quinta-feira, 1 de novembro de 2018

Moro põe em risco legitimidade da Lava Jato, diz professor de Oxford


MoroDireito de imagemANTONIO LACERDA/EPA
Image captionPara Timothy J. Power, diretor do departamento de Oxford que estuda política América Latina, a ida de Moro para o Ministério da Justiça reforça o discurso de que a Lava Jato age politicamente
Ao aceitar ser ministro da Justiça no futuro governo de Jair Bolsonaro (PSL), o juiz Sérgio Moro põe em risco a legitimidade da Operação Lava Jato e prejudica os procuradores que atuam no caso. Essa é a avaliação do professor Timothy J. Power, diretor da School of Global Area Studies, da Universidade de Oxford - departamento que se dedica a estudar diferentes regiões do mundo - entre elas, a América Latina.
"Não fiquei surpreso com o convite, mas com a aceitação pelo juiz Moro. Acredito que, depois de quatro anos de manchetes e avanços na investigação Lava Jato, ao aceitar esse cargo no Ministério da Justiça, o juiz coloca em risco alguns pontos de legitimidade dessas investigações", afirmou Power à BBC News Brasil.
Um dia após ser eleito, Bolsonaro afirmou publicamente que gostaria de ter Moro no Ministério da Justiça ou indicá-lo para o Supremo Tribunal Federal (STF). Uma vaga no STF, porém, só deve abrir em 2020, com a aposentadoria compulsória do ministro Celso de Mello, que completará 75 anos.
Nesta quinta, Moro se reuniu com Bolsonaro e aceitou o convite para assumir o "superministério" da Justiça, que deve englobar também as funções da Controladoria-Geral da União e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF).
Para Power, a decisão do juiz da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba pode servir de combustível para o argumento do PT de que a Lava Jato serve a interesses políticos e à perseguição do partido.
"Havia um obstáculo grande à eleição de Bolsonaro que era a figura do ex-presidente Lula. Ele foi preso e foi um obstáculo removido por ação direta do juiz Moro. Se Lula estivesse presente seria uma eleição mais competitiva", avalia.
"Agora, poucos dias após as eleições, Moro aceita um convite para ser 'superministro' da Justiça. Isso reforça a narrativa do PT de vitimização pela Lava Jato. Coloca em risco a legitimidade das investigações e prejudica os juízes e promotores que vão continuar com as apurações", conclui Power, que estuda política do Brasil há mais de 30 anos e foi diretor do Programa de Estudos Brasileiros de Oxford antes de assumir a diretoria do departamento que também engloba esse curso.

Moro pode evitar ataques ao Judiciário

Timothy PowerDireito de imagemELISA KRIEZIS/BBC
Image caption'Isso reforça a narrativa do PT de vitimização pela Lava Jato. Coloca em risco a legitimidade das investigações e prejudica os juízes e promotores que vão continuar com as apurações', diz professor de Oxford
Por outro lado, o professor de Oxford avalia que a presença de Moro no Ministério da Justiça pode conter eventuais ataques diretos de Bolsonaro ao Judiciário e ao STF.
Durante a campanha, o deputado do PSL chegou a propor aumentar de 11 para 21 o número de ministros, mas depois voltou atrás. E um dos filhos dele, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, de 36 anos, apareceu em vídeo gravado em julho dizendo que bastariam um "cabo e um soldado para fechar o Supremo", se a Corte decidisse impedir a posse do pai dele como presidente.
"Acho que a presença do Moro no governo pode vir a evitar ataques diretos à independência do Judiciário e ao Supremo, porque caberia à figura do Moro defender o Judiciário", avalia Power.
O professor de Oxford também levanta a possibilidade de o juiz de Curitiba amenizar o "tom" de Bolsonaro em relação à defesa de violência policial.
O presidente eleito já afirmou que um policial que mata "10, 15 ou 20, com dez ou 30 tiros cada um tem que ser condecorado, não processado". E o programa de governo do capitão reformado do Exército prevê que agentes das forças de segurança não possam ser processados ou punidos por mortes ocorridas durante ações policiais.
"Talvez Moro possa mudar um pouco o tom do Bolsonaro em relação à polícia e à violência urbana no Brasil. Bolsonaro propõe um tipo de lei de Talião (que prevê punição na mesma medida do crime cometido) para o país inteiro. O Moro vem de outra tradição", diz.
"Pode ser que ele tenha um efeito positivo na discussão sobre esse tema, ao sentar à mesa com outros ministros do governo que adotam uma visão mais linha-dura em relação à atuação policial."

