sexta-feira, 26 de abril de 2019

O cerco:Por que os cursos de Filosofia e Sociologia incomodam Bolsonaro?




O presidente Jair Bolsonaro iniciou a sexta-feira 26 alarmando a sociedade. Algo que já tem se tornado frequente na gestão do capitão. O foco? A educação, área que tem sido palco de preocupantes investidas governamentais. Em um tweet publicado no início da manhã, o presidente anunciou que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, estuda descentralizar investimentos em faculdades de Filosofia e Sociologia.
O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.

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O objetivo seria focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como veterinária, engenharia e medicina. “A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta”, apontou o presidente em um segundo tweet.

O Ministro da Educação @abrahamWeinT estuda descentralizar investimento em faculdades de filosofia e sociologia (humanas). Alunos já matriculados não serão afetados. O objetivo é focar em áreas que gerem retorno imediato ao contribuinte, como: veterinária, engenharia e medicina.
A função do governo é respeitar o dinheiro do contribuinte, ensinando para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta.

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O coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, crava que o argumento utilizado pelo presidente é falso. “Não é o curso universitário que gera recurso econômico. O que gera retorno econômico, a partir da formação, é o crescimento econômico. Ou seja, não basta que a pessoa tenha um diploma universitário, é necessário que o mercado de trabalho tenha uma vaga para contratar essa pessoa”, analisa.
Esta semana, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) da Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia, mostraram que o País teve o pior mês de março desde 2017, em relação a empregos com carteira assinada. O saldo negativo foi de 43.196 empregos a menos.
Segundo Cara, a questão central é que o Brasil volte a crescer, o que, em sua análise, não deve ocorrer com as diretrizes do atual governo. “As políticas de austeridade econômica empreendidas desde o governo de Michel Temer e em curso no governo Bolsonaro não vão nos tirar desse cenário”, atesta, afirmando que o País continua em um quadro de depressão econômica. “Bolsonaro quer responsabilizar a educação pela incompetência econômica de seu governo”, critica.
Ainda assim, o especialista reforça que não é momento para pânico, sobretudo acerca da ideia do fim dos cursos de Filosofia e Sociologia vigentes nas universidades públicas e privadas. “As universidades, especialmente as públicas, são administradas a partir do princípio constitucional da autonomia universitária, ou seja, quem decide o que vai ser lecionado são as próprias universidades. O ministro Weintraub está querendo aparecer, não tem nenhuma consistência no que foi afirmado”, contesta.

Outra questão que o especialista explica é que, para existir, as universidades obrigatoriamente precisam ter o conjunto das áreas do conhecimento. Isso se aplica também às universidades privadas que recebem apoio do Fies ou Prouni. Em sua análise, os cursos não estão ameaçados de fechamento. “Pode até ser que o governo proíba o investimento, evitando os empréstimos do Fies ou negando a renúncia fiscal para esses cursos no caso do Prouni, mas é difícil que as universidades aceitem esse tipo de interferência”, atesta.
Bolsonaro não entende de Educação. Tampouco compreende a Economia.

Ele quer tirar recursos das Ciências Humanas para investir em cursos que "dão retorno econômico".

1) Ignora a Autonomia Universitária;
2) Desconhece que emprego é fruto de crescimento econômico, não de formação.

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Filosofia e Sociologia nas redes

A polêmica declaração do presidente fez com que o tema Filosofia e Sociologia virasse um dos assuntos mais comentados do Twitter nesta sexta-feira.
O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB) reagiu à declaração e disse que “vai manter o respeito aos cursos de Filosofia e Sociologia”.
No âmbito estadual, sempre manterei o respeito aos cursos de filosofia e sociologia. Sem ideias e pensamento crítico nenhuma sociedade se desenvolve de verdade. E não haverá o bem viver que tanto buscamos como direito de todos

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O ataque aos cursos de Filosofia e Sociologia é a cruzada de um presidente fanático contra o pensamento. É um projeto de mediocridade para o país.

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Tirar recursos de faculdades de filosofia e sociologia mostra o real projeto deste governo: de emburrecimento do país. Os cursos de humanas são fundamentais para a construção de ideias e pensamento críticos em qualquer sociedade. Um povo que não pensa não luta por seus direitos.

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Bolsonaro retira recursos das faculdades de Filosofia e Sociologia.

"Seria uma atitude ingênua esperar que as classes dominantes desenvolvessem uma forma de educação que proporcionasse às classes dominadas perceber as injustiças sociais de maneira crítica."

- Paulo Freire
 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Lula:"Governo tem complexo de vira-lata"

Há um ano em uma sala da Polícia Federal em Curitiba, ele assiste a filmes e faz cursos entregues a eles em um pendrive.  Assista aqui:https://www.facebook.com/guimaraes13pt/videos/3198325683526253/UzpfSTEzNjUyNjU0OTcyMDcwOTpWSzozMTk4MzI1NjgzNTI2MjUz/

Há um ano em uma sala da Polícia Federal em Curitiba, ele assiste a filmes e faz cursos entregues a eles em um pendrive
Há um ano em uma sala da Polícia Federal em Curitiba, ele assiste a filmes e faz cursos entregues a eles em um pendriveFoto: Folhapress
Na entrevista exclusiva que concedeu à Folha de S.Paulo e ao El País nesta sexta (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva falou de sua rotina da prisão e disse que passa o tempo todo sozinho.

Há um ano em uma sala da Polícia Federal em Curitiba, ele assiste a filmes e faz cursos entregues a eles em um pendrive. 

"Eu curto a solidão tentando aprender, mentalizar a minha espiritualidade, tentando gostar mais do ser humano, tentar ficar um pouco mais humano. Eu acho que eu vou sair daqui melhor do que eu entrei", afirmou. 
"Quando sair daqui, sairei doutor", disse. 

Como é a rotina na prisão? O sr. passa muito tempo sozinho?

Eu passo o tempo inteiro sozinho. Eu leio, eu vejo pendrive que o pessoal me manda, assisto a filmes, muitos filmes. Muita série, muito discurso, muita aula. Eu por exemplo fiz, na minha cela... Que eu não trato de cela, eu trato de sala porque é melhor. Eu fiz um curso sobre Canudos no canal Paz e Bem [na internet], recuperando a história e mostrando as mentiras que Euclides da Cunha contou sobre Canudos [no livro "Os Sertões"].Ou seja, a história não é aquela. Então eu fiz um curso de oito aulas. Agora eu sugeri a eles que façam um curso, Retratos do Brasil. Sobre todas as lutas sociais no Brasil. E agora acho que toda segunda-feira tem uma aula [no canal].Eu espero juntar umas quatro ou cinco, recebo um pendrive, vou assistindo e vou me aprimorando. Quando sair daqui, sairei doutor.

Mas o sr. lava a sua própria roupa, lava suas coisas? E a prisão mudou o sr. em alguma coisa?

É engraçado porque eu sempre tive vontade de morar sozinho. Quando eu fiquei viúvo a primeira vez, em 1971, eu fiquei bravo com a minha mãe [dona Lindu] porque meu sonho era alugar uma quitinete e morar sozinho. A minha mãe morava com a minha irmã, a minha mãe abandonou a minha irmã, foi na minha casa e exigiu que eu alugasse uma casa para morar comigo. E eu morei com a minha mãe durante três anos e meio. Sabe aquele sonho de jogar a cueca para qualquer lado a meia para qualquer lado, a camiseta, não ter que prestar contas, não ter ninguém atrás de mim, "recolhe, põe no chuveiro"?Hoje, eu faço isso. Mas eu preencho o meu tempo vendo muita coisa.

O sr. lava suas roupas?

Não. Eu mando para o meu pessoal lavar. Mas eu curto a solidão tentando aprender, mentalizar a minha espiritualidade, tentando gostar mais do ser humano, tentar ficar um pouco mais humano. Eu acho que eu vou sair daqui melhor do que eu entrei. Com menos raiva das pessoas. Eu vou sair um cidadão bom daqui. Bom e motivado para brigar. Estou doido para fazer uma caravana.

Um grupo perto da prisão diz "boa noite" e "boa tarde todos os dias para o senhor.
Eu escuto todo santo dia. Quando tem atividade, eu escuto discurso das 9h às 21h. É música, é canto. Eu sinceramente não sei como um dia eu vou poder agradecer a essa gente. Tem gente que está aqui [numa vigília em frente à PF] desde o dia em que eu cheguei aqui. Vai para casa, lava a roupa e volta para cá. Eu serei eternamente grato, não sei se isso já aconteceu alguma vez na história com alguém. Mas eu sinceramente não sei como fazer para agradecer. Eu já disse para todo o mundo aqui. Mas quando eu sair daqui, quero sair daqui a pé e quero ir lá no meio deles. A primeira cachaça eu quero tomar com eles. E brindar

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ditadura em curso:Bolsonaro determina que estatais submetam propagandas a análise do Planalto


Presidente da República, Jair Bolsonaro
Presidente da República, Jair BolsonaroFoto: Flickr/ Palácio do Planalto
O governo Jair Bolsonaro determinou que, a partir de agora, empresas estatais submetam previamente à avaliação da Secom (Secretaria de Comunicação Social) campanhas publicitárias de natureza mercadológica.

A orientação foi dada a companhias públicas -como Petrobras, Correios, Embratur, Banco do Brasil e Banco do Nordeste- em e-mail enviado na quarta-feira (24) pelo secretário de publicidade e promoção da Secom, Glen Lopes Valente. 

Na mensagem, obtida pela reportagem, ele explicou que, em momento oportuno, a instrução normativa que disciplina a publicidade federal será atualizada, com a inclusão da determinação. 
Segundo ele, a mudança tem como objetivo "maximizar o alinhamento de toda ação de publicidade do Poder Executivo Federal".

"Nós comunicamos que, a partir desta data, o conteúdo de todas as ações publicitárias, inclusive de natureza mercadológica, nos termos dos conceitos dispostos no art. 4º da Instrução Normativa Secom nº 1, de 27 de julho de 2017, abaixo copiados, deverão ser submetidos para conformidade prévia da Secom", ressaltou. O artigo citado detalha as modalidades de publicidade.

Anteriormente, eram submetidos à análise do Palácio do Planalto apenas publicidades de empresas estatais de perfis institucional e de utilidade pública.

As propagandas mercadológicas, ou seja, que têm como objetivo alavancar vendas ou promover produtos e serviços, não passavam pela chancela do Poder Executivo.

Nos bastidores, assessores presidenciais reconhecem que a mudança pode ser questionada juridicamente, uma vez que ela pode representar uma interferência indevida em empresas de capital misto, como a Petrobras.

A inclusão das propagandas mercadológicas foi uma orientação do presidente após ele ter se irritado e censurado anúncio televisivo do Banco do Brasil, no qual atores representavam a diversidade racial e sexual do país. 

No ar desde o início de abril, a propaganda de perfil mercadológico, voltado ao público jovem, foi suspensa depois que Bolsonaro assistiu ao filme.

No comercial, alguns atores tinham tatuagens e cabelos coloridos. Bolsonaro telefonou ainda para o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, para solicitar a demissão do diretor de marketing da instituição financeira, Delano Valentim.

Procurada pela reportagem, a Secom ainda não se pronunciou sobre o assunto.

Com informações de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE