domingo, 20 de fevereiro de 2022

Mais 14 municípios são alertados por Promotorias de Justiça sobre obrigatoriedade da vacinação infantil


Pesqueira, Belo Jardim, Primavera, Abreu e Lima, Caruaru, Santa Maria do Cambucá, Frei Miguelinho, Calçado, Lagoa do Carro, São Lourenço da Mata, Jurema, Carpina, Altinho e São José do Belmonte são mais alguns municípios que já receberam recomendações das Promotorias de Justiça locais sobre a obrigatoriedade da imunização do público de 5 a 11 anos de idade contra a Covid-19, salientando as consequências prejudiciais a crianças caso ocorra a negativa dos pais e/ou responsáveis. Os membros do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) responsáveis frisam nos documentos a autorização de vacinas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e os alertas das autoridades sanitárias. As recomendações seguem o mesmo teor da expedida pelo procurador-geral de Justiça, Paulo Augusto Freitas, sob o nº 02/2022, que trata da adoção das mesmas providências para vacinar o público infantil.  

Assim, as Promotorias de Justiça alertam as Prefeituras que garantam às crianças a completa imunização contra a Covid-19, respeitada a ordem de prioridade estabelecida pelas autoridades sanitárias, usando os imunizantes Pfizer/Comirnaty e CoronaVac, autorizados pela Anvisa. É preciso que também observem as expressas orientações das autoridades sanitárias federal e estadual, nos termos do disposto no artigo 14, § 1°, do Estatuto da Criança e do Adolescente.   

As vacinas devem ser aplicadas de acordo com a faixa etária indicada: 5 anos somente com o imunizante Pfizer/Comirnaty. De 6 a 11 anos com os imunizantes Pfizer/Comirnaty e CoronaVac (desde que não imunocomprometidos nesta última hipótese), evitando assim erros vacinais e reações adversas desconhecidas dos fabricantes e das autoridades sanitárias.   

Os estabelecimentos de ensino públicos e privados devem, sem prejuízo da apresentação da Caderneta de Vacinação, solicitar o comprovante de vacinação da Covid-19, para fins de cadastro, matrícula e renovação da matrícula dos alunos. No caso de descumprimento, a Prefeitura deve expedir notificação aos responsáveis legais da instituição desobediente para fazê-lo, fazendo concomitantemente a comunicação do fato ao Conselho Tutelar e/ou ao MPPE, para adoção das providências cabíveis. No entanto, a ausência de apresentação da caderneta de vacinação e do comprovante da vacinação da Covid-19 não devem ser impedimento à matrícula ou à frequência escolar.    

Já aos Conselhos Tutelares cabe, ao receberem uma denúncia, notificação ou representação contra os pais ou responsáveis relativas à não oferta da vacina, notificá-los para comparecimento à sede do Conselho Tutelar, aconselhando-os sobre a importância da vacinação, aplicando, no que couber, as medidas previstas no art. 129, I a VII, do ECA. Após atendimento, deve ser estabelecido um prazo máximo de 15 dias para se dirigirem ao local de vacinação e imunizarem as crianças em questão.  

Faz-se também necessária a ampla divulgação da importância da imunização contra a Covid-19 para esse público-alvo, com a veiculação de conteúdo destinado a convocar a população para a vacinação nas unidades de saúde local, especialmente nas escolas, que deverão ser utilizadas como centros avançados/itinerantes de vacinação.  

Ao todo, são agora 53 Prefeituras que receberam essa recomendação específica do MPPE quanto a importância e necessidade da vacina para o público infantil.

Imagem acessível: fotografia de garoto recebendo vacina no braço aplicada por uma profissional de saúde, ambos usando máscara, tem sobrepostos os dizeres Municípios recebem recomendações sobre obrigatoriedade de vacinar crianças. Acima, slogan Vacina no bracinho. Ao lado, logomarca dos 130 anos do MPPE


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Rainha Elizabeth 2ª, de 95 anos, testa positivo para covid-19



Rainha Elizabeth 2ª

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

Monarca britânica está com sintomas leves de resfriado e passa bem

A rainha Elizabeth 2ª, de 95 anos, recebeu diagnóstico positivo para covid-19, informou o Palácio de Buckingham neste domingo (20/2).

A monarca britânica está com "sintomas leves de resfriado" e passa bem.

Ela espera continuar com "tarefas leves" em Windsor durante a semana.