'Moro consolida laço de Bolsonaro com antipetistas'

BolsonaroDireito de imagemREUTERS/MARCELO TEIXEIRA
Image captionPower afirma que nomeação de Moro beneficia Bolsonaro, ao fortalecer a relação dele com eleitores antipetistas
Se, por um lado, Power vê riscos à reputação da Lava Jato, por outro, ele avalia que a ida de Moro para o Ministério da Justiça beneficia Bolsonaro, ao reforçar a sua plataforma de campanha de combate à corrupção.
"Bolsonaro é um político. Ele diz que não é, mas qualquer político quer chamar para o gabinete, num primeiro momento, os nomes mais aprovados pela população. Poucas personalidades gozam de muita popularidade e é inegável que Moro é um dos nomes mais conhecidos do Judiciário."
Para o pesquisador de Oxford, A indicação do juiz responsável pela Lava Jato reforça os laços de Bolsonaro com a parcela dos eleitores que votaram nele para impedir o retorno do PT ao poder.
"Bolsonaro ganhou a eleição porque existiam duas clivagens no eleitorado. Primeiro, uma rejeição de tudo o que está aí, do establishment, da classe política em geral. Ele se apresentava como outsider, embora seja um deputado. E a segunda clivagem é o antipetismo, a rejeição ao partido e à figura do ex-presidente Lula. Para muitos antipetistas, Moro era um santo, um herói dessa luta contra o PT. Então, Bolsonaro está, de certa forma, consolidando esse laço antipetista."
Sobre o impacto que a presença de Moro na pasta da Justiça pode ter em investigações de corrupção, Power acredita que o efeito será simbólico. Cabe ao ministro indicar o diretor-geral da Polícia Federal, que é um órgão em si subordinado à pasta, embora goze de autonomia nas investigações.
"A Polícia Federal vinha ganhando muita autonomia nos últimos anos. Não precisa de mais um impulso externo. A indicação do Moro tem um valor maior simbólico do que operacional."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

Educação:Assédio moral a professores em Pernambuco gera ação conjunta do MP

Ministério Público Federal (MPF)
Ministério Público Federal (MPF)Foto: Wikimedia Commons
A notícia da existência de uma página no Facebook intitulada "Movimento Pelas Crianças" -que estimula estudantes recifenses a filmarem supostos casos de "doutrinação" por professores do estado-provocou a atuação conjunta do Ministério Público Federal e do MP estadual em Pernambuco.
Os dois órgãos enviaram recomendação à Secretaria de Educação e a instituições de ensino no estado para que não permitam assédio moral a professores por parte de estudantes, familiares ou responsáveis.
O documento conjunto foi assinado pela procuradora da República Carolina de Gusmão Furtado, que atua como procuradora Regional dos Direitos do Cidadão, e pela promotora de Justiça Eleonora Marise Silva Rodrigues.
A página no Facebook conclamava os "estudantes a realizarem filmagens em salas de aula, afirmando-se que, com a eleição de Jair Bolsonaro (para a Presidência da República), seria possível que professores doutrinadores façam de suas salas de aula verdadeiros palanques".
Análise realizada pelo Setor de Informática da Procuradoria da República em Pernambuco confirmou a autenticidade da referida página do Facebook.
MPE lembra que "a Lei Estadual nº 15.507, de 21 de maio de 2015, dispõe sobre a proibição do uso de telefone celular nas escolas -públicas e privadas- no Estado de Pernambuco.
"A conduta de assédio organizacional configura-se não apenas pela postura ativa de instituições em promover a prática de assédio, mas também por sua omissão no combate efetivo a tais práticas", afirma a manifestação do órgão estadual.
Segundo o MPF em Pernambuco, "um ensino e uma aprendizagem efetivamente plurais -objetivos fundamentais de sistema educacional brasileiro- somente podem se desenvolver em um ambiente em que as bases curriculares sejam abordadas em um ambiente de liberdade de ideias e de respeito à imensa diversidade que caracteriza o país.
"A Administração Pública, aí incluídas as instituições de ensino, tem o dever de adotar medidas protetivas e preventivas em face de condutas de assédio moral", afirma o documento do MPF.
"A conduta noticiada nos feitos em referência, além de poder ensejar censura prévia e possível assédio moral em relação a professores das instituições públicas e privadas de ensino, não apenas da educação básica e do ensino médio, mas também do ensino superior, constitui afronta à liberdade e à pluralidade de ensino", afirma a nota do MPE.
Ministério Público Federal já expediu recomendações semelhantes nos estados de Santa Catarina e Goiás.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Politica:Governo Bolsonaro: quem é quem no disputado espaço em volta do eleito em seu discurso de vitória



