sexta-feira, 18 de junho de 2021

História da América: Mayflower, o incômodo legado dos peregrinos que chegaram aos EUA há 400 anos


Peregrinos embarcando no Mayflower para sua viagem à América. Bernard Gribble

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O navio Mayflower partiu em 16 de setembro de 1620 de Plymouth, na Inglaterra

Em um momento em que os Estados Unidos estão sob pressão pelo peso e contradições de sua história, chega o 400º aniversário do Mayflower, o icônico navio que, em 1620, transportou da Inglaterra aos EUA os peregrinos que formariam a primeira colônia permanente na costa leste americana.

Neste ano, o país se vê obrigado a enfrentar o terrível legado da escravidão e do racismo sistêmico que surgiu desse pecado original.

Estátuas comemorando os heróis da Confederação têm sido derrubadas. Novos marcos surgiram, como as palavras Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) pintadas em letras amarelas fluorescentes a poucos metros da Casa Branca. A recente morte do congressista negro John Lewis nos lembrou das batalhas da era dos direitos civis na década de 1970.

Assim, em meio à luta contra o surto distópico do coronavírus e o surgimento de um novo mundo, também estivemos imersos nos acontecimentos do passado.

O passado é sempre o presente nos Estados Unidos da América.



Do atual Tea Party (movimento conservador do Partido Republicano) aos manifestantes contra o general confederado mais famoso, Robert E. Lee; da discussão se o time de futebol de Washington deveria se autodenominar Redskins (Peles Vermelhas) até o debate sobre se os fundadores dos Estados Unidos que possuíam escravos ainda deveriam ser homenageados... Nenhum país no mundo vive e contesta sua história com tanta paixão e ferocidade.

As guerras culturais da política partidária contemporânea, as batalhas que fazem esse país parecer uma terra ocupada por tribos em guerra, muitas vezes são guerras realmente históricas.

Assim, onde o Mayflower se encaixa na história americana? Que significado devemos atribuir à chegada desses dissidentes ingleses? Como isso influencia o presente?

Mayflower 1620

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Há quatro séculos, Mayflower transportou da Inglaterra aos EUA os peregrinos que formariam a primeira colônia permanente na costa leste americana

Neste 400º aniversário, ele merece tanta comemoração? Afinal, o Mayflower não levou os primeiros colonos ingleses para a costa americana.

Nem mesmo a plantação de Plymouth (em Massachusetts, onde eles se estabeleceram) foi o assentamento inaugural. Jamestown, na Virgínia, fora fundada 13 anos antes. No oeste, os espanhóis já haviam se estabelecido em Santa Fé, capital do que hoje é o Estado do Novo México.

E talvez valha a pena dizer o óbvio desde o início: que os peregrinos não devem ser confundidos com os fundadores, patriotas que lutaram contra os britânicos, os visionários que em 1776 deram início a esta experiência turbulenta de democracia.

George Washington não era um dos passageiros a bordo do Mayflower, como se costumava pensar, embora nove presidentes dos Estados Unidos possam rastrear suas linhagens até aqueles que fizeram a viagem, incluindo os Bush e Franklin Roosevelt.

Também é um erro ver a chegada do Mayflower como a primeira interação entre colonos brancos e nativos americanos. O contato com os europeus durou pelo menos um século, em parte porque os traficantes de escravos tinham os nativos americanos em sua mira. Quando os peregrinos chegaram, alguns membros da tribo Wampanoag sabiam até falar em inglês.

Peregrinos chegando a Plymouth, Massachusetts, a bordo do Mayflower, em novembro de 1620. Pintura de W.J. Aylward

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Depois de uma jornada de 66 dias atormentada por terríveis tempestades e ondas altas, os 102 passageiros e a tripulação do Mayflower finalmente chegaram ao continente americano

Plymouth Rock (destino final do Mayflower) não é a Filadélfia, o berço da Constituição americana. A viagem transatlântica do Mayflower não possui a mesma glória nacional que a travessia do rio Delaware ou o ataque às praias da Normandia, apesar das afirmações de atrações turísticas locais de que foi a viagem que criou uma nação.

Os americanos não têm em relação a Plymouth Rock o mesmo senso de peregrinação que, por exemplo, Gettysburg (palco da batalha mais trágica da guerra civil americana, em 1863) ou até mesmo Graceland, a mansão que foi de Elvis Presley.

No final do século 19, havia um plano para erguer uma estátua para homenagear os peregrinos que rivalizaria com o Colosso de Rodes e tornaria a Estátua da Liberdade, em Nova York, pequena. Mas essa oitava maravilha do mundo nunca se tornou realidade, e um monumento menor foi construído em seu lugar.

Quanto ao pavilhão que envolve o pedaço de rocha que marca o ponto de desembarque, ele é, para os padrões americanos, um marco modesto: um dossel sustentado por doze colunas que poderia facilmente ser confundido com um coreto.

Homens em trajes históricos nas escadarias do Mayflower, o local onde se acredita que os peregrinos embarcaram no Mayflower há 4 séculos em Plymouth, Inglaterra, em comemoração ao aniversário

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Homens em trajes históricos nas escadarias do Mayflower, o local onde se acredita que os peregrinos embarcaram no Mayflower há 4 séculos em Plymouth, Inglaterra, em comemoração ao aniversário

Pacto de Mayflower

O pacto de Mayflower é um documento histórico significativo, o "berço das nossas liberdades", como um historiador o colocou de forma evocativa. Assinado pelos Peregrinos e pelos chamados Estranhos, artesãos, mercadores e serventes trazidos com eles para estabelecer uma colônia de sucesso, o documento concordava em aprovar "leis justas e igualitárias para o bem da Colônia".

Foi a primeira experiência de autogoverno do Novo Mundo. Alguns acadêmicos chegam a vê-lo como uma espécie de Carta Magna americana, um modelo para a Declaração de Independência e a Constituição dos Estados Unidos.

No entanto, os pesquisadores do Centro Constitucional da Filadélfia ressaltam que ela já havia sido esquecida na época em que os fundadores se encontraram no Independence Hall.

Assinaturas do Pacto Mayflower, um conjunto de regras de autogoverno estabelecido por colonos ingleses que viajaram para o Novo Mundo

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Assinaturas do Pacto Mayflower, um conjunto de regras de autogoverno estabelecido por colonos ingleses que viajaram para o Novo Mundo

Nem a crença dos peregrinos no que Robert Hughes chamou de "a hierarquia dos virtuosos" se enquadra na poesia mais secular da Declaração de Independência de que todos os homens são criados iguais e dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis.

Além disso, o Pacto de Mayflower começa com uma declaração de lealdade ao Rei Jaime 1 da Inglaterra e 6 da Escócia.

Depois que Washington triunfou em Yorktown contra os britânicos e esta nação incipiente começou a se afirmar no mundo, os primeiros escritores da história americana preferiram começar suas histórias com Cristóvão Colombo, apesar do fato de o explorador italiano nunca ter posto os pés na América do Norte.

Um novo país que acabara de expulsar os britânicos não queria ser definido por seu caráter inglês. Minimizar a importância do Mayflower tornou-se um primeiro ato de descolonização.

Puritanos e peregrinos

Os políticos de hoje se apropriaram de parte da linguagem messiânica da era colonial.

Ronald Reagan gostava de falar sobre "a cidade na colina", imitando a linguagem usada por John Winthrop durante sua viagem para a Nova Inglaterra. Mas Winthrop era mais puritano do que peregrino e navegou a bordo do Arbella em vez do Mayflower.

É uma diferença sutil, mas importante.

4 de julho celebrado no Pilgrim Memorial State Park

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O Pilgrim Memorial State Park foi criado em 1920 para comemorar o 300º aniversário do desembarque dos peregrinos

Ao contrário dos peregrinos, os puritanos, que chegaram dez anos depois, não eram separatistas. Eles permaneceram na Igreja da Inglaterra na esperança de banir os costumes católicos lá de dentro.

A colônia da baía de Massachusetts que eles fundaram ao norte, o assentamento que se tornou Boston, foi muito mais influente na formação da América do que a plantação de Plymouth.

Porém, tudo somado, o legado dos peregrinos e puritanos é fundamental.

O legado

A ética do trabalho. O fato dos americanos não tirarem muitas férias anuais. Noções de autossuficiência e atitudes em relação à assistência social governamental. Leis que proíbem o consumo de álcool em bares para jovens de até 21 anos. Certo pudor. A religiosidade. Os americanos continuam esperando que seus presidentes sejam homens de fé. Na verdade, nenhum ocupante da Casa Branca se identificou abertamente como ateu.

Além disso, a motivação do lucro era forte entre os colonos, e com a crença de que a prosperidade era uma recompensa divina por seguir o caminho de Deus. Um precursor do evangelho da prosperidade pregado pelos atuais evangelistas da televisão.

Todas essas características nacionais têm raízes nos puritanos.

Mayflower 2 em uma viagem a Provincetown para comemorar a 375ª chegada a Plymouth

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Mayflower 2 em uma viagem a Provincetown para comemorar a 375ª chegada a Plymouth

O francês Alexis De Tocqueville chegou a escrever em sua obra Democracia na América: "Acho que podemos ver todo o destino da América contido no primeiro puritano que desembarcou nessas praias".

Os peregrinos, ou mais precisamente, as peregrinas, também deixaram para trás um acervo genético do qual continuam extraindo dezenas de milhões de americanos.

Tantos cidadãos americanos afirmam ter descendentes que chegaram no Mayflower que você seria desculpado se pensasse que o navio de três velas era do tamanho de um porta-aviões.

Por tudo isso, quase a única vez que os peregrinos ocupam um lugar de destaque no imaginário nacional é o Dia de Ação de Graças, aquela festa com peru e abóbora antes do Natal, quando toda a América faz uma pausa cheia de calorias.

Esse feriado nasceu da celebração que marcou a primeira colheita em 1621, quando os colonos se reuniram com os nativos americanos Wampanaog. É embalado como um ato de coexistência pacífica, um banquete agradável que sugere que os índios americanos receberam os peregrinos de braços abertos.

No entanto, a maior parte do que as crianças americanas aprendem sobre o feriado não resiste a um exame minucioso. É mitologia, não história.

Pintura que simboliza o primeiro Dia de Ação de Graças

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Muitas representações da primeira refeição de Ação de Graças enfatizam o papel dos nativos americanos

Por um lado, existem as imprecisões inconsistentes.

Acredita-se, por exemplo, que o prato principal seja a carne de veado, e não o peru. O moderno menu de peru e torta de abóbora foi inventado por um editor de uma revista do século 19, que leu sobre a primeira festa e pressionou Abraham Lincoln para que o Dia de Ação de Graças fosse um feriado nacional.

Mas a maior ficção é a mais prejudicial.

Em uma recontagem fraudulenta da história, o lugar dos nativos americanos naquela mesa é comumente mal usado e mal compreendido. O Dia de Ação de Graças fomentou a ideia de que os nativos americanos receberam calorosamente os colonos europeus brancos; que ajudaram os recém-chegados ensinando-os a sobreviver no Novo Mundo; que viviam juntos em harmonia; que se reuniram para a festa e depois desapareceram da história.

É uma narrativa de validação colonial; de aceitação artificial; conforto branco. É uma história que aceita ao pé da letra um selo da colônia desenhado pelo Massachusetts Bay Colony que mostrava um índio americano seminu implorando aos ingleses: "Venham e ajudaremos".

Postal de Ação de Graças com o tio Sam enforcando um peru

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A cara do peru neste postal expressa algo mais parecido com o que realmente foi aquele encontro entre culturas que celebra o Dia de Ação de Graças

Consequentemente, o Dia de Ação de Graças se tornou um véu americano, uma capa de invisibilidade em torno da qual as verdades incômodas da história foram escondidas por séculos.

Mas na realidade...

Embora houvesse uma sensação de distensão naqueles primeiros anos — principalmente porque os Wampanoag estavam ansiosos para recrutar aliados contra uma tribo rival —, ela logo mudou.

Os nativos americanos se tornaram vítimas dos colonos; presos por grilagem de terras, exploração dos recursos naturais e doenças mortais importadas da Europa, às quais eles não estavam imunes.

Todas essas tensões explodiram em uma série de guerras entre os habitantes indígenas da Nova Inglaterra e os colonos que roubaram suas terras.

Esta, então, é mais uma história de conflito do que colaboração; de derramamento de sangue, não de fraternidade. Os feriados de Ação de Graças às vezes eram comemorados para celebrar as vitórias sobre os nativos americanos.

Hierarquia cultural

Como o historiador David Silverman mostrou em seu livro This Land is Their Land ("Esta Terra é a Terra Deles", em tradução livre), a ideia de que os peregrinos foram os pais da América foi adotada pelos habitantes da Nova Inglaterra no final do século 18, preocupados que sua influência cultural não fosse tão forte quanto deveria ser quando a primeira república tomou forma.

Desde então, a primazia dos peregrinos e os mitos do Dia de Ação de Graças foram reutilizados sempre que os protestantes brancos sentiam que sua hegemonia estava ameaçada.

Isso foi especialmente verdadeiro no século 19, quando ondas de imigrantes europeus católicos e judeus desafiaram o domínio do protestantismo branco.

Imigrantes chegando da Europa em 1920

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Imigrantes da Europa desafiaram a narrativa da herança puritana

Os peregrinos foram cooptados para afirmar o domínio da cultura WASP: termo em inglês para branco, anglo-saxão e protestante. Eles foram usados ​​para estabelecer uma hierarquia cultural.

Esse domínio persiste até hoje.

Um país colonizado por protestantes anglo-saxões continua a favorecer os protestantes anglo-saxões. Foi só em 1960 que os Estados Unidos elegeram um presidente católico, John Fitzgerald Kennedy, um político de ascendência irlandesa. Joe Biden pretende se tornar o segundo.

Há também uma dimensão de classe na cultura WASP, o que significa que os peregrinos dificilmente são considerados heróis populistas. A cultura WASP tem sido tradicionalmente uma preservação da classe alta, reforçada por meio de casamento, herança, patrocínio e escolas e universidades de elite.

