domingo, 9 de maio de 2021

Revolução Russa de 1917: o que mudou?


Soldados após a Revolução Russa de Fevereiro de 1917 (Foto: Nestori Jaakkola | Wikimedia).

Soldados após a Revolução Russa de Fevereiro de 1917 (Foto: Nestori Jaakkola | Wikimedia).

Revolução Russa (1917-1928) foi constituída de uma série de eventos responsáveis por derrubar a monarquia que comandava o Império Russo até então e criar a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), o primeiro país socialista do mundo. Essa revolução não é importante apenas na história da Rússia, pois trata-se de um período que impactou todo o andamento do século XX. Que tal entender mais sobre esse momento?

O QUE ACONTECEU ANTES DA REVOLUÇÃO RUSSA?

É comum que revoluções sejam antecedidas por períodos de grande insatisfação popular e isso não foi diferente com a Revolução Russa. Os principais fatores que levaram o povo a derrubar o governo foram os seguintes:

Persistência do absolutismo

Antes da Revolução Russa, cuja concretização foi em 1917, o sistema político que organizava o país desde o século XVI era o czarismo. Tratava-se de uma forma de absolutismo, no qual o czar (imperador) concentrava em suas mãos todos os poderes.

Ao czar estavam submetidas todas as classes sociais, desde os servos até a nobreza – conhecida como boiardos – e a Igreja Católica Ortodoxa. Esses dois últimos grupos eram considerados mais livres do que os servos, mas mesmo assim tinham suas liberdades controladas pelo Império. A Ochrana – polícia política – vigiava e controlava a educação e os tribunais; no país também  não existia liberdade de imprensa. Já os camponeses viviam em extrema miséria e ainda pagavam altos impostos para manter o sistema czarista.

Pobreza e miséria

No século XIX a Rússia, juntamente com Reino Unido, Alemanha, França e Áustria-Hungria, era um dos principais países da Europa. Contudo, os russos ficaram para trás na Revolução Industrial e viram seus vizinhos modernizarem-se e investirem na indústria, enquanto a Rússia continuava sendo uma economia agrícola.  O Império Russo a era conhecido como o “Gigante dos Pés de Barro”, uma vez que sob o sistema feudalista – organização política-social na qual servos trabalhavam para donos de terra, os quais geralmente tinham laços com a nobreza –, os senhores feudais não tinham interesse em modernizar as plantações ou investir em indústrias,.

Quando a Rússia foi derrotada na Guerra da Criméia (1854-1856) por conta dos problemas sociais e econômicos que enfrentava, o czar Alexandre II instituiu algumas mudanças. Em 1861 houve a abolição da servidão, junto com a ocupação de novas terras, vendidas aos camponeses. Isso permitiu o país a aumentar sua produção e tornar-se um exportador de grãos. Com as medidas, também houve um crescimento populacional que acabou aprofundando os problemas sociais na Rússia. Com mais pessoas morando no país, o desemprego cresceu e a produção agrícola insuficiente para alimentar a população gerou fome e revoltas.



Buscando contornar a situação, o czar passou a estimular a industrialização, financiada por investimentos estrangeiros. Com a instalação de indústrias na Rússia, cresceu a migração no país. Tanto estrangeiros quanto pessoas de outras regiões russas mudaram-se para as novas cidades industriais, como Moscou e Petrogrado, em busca de emprego. Assim, nas últimas décadas do século XIX o Império Russo finalmente se modernizou. Contudo, o absolutismo e as precárias condições de vida persistiram no campo e na cidade, onde os operários recebiam salários muito baixos.

A política antes da Revolução Russa

Como a industrialização foi feita com capital inglês e francês, majoritariamente, naquele momento a Rússia não viu surgir uma burguesia local que pudesse alterar a dinâmica política do país. Em contrapartida, os operários – que ainda formavam um grupo pequeno – passaram a se organizar cada vez mais. Os operários, que recebiam influência de ideias vindas da Europa Ocidental e mantinham contato com os camponeses, formaram grupos de oposição ao czarismo. Mesmo os partidos políticos sendo proibidos, vários existiam clandestinamente. O Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR), inspirado nos ideais marxistas e liderado por Plekhanov e Lenin, era o mais famoso deles.

As divergências ideológicas dentro do partido fizeram surgir dois grupos essenciais na Revolução Russa:

  • Mencheviques: palavra russa para “minoria” do POSDR, liderados por Plekhanov, acreditava que era possível chegar ao poder de maneira pacífica, como por meio de eleições. Apesar de defender a implantação do socialismo na Rússia, os mencheviques acreditavam que a transição para esse tipo de governo deveria ser gradual e feita por reformas políticas e econômicas.
  • Bolcheviques: a “maioria”, os bolcheviques eram liderados por Lenin e defendiam a necessidade de uma revolução armada para tirar o czar do poder. Os bolcheviques também pretendiam instalar o socialismo no país, mas de maneira imediata.

Entendeu as divergências entre os dois grupos? Guarde essa informação porque mais a frente ela será necessária!

Leia mais: o que é social democracia?

Domingo Sangrento de 1905,por Wojciech Kossak (Foto: Wikimedia).

Domingo Sangrento de 1905, por Wojciech Kossak (Foto: Wikimedia).

Domingo sangrento

Em 1904, a Rússia entrou em conflito com o Japão pelos territórios da China e da Manchúria. Em 1905, a Guerra Russo-Japonesa acabava com a derrota russa e a oposição ao czar ganhou força. Descontente com a desorganização da economia gerada pelo conflito e humilhados pela derrota, o povo iniciou a Revolução de 1905. O movimento não tinha liderança ou objetivos claros, mas um de seus episódios marcou a história do país: o Domingo Sangrento.

Nesse dia, um protesto pacífico organizado pelo padre Gregori Gapone, que tinha como finalidade entregar um abaixo assinado com uma série de exigências ao czar, foi violentamente repreendido. O czar Nicolau II ordenou sua guarda, que abriu fogo contra os manifestantes e deixou centenas de mortos.

A tragédia fortaleceu a oposição de vários setores da sociedade ao czar. Operários, camponeses e soldados formaram conselhos chamados de sovietes, já a burguesia que nascia no país pressionou o czar para que um Parlamento fosse criado. A fim de acalmar os ânimos, o líder russo promulgou uma Constituição e convocou eleições para a Duma (Parlamento). Dessa forma, a Rússia passava a ser uma monarquia constitucional, na qual o czar continuava concentrando grande parte do poder e o Parlamento tinha suas ações limitadas.

Com essas medidas o czar conseguiu conter as revoltas e entre 1907 e 1914 o país viveu certa tranquilidade.

Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918)

Em 1914, após o assassinato de Francisco Ferdinando, a Áustria-Hungria declarou guerra à Sérvia. O czar Nicolau II partiu em defesa dos aliados sérvios e logo lutava com a Tríplice Entente na Primeira Guerra Mundial. Os gastos com o conflito aprofundaram a pobreza no país e prejudicaram a Rússia nos campos de batalha, pois até mesmo com falta de munição as forças russas sofriam.

Estoura a Revolução Russa

A crise socioeconômica e a insatisfação do povo foi, então, o estopim para uma série de acontecimentos que formariam a Revolução Russa.

Revolução de Fevereiro de 1917

Em fevereiro de 1917, uma marcha pelo dia das mulheres transformou-se em um protesto geral, no qual o povo invadiu o palácio e forçou o czar a renunciar. Assim, começava a Revolução Russa. Esse primeiro episódio, em específico, ficou conhecido como Revolução de Fevereiro e levou os mencheviques – grupo moderado, apoiado pela burguesia russa – ao poder.

Após o acontecimento, também conhecido como Revolução Menchevique, um governo de caráter liberal foi instalado na Rússia – a República de Duma. Na liderança do governo estava o príncipe Lvov, que manteve a Rússia na Primeira Guerra mesmo sofrendo sucessivas derrotas. Seu fracasso levou à substituição de Lvov por um socialista moderado (menchevique), Alexander Kerensky, que também não retirou a Rússia da guerra.

O governo de Kerensky adotou algumas medidas que agradaram à burguesia, como a anistia para presos políticos, redução da jornada de trabalho para oito horas e a liberdade de imprensa. Entretanto, os mencheviques não atenderam às reivindicações dos camponeses – por terras – e nem dos operários – por melhores salários.

