sábado, 8 de outubro de 2011

Nobel da Paz é concedido a mulheres

Duas liberianas e uma iemenita foram agraciadas por defesa de direitos

OSLO (AE-AP/DJ) - A presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf, a também liberiana Leymah Gbowee e a iemenita Tawakkul Karman são as ganhadoras do Prêmio Nobel da Paz de 2011, informou, ontem, o Comitê do Prêmio Nobel, na Noruega. Elas foram agraciadas por seu trabalho a favor dos direitos das mulheres.

O comitê destacou o trio “por sua luta pacífica pela segurança da mulher e pelos direitos das mulheres para participar totalmente nos trabalhos de construção da paz”. “Não podemos alcançar a democracia e uma paz duradoura no mundo, a menos que as mulheres obtenham as mesmas oportunidades que os homens para influir nos fatos em todos os níveis da sociedade”, anunciou o comitê do prêmio.

Tawakkul tem 32 anos e é mãe de três filhos. Ela lidera o grupo de direitos humanos Mulheres Jornalistas Sem Correntes. Teve destacada participação nos protestos contra o presidente iemenita, Ali Abdullah Saleh, iniciados em janeiro como parte da chamada Primavera Árabe, onda de revoltas contra o autoritarismo que tem convulsionado o mundo árabe. “Estou muito, muito feliz por este prêmio”, disse ela à Associated Press. “Dedico o prêmio à juventude da revolução no Iêmen e ao povo iemenita”, afirmou. “Eu dedico isso a todos os ativistas da Primavera Árabe”, disse ela em outra entrevista, à rede “Al-Arabiya”.

O presidente do comitê do prêmio, Thorbjoern Jagland, destacou que o trabalho de Tawakkul começou antes das revoltas árabes. “Muitos anos antes de que as revoluções começassem, ela se levantou contra um dos regimes mais autoritários e autocráticos do mundo”, disse ele. Karman já foi denominada “mulher de ferro” e “mãe da revolução iemenita” por outros manifestantes.

Já a presidente liberiana Ellen Johnson Sirleaf, de 72 anos, é uma economista formada na Universidade Harvard (EUA), que em 2005 se converteu na primeira mulher a ser eleita democraticamente em um país da África. A Libéria sofreu com anos de guerra civil, até 2003, e com ajuda de tropas das ONU segue lutando para manter uma frágil paz.

Leymah Gbowee, a terceira ganhadora do Nobel, organizou um grupo de mulheres cristãs e muçulmanas para desafiar os líderes militares liberianos e foi reconhecida por mobilizar mulheres “para além das linhas divisórias étnicas e religiosas para pôr um fim à guerra na Libéria e para assegurar a participação das mulheres nas eleições”. Em 2003, ela encarou um líder insurgente liberiano, Sekou Fofana, em manifestação, pedindo que as tropas do governo e os insurgentes parassem de saquear o país.

Fonte:Folhape.com

0 >-->Escreva seu comentários >-->:

Postar um comentário

Amigos (as) poste seus comentarios no Blog