sexta-feira, 10 de agosto de 2018

Geopolítica:O que são as armas hipersônicas, alvo de disputa entre EUA, Rússia e China para desenvolvê-las primeiro

ArmaDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs EUA foram os primeiros a cogitar o desenvolvimento de armas hipersônicas, seguidos pela Rússia e, depois, pela China
Elas parecem ter saído de uma cena de Star Wars. E, de fato, se deslocam a "velocidades interestelares".
A velocidade é tão alta que pode quebra a barreira do som e, também, de qualquer sistema de defesa existente.
São as chamadas armas hipersônicas - antiga ambição armamentista da Guerra Fria -, que vieram à tona novamente nos últimos dias.
China anunciou nesta semana que testou pela primeira vez com sucesso o Xingkong-2 ("Céu Estrelado-2" em tradução livre), uma aeronave hipersônica não tripulada que viajou, segundo o governo chinês, a 7.344 quilômetros por hora.
Ou seja, seis vezes mais rápida que a velocidade do som, capaz de dar uma volta completa na linha do Equador em menos de duas horas.
Mas eles não são os primeiros.
Rússia comunicou, no mês passado, que seus MiG-31 que patrulham o Mar Cáspio estavam armados desde abril com um novo míssil hipersônico, o Kinjal.
O Ministério da Defesa russo também afirmou que, em breve, estaria pronto o Avangard, um sistema de mísseis que poderia percorrer distâncias intercontinentais a uma velocidade hipersônica de 24.140 quilômetros por hora.
A Força Aérea dos Estados Unidos, por sua vez, anunciou em 2015 a meta de desenvolver uma arma hipersônica até 2023, e mostrou vários avanços nesse sentido. Mas diante do crescente progresso de Pequim e Moscou, Washington começa a manifestar preocupação com os progressos do outro lado do Pacífico.
Recentemente, a Agência de Defesa contra Mísseis dos EUA solicitou US$ 120 milhões de orçamento para 2019, destinados a desenvolver sistemas de proteção contra mísseis hipersônicos.
Para se ter uma ideia, em 2016, o departamento solicitara US$ 75 milhões para a mesma finalidade.
"Washington tem até agora um sistema antimíssil que ainda não sabe se funcionará efetivamente diante de um ataque real, mas não tem nenhum mecanismo para se defender contra esses novos dispositivos", explica à BBC News Mundo, serviço da BBC em espanhol, George Nacouzi, especialista em armas hipersônicas da Rand Corporation, centro de estudos que oferece consultoria para as Forças Armadas americanas.
Mas em que consistem as armas hipersônicas e por que despertam tanta preocupação?

O que são armas hipersônicas

Por definição, as armas hipersônicas são aquelas que ultrapassam a velocidade do som em seu voo, segundo explica James Acton, codiretor do Programa de Política Nuclear do Carnegie Endowment for International Peace, centro de estudos com sede em Washington.
Ou seja, 1.237 quilômetros por hora (a uma temperatura de 20ºC).
"Teoricamente, elas podem ultrapassar cinco, 10, 20 vezes ou mais a velocidade do som", diz o especialista.
ArmaDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs mísseis de cruzeiro hipersônicos possuem um sistema de propulsão que quebra a barreira do som várias vezes
Nacouzi lembra, por sua vez, que existem dois tipos de armas hipersônicas:
  • Veículos planadores hipersônicos (HGV, na sigla em inglês), que são enviados ao espaço, alcançam altas altitudes e, em seguida, retornam com trajetórias sem curso definido em direção ao alvo.
  • Mísseis de cruzeiro hipersônicos (HCM, na sigla em inglês), um tipo de projétil que conta com um sistema de propulsão que quebra a barreira do som várias vezes.
Ambos podem viajar a velocidades superiores a 6.115 quilômetros por hora.
Segundo Acton, a fabricação desse tipo de armamento é uma aspiração desde a Guerra Fria, mas seu desenvolvimento enfrenta vários desafios tecnológicos.
AviãoDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs veículos hipersônicos nem sempre são armas, também podem ser qualquer tipo de aeronave cuja velocidade ultrapasse a barreira do som
"Depende do tipo de arma hipersônica, mas no caso da primeira (HGV), uma das principais limitações é a temperatura. Elas atingem temperaturas muito elevadas na atmosfera e podem derreter. Então, o desenvolvimento de materiais resistentes e o controle do calor seriam dois elementos a serem levados em conta", destaca.
"No segundo caso (HCM), o problema é o motor, ou seja, como fazer com que sejam rápidos o suficiente e mantenham essa velocidade durante longas distâncias sem o motor explodir", acrescenta.
Nacouzi observa que o maior desafio estratégico destes dispositivos é que, até agora, as armas existentes possuem uma trajetória de voo previsível.
"As armas hipersônicas, entretanto, apresentam trajetórias de voo imprevisíveis e se deslocam a velocidades ou altitudes variáveis, por isso é muito difícil se defender delas. Então, nem os Estados Unidos nem qualquer outro país têm sistemas de defesa eficazes contra um ataque desse tipo", explica.
A boa notícia é que, de acordo com o especialista, essa ainda é uma possibilidade remota, uma vez que apenas três países estão fazendo progressos significativos no seu desenvolvimento.
A má, acrescenta, é que sua implementação está dando lugar a uma nova "corrida armamentista" para alcançá-la.

