sexta-feira, 29 de julho de 2011

Clima: consequências discutidas

As mudanças climáticas, bem como as consequências dos fenômenos extremos, que já podem ser percebidas, são responsáveis por preocupar a população mundial. A região Nordeste, gradativamente, torna-se a mais suscetível a tais eventos repentinos. Sendo assim, buscando adquirir um maior conhecimento acerca desta situação em que o planeta encontra-se, e de buscar soluções para o problema ambiental, oficiais da 7ª Região Militar participaram, ontem, do 1º Simpósio de Gestão Am­­biental. As palestras ocorreram no próprio Quartel General da Região, na Cidade Universitária.

O gestor ambiental da RM, Hélder de Barros, foi o responsável pela iniciativa. “O Exército Brasileiro tem uma vasta área sob sua responsabilidade; são 24 mil quilômetros quadrados. Então, a gente vem se preparando, há um tempo, em relação à situação ambiental. Mudamos nossos hábitos, fazemos coleta seletiva. Por isso que quisemos fa­zer um Simpósio para discutirmos essas ideias”.

A coordenadora do Lamepe, Francis Lacerda, ministrou a palestra. De acordo com ela, não é de hoje que a atmosfera sofre danos. A produção de gás garbônico (CO2) pelos países mais desenvolvidos é vista como um dos maiores impulsionadores desta realidade. “Desde o início da Revolução Industrial, descobriu-se que a concentração de CO2 vem aumentando, a cada ano. Hoje, o mundo libera 380 partes por milhão (ppm) de concentração na atmosfera”, relatou Lacerda. Tal constatação, portanto, traz consequências assustadoras. O marco inicial foi o Furacão Catarina, que atingiu a região sul do Brasil, em 2004. “Teoricamente, isto não seria possível, aqui no País, porque o Oceano Atlântico Sul não tem condições de promover isso. Os modelos mos­travam que só poderia ocorrer isso em 2050”.

Os prejuízos só tendem a progredir. “Quando você vê as chuvas diminuindo e os dias secos aumentando, é porque as chuvas estão concentradas e a precipitação acontece de forma episódica, de uma vez só, causando inundações”. Apesar de parecer uma contradição, além das chuvas torrenciais, também é previsto que haja um aumento do déficit hídrico, no Brasil. Conforme Lacerda, o Norte-Nordeste, é uma das mais vulneráveis regiões do país e, até, do planeta. “Havendo este déficit, vêm as secas. Consequentemente, isto atinge a população rural e afeta, diretamente, a produção agrícola. Logo, falta alimento água, o que iria gerar um êxodo para as cidades e um aumento nas doenças”.




Fonte: http://www.folhape.com.br/