quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Nay Souza, Clara Adelina e Douglas Bonfáh animam Feira Cultural de Natal no Museu de Bom Jardim



É Natal Na Feira Cultural do Museu de Bom Jardim. Venha participar com a gente desta alegria, traga sua família, sua alegria, sua paz. Venham saborear comidas deliciosas, aproveitar as promoções de natal na feira cultural de Bom Jardim. Venham prestigiar nossos talentos culturais. É hoje! Tem shows musicais, Papai Noel, visitação ao Museu e muitas novidades. Traga sua família. Tudo começa às 18 horas, na Rua da Palha, em frente ao Museu de Bom Jardim. Use máscara.  Divirta-se com alegria e segurança. Vamos agradecer e festejar a vida é tempo de esperança ,de paz e alegria.
Shows com Orquestra do Museu de Bom Jardim,  Nay Souza, Clara Adelina, e Douglas Bonfáh
Classificação Livre. Acesso gratuito.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Como o vírus ômicron atua e como podemos nos proteger dele?



Coronavírus

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Ômicron vem se espalhando por vários países do mundo a ritmo extremamente veloz

A ômicron chegou trazendo caos.

Em tempos de fadiga pandêmica generalizada, no entanto, é essencial lembrar que espalhar o pânico não funciona. Verificamos isso com as mudanças climáticas: mensagens catastróficas acabam soando entediantes e fazem com que muitas pessoas se desconectem do problema, como na história infantil de Pedro e o Lobo.

Mais uma vez, com a ômicron, é tempo de rigor, transparência (dizer o que se sabe e o que não se sabe) e, sobretudo, propor soluções.

A ômicron é mais transmissível?

Desde que foi detectada há algumas semanas, a variante está se alastrando rapidamente em muitos países. Parece que seu crescimento está disparado, é exponencial e que em poucas semanas substituirá a variante Delta, até agora dominante.

No entanto, embora ainda seja muito cedo para dizer, alguns dados sugerem que essa alta incidência não está levando a uma maior mortalidade.


Sobre isso, ainda existem dados conflitantes e é difícil saber o que vai acontecer. O nível de incerteza permanece muito alto. É verdade que hospitalizações, admissões em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e óbitos ocorrem com defasagem de algumas semanas.

O problema é que uma variante muito mais transmissível, mesmo que menos virulenta, não significa necessariamente que cause menos mortes: se crescer a uma velocidade tão alta, se houver muitos casos em muito pouco tempo, pode haver mais mortes.

Uma sexta onda intensa e rápida em número de casos vai gerar um colapso no sistema de saúde, algo que, como já vimos, tem consequências muito graves.

As agências internacionais de saúde classificam a situação como de risco muito alto. Por esse motivo, alguns dizem que "é preciso se preparar para o pior".

Não sabemos se é mais grave ou mais branda

Embora o número de hospitalizações permaneça baixo, não há evidências de que a ômicron seja menos virulenta do que a variante Delta.


Em comparação com outras variantes, os resultados preliminares sugerem que a ômicron se multiplica 70 vezes mais rápido nos brônquios humanos, o que poderia explicar por que essa variante pode ser transmitida mais rapidamente.

No entanto, o mesmo estudo mostra que a infecção por ômicron no pulmão é significativamente menor do que com a SARS-CoV-2 original. Isso talvez explique por que produz uma gravidade menor da doença.

Outros trabalhos preliminares apontam que o soro de indivíduos vacinados neutralizou a variante ômicron em um nível muito mais baixo do que qualquer outra variante.

No mesmo trabalho, contudo, cientistas também sinalizam que os soros de indivíduos superimunes (aqueles que foram infectados e vacinados ou que foram vacinados e foram posteriormente infectados) foram capazes de neutralizar a nova variante.

Os anticorpos previnem a infecção, portanto, esse escape parcial da resposta imune (anticorpos) também pode influenciar sua maior transmissibilidade.

Contra a ômicron, ou contra qualquer outra variante ainda mais perigosa, o que temos que fazer é lembrar o que já sabemos e fazer: vacinas, máscaras, ventilação, distância, testes de antígenos, autocontenção, reforço sanitário.

Mulher sendo vacinada

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Surgimento de novas variante não significa que vacinas não funcionam

As vacinas funcionam, claro que funcionam

Com a incidência atual, se essa sexta onda nos atingisse e não estivéssemos vacinados, seria uma verdadeira carnificina.

Já constatamos isso com a quinta onda, em que o número de casos aumentou (devido à variante Delta, mais transmissível e que acabou se tornando dominante), mas não se refletiu no aumento de óbitos como nas ondas anteriores.

A diferença é que a maioria dos idosos mais vulneráveis​​já foi vacinada. Com um certo otimismo, algo semelhante vai acontecer agora. Em três ou quatro semanas saberemos.

Com a tremenda transmissibilidade da ômicron, é provável que muitos de nós sejamos infectados. Se formos infectados, o melhor é que o vírus nos pegue vacinados.

Pessoas sem proteção (sem vacina ou sem infecção anterior) correm maior risco. As vacinas não são armaduras de aço impenetráveis, podemos nos infectar e infectar outras pessoas, embora com menor probabilidade.

Mas isso não significa que as vacinas não estejam funcionando. Essas vacinas estão prevenindo casos graves da doença, reduzindo as internações hospitalares e em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e reduzindo a mortalidade.

Esse era o seu objetivo. É por isso que devemos ser vacinados, não apenas para nos proteger, mas para proteger os outros.

As vacinas induzem uma resposta imunológica poderosa. A imunidade é muito mais do que anticorpos.

Os anticorpos previnem infecções e a imunidade celular previne doenças graves e mortalidade. Mas ambos são necessários.

Por isso, as pessoas mais vulneráveis ​​precisam de anticorpos e imunidade celular, pois só a infecção pode levá-las ao hospital.

Em pessoas mais velhas, seu sistema imunológico também envelhece (imunosenescência) e eles respondem pior aos estímulos da vacina.

Também pode acontecer que a resposta do anticorpo diminua com o tempo. Portanto, uma dose de reforço pode ser recomendada, as famosas terceiras doses.

Como já dissemos, parece que a capacidade de neutralização dos anticorpos induzida pelas vacinas pode ser diminuída com a ômicron. Outros estudos sugerem, no entanto, que a resposta celular poderia de fato controlar a nova variante.

No entanto, vários estudos com diferentes vacinas (AstraZeneca, Johnson & Johnson, Modena, Novavax, Pfizer e Valneva) sugerem que uma dose de reforço reduz a covid-19 grave em qualquer faixa etária e aumenta a atividade neutralizante contra a ômicron de uma forma muito significativa.

Não há dúvida de que a melhor forma de proteção contra o SARS-CoV-2, independentemente da variante, é a vacinação. A prioridade deve ser:

1) Convencer aqueles que ainda não foram vacinados a se vacinar.

2) Vacinar com uma terceira dose de reforço nas pessoas mais vulneráveis ​​(idosos, com patologias prévias, etc.).

Além disso, não se deve esquecer que estamos vivendo uma pandemia e o que acontece na África do Sul, Peru ou Índia nos influencia, por isso as vacinas devem ser fornecidas nos países onde as taxas de vacinação ainda são muito baixas.

Criança sendo vacinada

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Alguns argumentam que vacinar crianças para proteger idosos não faz sentido, mas vacinas sempre tiveram componente social: nos protegem e protegem os outros

Vacinamos crianças menores de 12 anos?

Estamos em uma situação extraordinária. Embora os casos de covid-19 grave sejam muito raros em menores, isso não significa que não tenham ocorrido casos graves e até mesmo mortes.

Os ensaios clínicos demonstraram que as vacinas para crianças entre 5 e 12 anos são seguras e eficazes.

Além disso, mais de 5 milhões de crianças foram vacinadas nos Estados Unidos e nenhum caso secundário grave foi relatado.

Embora do ponto de vista individual se possa duvidar da necessidade de vacinação infantil, a vacinação de menores pode ter outros efeitos benéficos, não apenas preventivos, mas até terapêuticos: pode ajudar a reduzir a incidência da doença, melhorar a situação das crianças, escolas e diminuir estresse psicoemocional a que também estão sujeitos os menores e suas famílias.

Alguns argumentam que vacinar crianças para proteger os idosos é uma aberração, mas as vacinas sempre tiveram um componente social: nos protegem e protegem os outros.

Insisto, a situação neste momento não é normal, estamos vivendo em uma pandemia.

Sobre esse ponto, deve-se lembrar que em muitos países a vacinação não é obrigatória.

Vacinar crianças é uma decisão que os pais devem autorizar conscienciosamente. Se tiver dúvidas, procure seu pediatra. Mas precisamos respeitar a decisão deles e não discriminar ninguém.

Essa sexta onda não é culpa dos não vacinados. Os não vacinados estão em maior risco, mas não são culpados pelo aumento da incidência do vírus.

Se as vacinas não impedem a circulação do vírus, o que fazemos?

Agora é um bom momento para lembrar a metáfora do queijo suíço.

Não temos uma parede de aço impenetrável bloqueando o vírus, nem mesmo com as vacinas. As vacinas não são a única solução, são parte da solução.

Nenhuma medida isolada é perfeita para prevenir a propagação do vírus (cada camada de queijo tem buracos). Mas uma sobreposição de medidas compensa as falhas individuais e reduz significativamente o risco.

Lembre-se de que o vírus é transmitido por aerossóis, como se fosse fumaça de cigarro.

Vamos imaginar uma pessoa perto de nós fumando. Assim como a fumaça do tabaco se move ao nosso redor e acabamos respirando-a, o vírus também se moverá se tivermos uma pessoa infectada ao nosso lado.

Portanto, um local fechado, mal ventilado, com muita gente, pessoas conversando muito e sem máscara, é o melhor lugar para se infectar. As máscaras provaram ser uma medida muito eficaz para prevenir o contágio.

Pessoas de máscara

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Máscaras ainda são essenciais para impedir propagação do vírus

As máscaras são necessárias em ambientes internos e externos se não houver distância de segurança. Do lado de fora e com uma distância de segurança, a máscara não é necessária.

O risco de infecção em ambientes externos é muito menor do que em ambientes fechados. Essa é uma das razões pelas quais há mais infecções de patógenos respiratórios no inverno, porque passamos mais tempo juntos dentro de casa.

Não faz sentido, portanto, fechar os parques como foi feito em outros momentos da pandemia. Qualquer atividade, melhor fora do que dentro.

Sair na rua com a máscara e tirar ao entrar em um espaço fechado é como sair com o capacete na rua e tirar ao andar de motocicleta.

O que faz mais sentido é promover a instalação de medidores de CO₂ internos.

Uma forma de medir a qualidade do ar que respiramos é medir a concentração de CO₂ que expelimos quando respiramos. Quanto maior a concentração de CO₂, maior será a quantidade de ar já respirada por outra pessoa.

Como não podemos ver o vírus e não podemos medir sua concentração no ar, a medição de CO₂ é um bom indicador. Estamos em uma pandemia há mais de 20 meses, por que os medidores de CO₂ não foram instalados em locais públicos fechados?

Para melhorar a qualidade do ar, a ventilação cruzada ainda é essencial.

Se isso não for possível, um sistema de filtragem pode ser usado. Por que os sistemas de filtragem de ar não foram instalados em locais públicos fechados?

Fazemos um teste de antígeno?

Os testes de antígeno já estão disponíveis há vários meses. Bem usados, permitem detectar casos em sua fase mais contagiosa.

Se o teste for positivo, você deve se isolar e ficar em casa.

Se for negativo, não relaxe. Pode não haver carga viral suficiente ainda. O melhor seria repetir nos dias seguintes. No caso de uma celebração, o melhor é fazê-lo um pouco antes do evento.

Esse tipo de teste pode ser muito útil em situações como a atual, em que já existe um colapso do sistema de saúde. Por que ainda não são vendidos fora das farmácias, como em outros países?

Se for conveniente repetir o teste, por que não são mais baratos ou até mesmo distribuídos gratuitamente para a população, como em outros países?

Mas também há boas notícias, embora muito preliminares.

Por exemplo, o medicamento oral Paxlovid foi quase 90% eficaz na prevenção da hospitalização e morte por covid-19 em um estudo com mais de 2,2 mil pacientes de alto risco. A eficácia sobe para 94% em pessoas com mais de 65 anos de idade.

Fortalecer o sistema de saúde não é responsabilidade do cidadão

Esta época do ano no hemisfério norte é a estação do muco, resfriados, bronquite, pneumonia, gripe... e coronavírus.

As estatísticas de mortalidade ao longo do ano (antes da pandemia) mostram que sempre morrem mais pessoas no inverno do que no verão, há centenas de vírus e bactérias que se transmitem pelo ar e causam esses tipos de problemas respiratórios.

Prevê-se, portanto, que a cada ano haja um pico de incidência e que o sistema de saúde sofra alguma tensão e acúmulo de pacientes.

Neste inverno, em meio a uma pandemia, o colapso do sistema era mais do que previsível. A grande maioria dos cidadãos foi obediente: cumprimos nossas obrigações e nos vacinamos.

De quem é a responsabilidade de o sistema de saúde estar agora sendo bastante demandado? Obviamente do vírus, mas estamos em uma pandemia há mais de 20 meses.

Existem responsabilidades pessoais: vacinar-se, usar máscaras, distância física, evitar contágio, evitar espaços lotados, isolar-se em caso de sintomas, informar o serviço de saúde em caso de contágio, cumprir quarentenas...

E as dos gestores públicos: reforçando a equipe de rastreadores, médicos/enfermeiros, atenção primária e emergências, laboratórios de diagnóstico, leitos de UTI, provendo CO₂ medidores, sistemas de ventilação e filtração, provendo e/ou facilitando o acesso aos testes de antígenos, adequando os sistemas legais, coordenação, comunicação eficaz...

Toda essa combinação de medidas e responsabilidades nos ajudará a controlar melhor a pandemia, independentemente da variante do momento.

A situação é muito delicada. Vamos ser responsáveis e cuidar de nós mesmos.

*Ignacio López-Goñi é Professor de Microbiologia da Universidade de Navarra, Espanha.

Este artigo foi publicado originalmente no site The Conversation sob a licença Creative Commons. Clique aqui para ler a versão original.

  • Ignacio López-Goñi
  • The Conversation*

Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Janjão realiza Feira natalina - "Natal de Todos Nós"



O prefeito do Município do Bom Jardim - PE, realizou no Pátio de eventos João Salvino Barbosa, na noite de 17 de dezembro 2021, o "Natal de Todos Nós", ações do projeto Transformando Vidas das secretaria municipais. O público compareceu, houve apresentação musical do Coral Infantil Bráulio de Castro, apresentação de balé de crianças( Flores do Sol) dos Distritos de Umari, Bizarra e Tamboatá,  show musical de Kelson Souza e Geová Gomes, apresentação da Orquestra do Grêmio Lítero Musical Bonjardinense e do grupo de idosos. A prefeitura locou barracas para lotar o grupo do artesanato local. Na noite seguinte, o show musical é com Ginaldo Xavier.







Fotos professor Edgar.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 11 de dezembro de 2021

Museu de Bom Jardim presente na 21ª Fenearte


A cada edição da Fenearte, o professor  Edgar Santos, visita, observa, faz contatos, encomendas e compras para o acervo do Museu de Bom Jardim. 



Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Paulo Câmara destaca visita aos municípios de Machados e Bom Jardim




Ontem foi dia de juntar parte da nossa equipe para dar sequência aos anúncios de investimentos do Plano Retomada. A primeira parada foi na cidade de Machados, onde entregamos a obra de restauração do acesso ao município e autorizamos novas ações de implantação da PE-084 e da PE-086, que vai até Orobó. Lá, também liberamos recursos para recuperação do reservatório elevado de água e para construção de quadra coberta na EREM Severino de Andrade Guerra. Em seguida, fomos até Bom Jardim firmar convênio para instalação do Parque Ecológico Pedra do Navio. Além disso, anunciamos verbas para manutenção do CRAS, a implementação da cozinha comunitária, do Programa Mãe Coruja e da Central de Oportunidades. Vamos ampliar o abastecimento de água e, na educação, reformaremos a EREM Justulino Ferreira Gomes, além da licitação para construção de quadra coberta na EREM Dr. Mota Silveira. Na infraestrutura, serão pavimentadas ruas e a estrada vicinal que liga a cidade à Tamboatá. Encerramos nossa agenda com a entrega de documentos de CRLVs a proprietários de motos beneficiados pelo decreto de Anistia do IPVA e outras taxas. São intervenções que somam mais de R$ 57 milhões, contemplando diversas áreas para o desenvolvimento dessa região. 📸Hélia Scheppa

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Surto de lesões na pele pode ter sido provocado por cerdas de mariposas






O contato com cerdas de um tipo específico de mariposa está sendo considerado pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde do Recife como a principal hipótese para o surto de lesões na pele em Pernambuco.

A semelhança dos casos com outros surtos ocorridos no Brasil nessa mesma época do ano, e a proximidade da Mata Atlântica com os municípios que possuem notificações do tipo levam os estudos a considerarem que mariposas da espécie hylesia estejam provocando as lesões.

Segundo a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Recife, Marcella Abath, quando voam próximo a lugares luminosos ou lâmpadas, as mariposas liberam cerdas.

“Essas cerdas formam uma espécie de nuvem que fica no ar ou caem na superfície. Se a pele tiver contato direto ou por meio de uma roupa que esteja com essas cerdas, pode haver reação alérgica e coçar bastante, causando as lesões”, afirmou a secretária, informando que mesmo diante da forte hipotese da mariposa, o estudo ainda não está concluído.
 


“A investigação da causa pela escabiose está em andamento, mas por ela ser contagiosa e não encontramos a presença de ácaros, essa hipótese está sendo enfraquecida”.

A secretária também informou que a investigação da água não apontou nada que pudesse provocar as lesões. “Além disso, não termos uma fonte única de abastecimento nos dois bairros com maior incidência, que são Dois Irmãos e Guabiraba [ambos localizados na Zona Norte do Recife]. A hipótese das arboviroses também foi enfraquecida porque o quadro clínico não aponta para dengue nem chikungunya”, afirmou Marcella.

O Recife é o município com maior números de casos registrados até o momento, contabilizando 335 notificações, segundo informou a secretária executiva de Vigilância em Saúde do Recife.

SBD
Embora o município ainda trate a relação das lesões com as mariposas como possibilidade, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) se refere ao caso como um mistério desvendado.

De acordo com a entidade, a dermatologista Cláudia Ferraz conduziu uma pesquisa sobre a história epidemiológica e descreveu adequadamente as lesões, o que levou a suspeitar da provável etiologia.

Por sua vez, o também dermatologista Vidal Haddad Junior, que havia testemunhado e publicado outros surtos, esclareceu a etiologia da erupção. O relatório de ambos atesta 

A SBD enaltece que o trabalho da dupla permitiu descartar várias hipóteses levantadas para explicar a origem do surto, como intoxicação por ivermectina, escabiose (sarna), picadas de insetos, entre outras que, segundo a entidade, não tinham comprovação técnica ou científica.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

'O ecocídio vai ser o genocídio do século 21'




Fumaça de poluição

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O advogado Rodrigo Lledó integra um grupo de especialistas que defende que a destruição do meio ambiente seja considerada crime pelo Tribunal Penal Internacional

Matar o próprio lar.

Esta é a definição da palavra de origem grega e latina "ecocídio", que está ganhando cada vez mais notoriedade no mundo devido à emergência climática.

A pesca industrial que leva à perda de várias espécies, os derramamentos de óleo, a pecuária intensiva que causa desmatamento em áreas como a Amazônia e a poluição por plástico nos oceanos são alguns dos exemplos de atos que causam graves danos ambientais.

Diante desta situação, cientistas, acadêmicos e líderes ambientais de diversos países alertam sobre a necessidade de transformar o ecocídio em um crime internacional que penaliza a destruição generalizada do mundo natural.

Algo que, atualmente, não existe.



Por isso, um grupo de especialistas renomados está trabalhando para que o Estatuto de Roma, do Tribunal Penal Internacional (TPI), seja modificado e inclua o ecocídio entre seus crimes.

O advogado chileno Rodrigo Lledó faz parte deste grupo. Na entrevista a seguir, ele analisa por que é importante responsabilizar criminalmente a destruição ambiental, por que ainda existem países que resistem a esta ideia e quão próximos estamos realmente do ecocídio ser incluído no Estatuto de Roma.

Rodrigo Lledó

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O advogado e acadêmico Rodrigo Lledó é diretor da Fundação Internacional Baltazar Garzón

Línea

BBC News Mundo - O que é o ecocídio?

Rodrigo Lledó - É qualquer ato ilegal ou arbitrário perpetrado sabendo-se que existe uma possibilidade significativa de causar graves danos ao meio ambiente, ou que estes (danos) serão extensos ou duradouros.

Não é um termo novo, ao contrário do que se pensa. Fala-se em ecocídio desde a Guerra do Vietnã, quando os Estados Unidos pulverizaram o agente laranja e outros produtos químicos na selva vietnamita.

Um avião lança agente laranja sobre uma floresta no norte do Vietnã em 1966

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Um avião lança agente laranja sobre uma floresta no norte do Vietnã em 1966

Então, na década de 1970, a destruição do meio ambiente foi incluída como um crime de guerra.

No entanto, isso foi bom para os anos 1970. Mas hoje temos uma emergência climática decretada, e ela está acontecendo em tempos de paz. Portanto, falta uma forma penal de criminalizar a destruição deliberada do meio ambiente em tempos de paz.

BBC News Mundo - Por que é importante que o ecocídio seja reconhecido como crime hoje?

Lledó - Porque estamos em uma emergência climática. Porque a destruição do meio ambiente, mesmo que não se acredite, é lícita a nível internacional. É totalmente legal. Você pode ir para mar aberto e despejar toneladas e toneladas de produtos químicos, e isso não é ilegal.

Isso tem que mudar, tem que ser um crime. Ou, pelo menos, ilegal.

BBC News Mundo - As multas ou regulamentações que atualmente se aplicam em alguns países não são suficientes?

Lledó - Isso de que "quem polui paga" é muito bom, mas no fim das contas o que acontece com esses atos de poluição é que quem paga é o consumidor.

Porque a poluição se traduz em preços. Neste momento, por exemplo, o preço da eletricidade subiu muito devido ao aumento das licenças de emissão de CO2 impostas pela União Europeia.

Lixo e plástico à beira-mar

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'Precisamos que o direito penal internacional se adeque e responda à mudança climática'

Com o ecocídio, a ideia é responsabilizar penalmente e individualmente aqueles que causam danos. Tem que haver medidas preventivas para que isso não aconteça e, se acontecer, tem que ir para a cadeia.

BBC News Mundo - De uma perspectiva histórica, o ecocídio será um crime importante no futuro?


Lledó - Provavelmente.

Em 1948, no Tribunal de Nuremberg, falamos sobre crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio porque eram os problemas que a humanidade enfrentava naquela época. A Segunda Guerra Mundial tinha acabado de terminar.

Mas, hoje em dia, a humanidade enfrenta outros problemas e, por isso, precisamos que o direito penal internacional se adeque e responda a esses problemas. E o maior problema é justamente a mudança climática.

Então, assim como olhamos para trás, para o genocídio ou crimes contra a humanidade, no final, o ecocídio será como o genocídio do século 21.

BBC News Mundo - E quão perto estamos de o ecocídio ser um crime internacional?

Lledó - Vai depender dos Estados membros do Tribunal Penal Internacional.

Tribunal Penal Internacional

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Para que o ecocídio seja criminalizado internacionalmente, é preciso o apoio de 2/3 dos Estados membros

Em 2019, antes da pandemia, dois Estados concordaram em tipificar o ecocídio como um delito: Vanuatu e Maldivas. Que particularidades eles têm? São países insulares, que em questão de 10 ou 15 anos estarão submersos. Na verdade, eles já sofreram a invasão do mar e, portanto, sérios danos às suas plantações e outras coisas terríveis.

O que resta agora é que os Estados digam: sim, queremos que seja um crime da competência do Tribunal. Então, você tem que convencê-los...

Mas, para modificar o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, é necessária a aprovação de dois terços dos Estados membros. Por isso, é provável que demore vários anos.

BBC News Mundo - Quais as justificativas para não aceitar a tipificação do ecocídio como crime internacional?

Lledó - Justificativas que se concentram em não incomodar as empresas. Porque existem empresas altamente poluidoras que vão ter que modificar seu sistema produtivo.

Por este motivo, foi considerada a possibilidade de um período de transição, dar a elas um prazo para se adequarem. A ideia não é criminalizar as empresas por acaso, mas pelo risco que representam.

Desmatamento

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O desmatamento pode se tornar um crime internacional se o ecocídio for incluído no Estatuto de Roma

O que é preciso fazer é que essas mesmas empresas desenvolvam a sua atividade, mas tomando medidas para não agredir o meio ambiente. Porque hoje em dia danificar o meio ambiente sai de graça e depende de um Estado regular ou não. E quanto aos Estados falidos? Ou em alto mar, onde é terra de ninguém?

BBC News Mundo - Esta resistência também tem a ver com o fato de muitas pessoas e países ainda não estarem conscientes do que está acontecendo, certo?

Lledó - Sim, claro. Por muito tempo, tem havido uma falta de consciência. Mas também houve muita desinformação para poder continuar produzindo petróleo, etc... Há interesses.

E, se você olhar a atitude dos Estados, a pergunta que eles fazem é: quanto mais podemos esquentar o planeta? E, na realidade, não sabemos. Estamos brincando com fogo. Mas que estamos nos aproximando de um desastre, é claro que estamos, e cada vez mais. É irresponsável.

E não se trata de ser catastrófico e dizer que vamos nos extinguir. Mas vamos pagar caro. Nossos filhos e netos terão muita dificuldade. Vai ser complexo cultivar, vai custar muito caro. As áreas cultiváveis ​​vão ser reduzidas assim como as áreas habitáveis.

BBC News Mundo - Que países latino-americanos poderiam se beneficiar mais se o ecocídio for tipificado como crime?

Lledó - Acho que sobretudo os países que abrigam a Amazônia, como Equador, Colômbia e Brasil. Dependemos da Amazônia, é o pulmão do mundo.

BBC News Mundo - E as empresas que, apesar de prejudicarem o meio ambiente, trazem grandes benefícios a suas comunidades?

Lledó - A definição de ecocídio leva em consideração a desproporção entre o benefício esperado versus o dano a ser causado. Ou seja, posso provocar um dano ao meio ambiente se houver um benefício enorme para a humanidade.

Por exemplo, uma represa que vai gerar eletricidade de forma limpa para milhares de pessoas.

Ficha de arquivo onde está escrito 'mudança climática'

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Especialistas querem que o dano ao meio ambiente seja crime a nível internacional

Porque se transformamos o meio ambiente, se o danificamos, tem que haver uma proporção, tem que ser sustentável, que nos beneficie e permita seguir vivendo como humanidade. Do contrário, o que estamos fazendo é suicídio na verdade.

Por exemplo, a produção de abacate no Chile deixa toda a área de Petorca seca, para quê? Para benefício financeiro de um homem que é dono daqueles abacates. Há uma enorme desproporção entre o dano que causa e o benefício social. Então, este seria um caso de ecocídio.

BBC News Mundo - Você acredita que a tipificação do ecocídio pode realmente ajudar a acabar com o problema ambiental?

Lledó - É um passo importante, mas claramente não resolve todos os problemas.

É importante que outras iniciativas de mais longo prazo, como um tribunal ambiental e uma convenção internacional vinculante, se tornem realidade também.

  • Fernanda Paúl
  • BBC News Mundo
Professor Edgar Bom Jardim - PE