A nova corrida

Acton também concorda que os três países estão disputando uma "corrida" para ver quem domina esse tipo de armamento primeiro.
"Eles estão desenvolvendo as tecnologias, defendem seu desenvolvimento, investem grandes somas de dinheiro, e parte da justificativa é a produção desse tipo arma por parte de outros países. Por isso que há definitivamente uma nova corrida armamentista", analisa.
AeronaveDireito de imagemUS AIR FORCE
Image captionOs EUA apresentaram, em 2010, o Boeing X-51, um míssil de cruzeiro hipersônico
Segundo ele, se a China está mais interessada em foguetes, a Rússia parece ter se concentrado em planadores, embora Moscou tenha anunciado que, no próximo ano, pode começar a produzir seu míssil intercontinental de longo alcance.
Nacouzi ressalta que, no caso dos Estados Unidos, os especialistas estão trabalhando nessa área há mais de 30 anos, mas, até onde se sabe, não desenvolveram nenhuma tecnologia, seja pelo custo ou por outros motivos.
No entanto, o secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, disse em abril, antes de uma audiência do Comitê de Serviços Armados do Senado, que as armas hipersônicas e sistemas de defesa contra as mesmas eram "prioridade número um" para a pesquisa e desenvolvimento militar do país.
"A evidência disponível sugere que os Estados Unidos continuam a liderar essas tecnologias", diz Acton.

A nova ameaça nuclear

O físico considera, porém, que o maior desafio não está apenas no desenvolvimento desse tipo de armamento, mas em outros elementos que podem se originar dele.
"Essas armas ainda não foram produzidas em larga escala. Mas, para mim, a maior consequência disso seria se, por um lado, a Rússia ou a China implementassem sistemas de longo alcance com capacidade nuclear", avalia.
Vídeo divulgado por Putin mostra mísseis se dirigindo em direção à TerraDireito de imagemEPA
Image captionOs veículos planadores hipersônicos alcançam altas altitudes e, em seguida, entram novamente na atmosfera com trajetórias erráticas até o alvo
Segundo o especialista, ambos os países parecem estar dispostos a equipar suas armas hipersônicas com ogivas atômicas, enquanto os Estados Unidos procuram associá-las a armas convencionais.
E a diferença, diz Action, é que as armas nucleares hipersônicas não requerem a precisão demandada pelos armamentos convencionais: a destruição pode ser a mesma, sem a necessidade de atingir um alvo identificado.
"Se elas vão ser usadas com capacidade nuclear ou não, o fato é que os Estados Unidos nunca foram ameaçados por armas convencionais chinesas e sua vulnerabilidade às armas convencionais russas tem sido muito limitada. E com essas armas, carregando ogivas nucleares ou não, o perigo é muito maior do ponto de vista de segurança", acrescenta.
Com todas essas cartas na mesa, os especialistas não têm dúvida de que as armas hipersônicas serão um fator-chave em potenciais ameaças ou guerras no futuro.
Fonte:BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Debate na Band: assista ao 1º confronto entre os presidenciáveis



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Recorde de mortes violentas em 2017


Apenas em 2017, o Brasil registrou 63.880 mortes violentas, omaior número de homicídios da história recente do país. Os dados indicam que foram assassinadas 175 pessoas por dia, registrando elevação de 2,9% em comparação a 2016. A taxa é de 30,8 mortes para cada 100 mil habitantes.

Os dados fazem parte do 12º Anuário de Segurança Pública divulgado nesta quinta-feira (9), em São Paulo, durante o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O Rio Grande do Norte (68) registrou a maior taxa de mortes violentas por 100 mil habitantes, seguido por Acre (63,9) e Ceará (59,1).

As menores taxas estão em São Paulo (10,7), seguida de Santa Catarina (16,5) e Distrito Federal (18,2). De acordo com o levantamento, o número de homicídios dolosos cresceu 2,1%, ao atingir os 55.900. As lesões corporais seguidas de morte totalizaram 955, com crescimento de 12,3%. Já os latrocínios caíram 8,2% e foram 2.460

Violência policial
O número de policiais mortos reduziu 4,9%, chegando a 367. Na contramão, o número de pessoas mortas em intervenções policiais registrou aumento de 20%, com 5.144 casos em 2017.

Violência contra a mulher
Os indicadores mostram ainda que os estupros aumentaram 8,4%, chegando a 60.018. Os casos de feminicídio totalizaram 1.133. Em 2017 foram registrados 221.238 casos de violência doméstica, uma média de 606 por dia. Também houve crescimento no número de mulheres vítimas de homicídio (6,1%), chegando a 4.539.

Armas de fogo
No ano passado, foram apreendidas 119.484 armas de fogo. Dessas, 94,9% não eram cadastradas no sistema da Polícia Federal (Sinarm). Entre as armas legais apreendidas, 13.782 tinham sido perdidas, extraviadas ou roubadas – o que equivale a 11,5% das armas apreendidas no período.

Desaparecimentos

Os dados do estudo contabilizam 82.684 registros de pessoas desaparecidas apenas em 2017.

População carcerária
De acordo com o anuário, a população carcerária brasileira era de 729.463 pessoas em 
2016 - 689.947 no sistema penitenciário e 39.516 sob custódia das polícias. O estudo mostra ainda o déficit no sistema prisional que contava com 367.217 vagas, o que resulta em duas pessoas presas para cada vaga.
Com informações de Folha de Pernambuco/Ag. Brasil
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Hoje tem Debate Presidente na Band


A Band esteve ao lado do Governo Temer. Qual será a posição da emissora até o final das eleições 2018? Continuará defendendo as ações do governo federal? 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Sociedade:Não se compra o afeto, nem se corta o corpo


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Nos avessos do mundo, a vida corre, sem muita definição e com incertezas. Há estrelas apaixonadas, no firmamento, que conseguem firmar seus brilhos. Há travessias cheias de pântanos que assustam as crianças perdidas.Não pense que existe algo estático. O mundo pede movimento, mesmo quando o cansaço derruba o corpo. Talvez, a morte evite balanços. Nada é garantia de nada. A sociedade quer vender tudo, mas esquece que as falsificações não consolidam todos os espaços. A desconfiança ajuda a não se defender das calúnias e ler os significados da intuição.
Se tudo é mercadoria, temos que escapar, escutar a rebeldia e se negar aos chamados da servidão voluntária. O afeto não deve ser uma mercadoria. Ele não tem dia marcado,  multiplica sentimentos. O capitalismo não sossega, enquanto não fragmentar cada pedaço do mundo. Não desista. Há vestígios, memórias, mitos. Nem tudo está completo e a imaginação não se apagou. Não corte seu corpo com raiva do inimigo, nem considere no espelho a imagem mais nítida. A ciência venho, também, para confundir. Trouxe razões feiticeiras.
Desenhe seu sonhos, porque não é proibido sonhar As regras enchem o mundo de burocracia, porém a indefinição deixa lugares de invenção. O abraço não deve ser frio, como cumprimento acidental. O corpo exige calor, para se livrar dos estranhamentos  vistantes da vida. Os descuidos são constantes, a lucidez sempre volta e as paixões estão nas esquinas do coração. Quem nega que no corpo se fixam afetos ou se desmancham ousadias? Portanto , escreve-se para impedir a  falecimento do mundo, salvar as estrelas, debater com os medos.
A história é a presença. Contempla o tempo, sem anular as perguntas. É um engano destratar o movimento, congelar a depressão para oprimir o ânimo. Saltar o momento transcende as mortes anunciadas. Por isso, a história se vai, planeja o impossível, desafia a lei da gravidade. Freud observou as neuroses, as infantilizações, as dificuldades de dividir o afeto. Converse com ele. A ligação com o outro, não abandona as dúvidas. O sentir tenta superar as tecnologias positivas, exaltadas como salvação. Seu corpo possui vias de sangue e não alimenta chips. Não se despedace. A astúcia de Ulissses
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 7 de agosto de 2018

Estupidez: Mourão liga índio à 'indolência' e negro à 'malandragem'



Candidato à Vice-Presidência da República na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), o general da reserva Hamilton Mourão disse ontem que o Brasil herdou a cultura de privilégios dos ibéricos, a indolência dos indígenas e a malandragem dos africanos. A declaração foi feita em um evento em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, quando Mourão falava sobre as condições de subdesenvolvimento do País e da América Latina. 

"E o nosso Brasil? Já citei nosso porte estratégico. Mas tem uma dificuldade para transformar isso em poder. Ainda existe o famoso ‘complexo de vira-lata’ aqui no nosso país, infelizmente" disse Mourão. "Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem. Nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso cadinho cultural." 

Mourão participou de almoço da Câmara de Indústria e Comércio da cidade na primeira agenda de campanha dele como vice na chapa de Bolsonaro. A declaração foi antecipada pelo site da revista Veja e confirmada pelo jornal "O Estado de S. Paulo".

No evento, o general também afirmou ser favorável à democracia e voltou a dizer que "intervenção militar não é varinha mágica", apesar de tê-la defendido no passado. Em setembro passado, Mourão chegou a falar na possibilidade de intervenção militar caso as instituições do País não resolvam a crise política, "retirando da vida pública esses elementos envolvidos em todos os ilícitos". Anteontem, no evento que referendou seu nome para a vice de Bolsonaro, ele admitiu que não foi "feliz na forma como disse isso" e que isso deu "margem para outras interpretações". 

O general da reserva negou que seu comentário tenha sido racista. "Quiseram colocar que o Bolsonaro é racista, agora querem colocar em mim. Não sou racista, muito pelo contrário. Tenho orgulho da nossa raça brasileira", afirmou. "O que eu fiz foi nada mais nada menos que mostrar que nós, brasileiros, somos uma amálgama de três raças, a junção do branco europeu com o indígena que habitava as Américas e os negros africanos que foram trazidos para cá", disse. 

Ele disse ter criticado também os portugueses: "Eu falei que a herança de privilégios é ibérica, do português que gosta de ter privilégios". 

Repercussão


A fala do general foi criticada por presidenciáveis. O candidato do PSOL, Guilherme Boulos, afirmou que Bolsonaro e Mourão "se merecem". "Quando o preconceito se junta com a estupidez o resultado é esse", criticou nas redes sociais. A candidata da Rede, Marina Silva, também avaliou o comentário como preconceituoso. "Extremismo e racismo são uma combinação perigosa. Não podemos tolerar racismo numa corrida presidencial." 

Já Bolsonaro se desvencilhou da declaração de seu vice. "Ele que explique para vocês, se é que ele falou. Eu não tenho nada a ver com isso", disse. Sobre a crítica de Marina, Mourão disse que respeita a concorrente. "Gostaria de sentar e conversar com a Marina, porque aí talvez ela entendesse quem eu sou e não tecesse comentários sem conhecer a pessoa. Eu tenho muito respeito por ela, que teve uma origem difícil e por seu mérito ocupa uma posição de destaque no cenário nacional." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 
Com informações do Diario de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Redes sociais: O poder do Whatsapp de manipular eleitores


Whatsapp é o aplicativo de mensagensmais utilizado no Brasil. Dos 120 milhões de usuários no país, 48% adotam a plataforma como fonte de notícias, segundo levantamento do Instituto Reuters para Estudo de Jornalismo. O aplicativo, no entanto, é frequentemente utilizado para a divulgação de fake news, que podem influenciar os rumos das eleições de outubro, alertam especialistas.
"O Whatsapp tem um enorme potencial para a manipulação de eleitores. Ele facilita a interação dentro de círculos fechados, onde a criptografia permite discutir tópicos sensíveis. Isso torna o aplicativo suscetível a ser usado para espalhar desinformação e influenciar o comportamento dos eleitores", explica Vidya Narayanan, diretora de pesquisa do Projeto de Propaganda Computacional da Universidade de Oxford, grupo que investiga como algoritmos e automação são utilizados nas redes sociais para manipular a população.
Com 1,5 bilhão de usuários no mundo, o aplicativo acumula casos de atividade maliciosa. Na Índia, maior mercado do Whatsapp, em julho oito pessoas foram mortas em decorrência de rumores sobre "sequestradores de crianças" em grupos de conversa.
Para conter a propagação de notícias falsas, a empresa limitou a distribuição simultânea de conteúdopara apenas cinco grupos e removeu o botão de compartilhamento rápido na Índia. Um limite semelhante foi implementado para usuários em outros países. Além disso, o aplicativo passou a marcar claramente mensagens encaminhadas.
A Índia também serve como exemplo em termos de mau uso do Whatsapp durante campanhas eleitorais. Em eleições legislativas deste ano no país, o aplicativo virou parte central de campanhas.
Os dois partidos mais importantes afirmaram ter mais de 20 mil grupos de Whatsapp que os permitiriam mobilizar instantaneamente milhões de simpatizantes. Muitas mensagens nestes grupos eram falsas e inflamatórias; algumas instigavam rivalidades entre hindus e a minoria muçulmana para fins eleitorais. 
Partidos utilizaram milhares de "guerreiros de WhatsApp" para atuarem em grupos, entre outras táticas, divulgando pesquisas eleitorais falsas. Indivíduos ligados a legendas políticas bombardearam com informações dezenas de eleitores que foram designados a acompanhar durante o pleito. Esses, por sua vez, integravam diversos grupos onde espalhavam desinformação e ataques a opositores. Grupos independentes também atuaram por conta própria.
Memes, áudios e vídeos falsos foram distribuídos, incluindo um vídeo de um linchamento na Guatemala descrito como um ataque de muçulmanos a uma hindu.Como, em geral, não é possível identificar a origem das informações, é complexo punir atores maliciosos.
O Whatsapp não possui anúncios ou direcionamento de publicações como o Facebook, mas consegue atingir eleitores específicos. Políticos indianos criaram milhares de grupos para chegar a cada distrito ou vilarejo de certas regiões. Além disso, pode-se instruir administradores e membros a adicionarem apenas pessoas de certas faixas etárias.
Desinformação em forma de notícia
Um aspecto relevante do Whatsapp é que adicionar alguém a diversos grupos automaticamente o/a expõe a dezenas de mensagens diárias, que chegam diretamente ao seu celular. Ou seja, isso pode tornar candidatos quase onipresentes, em vez da exposição tradicional em horário eleitoral definido e limitado.
Outro problema é que muitos usuários do aplicativo não são familiarizados com tecnologia, logo possuem dificuldades em checar informações na internet.
O Digital News Report 2018, do Instituto Reuters para Estudo de Jornalismo, aponta que 61% dos brasileiros compartilham notícias em redes sociais ou por e-mail. Um cenário no qual atores maliciosos podem espalhar desinformação disfarçada de notícia no Whatsapp para fins eleitorais. "Existe essa possibilidade. A disseminação de qualquer tipo de informação no Whatsapp pode ser mais rápida do que conversas cara a cara", explica Antonis Kalogeropoulos, coautor do relatório.
Apesar de dificultar o combate às notícias falsas, a criptografia é crucial para manter a segurança de usuários em países repressivos. Então, como lidar com o problema? "Com educação ao usuário e ferramentas que facilitem a checagem de notícias compartilhadas", sugere Samantha Bradshaw, pesquisadora do Projeto de Propaganda Computacional.
Um bot "do bem"
A verificação de fatos é a aposta de alguns programadores em Taiwan. Cansados de mensagens com golpes no LINE, o aplicativo de conversas mais popular do Estado asiático, um grupo de voluntários criou um bot para enfrentar a desinformação.
Chamado de Cofacts, o bot surgiu, em especial, para esclarecer os milhares de usuários que possuem pouca familiaridade com a internet, definidos como "imigrantes digitais" pelo web developer e cocriador do dispositivo Johnson Liang.
"Eles não sabem como procurar informações no Google, simplesmente absorvem o que veem nos grupos de conversa. Receber respostas diretamente no LINE reduz as barreiras para que ganhem perspectivas diferentes", explica.
Mensagens suspeitas podem ser encaminhadas para o bot, que enviará ao usuário uma verificação de fatos sobre o tema, se uma existir em seu banco de dados. Caso ainda não haja uma checagem disponível, editores voluntários a produzirão.
O projeto já tem 38 mil usuários, quase 20 mil mensagens respondidas e mais de 600 editores registrados no site cofacts.g0v.tw. Os editores podem classificar as mensagens em categorias simultâneas como "contém desinformação" ou "contém opinião" e precisam citar ao menos três fontes. 
O Cofacts não garante a qualidade das checagens, mas trabalha com a perspectiva de que quanto maior o número de editores, melhor será o conteúdo produzido – em um esquema similar ao da Wikipedia.
Apesar de o projeto ser conhecido pela Facebook, proprietária do WhatsApp, Liang não acredita que um bot similar possa ser implementado no aplicativo de mensagens. "A função mais valiosa de um chatbot é a resposta automática quando uma existe em um banco de dados. Infelizmente, o Whatsapp não fornece essa funcionalidade, além de interromper bots."
A Facebook não respondeu às perguntas da DW Brasil, mas a empresa já anunciou que financiará pesquisas sobre desinformação no Whatsapp.
Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Maurício Rands para governador do PROS em Pernambuco



O nome de Maurício Rands (PROS) foi lançado neste domingo à noite como candidato a governador por uma coligação que reúne o PDT, PROS e Avante. As articulações para a formação do grupo surgiu a partir dos últimos acontecimentos, com a retirada pelo PT da candidatura de Marília Arraes. 
 
A chapa majoritária terá a ex-vereadora do Recife Isabella de Roldão como vice e Silvio Costa (Avante) em uma das duas vagas para o Senado. O segundo nome ainda depende de articulações entre os apoiadores da coligação para ser definido.
 
O grupo se apresenta como uma "terceira via" - uma alternativa à polarização das eleições no estado, que estará dividida entre o palanque do governador Paulo Câmara (PSB), que tenta a reeleição,  e do senador e candidato pelo PTB, Armando Monteiro Neto.  
 
A definição do bloco, que deve ser palanque para Ciro Gomes no estado, só foi confirmada depois de um dia inteiro de reuniões e telefonemas entre dirigentes do PROS, Avante, PDT e ainda do PSB. A Frente Popular, liderada pelo por Paulo Câmara tinha a esperança de manter os pedetistas na coalizão. "Se não vierem, vamos para a disputa democrática", disse Câmara no fim da convenção com os pessebistas.  Na coligação, no entanto, Silvio Costa (Avante) apoia Lula, e o PROS nacional já definiu aliança com o OPT.  

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, havia determinado o desembarque da legenda da base de Câmara depois que declarou apoio ao ex-presidente Lula, condenado e preso pela Operação Lava Jato. Os petistas fecharam um acordo com o PSB para que o partido optasse pela neutralidade na disputa nacional, em troca rifaram a candidatura da vereadora do Recife, Marília Arraes (PT). O PSB, por sua vez, tenta impedir que o ex-prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda concorra com o governador mineiro, Fernando Pimentel (PT), que tenta a reeleição.

 A princípio, cogitava-se nos bastidores a participação também da Rede, mas o partido pretende manter a candidatura de Júlio Lóssio a governador. 
 
Segundo a Agência Estado, a vereadora do Recife, Marília Arraes (PT), que teve a candidatura retirada pelo partido, daria apoio ao bloco. A reportagem do Diario não conseguiu falar com a vereadora.  

Pela manhã, Tulio Gadêlha, que deve concorrer a deputado federal pelo PDT, disse que com a saída de Marília da disputa pelo governo, "se faz necessário a criação de um grupo no campo da centro-esquerda" para tentar romper a polarização entre Paulo Câmara (PSB), que tenta a reeleição, e Armando Monteiro Neto (PTB).  
Com informações de Diario de Pernambuco  
 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Polícia Federal aponta falha mecânica como causa do acidente que vitimou Eduardo Campos

Foto: Renato Araújo / Creative Commons
Foto: Renato Araújo / Creative Commons
A conclusão do inquérito que investiga as causas do acidente que vitimou o ex-governador Eduardo Campos e mais seis pessoas, ocorrido em 2014, aponta que houve falha mecânica na aeronave Cessna 560XL. As informações foram apresentadas às famílias do ex-governador e de outras vítimas do acidente, na manhã desta segunda-feira (6), em uma reunião ocorrida no Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes/Gilberto Freyre.

De acordo com o advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo, o relatório do delegado Rubens Maleiner apresentado aos familiares diz que houve uma falha mecânica no compensador do profundor. Localizada nas asas traseiras, a peça é essencial para manter a inclinação correta da aeronave. “O relatório discorda da análise apresentada pelo Cenipa. Entre dez hipóteses inicialmente levantadas, restaram quatro, das quais a da falha mecânica foi a mais forte”, explica Campos. As outras possibilidades, segundo o advogado, eram a desorientação espacial dos pilotos, perda de controle após colisão com algum animal ou defeito exclusivamente no profundor. 

O relatório da PF discordou da conclusão do Cenipa, apresentada em janeiro de 2016. Na ocasião, o órgão havia apontado que a queda foi ocasionada por falha humana somada às condições meteorológicas no local. Para Antônio Campos, no entanto, a hipótese de sabotagem não pode ser descartada. “Quando o relatório for apresentado ao Ministério Público Federal e perante o juiz da 5ª Vara de Santos (SP), vou fazer questões suplementares nesse sentido para serem respondidas pelo delegado”. O advogado disse que vai apresentar alguns documentos que embasam a suspeita. “Temos vários elementos fáticos que mostram que o avião esteve em oficinas e em hangares sem segurança. É possível que uma falha mecânica seja provocada (intencionalmente)”.

A Polícia Federal ainda não se posicionou oficialmente sobre o caso. Entre os familiares de Eduardo Campos presentes na apresentação estavam a viúva do ex-governador, Renata Campos, e os filhos.
Com informações do Diario de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quem não ver o exílio e a ditadura de cada dia?



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A modernidade trouxe referências do passado, mas prometia mudar. Queria revoluções, mas aconteceram genocídios. A violência tomou outra forma. A política não conseguiu navegar no mar da liberdade. Os tempos produziam  máquinas, ciências, urbanizações. O grito do progresso parecia apagar os sinais de desigualdades. A modernidade não cumpriu seu projeto. Acenou com democracias e nem se desfez das ditaduras. O fim do absolutismo não transformou a história como se esperava. Os totalitarismos se consolidaram. Riem das farsas.
A sociedade vive num exílio, faltam utopias, sobram discursos. Ninguém possui a varinha mágica, para negar que a humanidade se sufoca. Alguns afirmam que as possibilidades de criar outros valores estão abertas. Mas observem como as promessas não saíram da imaginação. As religiões caminham, junto com os pecadores, pedindo perdão aos deuses e ajoelhadas diante dos poderes de tiranos. Fazem alianças, inventam demônios, silenciam. Os mandamentos são princípios carentes de práticas.
Nietzsche padeceu de ataques medonhos. Esteve na galeria dos nazistas. Porém condenou os farsantes, mostrou a dificuldade de se descolar das fraquezas. Condenou o capitalismo. Ele aprofundava a miséria, Não se conseguiu alijá-la, concentrou  poderes. O  fascínio do individualismo se choca com a rebeldia. Ser animal social e apagar a solidariedade ou permitir que a desigualdade se globalize é um sinal de decomposição. A doença social deprime.
Portanto, o medo se alarga, porque não há como se segurar nas paredes que impedem  a violência. A história muda suas roupas, mas age para além de qualquer generosidade. A lei não é o limite, justifica a opressão. Desenhou-se um futuro que nunca existiu ou salvações que morreram. Fala-se no caos, na crise, como se eles fossem acidentais. Não se contempla o que aconteceu, não se percebe que as repetições têm o perfume da moda. O muro se mantém. A solidez do descaso fere a cultura. Ironia cruel. Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 5 de agosto de 2018

Paulo Câmara e Luciana Santos formam a chapa da Frente Popular


Sem surpresa, a Frente Popular anunciou, neste domingo (05), achapa majoritária, encabeçada pelo governador Paulo Câmara(PSB), com a deputada federal Luciana Santos (PCdoB), na vice, e o deputado federal Jarbas Vasconcelos (MDB) e o senador Humberto Costa (PT) nas vagas ao Senado. A convenção estadual do PSB ocorre no Clube Internacional do Recife.

A coligação é formada por PSB, PT, MDB, PCdoB, PSD, PR, PP, Solidariedade, PPL, PMN, Patriotas e PRP. O grupo ainda tentar segurar o PROS e PDT, que estão tentando articular uma terceira via.

Apesar do PSB ter anunciado neste domingo (05), durante suaconvenção nacional, que se manterá neutro e não irá apoiar nenhuma candidatura específica à presidência da República, Humberto Costa declarou que o integrantes da chapa estão “unidos em prol da candidatura de Lula”. “Decidimos ficar com a esquerda, com a unidade das forças populares, unidos com Pernambuco e Brasil”, disse ele. “A luta continua e a Frente Populartem a reintegração do PT”.
Humberto Costa afirmou que o momento que Pernambuco mais cresceu foi com a parceria entre o ex-governador Eduardo Campos e o presidente Lula, e que Paulo Câmara sofreu discriminação do governo Temer. “Em Brasília, jamais faltei a um chamamento seu. Juntos, vamos construir um governo ainda melhor”, declarou.

O petista acrescentou que muitos questionam como “pessoas diferentes” (Jarbas e ele) possam estar juntos. “Estamos juntos por Pernambuco e pelo Brasil”, finalizou. "Estamos aqui para dizer que é fundamental reunir as forças de todas as tendências para fazer Paulo vitorioso", afirmou por sua vez Jarbas Vasconcelos.

Luciana Santos
 disse em seu discurso que "a parceria entre Eduardo Campos e o presidente Lula foi o tempo em que Pernambuco mudou a sua matriz econômica, e trouxe a Refinaria Abreu e Lima, a Hemobras e muitas outras obras importantes para o Estado". "Apesar da perseguição de que você, Paulo, foi vítima, você está aqui governador, lutando por Pernambuco. Queriam tirar a refinaria, a Hemobras e privatizar a Chesf. Mas você lutou", destacou ela.

O primeiro-secretário nacional do PSB e prefeito do Recife, Geraldo Julio, não veio à Convenção Estadual, porque foi à Convenção Nacional do partido, em Brasília, que consolidou a neutralidade da legenda na disputa presidencial. Isso, inclusive, foi parte do acordo entre PT e PSB.


Com informações da Folha de Pernambuco


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