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Médico de hospital de Natal postou no Twitter foto de paciente deitada no chão.
Macas com pacientes espalhados pelos corredores, mulheres em trabalho de parto fora dos leitos e, no último sábado (24), havia até uma mulher --que deveria estar recebendo os cuidados de um pós-parto-- deitada no chão. Esta é a realidade do Hospital Santa Catarina, localizado no bairro Potengi, zona norte de Natal.
Assim como a Maternidade Escola Januário Cicco, o Hospital Santa Catarina tem absorvido a demanda de pacientes que procuram as maternidades e outras unidades de saúde do município, que estão sem atendimento em virtude da paralisação dos médicos cooperados da prefeitura. Cansado de ver nos últimos dias a situação dos pacientes, o médico anestesiologista Cripriano Júnior postou no Twitter, neste domingo (25), a foto de uma paciente deitada no chão do hospital. Segundo ele, tratava-se de uma mulher em pós-parto. “Eu não imaginei que a foto ganhasse tanta repercussão, mas ela mostra um pouco do que está ocorrendo aqui. Apesar da superlotação, não podemos deixar de atender estes pacientes que aqui chegam”, explicou. Cipriano C. Júnior@CiprianoJr Hosp santa catarina. Paciente em pós-parto dorme no chão. Absurdo! @MichelleRincon2 pic.twitter.com/oDwV3PFr 25 nov 12 ResponderRetweetarFavorito Outras situações semelhantes à denunciada pelo médico foram vistas nesta segunda-feira (26) pela reportagem do UOL, que esteve no hospital.
A paciente Yasmim Souza, 23, ainda na maternidade porque seu bebê está em observação, disse que seu parto foi há oito dias, mas no sufoco. “Como o ar-condicionado não estava funcionando, minha mãe ficou me abanando de um lado e uma enfermeira ficava abanando a médica do outro lado. A doutora chegava a pingar de tanto calor”, disse. Contando com Yasmim, somam-se 25 as pacientes que já tiveram bebê no hospital, mas ainda permanecem internadas em observação “de forma improvisada” no hospital. “Algumas destas mulheres estão ocupando hoje a sala que deveria servir para o exame de cardiotocografia. Ou seja, já não podemos fazer este exame aqui, mas fazer o quê? Não vamos deixar de acolher as pacientes”, disse a médica obstetra Maria da Conceição Rocha. No Hospital Santa Catarina, a sobrecarga na demanda vai desde as gestantes à pacientes de clínica médica e cirurgia. Hoje, uma menor de 16 anos relatou que deu entrada no hospital na sexta-feira (23) por conta de um cisto no ovário e, sem ter um leito para ficar, se ajeitou pelo chão. “Eu mesma peguei travesseiro e lençol e forrei o chão para deitar. Passei a noite toda até conseguir uma maca”. Nesta segunda, seis mulheres ocupavam e transformavam “no improviso” uma área que deveria ser apenas para circulação em “enfermaria”. Nela, estava Jenifer Silva, 19, contorcendo-se de dor na cadeira, ela chegou ao Hospital Santa Catarina depois de receber na Maternidade Leide Morais a informação de que ali não havia atendimento. Junto a ela, estava Carla Cristina da Silva, 22, grávida de seis meses e com infecção urinária. “Cheguei aqui às 18h30 de domingo. Dormi sentada neste banco e por aqui ainda estou, recebendo antibiótico.
Apesar de todas as dificuldades, pelo menos neste hospital recebem os pacientes”. Com diabetes e internado no Hospital Santa Catarina há sete dias, Jose Bonifácio, 42, é um dos pacientes instalado em macas pelos corredores. “Até a medicação eu recebo aqui”, contou. “Eu trabalho há 25 anos neste hospital e posso dizer que a situação está difícil nestes últimos 15 anos. Quando achamos que não há em que piorar, acontece algo para nos mostrar que pode ser ainda pior, como agora está”, disse a médica Maria da Conceição. Outro lado A diretora do Hospital, Maria da Guia Araújo, disse que além da paralisação dos médicos cooperados, a demanda na unidade é alta devido aos pacientes do interior. "Realizamos por mês em torno de 450 partos. Destes, aproximadamente 250 são de mulheres que vêm do interior. Além da obstetrícia, a superlotação ocorre em todas as áreas do hospital". Sobre a foto publicada no Twitter que mostra a paciente deitada no chão, a diretora diz acreditar que ela tenha sido feita enquanto as pacientes eram retiradas de uma sala para a instalação do ar-condicionado.
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Professor Edgar Bom Jardim - PE
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