Com os russos ainda lutando a Primeira Guerra e a pobreza agravando-se no país, a oposição bolchevique se fortaleceu. Leon Trotsky, que liderava o soviete de Petrogrado, organizou a Guarda Vermelha – composta por operários bolcheviques. Lenin, que estava exilado na Finlândia, voltou à Rússia clandestinamente e também passou a organizar os sovietes. Para Lenin, os operários deveriam tomar o poder por meio da revolução.

Com lemas simples como “pão, paz e terra”, “todo o poder aos sovietes” e promessas de reforma agrária, os bolcheviques recrutavam mais operários e camponeses para sua causa.

Revolução de Outubro de 1917

Após meses de organização, os bolcheviques – apoiados pelo povo – derrubaram a República da Duma e instalaram o Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lenin. Começava, assim, a nova fase da Revolução Russa.

A partir desse episódio, conhecido como Revolução de Outubro ou Revolução Bolchevique, iniciaram-se mudanças no sistema econômico russo. Terras da Igreja, nobreza e burguesia foram desapropriadas e concedidas aos camponeses, as indústrias passaram a ser controladas pelos operários e os bancos foram estatizados. Essas ações eram guiadas pela ideia marxista de que sem propriedade não existiriam exploradores (proprietários) e explorados (trabalhadores).

Em março de 1918 a Rússia finalmente assinava um tratado de paz com a Alemanha e deixava a Primeira Guerra Mundial, aceitando entregar a Polônia, Ucrânia e Finlândia aos alemães. Além disso, os bolcheviques também instituíram o unipartidarismo no país – ou seja, apenas o Partido Comunista Russo (antigo POSDR) era permitido.

Ao proibir demais partidos políticos e perseguir qualquer outro tipo de oposição, o governo mostrava-se crescentemente autoritário e afastava-se dos ideais de igualdade e liberdade.

Guerra Civil na Russia (1918 – 1921)

Claro que os mencheviques não ficaram satisfeitos em perder o comando da Rússia e se aliaram aos aristocratas (a antiga família real). Assim, apoiados pelo Reino Unido, França, Japão e Estados Unidos – países que tinham investido capital na Rússia e/ou temiam que uma onda socialista se espalhasse em direção ao Ocidente –, os mencheviques reagiram. O Exército Branco (mencheviques) então entrou em confronto direto com o Exército Vermelho (bolchevique – antiga Guarda Vermelha) e, em 1918, o país mergulhou em uma guerra civil.

Como não recebiam financiamento externo, os bolcheviques implantaram uma política econômica chamada de “comunismo de guerra” para conseguirem combater o Exército Branco. Assim, o governo confiscou toda a produção russa para destiná-la à guerra e perseguiu a oposição, considerada “anti-revolucionária”.

Em 1921 o Exército Vermelho derrotou seus inimigos e “salvou” a Revolução Russa, mas teve que pagar um alto preço: a paralisação quase completa da economia por conta do comunismo de guerra. Tentando reverter os efeitos do comunismo de guerra, Lenin estabeleceu a Nova Política Econômica (NEP), uma série de medidas capitalistas temporárias. Assim, o governo autorizou a entrada de capital estrangeiro no país para que o “terreno” fosse preparado para a instalação do socialismo.

Mesmo conferindo algumas liberdades econômicas ao povo – como permissão para criação de empresas privadas e comércio em pequena escala –, o Estado mantinha-se extremamente presente. A NEP deu resultados, alimentando o crescimento industrial e agrícola na Rússia, mas também aprofundou a desigualdade social.

Surge a União Soviética

Ao mesmo tempo em que acontecia a Revolução Russa, outro país nas proximidades revoltava-se contra seu governante: a Ucrânia. Em 1918, iniciou-se a Revolução Ucraniana, que buscava instalar um sistema anarquista no país. O Partido Comunista Russo, temendo avanços dessa revolução para dentro de seu território, anexou a Ucrânia em 1921. Nascia assim a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, ou apenas URSS.

A Revolução Russa só foi acabar em 1928, quando Stálin chegou ao poder e passou a ampliar a União Soviética, anexando mais e mais territórios. Esse regime é conhecido como stalinismo.

1. (Unesp 2014) No final da primavera de 1921, um grande artigo de Lenin define o que será a NEP [Nova política econômica]: supressão das requisições, impostos em gêneros (para os camponeses); liberdade de comércio; liberdade de produção artesanal; concessões aos capitalistas estrangeiros; liberdade de empresa – é verdade que restrita – para os cidadãos soviéticos. [...] Ao mesmo tempo, recusa qualquer liberdade política ao país: “Os mencheviques continuarão presos”, e anuncia uma depuração do partido, dirigida contra os revolucionários oriundos de outros partidos, isto é, não imbuídos da mentalidade bolchevique. 
(Victor Serge. Memórias de um revolucionário, 1987.) 

O texto identifica duas características do processo de constituição da União Soviética: 
a) a reconciliação entre as principais facções socialdemocratas e a implantação de um sistema político que atribuía todo poder aos sovietes de soldados, operários e camponeses. 
b) o reconhecimento do fracasso político e social dos ideais comunistas e o restabelecimento do capitalismo liberal como modo de produção hegemônico no país. 
c) a estatização das empresas e dos capitais estrangeiros investidos no país e a nacionalização de todos os meios de produção, com a implantação do chamado comunismo de guerra. 
d) a aguda centralização do poder nas mãos do partido governante e o restabelecimento temporário de algumas práticas capitalistas, que visavam à aceleração do crescimento econômico do país. 
e) o fim da participação russa na Guerra Mundial, defendida pelas principais lideranças do Exército Vermelho, e a legalização de todos os partidos socialistas. 

2. (Udesc 2014) Leia o documento abaixo: 
“Um terço do país se encontra submetido a um regime de vigilância especial, isto é, fora da lei. As forças policiais, sejam visíveis ou secretas, aumentam dia a dia. Nas prisões e nas colônias penais, além das centenas de milhares de criminosos comuns, há uma enorme quantidade de condenados políticos, e agora ali se encontram até mesmo os operários. [...] As perseguições religiosas nunca foram tão frequentes nem tão cruéis. Em todas as cidades e centros industriais, agrupam-se tropas enviadas, de armas nas mãos, contra o povo. [...] Apesar do orçamento do Estado, que aumenta de maneira desmesurada [...], essa intensa e terrível atividade do governo acentua de ano a ano o empobrecimento da população agrícola, isto é, os cem milhões de homens sobre os quais repousa a potência da Rússia. Por esta razão, a fome agora é um fenômeno normal. O descontentamento geral de todos os grupos sociais e sua hostilidade para com o governo também são um fenômeno normal.” 
Carta do escritor Leon Tolstoi ao czar Nicolau II, 16 de janeiro de 1902. In: SALOMONI, Antonella. Lênin e a Revolução Russa. 2. ed. São Paulo: Ática, 1997. p. 16-17. 

Analise as proposições considerando as informações da carta acima e o contexto histórico da Rússia, no início do século XX. 
I. Leon Tolstoi, em sua carta, está criticando o governo do Czar russo devido às perseguições políticas e religiosas e por causa da pobreza, na qual viviam milhões de pessoas na Rússia. 
II. Apesar do crescimento industrial e urbano, ocorrido no final do século XIX e início do século XX, a maioria da população russa vivia em condições miseráveis no campo, uma vez que muitos camponeses não eram proprietários das terras nas quais trabalhavam. 
III. O governo da Rússia, neste período, era uma monarquia absolutista, governado pelo Czar. Este tipo de governo é caracterizado pela divisão igualitária do poder entre o monarca e os representantes eleitos pelo povo. 
IV. Nas duas primeiras décadas do século XX, na Rússia, ocorreram inúmeras revoltas populares, entre as quais a que ficou conhecida como Domingo Sangrento, que ocorreu em janeiro de 1905, quando centenas de pessoas foram mortas, durante uma manifestação que reivindicava direito à greve, melhores condições de vida e convocação de uma Assembleia Constituinte. 

Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I, II e III são verdadeiras. 
b) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras. 
c) Somente as afirmativas I, III e IV são verdadeiras. 
d) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras. 
e) Todas as afirmativas são verdadeiras. 

