publicado em 20/07/2011
Impostos diretos pagos pelos contribuintes cresceram 8% e somam R$ 7,77 bi
Do R7
O brasileiro paga mais impostos do que gasta com o próprio bem-estar, seja com a compra de roupas e eletrodomésticos até com investimentos em educação e saúde. A constatação, que pode parecer óbvia para quase todos os contribuintes, é resultado de uma pesquisa da Fecomercio sobre o quanto as famílias têm que desembolsar para ficar em dia com IPTU, IPVA, ISS E IR.
De 2003 a 2009, esse valor saltou de R$ 7,2 bilhões para R$ 7,77 bilhões.
O levantamento compara esse volume de tributos diretos com os números das duas POF (Pesquisas de Orçamento Familiar) realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2002/2003 e 2008/2009.
O tributo direto considera apenas aqueles que o consumidor sente que paga, como por exemplo, o IPVA que vem em um boleto para os donos de veículos. Os indiretos, como a Cofins, o ICMS e outros, ficam embutidos em bens de consumo e prestação de serviços.
Dois anos atrás, todas as famílias brasileiras desembolsaram R$ 7,5 bilhões com vestuário, considerada uma despesa básica. São R$ 2,7 bilhões a menos do que com os tributos diretos. O mesmo acontece com a saúde: cirurgias, dentistas, remédios e outros custaram aos contribuintes R$ 7,2 bilhões em 2008. Já o total aplicado em estudos e ensino pela população ficou na casa dos R$ 4,1 bilhões.
Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomercio, explica que esses números são ainda maiores porque só levam em conta uma fatia de tudo o que o brasileiro paga aos governos. E ele diz que a má notícia é que o governo não devolve praticamente nada ao cidadão.
- O Brasil paga quase 40% do PIB [Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas no país] em impostos. Houve um aumento substancial no recolhimento desses impostos ao longo dos anos e, de duas uma: ou o governo reduz impostos para dar mais acesso ao consumo e permitir que as pessoas comprem com esse dinheiro extra ou transforma isso em benefícios diretos à sociedade. Nenhum dos dois ocorre.
Funciona assim: o PIB de 2009 ficou em R$ 3,143 trilhões. A carga tributária no Brasil morde 38% do PIB. Então, R$ 1,19 trilhão desse total foi só de imposto repassado ao governo federal, Estados e municípios.
O estudo mostra que o pagamento de IPVA, IPTU, ISS e IR está concentrado. Praticamente R$ 6 de cada R$ 10 recolhidos são pagos pelos contribuintes do Sudeste. Sozinho, o Estado de São Paulo responde por metade da arrecadação da região.
Ricos e pobres
Quando o assunto é quem paga mais imposto, a primeira resposta que vem à cabeça é: os mais pobres. Isso é verdade quando estão incluídos tributos diretos e indiretos. No caso dos diretos, os mais ricos são os que mais sofrem.
- O imposto direto é proporcional à posse. Quem tem carro caro e casa grande paga mais IPVA e IPTU, por exemplo. Com o indireto isso não ocorre: a fatia de tributo de um pacote de macarrão, tanto o pobre quanto o rico vão pagar. Aqui é que está a injustiça dos impostos.
As famílias com renda acima de 25 salários mínimos (de 2009, quando ele valia R$ 465) pagaram o equivalente a R$ 1.555,28 por mês com impostos. Na classe B (renda de 10 a 25 mínimos), o desembolso foi de R$ 334 por mês.
As famílias das classes C (seis a dez mínimos), D (três a seis salários) e E (até três mínimos) despenderam mensalmente R$ 103,48, R$ 41,55 e R$ 14,27, respectivamente.
Somente o gasto das famílias da classe A de São Paulo entre 2008 e 2009, que somam R$ 895,52 milhões, foi maior do que a despesa de todas as famílias do país com arroz naquele ano (R$ 864 milhões).
- O governo cobra muito e devolve pouco. Esse é o problema. Sob vários pretextos de que aumenta arrecadação porque o PIB aumenta. Isso é conformista. Não dá para pagar R$ 7,7 bi em impostos diretos e gastar menos com educação. Significa que o governo não usou esse aumento para melhorar o ensino.
Fonte: R7
De 2003 a 2009, esse valor saltou de R$ 7,2 bilhões para R$ 7,77 bilhões.
O levantamento compara esse volume de tributos diretos com os números das duas POF (Pesquisas de Orçamento Familiar) realizadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2002/2003 e 2008/2009.
O tributo direto considera apenas aqueles que o consumidor sente que paga, como por exemplo, o IPVA que vem em um boleto para os donos de veículos. Os indiretos, como a Cofins, o ICMS e outros, ficam embutidos em bens de consumo e prestação de serviços.
Dois anos atrás, todas as famílias brasileiras desembolsaram R$ 7,5 bilhões com vestuário, considerada uma despesa básica. São R$ 2,7 bilhões a menos do que com os tributos diretos. O mesmo acontece com a saúde: cirurgias, dentistas, remédios e outros custaram aos contribuintes R$ 7,2 bilhões em 2008. Já o total aplicado em estudos e ensino pela população ficou na casa dos R$ 4,1 bilhões.
Altamiro Carvalho, assessor econômico da Fecomercio, explica que esses números são ainda maiores porque só levam em conta uma fatia de tudo o que o brasileiro paga aos governos. E ele diz que a má notícia é que o governo não devolve praticamente nada ao cidadão.
Funciona assim: o PIB de 2009 ficou em R$ 3,143 trilhões. A carga tributária no Brasil morde 38% do PIB. Então, R$ 1,19 trilhão desse total foi só de imposto repassado ao governo federal, Estados e municípios.
O estudo mostra que o pagamento de IPVA, IPTU, ISS e IR está concentrado. Praticamente R$ 6 de cada R$ 10 recolhidos são pagos pelos contribuintes do Sudeste. Sozinho, o Estado de São Paulo responde por metade da arrecadação da região.
Ricos e pobres
Quando o assunto é quem paga mais imposto, a primeira resposta que vem à cabeça é: os mais pobres. Isso é verdade quando estão incluídos tributos diretos e indiretos. No caso dos diretos, os mais ricos são os que mais sofrem.
- O imposto direto é proporcional à posse. Quem tem carro caro e casa grande paga mais IPVA e IPTU, por exemplo. Com o indireto isso não ocorre: a fatia de tributo de um pacote de macarrão, tanto o pobre quanto o rico vão pagar. Aqui é que está a injustiça dos impostos.
As famílias com renda acima de 25 salários mínimos (de 2009, quando ele valia R$ 465) pagaram o equivalente a R$ 1.555,28 por mês com impostos. Na classe B (renda de 10 a 25 mínimos), o desembolso foi de R$ 334 por mês.
As famílias das classes C (seis a dez mínimos), D (três a seis salários) e E (até três mínimos) despenderam mensalmente R$ 103,48, R$ 41,55 e R$ 14,27, respectivamente.
Somente o gasto das famílias da classe A de São Paulo entre 2008 e 2009, que somam R$ 895,52 milhões, foi maior do que a despesa de todas as famílias do país com arroz naquele ano (R$ 864 milhões).
- O governo cobra muito e devolve pouco. Esse é o problema. Sob vários pretextos de que aumenta arrecadação porque o PIB aumenta. Isso é conformista. Não dá para pagar R$ 7,7 bi em impostos diretos e gastar menos com educação. Significa que o governo não usou esse aumento para melhorar o ensino.
Fonte: R7