domingo, 17 de junho de 2018

O agente congolês na cracolândia, a boliviana no SUS, o angolano no 'rapa' e outras histórias de recomeço no Brasil

O estudante angolano Antonio Coteo, agente da prefeitura de SP
Image captionO estudante angolano Antonio Coteo trabalha como agente de apoio na fiscalização de comércio ambulante | Foto: Gui Christ
A médica boliviana Lourdes Ojeda procurava um emprego no Brasil. O angolano Antonio Coteo queria terminar a faculdade. Promessa do futebol boliviano, Jorge Lopez decidiu morar em São Paulo após encerrar sua carreira nos gramados. Já o congolês Kanga Heroult tinha só a roupa do corpo ao desembarcar, pois havia acabado de sobreviver a um fuzilamento.
De origens e histórias diferentes, esses quatro imigrantes hoje têm algo em comum: trabalham no serviço público em São Paulo. Eles estão nas áreas da saúde, atendimento aos trabalhadores, fiscalização do comércio ambulante e até no auxílio a dependentes de crack.
Segundo um relatório do Observatório das Migrações Internacionais (Obmigra), órgão ligado ao Ministério do Trabalho, o Brasil tem cerca de 130 mil imigrantes no mercado de trabalho formal. O Haiti é a nação mais representativa nesse cenário, com 25,7 mil pessoas empregadas, seguido por Portugal (8.000) e Paraguai (7.700).
No serviço público paulistano, quem contrata não é a prefeitura diretamente, pois estrangeiros são proibidos de prestar concurso no Brasil - essa situação se inverte em caso de naturalização. Os imigrantes trabalham para empresas terceirizadas ou organizações que prestam serviços para a administração municipal.
Uma delas é a Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), entidade social que administra unidades de saúde no centro e na zona norte da cidade. Segundo a organização, 50 dos seus 3.078 funcionários são estrangeiros, entre médicos, agentes de saúde e de administração.
O agente de saúde Jorge Lopez, imigrante boliviano em São Paulo
Image captionO agente de saúde Jorge Lopez trabalha na região do Bom Retiro, bairro de São Paulo com milhares de imigrantes | Foto: Gui Christ
Um deles é o boliviano Jorge Lopez, de 62 anos. Ele percorre diariamente as ruas do Bom Retiro para checar como anda a saúde de milhares de estrangeiros que povoam o tradicional bairro do centro da cidade.
Natural de La Paz, Lopez veio para o Brasil no final dos anos 1980, desiludido com a diverticulite que pôs um fim precoce a sua carreira de jogador de futebol. Trabalhou em oficinas de costura enquanto estudava modelagem em uma universidade particular.
A boliviana Jeanneth Orozco, em Unidade
Image captionA boliviana Jeanneth Orozco trabalha no Sistema Único de Saúde desde 2009 | Foto: Gui Christ
O trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS) chegou em 2005 depois de várias tentativas frustradas. "Fiz três provas e cinco entrevistas para entrar", conta.
Lopez foi um dos primeiros estrangeiros na unidade de saúde que fica no coração do Bom Retiro, local conhecido por historicamente abrigar imigrantes judeus, bolivianos e coreanos. Cerca de 40% dos pacientes do posto são estrangeiros, segundo o Iabas.
O boliviano foi escolhido para facilitar a entrada de seus compatriotas no SUS, movimento às vezes complicado pelo medo. "Os bolivianos são tímidos, têm receio de sair de casa e, muitas vezes, medo de serem deportados por falta de documentos", conta.
Sua colega Jeanneth Orozco afirma que os colegas bolivianos se sentem mais à vontade quando conversam com agentes do país deles. "Os brasileiros visitavam as casas e as pessoas abriam só uma frestinha da porta", diz a agente, que chegou no Brasil em 2004 e está no SUS desde 2009. Ela já foi responsável pelo auxílio de saúde de 25 grávidas no Bom Retiro.
Para Lopez, os agentes estrangeiros acabam funcionando como uma espécie de conselheiros dos recém-chegados. "Explicamos que o SUS é gratuito, porque muita gente acha que precisa pagar. Também falamos onde dá para tirar os documentos, onde tem posto da Polícia Federal, escola, hospital", afirma.
No mesmo posto, trabalha a médica Lourdes Ojeda, boliviana de 27 anos. Sua trajetória de imigração foi um pouco diferente dos colegas de unidade: formada em uma universidade pública, Ojeda teve dificuldade em encontrar emprego em seu país. "Há muitos médicos na Bolívia e os salários são ruins. Por isso, decidi viver no Brasil", conta.
Médica Lourdes Ojeda atende paciente brasileiro pelo SUS, no Bom Retiro
Image captionA médica Lourdes Ojeda, que atende pacientes no Bom Retiro, migrou para o Brasil porque não conseguia emprego na Bolívia | Foto: Gui Christ
Para revalidar seu diploma de Medicina, ela precisou fazer duas provas - oral e escrita, em português. "Tive de vir antes para aprender e me acostumar com a língua", diz.
Segundo Marcelo Haydu, coordenador do Instituto de Reintegração do Refugiado, uma das principais dificuldades para estrangeiros conseguirem emprego no Brasil é a burocracia para a revalidação dos diplomas universitários.
"Algumas provas de proficiência em português, como a da USP, são muito complicadas. Desconfio que até brasileiros teriam dificuldade em passar", diz Haydu.
Para Leonardo Cavalcanti, professor da Universidade de Brasília e coordenador do Obmigra, imigrantes enfrentam um fenômeno conhecido como "inconsistência de status", ou seja, quando chegam ao Brasil, eles não conseguem trabalhar em suas áreas de formação.
"Normalmente, os imigrantes têm formação média ou superior, pois os pobres sem estudo nem conseguem migrar", explica. "Porém, quando chegam aqui, enfrentam as dificuldades burocráticas de revalidação dos diplomas, um processo que exige uma série de documentos. Tem muito imigrante com formação superior trabalhando de auxiliar de pedreiro."
Haydu conta um caso de um refugiado sírio que não consegue revalidar seu curso de engenheiro porque a USP exige um documento que sequer existe na Síria. "Não há normas claras reguladas pelo Ministério da Educação, cada universidade tem sua regra", diz.