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historiacsd.blogspot.com / (dd)
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ética e valores humanos


Significado de ética

Ética – Originada do grego “Ethus”, a palavra significa morada, refúgio, habitat. Ou seja, lugar onde as pessoas habitam. Entretanto, para os filósofos, ética se refere a índole de alguém, a sua natureza e o seu caráter. Aristóteles, por exemplo, acreditava que o ser humano era fruto das próprias escolhas.

Em seu livro Ética a Nicômaco, o filósofo deixa claro sua observação sobre o assunto, ao dizer que a ética, no sentido geral, é como lidamos diante das mais diversas situações da vida. Ética é o estudo filosófico da moral! O modo como nos comportamos, a nossa natureza e, principalmente, como estabelecemos relações uns com os outros.

três aspectos do princípio da ética

Os filósofos gregos e romanos tinham como princípio da ética o encontro de nossos desejos e nossas razões. Dessa forma, os mesmos estabeleceram três aspectos como:

  1. naturalismo, considerado o agir em virtude e conformidade com a natureza;
  2. racionalismo, considerado o agir, em conformidade com a razão, uma vida virtuosa;
  3. inseparabilidade entre ética e política, considerada a conduta de alguém junto com os valores da sociedade.

Já escrevemos sobre os assuntos de filosofia que mais caem no Enem. Não deixe de conferir, são apenas 6 tópicos.

Significado de moral

Derivada do latim “Mores”, que significa “costume”, a palavra indica algo que se consagrou como verdadeiro, seja por um padrão cultural vigente ou até mesmo por regras determinadas pela sociedade. Essas mesmas regras ou “leis” estimulam os valores éticos de alguém ao assumir a responsabilidade de seus atos e, claro, suas consequências.

É daí que aparecem expressões como “comportamento imoral” e “uma moral incontestável”. Ou seja, as regras e leis são obedecidas a partir da decisão da própria pessoa em seguir esses valores ou não. A moral é uma escolha a ser feita.

Naturalmente o homem distingue entre o bem e o mal no contexto em que vive. Estamos acostumados a cumprir estas leis. Quem segue as normas, valores e tradições de um local é considerado moral. Aquele que desobedece é imoral.

Ainda assim, engana-se quem pensa que as questões de moral se resumem a apenas aos filósofos, teóricos e artigos sobre o assunto. Situações simples como furar uma fila, jogar lixo ao chão, falar mal de alguém, roubar e trapacear no jogo, além de serem consideradas ilegais, são exemplos de situações e atos imorais.

Enquanto a ética funciona como um orientador de pensamento e ação, a moral chega para balancear os seus valores. A ética questiona a moral sobre princípios, mandamentos e o que deve ou não ser considerado justo.

Estes são apenas resumos sobre o que é éticamoral e imoral. Se o tema ainda não é claro para você, inclua esse tema em seu plano de estudos.

Resumindo, o que é ética e moral?

Ética x Moral

Ética se relaciona a liberdade e rege a convivência das pessoas segundo a natureza humana, não se resumindo a casos particulares, mas estudando-os. Animais fazem o que fazem porque não pode ser de outro jeito, seguem o instinto. Os seres humanos podem escolher fazer diferentemente.

Moral é o conjunto de normas vinculadas às ações, aprendidas por tradição ou consenso, que decidimos seguir.

Separamos algumas questões de vestibular sobre ética e moral que serão ótimas para seu aprendizado e que vão contribuir para avaliar seu conhecimento.

VALORES HUMANOS – QUAIS SÃO OS SEUS?

Entendemos por valores humanos o conjunto de regras de convívio social que, embora não estejam registradas como ocorre com as leis, estão implícitas. O amor, a amizade, a bondade, a confiança, a fraternidade, a honra, entre tantos outros valores fazem parte dessa lista que está presente na natureza do ser humano.

É importante dizer que existem pessoas que adotam condutas que se mostram bastante distantes desses valores. Contudo, devemos sempre nos esforçar para nos manter próximos deles, assim, estaremos nos respeitando, respeitando ao outro e contribuindo para um mundo melhor para todos.

Continue a leitura e faça essa reflexão sobre quais são os valores humanos que tem seguido em seu comportamento diário, lembrando que a ideia não é se julgar e sim buscar sempre melhorar e evoluir através de cada experiência.