Bolsonaro discursando ao lado de aliados na noite de domingo, 28
Image captionBolsonaro discursou ao lado de aliados, uma intérprete de Libras e a esposa depois das eleições no domingo, 28

A noite de domingo, 26, foi uma agitada na casa do presidente eleito Jair Bolsonaro. Amigos, aliados próximos - e outros nem tanto - lotaram os espaços da casa dentro de um condomínio na Barra da Tijuca, no Rio. Na parte de fora, apoiadores do então candidato preparavam uma festa na rua.
Antes da apuração dos votos, aliados como Alexandre Frota (PSL-SP), eleito deputado federal, gravavam vídeos transmitidos ao vivo mostrando os bastidores da espera.
Na sala em frente à televisão, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS) foi o primeiro a comemorar o anúncio de que o capitão reformado tinha sido oficialmente eleito presidente. "Acabou!", gritou, segundos antes de todos pularem, baterem palmas e abraçarem Bolsonaro.
O candidato do PSL, agora presidente eleito, discursou primeiro pelo Facebook, ao lado da mulher e de uma intérprete de libras (língua brasileira de sinais), e depois para as câmeras de TV em frente à sua casa.
Durante a oração e seu discurso para a TV, aliados disputavam seu lugar no espaço mais concorrido daquela noite, entrando e saindo de cena com um leve empurra-empurra e muitos pescoços esticados.
Mas, afinal, quem eram essas pessoas ao redor de Bolsonaro?

Bolsonaro rezando ao lado de aliados na noite de domingo, 28
Marcação sobre foto de Bolsonaro com aliados