Biden e Trump
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Joe Biden quer se tornar o segundo presidente católico eleito nos EUA

Os peregrinos foram os criadores de um sistema de classes americano que fez Donald Trump, com todas as suas riquezas, se sentir um estranho.

Embora a mãe dele tenha nascido na Escócia, Donald Trump é descendente de alemães e cresceu no bairro do Queens, em Nova York. Isso o tornava "um cara pouco sofisticado" para os sangues azuis do WASP de Manhattan, que zombavam dele como um magnata do mercado imobiliário novo-rico e um candidato presidencial vulgar.

Por sua vez, os descendentes daqueles que desembarcaram em Plymouth Rock — a elite original da Costa Leste — são frequentemente alvo das investidas antielitistas de Donald Trump.

Domínio

Os peregrinos também afirmaram o domínio da raça branca, muitas vezes com força assassina.

Durante os primeiros anos, em um ciclo de matanças retaliatórias, houve massacres de ambos os lados. Mas a selvageria dos colonos brancos foi grotesca. Eles tentaram aterrorizar seus inimigos atacando não-combatentes, colocando fogo em cabanas e matando, com espada, aqueles que escapavam.

Logo eles envolveram aquela matança na linguagem da redenção, de como haviam feito a obra do Senhor ao enviar aquelas almas perversas para o inferno.

Os habitantes originais da terra passaram a ser tratados como invasores e saqueadores.

Metacom, o rebelde indígena, foi morto, mutilado e exposto

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Metacom, o rebelde indígena, foi morto, mutilado e exposto

Quando em 1675 um grupo de nativos americanos se uniu para lutar contra os colonos, o cadáver de seu líder Metacom, a quem os ingleses apelidaram de 'Rei Phillip', foi tratado como um troféu. A cabeça foi exibida em um pique na plantação de Plymouth.

Escravidão e branqueamento

Assim como sua brutalidade tem sido tradicionalmente minimizada, a aceitação da escravidão pelos puritanos foi ignorada.

Os colonos não apenas importaram escravos africanos, mas também exportaram nativos americanos. Na década de 1660, metade dos navios do porto de Boston estava envolvida no comércio de escravos. Pelo menos centenas de nativos americanos foram escravizados.

A divisão racial tem sido a configuração padrão para a vida americana, e aqueles primeiros colonos brancos traçaram a linha de cores com o sangue nativo americano.

No entanto, até hoje, os peregrinos continuam a ser retratados principalmente como vítimas de perseguição, os primeiros solicitantes de asilo que fugiram da intolerância religiosa de sua terra natal.

Recontar a viagem de Mayflower como uma história da origem do país também promoveu e sustentou a crença de que a história americana começa na época da colonização europeia.

Isso não é tanto uma lavagem da história dos nativos americanos, mas sim sua completa eliminação. É um enquadramento da história baseado na crença contemporânea de que os colonos chegaram a terrenos baldios, e não a territórios ocupados havia milhares de anos. Esta crônica dos conquistadores ignora deliberadamente pelo menos 12 mil anos de história dos índios americanos, uma narrativa complicada e frequentemente sangrenta.

Os perdedores

Quando você começa a repensar a história a partir da perspectiva dos vencidos, algumas possibilidades historiográficas inovadoras se abrem.

"SEM NOVOS MUNDOS" diz a instalação de arte que faz parte da celebração do aniversário do Mayflower em Plymouth, Inglaterra

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"SEM NOVOS MUNDOS" diz a instalação de arte que faz parte da celebração do aniversário do Mayflower em Plymouth, Inglaterra

Em sua obra americana de sucesso, "These Truths" (Estas Verdades), a estudiosa de Harvard Jill Lepore argumenta, por exemplo, que a revolução nos Estados Unidos não começou com os colonos ingleses que eventualmente se rebelaram contra o rei, mas com as pessoas que eles governaram. Nessa reformulação, os patriotas americanos que enfrentaram os britânicos são considerados os herdeiros revolucionários dos nativos americanos que enfrentaram os ingleses.

Ao menos durante as comemorações deste ano, a história do povo Wampanoag será reconhecida.

Não foi assim há 50 anos, no 350º aniversário. Embora um líder nativo americano tenha sido convidado para falar em um jantar em Plymouth, Massachusetts, ele não teve permissão para fazer o discurso que preparou. Nele, descreveu a chegada do Mayflower como o começo do fim para a cidade dele, uma dura verdade considerada desagradável demais para os anciãos da cidade que participavam de um banquete.

Dar mais destaque aos Wampanoag nessas comemorações será visto como um corretivo que já deveria ter sido adotado há muito tempo, transformando a celebração em uma busca de entendimento.

Mas não se engane: as guerras da história americana continuarão a ser travadas e os peregrinos continuarão presentes nessa batalha.

  • Nick Bryant
  • BBC News

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 17 de junho de 2021

História da América: Como uma epidemia no Haiti ajudou os EUA a se tornarem uma potência




Enfrentamiento entre esclavos haitianos y tropas francesas.

