Quatro municípios pernambucanos voltam às urnas, dois deles domingo, para escolher novo prefeito
Clima na cidade de Primavera, na Zona da Mata Sul, é de expectativa para a nova eleição municipal. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
O vencedor do pleito do ano passado, de acordo com as urnas, foi Rômulo César Moura Peixoto, mais conhecido como Pão com Ovo (PRTB). Ele, porém, sequer assumiu. Foi barrado pela Lei da Ficha Limpa sob acusação de compra de votos, crime ocorrido na campanha eleitoral de 2004. Na época, ele também se candidatou a prefeito, ganhando a disputa. Assumiu, mas teve o mandato cassado um ano e meio depois e, assim como agora, foi necessária a realização de nova eleição suplementar. Um fato, cujos detalhes são pouco lembrados na cidade. "Eu votei naquela época, mas não lembro porque teve outra eleição", comentou o aposentado Silvanio Coelho, um dos 10.164 eleitores de Primavera.
Impedido de seguir na disputa, Pão com Ovo decidiu lançar agora a mãe, Naza (PRTB). "Meu filho me apoia como filho e como político. Ele aconselha eu ser objetiva, falar apenas daquilo que sei. Muitas vezes, vai junto comigo para as visitas, mas quando não pode, vou com o grupo dele", disse a candidata, que trabalhou muitos anos como professora.
O principal concorrente dela é o ex-prefeito Jadeildo Gouveia da Silva, o Galego do Gás (PR). Ele foi o segundo colocado nas eleições municipais de 2012 e sua candidatura esteve ameaçada devido à uma ação da coligação adversária, que alegava inelegibilidade por rejeição de contas públicas. Na última terça-feira (28), porém, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) analisou o caso e considerou, por 4 votos a 2, que não havia motivos suficientes para a impugnação da candidatura de Galego do Gás, mantendo assim os dois grupos políticos rivais, que se alternam no poder do município há 20 anos, aproximadamente, na disputa.
Enquanto o novo prefeito não é conhecido, o presidente da Câmara, vereador Edmilton Zacarias, o Mima da Banca (PSC), vem ocupando interinamente a prefeitura. "É uma experiência amarga. Encontrei muitas dificuldades, salários atrasados e dívidas que impediram de receber recursos federais. Além disso, não existiu transição. Mas na rua sou cobrado como prefeito", comentou o político, que foi para o Executivo com a expectativa de passar, no máximo, 90 dias.
Primavera
Eleição: 2 de junho
10.238 eleitores
Candidatos
Dra. Tânia Maria (PSC)
Fernando Dentista (PDT)
Galego do Gás (PR)
Naza (PRTB)
Santa Maria da Boa Vista
Eleição: 2 de junho
27.274 eleitores
Candidatos
Antônio Pereira (PV)
Eliane Costa (PSL)
Jetro do Nascimento Gomes (PSB) - registro indeferido
Paulo Pontes (PRP)
Brejo da Madre de Deus
Eleição: 7 de julho
30.336 eleitores
Candidatos
Hilário de São Domingos (PSDC)
Roberto Asfora (PSDB)
Obs: O município de Água Preta ainda não há candidatos inscritos, nem data da eleição suplementar
Primavera viveu situação parecida na eleição anterior. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
A decisão da Justiça de marcar uma nova eleição em Primavera gerou uma reviravolta política na cidade. Os vices dos principais candidatos a prefeito em 2012 romperam alianças e decidiram virar cabeças de chapa. Logo na entrada da cidade uma grande bandeira e quatro cavaletes sinalizam para o comitê de um deles. Trata-se de Fernando Dentista (PDT), ex-vice de Galego do Gás.
"Todos os dias fazemos porta a porta reuniões com o povo. A cidade está abandonada, na saúde não temos médico, no cemitério não se pode mais enterrar ninguém. É um caos", disse. Fernando Dentista lembra que, em 2008, disputou a prefeitura como vice na chapa de Pão com Ovo, adversário político de Galego do Gás, que perdeu a eleição naquele momento. "Decidi me candidatar independente deles, pois vi que nenhum dos dois tinha compromisso. Era briga pelo poder",
alfinetou.
Semelhante a Fernando Dentista, Tânia Maria, conhecida como Dra. Tânia (PSC), caiu em campo para disputar a prefeitura. No ano passado, ela disputou como vice de Pão com Ovo. "No ano passado, a gente queria disputar independente dele, mas o grupo achou que não ganharia e se uniu com Pão com Ovo. Ele aceitou porque tínhamos um grupo grande, mas assim que saiu o resultado começou a nos escantear", explicou a candidata.
Presidente da Câmara vem gerindo a prefeitura. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
Dos quatro municípios pernambucanos que terão eleição suplementar, Água Preta foi o último a ter a situação definida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na última terça-feira. A data para o pleito ainda será marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), que também decidirá o dia em que o atual presidente da Câmara de Água Preta, Elias de Alegrete (PTN), assumirá interinamente o cargo de prefeito. Por enquanto, ainda não há candidatos inscritos, mas os dois protagonistas da disputa de outubro do ano passado, Eduardo Coutinho (PSB), que estava no comando da prefeitura, e Armando Souto (PDT), devem voltar a se encontrar nas urnas.
Em 2012, Armando Souto venceu a disputa, derrotando o então prefeito Eduardo Coutinho. Porém, ele disputou sub judice, já que teve problemas para obter legenda para concorrer à reeleição. Souto conquistou 52,75% dos votos no município, mas devido ao questionamento judicial, a Justiça Eleitoral, em primeira instância, decidiu pela realização de um novo pleito, já que havia obtido mais de 50% dos votos.
Coutinho recorreu da decisão de primeira instância no TRE. O tribunal, liminarmente, deu posse ao socialista, decidindo pela não realização de novas eleições. Souto então recorreu ao TSE, que retomou o entendimento original e determinou a realização de nova eleição municipal.
Colaborou o repórter Tauan Saturnino, especial para o Diario de Pernambuco.
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