1) Jair Bolsonaro (PSL), presidente eleito da República
2) Michelle Bolsonaro, mulher do presidente eleito
O presidente eleito casou-se com Michelle em 2007 e juntos tiveram a quinta filha dele, Laura. Moram na casa da Barra da Tijuca onde ocorreu a celebração da vitória. Amigos a descrevem como uma pessoa de origem humilde, simples e discreta, que não gosta de roupas curtas nem de muita maquiagem.
Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, da Record, exibida neste domingo, ela rebateu acusações de que Bolsonaro é homofóbico. "Ele é tachado como fascista, homofóbico, e nós temos amigos gays. Eu tenho um primo gay", afirmou.
3) Elizângela Castelo Branco, intérprete de Libras
Uma boa parte dos vídeos de Bolsonaro têm algum intérprete de Libras a seu lado - influência da esposa, Michelle.
A intérprete que acompanhou Bolsonaro no discurso da vitória foi Elizângela Castelo Branco, que também é pedagoga.
Em entrevista para a TV Brasil, em 2015, ela disse ter começado na carreira "de maneira despretensiosa, em um contexto religioso". Depois, acabou fazendo curso da língua e hoje, afirmou, "já sonho e converso com Deus em Libras".
"O intérprete é importante para que surdos possam ser incluídos na sociedade, no contexto educacional, no trabalho", afirmou. "Precisamos de imediato suprir essas necessidades de acessabilidade."
No Facebook, ela curte as páginas "BolsoSurdos" (surdos que apoiam Bolsonaro) e as de Flávio e Eduardo Bolsonaro.
4) Magno Malta
"Os tentáculos da esquerda jamais seriam arrancados sem a mão de Deus. Começamos orando e mais que justo que agora oremos para agradecer a Deus." Foi assim que Magno Malta, pastor evangélico do PR que não conseguiu se reeleger senador pelo Espírito Santo nessas eleições, começou a oração com Bolsonaro e aliados no dia da vitória. Especula-se que ele deve integrar o governo Bolsonaro.
Como senador, Malta é autor de projetos de lei pleiteados pela bancada evangélica: a proposta que cria o programa Escola Sem Partido, que proíbe professores de expressar, em sala, opiniões sobre questões políticas, ideológicas ou de gênero, a proposta que acaba com a maioridade penal e o texto de emenda constitucional que isenta nacionalmente igrejas de pagamento de IPTU.
Enquanto conduzia a oração em rede nacional, usuários do Twitter resgatavam fotos de Malta com outros presidentes, como Temer, Dilma e Lula, ironizando o que seriam repetidas tentativas suas de se aproximar de políticos no poder.
5) Deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
Lorenzoni foi reeleito para a Câmara, mas deve ocupar o cargo de ministro-chefe da Casa Civil no novo governo Bolsonaro. O parlamentar gaúcho de 64 anos é articulador da campanha do presidente eleito desde 2017.
Médico veterinário, começou a vida política como dirigente de entidades da categoria no Rio Grande do Sul.
Ele foi citado na delação premiada da JBS como receptor de R$ 200 mil para caixa dois eleitoral. Lorenzoni preferiu admitir que havia recebido recursos não declarados para cobrir gastos de campanha, segundo ele em valor menor, de cerca de R$ 100 mil, mas afirmou que não houve contrapartida a essa doação, nem dinheiro público envolvido.
6) Deputado federal eleito Hélio Bolsonaro (PSL-RJ)
Subtenente do Exército, Hélio Fernando Barbosa Lopes, o homem que ficou o tempo inteiro atrás de Bolsonaro, foi o deputado federal mais votado no Estado Rio. Conhecido como Hélio Negão, candidatou-se com o nome de Bolsonaro acoplado ao seu. Foi eleito por 345 mil pessoas.
Hélio teve participação ativa na campanha do padrinho político. Acompanhou Bolsonaro em viagens e, depois do atentado em que foi esfaqueado, visitou-o no hospital. Nas redes sociais, publicava mensagens combatendo a associação da imagem do presidenciável a racismo: "Alô PTralhas, Comunas, essa imagem diz muita coisa! Quem é mesmo racista? Quem é machista?", questionou nas redes sociais, quando publicou uma foto sua e de Alana Passos, sargento do Exército que foi a terceira deputada estadual mais votada no Rio, ao lado de Bolsonaro.
7) Senador eleito Luiz Carlos Heinze (PP-RS)
O gaúcho Luiz Carlos Heinze foi eleito senador pelo PP - partido que havia feito um acordo nacional com o PSDB para apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin à Presidência, com Ana Amélia Lemos, também do Rio Grande do Sul, como sua vice.
Heinze, atualmente deputado federal, é ligado à área do agronegócio, e seu nome está sendo ventilado para assumir o comando da pasta da Agricultura (outro nome aventado: Luiz Antonio Nabhan Garcia, presidente da UDR - União Democrática Ruralista). Em entrevista à Reuters, no domingo antes de sair o resultado das eleições, Heinze disse que organismos internacionais na área ambiental criam barreiras para a presença de produtos agrícolas brasileiros no mundo.
Também é conhecido por falas controversas. Em um evento com agricultores no Rio Grande do Sul em 2013, disse que "quilombolas, índios, gays, lésbicas" eram "tudo o que não presta". Em 2014, disse ao G1 não ser homofóbico e negou "explorar o voto conservador".
"Não sou homofóbico. Na minha casa tem gays e lésbicas. Eu convivo com eles e não tenho preconceito. É diferente do que o Bolsonaro diz. Conheço as posições dele e não tenho nada a ver com isso. Botaram na minha boca palavras que eu não queria. Há uma questão politica, é um ano de eleições." Também disse que criticava apenas "o comando" dos indígenas e quilombolas.
8) Gustavo Bebianno
Fiel escudeiro de Bolsonaro, o advogado carioca era presidente do PSL até a eleição de Bolsonaro. Deixou a presidência horas depois de o partido ter alçado o candidato à Presidência. O fundador da legenda, Luciano Bivar, reassumiu o cargo.
Bebianno exerceu papel central na campanha de Bolsonaro, servindo como um de seus interlocutores. Assessorou Bolsonaro juridicamente de forma voluntária em 2017 depois de procurá-lo com insistência desde 2015.
A expectativa é de que Bebianno exerça algum cargo de importância no governo - seu nome tem sido aventado para o Ministério da Justiça.
9) Julian Lemos (PSL-PB), eleito deputado federal
Paraibano, Julian Lemos foi o homem do PSL no Nordeste - "nosso homem forte", disse Bolsonaro em uma entrevista à Rádio 98 Correio FM, do Estado. Em um vídeo deste ano, Bolsonaro aparece dizendo que o conhece "há quatro anos" e que ele é um "amigo de primeira hora". Lemos foi eleito deputado federal pela Paraíba e disse em um vídeo publicado neste ano ter entre suas prioridades "falar a verdade", "proteger crianças" e defender os direitos da polícia militar.
Segundo a Folha de S. Paulo, Lemos foi três vezes acusado sob a Lei Maria da Penha, de agressão pela irmã e pela ex-mulher. Ao jornal, ele negou todas as acusações - disse que as representações foram motivadas por momentos de "fragilidade emocional" das familiares.
10) Alexandre Frota (PSL-SP), eleito deputado federal
Ex-ator de filmes pornográficos, Alexandre Frota foi eleito deputado federal por São Paulo com 152 mil votos. O ex-ator vem ganhando proeminência política desde os movimentos pelo impeachment de Dilma Rousseff (PT) - principalmente nas redes sociais.
Foi por meio delas que ele reproduziu diversos vídeos gravados na noite da apuração de votos. Frota aparece chegando à casa de Bolsonaro, tirando fotos com correligionários, conversando com outras pessoas presentes na casa do então candidato naquela noite (selfies com Julian Lemos, gravações com o lutador de UFC Paulo Borrachinha, gravações que flagram Bolsonaro falando com Doria ao telefone etc). Tudo isso ao vivo. Na hora do discurso de Bolsonaro, Frota aparece ao fundo, o tempo todo gravando com o celular.
Em um programa de TV em 2015, Frota narrou e teatralizou um estupro. Foi acusado de fazer apologia ao crime de estupro - processo que foi arquivado pelo Ministério Público. Em outro programa de entrevista, em 2017, disse que tinha feito uma "brincadeira infeliz".