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A revolta dos escravos haitianos deu início a eventos que alteraram para sempre a geopolítica mundial

Foi uma epidemia cujos efeitos mudaram a geopolítica mundial por muitos séculos.

No final de 1801, Napoleão Bonaparte enviou ao Haiti uma das maiores frotas marítimas já mobilizadas pela Armada francesa e suas forças acabaram sucumbindo a um mosquito.

Milhares de soldados franceses morreram vítimas de maior epidemia de febre amarela registrada no Caribe em 300 anos.

Assim naufragaram os planos de Bonaparte para as Índias Ocidentais, como eram chamadas as ilhas do Caribe, dos quais o Haiti era peça central.

Seu fracasso criou condições para a consolidação de uma pujante mas jovem nação, os Estados Unidos, cuja ascensão transformaria o jogo de forças internacional nos séculos seguintes.


Mas de onde vinha o interesse de Bonaparte pelo Haiti?

Um império de açúcar e café

Depois de se estabelecer no início do século 17 de maneira informal na parte ocidental da Espanhola, como era conhecida a ilha onde hoje ficam o Haiti e a República Dominicana, a França conseguiu fazer a coroa espanhola lhe ceder formalmente um terço da ilha em 1697 com o Tratado de Rijswijk.

Barcos franceses em Santo Domingo

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Mais de 700 barcos atracavam em Santo Domingo para exportar seus produtos, principalmente café e açúcar

Batizada então de Saint-Domingue, ou São Domingos, logo se tornou a posse mais próspera da França em todo o Novo Mundo, graças à sua produção de açúcar e café, da qual a França era o principal exportador para a Europa e, em menor grau, cacau e índigo.

No início da década de 1780, mais de 700 navios atracavam lá todos os anos para carregar produtos dessa colônia, que naquela época representavam dois terços dos investimentos franceses no exterior.

Toda essa prosperidade, no entanto, foi construída com base no uso maciço e brutal da força de trabalho escrava africana.

Esses escravos ficavam presos num círculo vicioso porque os proprietários não se dedicavam a cuidar deles, convencidos de que não valia a pena gastar devido à alta taxa de mortalidade entre eles.

Como consequência, metade dos escravos morreu durante o primeiro ano no Haiti devido às duras condições de vida.

A cada ano dezenas de milhares de seres humanos eram trazidos, o que, por sua vez, transformou o comércio de escravos em um negócio lucrativo.

Socialmente, São Domingos era uma bomba-relógio com várias classes que se odiavam e se temiam. Como o historiador francês Paul Fregosi descreveu:

"Brancos, mulatos e negros se odiavam. Os brancos pobres não toleravam brancos ricos; os brancos ricos desprezavam os brancos pobres; os brancos de classe média tinham inveja dos brancos aristocráticos; os brancos nascidos na França menosprezavam os brancos locais. Os mestiços não gostavam dos brancos, repudiavam os negros e eram desprezados pelos brancos. Negros livres abusavam daqueles que ainda eram escravos; negros nascidos no Haiti consideravam selvagens aqueles trazidos da África. Todos - com boas razões - viviam aterrorizados com os outros. O Haiti era um inferno, mas o Haiti era rico."

Em 1791, paradoxalmente inspirados pela Revolução Francesa e sua Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, os escravos iniciaram uma revolta que 13 anos depois culminaria na declaração de independência, a primeira em um país latino-americano.

Muitos proprietários de terra morreram nas mãos de seus escravos e numerosas plantações foram queimadas.

Fazendeiros foram mortos e plantações foram queimadas na revolta

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Fazendeiros foram mortos e plantações foram queimadas na revolta

O levante levou a uma guerra civil, na qual também interferiram outras grandes potências coloniais, como Espanha e Inglaterra, que apoiaram um ou outro grupo de acordo com sua conveniência.

A pressão da revolta estava conseguindo extrair concessões das autoridades francesas, que começaram a oferecer liberdade aos escravos que se juntavam às suas fileiras.

Em 1794, a França aboliu a escravidão em todas as suas colônias do Caribe.

No início da década seguinte, François-Dominique Toussaint Louverture, um ex-escravo militar que jurou lealdade à França, assumiu o controle de São Domingos e em 1801 foi nomeado "governador geral".

Seus movimentos não passariam despercebidos em Paris.

Uma invasão, um engano

Decidido a recuperar o controle da antiga colônia e restaurar sua "grandeza", no outono de 1801, Bonaparte enviou uma flotilha composta por 26 fragatas, 35 navios, 22.000 soldados e cerca de 20.000 marinheiros, segundo dados coletados pelo historiador americano JR McNeill.

tropas francesas em Saint Domingue.

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Com tropas experientes e bem armadas diante de milícias locais mal equipadas, Leclerc conseguiu ganhar terreno e, em maio de 1802, ele fez um armistício com Toussaint

No final de janeiro de 1802, essa força chegou ao seu destino, desembarcando em três portos diferentes.

Nos meses seguintes, eles receberiam mais reforços, embora não haja consenso entre os especialistas sobre a magnitude deles. Estima-se que a força total enviada tenha variado de 60.000 a 85.000 homens.

À frente dessa expedição estava o general Victor Emmanuel Charles Leclerc, marido de Pauline, a irmã mais nova e favorita de Napoleão.

O chefe militar recebeu instruções secretas sobre sua missão.

"Napoleão determinou que Leclerc restaurasse a economia das plantações, restaurasse São Domingos à França e acabasse com a independência de Toussaint", escreve McNeill em seu livro Mosquito Empires: Ecology and War in the Greater Caribbean, 1620-1914 (Impérios de mosquitos: ecologia e guerra no Caribe, 1620-1914, em tradução livre).

Seus objetivos também incluíam o restabelecimento da escravidão, mas somente quando os negros fossem desarmados e seus líderes deportados para a França, portanto havia discrição sobre esses planos.

Napoleão também instruiu Leclerc a agir astuciosamente diante de Touissant: ele devia primeiro demonstrar respeito para baixar a guarda e depois capturá-lo.

François-Dominique Toussaint Louverture

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Toussaint Loverture

Com tropas experientes e bem armadas diante de milícias locais mal equipadas, Leclerc conseguiu ganhar terreno e, em maio de 1802, fez um armistício com Toussaint, que se retirou para uma de suas muitas propriedades na região.

Um mês depois, no entanto, o líder haitiano cometeu o erro de ir a um encontro com Leclerc, que o prendeu e o deportou para a França, onde ele morreu em uma masmorra menos de um ano depois.

Um inimigo pequeno e mortal

Alguns historiadores consideram que a captura de Toussaint foi acelerada depois que Leclerc descobriu que o líder haitiano estava tentando ganhar tempo enquanto esperava os franceses recuarem ao serem derrotados por um inimigo implacável: a febre amarela.

Mosquito Aedes aegypti.

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O pequeno Aedes aegypti deu fim aos projetos de Bonaparte

"Toussaint tinha conhecimento médico e tinha consciência de quando e onde a febre atingiria seus inimigos europeus. Aparentemente, ele sabia que, ao manobrar para levar alvos a portos e terras baixas durante a estação chuvosa, eles morreriam em massa", dizem os historiadores da medicina John S. Marr e John T. Cathey.

Essa estratégia parece insinuada em uma carta que o general haitiano escreveu a Jean-Jacques Dessalines, que o sucederia como líder e se tornaria o primeiro presidente do Haiti pós-colonial.

Em seu texto, Toussaint instrui Dessalines a queimar um porto onde os franceses tinham uma guarnição e indica: "Não se esqueça que enquanto esperamos a estação das chuvas, que nos livrará de nossos inimigos, só teremos destruição".

Seus cálculos foram bem orientados. Quando a estação das chuvas começou em 1802, as tropas francesas começaram a cair sob os ataques do pequeno, mas implacável mosquito Aedes aegypti.

Leclerc reconhece o quão difícil foi essa batalha em uma carta que enviou ao ministro da Defesa francês Denis Descres na época:

"Um homem não pode trabalhar duro aqui sem arriscar sua vida e é impossível para mim ficar aqui mais de seis meses. Minha saúde é tão ruim que eu me consideraria sortudo se pudesse durar tanto tempo! A mortalidade continua e o medo causa estragos. O exército que calculávamos em 26.000 homens está reduzido no momento para 12.000. Neste momento eu tenho 3.600 homens no hospital", escreveu ele.

"Nas últimas noites, perdi de 30 a 50 homens por dia na colônia, e não passa um dia sem que 200 a 250 homens entrem no hospital, dos quais não mais que 50 saem", acrescentou.

Victor Emmanuel Charles Leclerc

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O general Leclerc, cunhado de Bonaparte

As condições em que as tropas francesas viviam, em fortes lotados ou em navios nos portos, proporcionavam um ambiente propício ao melhoramento genético e ataque de mosquitos.

Além disso, as forças recém-chegadas do exterior não possuíam imunidade à doença, como poderia ter sido desenvolvida por aqueles que há muito residiam na ilha.

Como consequência, as tropas de Leclerc foram dizimadas pela febre amarela.

Segundo estimativas de McNeill, entre 80% e 85% dos soldados franceses enviados ao Haiti perderam a vida, a maioria devido a doenças e apenas alguns em combate.

"Sob todas as perspectivas, o número de mortos e a taxa de mortalidade são difíceis de entender a menos que se leve em consideração a convergência de fatores ambientais e ecológicos ideais para um desastre epidemiológico", resumiram John S. Marr e John T. Cathey.