"Ela continuará recebendo atendimento médico e seguirá todas as orientações apropriadas", acrescentou o Palácio de Buckingham, por meio de um comunicado


Elizabeth 2ª estava em contato com seu filho mais velho e herdeiro do trono, o príncipe Charles, que havia recebido diagnóstico positivo para covid-19 na semana passada pela segunda vez

Várias pessoas teriam testado positivo no Castelo de Windsor, onde a rainha reside.

O primeiro-ministro Boris Johnson tuitou: "Tenho certeza de que falo por todos ao desejar a Sua Majestade a Rainha uma rápida recuperação da covid e um rápido retorno à boa saúde vibrante


O anúncio ocorre semanas depois que a rainha se tornou a monarca reinante mais longeva do Reino Unido, alcançando seu Jubileu de Platina (70 anos de reinado) em 6 de fevereiro.

Ela realizou seu primeiro grande compromisso público em mais de três meses na véspera de seu jubileu, ao encontrar voluntários na Sandringham House.

O correspondente real da BBC, Nicholas Witchell, diz que não há dúvidas de que a rainha está totalmente vacinada.

A rainha, que completará 96 anos em abril, tomou sua primeira vacina em janeiro de 2021 e acredita-se que tenha recebido todas as outras doses depois disso.

Segundo Witchell, Elizabeth 2ª estava levando a vida "com mais facilidade" desde que passou uma noite no hospital para exames médicos em outubro do ano passado.

Enquanto isso, o correspondente de saúde da BBC, Jim Reed, disse que os medicamentos antivirais recém-aprovados podem ajudar na recuperação da rainha.

Ele disse que as drogas agora são uma maneira fundamental de reduzir o risco de pessoas vulneráveis ​​precisarem de tratamento hospitalar, acrescentando que seria de se supor que estas sejam oferecidas à monarca.

Os antivirais atualmente disponíveis precisam ser tomados dentro de três a cinco dias após os primeiros sintomas da doença.

O príncipe Charles, de 73 anos, testou positivo na quinta-feira da semana passada, tendo se encontrado com a rainha dois dias antes. Os sintomas da covid geralmente aparecem de dois a 14 dias após a exposição ao vírus.

Na terça-feira, a rainha participou de seu primeiro compromisso oficial desde que entrou em contato com o príncipe Charles, realizando uma reunião virtual com dois novos embaixadores no Reino Unido.

No dia seguinte, ela sorriu ao sugerir que tinha problemas de mobilidade durante uma reunião com a equipe de defesa. De pé, usando uma bengala, ela apontou para a perna esquerda e disse: "Bem, como você pode ver, não consigo me mexer".

A esposa do príncipe Charles, a duquesa da Cornualha, de 74 anos, também testou positivo na semana passada, dias depois de seu marido.

Foi a primeira vez que a duquesa contraiu o coronavírus e a segunda vez para o príncipe Charles.

A Casa Real tem seus próprios médicos, e o da rainha é Huw Thomas, médico do St Mary's Hospital em Londres e professor de genética gastrointestinal no Imperial College London.

Ele é "chefe da casa médica", que faz parte da Casa Real que cuida da saúde da família.

Nos próximos dias, a Inglaterra deve abandonar a exigência legal de auto-isolamento para aqueles que testam positivo, já que as últimas restrições para a covid podem ser suspensas

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

O que imagens de satélite revelam sobre movimento do exército russo na fronteira com a Ucrânia




Imagem de satélite mostra atividade militar russa em Belarus

CRÉDITO,MAXAR

As mais recentes imagens de satélite fornecidas pela empresa de tecnologia espacial americana Maxar mostram atividade militar russa em grande escala persistindo perto das fronteiras da Ucrânia, apesar de o governo russo ter afirmado que está retirando tropas após o fim de exercícios militares.

Imagens feitas em meados de fevereiro mostram que a Ucrânia permanece cercada com equipamentos de artilharia e concentração de tropas nas fronteiras com a Rússia e Belarus.

Atividade das tropas russas

Em especial, ucranianos se preocupam com a presença de um novo hospital de campanha a certa distância da área de treinamento de Osipovichi, no noroeste de Belarus.

Embora isso seja um elemento legítimo em qualquer exercício de grande escala, ele também pode ser uma indicação de um conflito iminente

Outras concentrações e atividades de tropas foram detectadas ainda mais próximas das fronteiras da Ucrânia
Hospital de campanha

Em 15 de fevereiro, foi fotografada uma ponte flutuante militar sobre o rio Pripyat. Ela fica a menos de 6 km da fronteira de Belarus com a Ucrânia.

Ponte flutuante

Analistas da McKenzie Intelligence Services, com sede em Londres, destacaram a grande área de preparação na margem direita do rio como um indicador da possível intenção de mover um grande número de veículos.

Alguns relatórios sugerem que a ponte pode ter sido removida.

Artilharia de treinamento

Outra imagem é de artilharia autopropulsada, ou canhões de grande calibre, montados em tanques em Brestsky, que fica a cerca de 50 km da fronteira.

Uma unidade recém-chegada de 20 helicópteros de ataque antitanque foi fotografada no aeródromo de Zyabrovka, a 30 km da fronteira.

Aeronaves

Os analistas da McKenzie Intelligence dizem que há 12 prováveis ​​helicópteros russos Hokum e cinco prováveis ​​helicópteros Hind ou Mi-28 Havoc.

É importante lembrar que a atual presença militar da Rússia com cerca de 30 mil soldados em Belarus, embora alarmante tanto para a Ucrânia quanto para a Otan, faz parte de exercícios conjuntos programados que devem terminar em 20 de fevereiro.

Portanto, um teste importante das intenções de Moscou virá depois dessa data, quando as imagens de satélite revelarão se a maioria das forças russas terá ido embora ou permanecido.

O que essas imagens não nos dizem

Não há nada nessas imagens que prove definitivamente que a Rússia está prestes a invadir a Ucrânia.

A Rússia continua insistindo que essa não é sua intenção e que tudo isso é apenas propaganda ocidental.

Mas as principais autoridades de defesa da Otan acreditam que a Rússia agora tem forças suficientes ao redor da Ucrânia para executar uma invasão se o presidente Putin der a ordem.

A escala, a magnitude e a disposição de soldados da Rússia perto das fronteiras da Ucrânia são inéditas - por exemplo, com unidades de defesa aérea trazidas de milhares de quilômetros de distância do leste da Sibéria.

Sob a liderança de Putin, as Forças Armadas da Rússia passaram por uma transformação dramática desde os dias sombrios da década de 1990, após o colapso da União Soviética.

GRAFICO DE ONDE AS TROPAS RUSSAS ESTAO

Aconteceram duas coisas que despertaram atenção internacional para as Forças Armadas da Rússia.

Em primeiro lugar, enormes somas de dinheiro do governo russo foram investidas na modernização e aprimoramento de tropas, equipamentos, armas, ciberataques e logística, desde as últimas versões de ataques cibernéticos até a reorganização de unidades de combate em "Grupos de Batalhão Tático" compactos com cerca de 800 soldados apoiados por tanques, artilharia e outras armas.

Em segundo lugar, os comandantes e estrategistas russos passaram os últimos sete anos ganhando experiência de combate na Síria e no leste da Ucrânia. Suas armas foram testadas no campo de batalha e os comandantes russos aprenderam com erros do passado.

De modo geral, analistas ocidentais acreditam que Moscou poderia, se quiser, manter uma presença militar considerável e ameaçadora ao redor das fronteiras da Ucrânia por semanas ou até mesmo meses.

  • Frank Gardner
  • Repórter de Segurança da BBC News
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Os Teimosos




Professor Edgar Bom Jardim - PE

'Rio voador', o fenômeno climático que ajuda a explicar tragédias de verão no Brasil




Bombeiros em Petrópolis

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Tempestade atingiu Petrópolis (RJ), causando destruição e mortes

As tempestades que vêm causando tragédias como a de Petrópolis, na região serrana do Rio, a mais recente de uma sequência desde o final do ano passado, têm em comum um mesmo fenômeno.

Assim como a água corre em terra, também há fluxos massivos de água nos céus.

Na América do Sul, um desses enormes corredores de umidade atmosférica vai da região amazônica até o centro-sul do país.

Esse "rio voador" carrega parte da água que evapora no norte para outras partes do território nacional


"É uma região muito úmida e tropical, onde tem um aquecimento constante. A Floresta Amazônica por si só já despeja uma quantidade enorme de água na atmosfera pela evaporação", explica Estael Sias, da Metsul Meteorologia

"O relevo da América do Sul, a cordilheira dos Andes, não deixa essa umidade escapar do continente, obrigando esse rio voador a descer."

Se esse corredor de umidade se encontra com uma frente fria vinda do sul, as nuvens carregadas tendem a ficar concentradas por alguns dias em uma determinada região.

Gráfico sobre 'rio voador'

Um fenômeno potencializa o outro, formando um terceiro - a chamada zona de convergência do Atlântico Sul, que é recorrente durante o verão nesta região do planeta e provoca fortes chuvas.

Foi o que aconteceu primeiro no sul da Bahia, no final do ano passado e, depois, em Minas Gerais, no início do mês.

Depois, foi a vez das chuvas torrenciais atingirem São Paulo e, agora, Petrópolis, provocando mais inundações, deslizamentos e mortes.

Sias explica que o rio voador da América do Sul corre a uma altitude entre 5 a 10 km do solo e fica ativo durante o ano todo.

Seu curso e alcance são influenciados pela dinâmica dos ventos na região e pela passagem de outros fenômenos pelo continente.

"No inverno, um sistema de alta pressão atmosférica não deixa a maioria das frentes frias subirem até o Sudeste ou o Centro-Oeste, por isso é um período muito seco nessa parte do país, e o rio atmosférico consegue ir até mais ao sul", afirma a especialista.

"No verão, esse bloqueio vai para o oceano, se afastando do continente, e as frentes frias conseguem subir. Quando sobe uma frente fria, ela se conecta à umidade amazônica, e elas vão andando juntas até parar em cima do Sudeste ou do Nordeste do Brasil e se transformar em chuvas e temporais."

Mapa mostra zona de convergência do Atlântico Sul

CRÉDITO,CLIMATEMPO

Legenda da foto,

Encontro de 'rio voador' com frente fria cria zona de convergência na região do Atlântico Sul

Sias afirma que, na semana passada, o rio voador estava mais disperso, mas que, nesta semana, uma massa de ar frio e seco chegou ao sul do país e criou uma barreira que não deixou o corredor de umidade avançar.

As nuvens ficaram então paradas sobre a região metropolitana de São Paulo e foram potencializadas pela frente fria, provocando fortes chuvas.

O resultado foi que choveu em poucos dias a média histórica para o mês inteiro, e isso foi fatal em uma região que já vinha sofrendo com tempestades.

Fenômeno é característico do verão

No entanto, apesar de muita gente pensar que chuvas assim são excepcionais, Francisco de Assis, do Instituto Nacional de Meteorologia, explica que as zonas de convergência são algo característico da América do Sul no verão.

"Dependendo do ano, ocorrem mais para o sul ou mais para o norte", afirma Assis.

Nesta época do ano, o corredor de umidade que vem da Amazônia ganha força. "Há uma alta liberação de calor e umidade da Amazônia devido às temperaturas elevadas,", afirma Assis.

Também há uma maior evaporação de água dos oceanos Pacífico e Atlântico, intensificando esses fenômenos meteorológicos, explica o especialista.

Carro em rua alagada em Franco da Rocha

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Em poucos dias, choveu a média de janeiro inteiro na região metropolitana de SP

Josélia Pegorim, meteorologista da Climatempo, reforça que as zonas de convergência acontecem todos os anos, com maior ou menor intensidade.

"Se pegarmos outros eventos de desastres naturais e de chuvas catastróficas, no Sudeste em particular, quase todos, ou a maior parte, estiveram associados à formação de zonas de convergência", diz Pegorim.

A especialista avalia que as tragédias ocorrem não pela intensidade das chuvas ou porque elas sejam imprevisíveis - na verdade, foi o contrário, dizem os meteorologistas ouvidos pela reportagem, e alertas foram emitidos com antecedência.

O problema é a falta de preparo e de reação das autoridades aos avisos.

"A culpa é da chuva até certo ponto. Não se pode dizer que é por causa das mudanças climáticas ou que nunca choveu assim, porque já teve chuvas até piores. Não teve surpresa", diz Pegorim.

Ao mesmo tempo, afirma a meteorologista, a canalização do ar úmido da região Norte em direção ao Centro-Oeste e ao Sudeste e a formação das zonas de convergência no encontro com frentes frias, formando tempestades, tem uma função importante.

"Esse sistema é fundamental para que consigamos recompor as reservas de água para os reservatórios de geração de energia e de abastecimento da população."

  • Rafael Barifouse
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
Professor Edgar Bom Jardim - PE