e arrecadam lucros imensos. Para que isso não se dilua, é importante articulações com partidos e alianças com o profano.Os políticos não zombam do tempo. Tornam-se portadores da fé, poucos afirmam que estão longe dos destinos divinos.
O salvacionismo se expande. Seus territórios são complexos. Há tons messiânicos nos planos desenvolvimentistas e o oportunismo possui máscaras coloridas. Ninguém se coloca como conservador, O charme é ser moderno. Será que um novo capítulo  de uma trama inesperada se monta? O Ocidente também não cultiva seus conflitos de fé usando outros artifícios diferentes do mundo muçulmano? Há certezas ou instabilidades? No Brasil, no ano das escolhas mais decisivas, os debates se acirram e as tensões não diminuem. O campo da disputa  tem sombras e uma lucidez estranha..
Os partidos quase nada entendem dos seus princípios políticos e de uma ética da solidariedade. O espetáculo atrai, as imagens convencem quem não gosta de se perturbar com a crítica. O moderno e o arcaico dialogam e os institutos de pesquisas atuam com grande desenvoltura. As ares pós-modernos não provocam só querelas acadêmicas. Eles também atiçam meditações e movem as agências de propaganda, formando especialistas presentes nas manchetes dos jornais. Cada época com suas “modas”, moendo o tempo, a ansiedade, o descartável. Os profetas políticos se animam com as encenações históricas.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

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