Uma dessas fatalidades foi o próprio Leclerc, que morreu em novembro de 1802. Um ano depois, as forças francesas finalmente se retiraram da ilha e abandonaram formalmente sua tentativa de reconquista.

Alguns erros estratégicos contribuíram para sua derrota, como a captura de Toussaint, a decisão de Napoleão de restabelecer a escravidão na ilha de Guadalupe e as ações cruéis do sucessor de Leclerc, o general Donatien Rochambeau, que levou a França a encontrar uma resistência cada vez maior entre negros.

Nenhum desses elementos, no entanto, teve um efeito tão devastador quanto a febre amarela.

O nascimento de uma potência

A tentativa de Napoleão de recuperar o controle de São Domingos era acompanhada com interesse pelas outras potências, mas causou inquietação especialmente em um país recém-independente e ainda em desenvolvimento: os Estados Unidos.

Thomas Jefferson

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Thomas Jefferson previa que a ocupação francesa de Louisiana levaria a conflitos nos EUA

No final de 1800, a Espanha cedeu a colônia da Louisiana à França por meio de um acordo secreto.

Esse território abrangia os estados atuais de Arkansas, Iowa, Missouri, Kansas, Oklahoma e Nebraska, além de partes de Minnesota, Novo México, Dakota do Sul, Texas, Wyoming, Montana e Colorado e do próprio estado da Louisiana e de partes das províncias canadenses de Alberta e Saskatchewan.

Mas o governo de Thomas Jefferson não estava tão preocupado com o tamanho do território, mas com sua localização: eles controlavam o rio Mississippi e o porto de Nova Orleans, onde viajavam três oitavos dos produtos exportados pelos Estados Unidos.

Outra causa de desconforto foi o fato de o novo proprietário ser uma potência em expansão, como a França de Napoleão.

"Isso muda completamente todas as relações políticas nos Estados Unidos e gerará uma nova época em eventos políticos", escreveu o presidente dos EUA em abril de 1802, logo após receber a confirmação da designação da Louisiana.

"A Espanha poderia controlá-la em silêncio por anos. Isso nunca pode ser esperado nas mãos da França. A impetuosidade de seu temperamento, a energia e o caráter inesgotável colocam-na em um ponto de atrito eterno conosco. É impossível que a França e os Estados Unidos possam permanecer amigos quando se encontram em uma situação tão tensa", disse o presidente americano, como relata o historiador Jon Meacham em sua biografia.

Tentando resolver a crise antes que ela surgisse, Jefferson enviou James Monroe a Paris no início de 1803 para negociar a compra de Nova Orleans com Napoleão.

James Monroe

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James Monroe foi enviado à França para negociar a compra de Nova Orleans e acabou comprando toda a colônia de Louisiana

O objetivo foi alcançado, mas com uma surpresa adicional: à proposta de compra de Nova Orleans, a França acrescentou a oferta de entregar toda a colônia da Louisiana.

Mas por que tomou essa decisão?

"Para a França, manter e defender terras tão distantes da Europa estava se tornando cada vez mais caro e problemático. A derrota nas mãos das forças de São Domingos foi especialmente problemática para Napoleão, que acreditava que ele deveria dedicar seus recursos a campanhas mais perto de casa", explica Meacham.

Foi assim que, em 30 de abril de 1803, foi assinado o acordo pelo qual os Estados Unidos compraram a Louisiana, encerrando assim qualquer preocupação com as ambições territoriais da França em seu ambiente mais próximo e conseguindo duplicar seu território a um preço baixo: US $ 15 milhões na época, equivalente a cerca de US $ 340 milhões em 2020.

Historiadores como Bob Corbett colocam São Domingos no centro da estratégia da França para o Novo Mundo, na qual a Louisiana pretendia servir como produtora de produtos para alimentar os escravos da ilha.

"Sem a ilha, o sistema tinha mãos, pés e até cabeça, mas não corpo. De que adiantava a Louisiana quando a França havia perdido a principal colônia que a Louisiana deveria alimentar e fortalecer?", perguntou o historiador Henry Adams.

Outros pesquisadores acreditam - com base em algumas evidências - que Bonaparte realmente tinha planos de tomar o controle da Louisiana e de lá conquistar os Estados Unidos, ou pelo menos estabelecer-se como uma força importante naquele território, dividido entre americanos, franceses e espanhóis.

Mesmo que um desses cenários estivesse correto, a derrota em São Domingos parece ter encerrado essas ambições.

A compra da Louisiana abriu as portas para a futura expansão dos EUA para o oeste, incluindo a guerra com o México, após a qual os Estados Unidos anexaram formalmente o Texas e compraram a Califórnia e o resto dos territórios ao norte do Rio Grande.

Mapa da compra de Louisiana.

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,

A compra de Louisiana permitiu aos EUA duplicar se território e abriu portas para a expansão a oeste

Essa consolidação territorial não apenas ajudou a torná-lo o quarto país com o maior território do mundo, mas também limitou a dois o número de países com os quais compartilhava uma fronteira terrestre e deixou os oceanos Atlântico e Pacífico como barreiras naturais que o protegiam de agressões.

Todos esses elementos foram essenciais para impedir que os Estados Unidos fossem atacados por inimigos externos e impediram que suas infraestruturas (e em grande parte sua economia) fossem afetadas por conflitos armados.

E todas essas mudanças foram possibilitadas pela epidemia de febre amarela que atingiu as tropas francesas no Haiti.

Está claro por que o pesquisador Erwin Ackerknecht diz que essa foi provavelmente "a epidemia mais importante da história".

  • Ángel Bermúdez 
  • BBC News Mundo

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Aumento o perigo de mais mortes em Bom Jardim e região. Nova Variante P.1 ataca em Bom Jardim. Cuidados devem ser redobrados





Os bonjardinenses têm mais uma preocupação além  de vivenciar uma atmosfera de tristeza   com tantas mortes de pessoas conhecidas, de amigos e familiares vitimados  pela pandemia do novo Coronavírus.

Além de conviver com a falta de trabalho, alta  abusiva dos preços das coisas, aumento do preço do gás de cozinha, da  luz, inflação, falta de alimentos na mesa de muitas famílias, também precisamos nos preocupar com a ameaça da dengue, chikungunya e de  um novo vírus da morte. 

O Governo Municipal informa a toda população  do campo e da cidade e aos  demais  moradores de municípios da região que foi detectada a circulação da variante P.1 em amostras coletadas em Bom Jardim e outros municípios do agreste. 

É necessário redobrar os cuidados, usar sempre a máscara, lavar sempre as mãos com água e sabão, manter o distanciamento social, cuidar bem dos alimentos, fazer sempre a  limpeza dos ambientes de casa e do localização de trabalho, não ficar circulando nos ambientes públicos e particulares sem necessidade, evitar ao máximo fazer aglomerações, evitar pegar em dinheiro.  Quem não tomou a segunda dose da vacina deve voltar ao posto de vacinação com urgência.

Comerciantes, feirantes, prestadores de serviços, funcionários públicos devemos ter o máximo de cuidado com os ambientes de trabalho, os instrumentos de trabalho, mobiliários e objetos de uso pessoal.

A prefeitura precisa instalar pias, lavatórios urgente em locais públicos. Feirantes precisam vender os produtos usando máscara, não expor alimentos no chão. Mercado  e Sanitário Público necessitam receber reforço na limpeza. Toyoteiros e motoristas de  carros de lotação  devem usar máscaras, fornecer álcool aos passageiros. Todos os funcionários de mercadinhos, lojas, farmácias, salão de beleza devem usar máscara sempre, trocar a máscara várias vezes ao dia. Os clientes devem ter sempre álcool para higienizar as mãos para evitar infecções. 

Funcionários da coleta do lixo devem usar máscara sempre, lavar as mãos sistematicamente. Vacinadores precisam mostrar a vacina, a seringa antes e depois de aplicar no braço das pessoas. Medida protocolar correta da lisura, ética e transparência. 

A população precisa fazer sua parte para amenizar os problemas. Os trabalhadores da saúde estão cansados de tanto trabalho, de tantas batalhas para salvar vidas. Sozinho o governo municipal não terá condições de amenizar a situação que é muito grave. 
Ainda há gente que é contrária ao uso de Máscara. Fuja dos comentários dos negacionistas  loucos e fanáticos que apregoaram a desinformação em relação a gravidade da pandemia. 

É preciso tomar a vacina, tomar todos os cuidados com a limpeza do corpo da casa, do ambiente de trabalho,  pedir a Deus pela vida e saber votar contra os políticos coveiros na próxima eleição. Já são quase meio milhão de mortos no Brasil.  A morte pelo Coronavírus poderia ter sido evitada para centenas de milhares de brasileiros se não fosse a péssima gestão do presidente Bolsonaro.  

Dos 493 casos graves notificados no Agreste Setentrional, desde o início da pandemia 452 resultou na morte dos pacientes. Ao prevalecer esta média anual teremos mais gente morrendo em Bom Jardim em 2021. Como explicar tanta gente que insiste em não usar máscara nas ruas, nas praças, nos mercados, nas lojas, nos carros de lotação, pessoas fazendo festinhas em lajes, no quintal, em ambientes "secretos". Por que tanta máscara no queixo.

Não é  correto só colocar a culpa na administração municipal se o povo não colabora, não faz sua parte. O município não pode ficar parado diante de algumas situações ou repetir erros da gestão passada.

Imagem Blog Professor Edgar Bom Jardim.
Professor Edgar Bom Jardim - PE