10 Valores humanos, sua importância e dicas para fortalecê-los

A seguir, veja uma lista com alguns dos valores humanos mais importantes e dicas de como torná-los cada vez mais presente em sua vida.

1 – Empatia

empatia é um valor humano importante porque representa o exercício de se colocar no lugar do outro e, assim, pensar melhor em como agir em relação a ele. Para ser mais empático, é preciso exercitar a perspectiva, olhando para cada situação como se fosse você no centro dela. Assim, conseguirá praticar uma série de outros valores, muitos, inclusive, dos que estão listados aqui.

2 – Amor

O amor é um valor de poder imensurável, está presente dentro de famílias, no relacionamento que se tem com amigos e também deve estar em relação ao próximo. Assim como a empatia, o amor traz com ele uma série de outros valores fundamentais, como o respeito, a compreensão, o compartilhamento, a felicidade. Um sentimento que se manifesta através da bondade.

3 – Justiça

A justiça é imprescindível para a boa convivência da sociedade, é ela que determina até onde vão os direitos de cada indivíduo e começam os seus deveres. Além da justiça que está ligada às leis, devemos nos lembrar também daquela que está subentendida do ponto de vista moral e ético. Você pode fazer isso buscando ser justo ao tomar decisões que impactem a vida de terceiros, sendo empático e prezando sempre pelo equilíbrio.

4 – Honestidade

A honestidade é um valor humano de grande importância, mais do que exigir isso dos nossos governantes, devemos torná-la presente em todas as nossas ações. Por mais que, em algumas situações, ser honesto demande maior esforço e não tenha a garantia de vantagens, sempre vale a pena seguir o caminho mais longo. Isso garante que mantenha sua consciência tranquila e não corra o risco de ter que lidar com as consequências da desonestidade no futuro.

5 – Respeito

Respeitar os outros é respeitar a nós mesmos, a nossa essência como seres humanos. Para isso, mantenha-se sempre atento em relação aos limites dos seus direitos, para evitar invadir o direito do outro. Seja respeitoso sempre, independentemente se os demais o são, faça isso porque acredita ser o correto, porque faz parte da sua essência, é assim que se contribui para um mundo melhor.

6 – Honra

Uma pessoa honrada é aquela que se comporta de maneira digna, mostrando que faz por merecer o respeito e a confiança dos demais, independentemente de eles poderem oferecer a ela ou não algum benefício. Para ter honra, é preciso agir de acordo com os seus princípios sempre, sendo verdadeiro e honesto em qualquer lugar ou situação.

7 – Liberdade

Ser livre não significa agir sem critério ou responsabilidade e sim gozar do seu livre arbítrio com responsabilidade, considerando a liberdade a qual o outro também tem direito. Todos são livres para fazerem suas escolhas e viverem suas vidas da forma que desejarem, desde que não causem prejuízo a terceiros.

De acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos: Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

8 – Responsabilidade

Responsabilidade envolve fazer escolhas e assumir as consequências dos próprios atos. Quando uma pessoa se assume responsável por tudo o que faz, toma posse da sua liberdade de decisão, evitando se tornar refém da vontade de terceiros. A responsabilidade é o preço a ser pago pela liberdade, mas é, certamente, um preço que vale a pena pagar.

9 – Solidariedade

A espécie humana apenas existe até hoje e sobreviveu aos desafios apresentados nos primórdios por conta da solidariedade. Ser solidário significa ajudar o próximo sem segundas intenções, apenas pelo desejo de contribuir para o bem-estar dele. Quando somos solidários estamos unindo esforços e nos tornando mais fortes.

Existem muitas maneiras de exercer a solidariedade nos dias de hoje, seja ajudando pessoas próximas, fazendo parte de causas sociais e através de pequenas atitudes do dia a dia. A cada atitude solidária que tem, está plantando uma semente e incentivando aqueles que estão ao seu redor e receberem o ato de bondade a o passarem adiante.

10 – Tolerância

Por fim, um valor também muito importante, capaz de evitar desentendimentos dos mais diferentes tipos, a tolerância. Ser tolerante é respeitar o outro como ele é, evitando impor os seus próprios valores aos demais, afinal de contas, somos todos livres para nos expressarmos e agirmos da forma que acharmos melhor. Lembre-se sempre que não precisamos concordar para tolerar.

Valores Humanos: sempre é tempo de fortalecer os seus

Embora todos os valores humanos sejam importantes, devemos reconhecer que cada indivíduo pode apresentar um e outro de forma mais intensa. Existem pessoas que são mais enfaticamente justas, enquanto outras honradas, livres e assim por diante.

Reflita sobre quais são os valores mais marcantes de acordo com a sua personalidade e essência. Assim, poderá fazer escolhas de modo a prezar cada vez mais por eles, e, claro, buscar fortalecer os outros dentro de você. Seja sempre fiel aos seus valores, assim, mesmo que venha a cometer erros, manterá a sua integridade e isso é o que mais importa.

E então, já tinha parado para pensar a respeito da importância dos valores humanos em nossas vidas? Aproveite para passá-los adiante, compartilhando este conteúdo através das suas redes sociais!

Questão    – (Leopoldino Rocha 7) Um dos problemas centrais da Ética como disciplina filosófica é a fundamentação da moral. Sobre essa questão, marque a alternativa FALSA.

a) “As teorias éticas são, ao final das contas, esforços de investigação da possibilidade de fundamentação da moral, e em que medida disso ela é tal, ou seja, apontar uma forma racional, dar razões para a moralidade. Entretanto, isso não significa dizer que toda teoria ética aponte a razão como fundamento da moralidade”.

b) “O cientificismo não recusa uma fundamentação racional para a moral, pois prescreve que não há uma separação entre fatos e valores. A neutralidade axiológica própria da ciência, conforme Max Weber, permite que os valores possam ser captados na sua objetividade”.

c) “Na perspectiva do racionalismo crítico de K. Popper e H. Albert, qualquer esforço de fundamentação última da ética vai fracassar porque termina por cair no Trilema de Münchaussen (Regresso infinito, Círculo lógico e Decisionismo). Para eles, essa impossibilidade da fundamentação última da moral faz com que esta seja, ao final, ancorada no dogmatismo que encobre a decisão de colocar um princípio arquimédico imune a toda crítica”.

d) “O pensamento débil ou pós-moderno rejeita a possibilidade de fundamentar a moral porque considera que a tradição filosófica foi vítima de um engano centrado na epistemologia. Não é possível uma razão totalizante, que forneça uma metanarrativa que integre os diversos aspectos do real. A razão é frágil, débil, própria da finitude de nossa condição. Valores éticos universais são formas de mascaramento da vontade de poder totalizante”.

e) “O etnocentrismo ético defende que só podemos justificar uma decisão moral para aqueles que compartilham uma determinada forma de vida, porque só eles podem nos entender. Além disso, a objetividade da moral como uma verdade universal acima das contingências históricas e geográficas é uma forma de encantamento que dificulta o consenso social de nossas sociedades democratas liberais”.

Questão   – (Unesp 8 -2019) – Então, todos os alemães dessa época são culpados?

– Esta pergunta surgiu depois da guerra e permanece até hoje. Nenhum povo é coletivamente culpado. Os alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, presos em campos de concentração, forçados ao exílio. A Alemanha estava, como muitos outros países da Europa, impregnada de antissemitismo, ainda que os antissemitas ativos, assassinos, fossem apenas uma minoria. Estima-se hoje que cerca de 100 000 alemães participaram de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem presos ou os que os levaram para os trens de deportação?

(Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adaptado.)

Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição nazista aos judeus, o texto defende a ideia de que

a) os alemães comportaram-se de forma diversa perante o genocídio, mas muitos mostraram-se tolerantes diante do que acontecia no país.    

b) esse tema continua presente no debate político alemão, pois inexistem fontes documentais que comprovem a ocorrência do genocídio.    

c) esse tema foi bastante discutido no período do pós-guerra, mas é inadequado abordá-lo hoje, pois acentua as divergências políticas no país.    

d) os alemães foram coletivamente responsáveis pelo genocídio judaico, pois a maioria da população teve participação direta na ação.    

e) os alemães defendem hoje a participação de seus ancestrais no genocídio, pois consideram que tal atitude foi uma estratégia de sobrevivência.    

Com Beduka e IBC/*ba
Professor Edgar Bom Jardim - PE