Bolsonaro discursando ao lado de aliados na noite de domingo, 28
Image captionx
Marcação sobre foto de Bolsonaro com aliados

Aqui, quando Bolsonaro lê seu discurso, temos novamente a intérprete (3), Helio (6), Bolsonaro (1), Julián (9) e Michelle Bolsonaro (2).
Mas surgem novos personagens ao fundo, ambos eleitos deputados estaduais do Rio Grande do Sul:
11) Coronel Zucco, eleito deputado estadual (PSL-RS)
Aos 44 anos, o tenente-coronel foi o candidato mais bem-votado do Rio Grande do Sul (quase 167 mil votos). Novato na política, defende as mesmas pautas de Bolsonaro no Estado, como a ampliação do número de escolas militares, por exemplo.
Em fevereiro, o vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, gravou vídeo em apoio a Zucco, um "quadro jovem do nosso Exército que encarna valores que aprendemos na Academia Militar com perfeição". "Esse aqui é o Zucco, podem contar com ele".
12) Ruy Irigaray, eleito deputado estadual (PSL-RS)
Formado em Direito e eleito deputado estadual do Rio Grande do Sul pela primeira vez aos 36 anos, é dono da página "Armas S.A" no Facebook "pelo direito do cidadão à defesa, todos juntos pela aprovação do PL 3722". O projeto de lei, de 2012, flexibiliza aquisição, posse e porte de armas. Seu movimento também é ativo no Instagram, onde tem 186 mil seguidores e publica fotos de armas e outras como as do dia da vitória, na casa de Bolsonaro.
Ele e Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro e eleito deputado federal, são amigos.

Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Brasil:Eleitores de Bolsonaro já demonstram 'arrependimento' pelo voto


eleitores de bolsonaro
'Mal chegou e já começo a me preocupar. Já se venderam para a bancada ruralista?', questiona eleitora de Bolsonaro
São Paulo – Dois dias após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL), eleitores do novo presidente já demonstram "arrependimento" pelo voto dado ao ex-capitão do Exército, após sinalizações e declarações do futuro chefe de Estado, como a fusão entre o Ministério do Ambiente e o da Agricultura e as possíveis nomeações de Alberto Fraga, condenado pela Justiça, e Onyx Lorenzoni, ambos do DEM para serem titulares da Secretaria de Governo e da Casa Civil, respectivamente.
Bastaram as notícias começarem a circular e, poucas horas depois, dois perfis no Twitter foram criados para reunir as declarações de eleitores criticando as decisões já antecipadas pelo futuro presidente.
Boa parte das críticas miram a nomeação de Alberto Fraga, condenado, em setembro deste ano, por concussão, ou seja, uso do cargo público para obter vantagem indevida. "O Alberto Fraga não é um puta corrupto? Eu votei em você para acabar com isso (...) A população está do seu lado, não cospe na cara da gente", tuíta um internauta mencionando Jair.
O perfil Jair Me Arrependi – que até o meio-dia de hoje (31) já tinha 54,8 mil seguidores – recebe os "arrependimentos diários de eleitores de Jair Bolsonaro". Destaque para uma eleitora que mandou vídeo direcionado para seu candidato, na qual se diz "magoada" com a possível nomeação de Onyx Lorenzoni(DEM) para a Casa Civil. O democrata já admitiu ter recebido R$ 100 mil por meio de caixa 2 do frigorífico JBS.
"Bolsonaro, ajuda aí, você está colocando gente envolvida em corrupção. Poxa, cadê a diferença? Esse Onyx aceitou dinheiro da JBS. Sentindo magoada. Desse jeito não dá. Isso não está correto", disse outra internauta.
TWITTER/REPRODUÇÃOEleitores de Bolsonaro
Outros eleitores criticam o aceno de Bolsonaro para Alberto Fraga. 'Não cospe na cara da gente', lamenta internauta
Nesta terça-feira (30), Bolsonaro confirmou que vai promover a fusão dos ministérios da Agricultura e do Meio Ambiente. A medida é criticada por entidades de defesa do meio ambiente, que alertam para os riscos de submeter as políticas de preservação ambiental aos interesses do agronegócio. 
No perfil Bolsominions Arrependidos – 33 mil seguidores até o mesmo horário – foram publicadas manifestações negativas de bolsonaristas sobre a unificação dos ministérios. "Será o lobo cuidando do galinheiro", comenta um internauta.
Outra eleitora faz uma crítica mais incisiva, direcionada ao senador Flavio Bolsonaro (PSL-RJ). "Apenas me diga como nosso presidente @jairbolsonaro vai explicar dois investigados na equipe e essa usurpação do Ministério do Meio Ambiente? Mal chegou e já começo a me preocupar. Já se venderam para a bancada ruralista?", questiona.
Um eleitor diz que, 48 horas depois do voto, já está "indignado com a postura" de seu candidato. "Eu tive a ingenuidade de acreditar que o cargo de Presidente (não só importante, mas honorável) traria maior compostura ao senhor em questão. Normalmente é assim, mas o normal não se aplica a ele", disse. "Votei no senhor acreditando que corruptos iriam presos, não serem ministros!", finaliza outro.
Fonte:redebrasilatual.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE