sexta-feira, 1 de julho de 2011

Servidores param no Reino Unido

Medidas de austeridade do governo devem incluir também corte de recursos da família real
CARL COURT/AFP/JC
Sindicalistas dizem que 500 mil pessoas saíram às ruas; cálculo oficial reduz a cifra para 100 mil
Sindicalistas dizem que 500 mil pessoas saíram às ruas; cálculo oficial reduz a cifra para 100 mil
Centenas de milhares de professores e funcionários públicos trocaram as salas de aula e os escritórios por manifestações nesta quinta-feira contra os planos do governo de elevar a idade de aposentadoria dos servidores e exigir que eles contribuam mais para o sistema previdenciário. A greve de um dia foi convocada por quatro sindicatos britânicos.

Um líder sindical estimou que mais de 500 mil professores e servidores públicos participaram do ato, que afetou tribunais, repartições e escolas. A estimativa do governo é menor: 100 mil servidores teriam aderido à paralisação, embora essa contagem não inclua os professores, cuja greve fechou ou atrapalhou o funcionamento de 11 mil escolas na Inglaterra e no País de Gales.

O governo afirma que todos devem dividir o peso da redução de 80 bilhões de libras (US$ 130 bilhões) dos gastos públicos para diminuir o enorme déficit público britânico, que inchou depois que o governo gastou bilhões com pacotes de resgate para bancos. O governo vai cortar os empregos públicos e benefícios, elevar a idade mínima para a aposentadoria de 65 para 66 anos, aumentar o percentual de contribuição previdenciária do setor público e reduzir o valor das aposentadorias.

A polícia de Londres informou que a maior parte de seu pessoal civil que atende às chamadas emergenciais e não emergenciais aderiu à greve. Até mesmo funcionários do escritório do primeiro-ministro David Cameron participaram da paralisação.

As medidas de austeridade devem incluir também corte de gastos da rainha Elizabeth. Segundo o secretário do Tesouro do Reino Unido, George Osborne, o projeto, que precisa ser aprovado pelos legisladores, vai cortar os recursos para a família real em cerca de 9% até 2015. Os recursos públicos que a rainha recebe para o pagamento de salários, custos palacianos e recepções vão refletir mais de perto o estado das finanças públicas.

Portugal institui novo imposto

O novo governo de Portugal informou que vai impor um imposto de renda especial a ser cobrado uma única vez. Este imposto único, com o qual o governo espera arrecadar € 800 milhões, será equivalente a 50% do 13º salário, tradicionalmente pago no fim de ano.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse ao Parlamento que vai antecipar para o 3º trimestre reformas estruturais, incluindo a privatização da companhia de eletricidade EDP e da operadora de rede de energia REN. As medidas são parte do esforço do governo para controlar o déficit orçamentário do país e cumprir as metas fixadas pela UE e o FMI dentro do programa de ajuda financeira de € 78 bilhões a Portugal.

O ministro das Finanças, Vitor Gaspar, disse ao Parlamento que o governo, por sua vez, vai buscar cortar mais de € 1 bilhão em gastos

Fonte: http://jcrs.uol.com.br/