'Como uma criança'

O congolês Tresor Balingi, em atendimento no CAT (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo)
Image captionO advogado congolês Tresor Balingi chegou ao Brasil em 2013 e conseguiu emprego de atendente na prefeitura | Foto: Gui Christ
Um desses casos é o do refugiado Tresor Balingi, congolês de 30 anos. Formado em Direito mas sem conseguir revalidar o diploma no Brasil, ele trabalha de atendente no CAT (Centro de Apoio ao Trabalho e Empreendedorismo), órgão da prefeitura de São Paulo.
O problema, no entanto, não o incomoda: ele gosta do serviço. Balingi chegou ao Brasil em 2013 sem falar sequer uma palavra de português. "Quando você chega num país diferente, começa tudo de novo, como uma criança", explica sobre seu período de adaptação.
Ele trabalha ao lado de dois compatriotas, os atendentes Hidras Tuala e Mabiala Nkombo. Segundo a prefeitura, eles foram contratados para atender refugiados e imigrantes africanos, cada vez mais numerosos na cidade. O trio faz carteiras de trabalho, habilitação de seguro desemprego e auxílio de contratações.
Os refugiados congoleses Hidras Tuala, Mabiala Nkombo e Tresor Balingi
Image captionOs refugiados congoleses Hidras Tuala, Mabiala Nkombo e Tresor Balingi auxiliam trabalhadores estrangeiros | Foto: Gui Christ
Nkombo, de 23 anos, explica que a facilidade com várias línguas foi determinante para sua contratação. "O CAT percebeu que havia muita dificuldade de comunicação com os estrangeiros. Nós falamos seis línguas fluentemente", diz ele, citando português, inglês, francês, espanhol, lingala e criolo. "Os africanos acabam naturalmente confiando mais em nós."
Seu colega Tuala, de 24 anos, não esconde a vontade de voltar ao Congo um dia. "A gente sempre pensa que amanhã vai ser melhor. Esse dia ainda não chegou", diz ele, que melhorou sua formação cursando comunicação visual em uma universidade do Brasil.

'Terminar os estudos'

Estudar no Brasil foi o que motivou a vinda do angolano Antonio Coteo, de 21 anos. "Sempre gostei do Brasil e queria muito terminar a faculdade de engenharia elétrica", conta. Ele estuda em uma faculdade particular em São Paulo com bolsa integral.
Enquanto finaliza seu curso, Coteo trabalha como assistente de fiscalização do comércio ambulante, serviço popularmente conhecido como "rapa". Vários funcionários dessa área no centro da cidade são imigrantes africanos.
Por outro lado, em ruas com forte comércio ambulantes, como a 25 de Março, a presença de africanos como camelôs é bastante alta. Quando um comerciante é irregular, seus produtos são apreendidos pelo "rapa".
Coteo diz que nunca houve conflito com colegas africanos por causa de seu trabalho. "Minha relação com meus 'irmãos' é muito boa, não trato ninguém mal. Explico o que eles precisam fazer para regularizar a situação e conseguir os documentos. Sou uma espécie de tradutor", diz.

Os refugiados

Segundo a Coordenação Nacional de Imigração, órgão do Ministério do Trabalho, o Brasil deu 311 mil autorizações para estrangeiros trabalharem no país entre 2011 e 2016. Pouco mais de 200 mil carteiras de trabalho foram emitidas nesse período.
Por outro lado, a autorização de vistos de refúgio continua um processo lento - em média, ela demora dois anos. A fila chega a 86 mil pessoas e tende a crescer por causa da massa de venezuelanos que diariamente chega ao Brasil.
Quando pousou em São Paulo, o congolês Kanga Heroult, de 38 anos, já tinha o documento que autorizava seu refúgio político no país. Era uma outra época, em 2008, quando o número de pedidos de refúgio era bem menor.
Hoje, Heroult trabalha como agente de saúde na região da cracolândia, área de consumo e venda de crack no centro da cidade. Ele auxilia dependentes químicos a entrar no serviço municipal de recuperação, o Redenção.
O agente de saúde Kanga Heroult, na praça Princesa Isabel, no centro de São Paulo
Image captionO agente de saúde Kanga Heroult fugiu da morte no Congo e hoje trabalha com dependentes químicos na região da cracolândia | Foto: Gui Christ
Ele fez três provas para entrar no serviço público. "A gente cuida e orienta (os usuários de crack), me dou bem com todos", conta ele. "Muitas pessoas que estão na rua hoje são da Nigéria, Tanzânia, Congo..."
A trajetória de Heroult até o Brasil é dramática. Em 2007, ele se filiou em um partido de oposição à ditadura que governa o Congo. Acabou preso depois de participar de algumas manifestações contra o assassinato de um líder estudantil. "Por um mês e 15 dias eu fui torturado", diz, emocionado.
Heroult conta que, naqueles dias na prisão, dez pessoas eram levadas todos os dias em uma van. Nunca mais eram vistas. Um dia, chegou a sua vez.
"Eu sabia que iria morrer. Então comecei a cantar uma música sobre Deus. Um dos soldados ouviu e reconheceu a letra. Ele se aproximou e disse que sua família era da mesma igreja que a minha", conta.
O congolês foi levado na van com outros nove prisioneiros. "O carro parou ao lado de um rio. As outras pessoas foram retiradas, mas eu fiquei. Ouvi o barulho delas sendo mortas e jogadas no rio. O motorista abriu a porta do carro e disse que nunca mais queria me ver. Eu estava livre."
Heroult escapou da morte e, dias depois, embarcou para o Brasil.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Brasil é o segundo pior em mobilidade social em ranking de 30 países

Rio de JaneiroDireito de imagemDABLDY/GETTY
Image captionDesempenho do Brasil só é pior que o da Colômbia em estudo sobre mobilidade social da OCDE
A chance de uma criança de baixa renda de ter um futuro melhor que a realidade em que nasceu está, em maior ou menor grau, relacionada à escolaridade e ao nível de renda de seus pais. Nos países ricos, o "elevador social" anda mais rápido. Nos emergentes, mais devagar - no Brasil, ainda mais lentamente.
O país ocupa a segunda pior posição em um estudo sobre mobilidade social feito pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) com dados de 30 países e divulgado nesta sexta-feira.
De acordo com o estudo O elevador social está quebrado? Como promover mobilidade social, seriam necessárias nove gerações para que os descendentes de um brasileiro entre os 10% mais pobres atingissem o nível médio de rendimento do país. A estimativa é a mesma para a África do Sul e só perde para a Colômbia, onde o período de ascensão levaria 11 gerações.
O indicador da OCDE foi construído levando em consideração a "elasticidade intergeracional de renda". Ou seja, quanto o nível de rendimento dos filhos é determinado pelo dos pais. A instituição ressalta no estudo que a simulação tem finalidade ilustrativa - para dar dimensão da dificuldade de ascensão social - e que não deve ser interpretada como o tempo preciso para que um domicílio de baixa renda atinja a renda média.
Na média entre os países membros da OCDE, a chamada "persistência" da renda intergeracional é de 40%. Isso significa que, se uma família tem rendimento duas vezes maior o que de outra, o filho terá, em média, renda 40% mais alta que a da criança que veio da família de menor renda.
Garoto ao lado de escadaDireito de imagemRICHVINTAGE
Image captionBrasil ocupa segunda pior posição em estudo sobre mobilidade social feito pela OCDE com dados de 30 países
Nos países nórdicos, a persistência é de 20%. No Brasil, de 70%, conforme a pesquisa.
Mais de um terço daqueles que nascem entre os 20% mais pobres no Brasil permanece na base da pirâmide, enquanto apenas 7% consegue chegar aos 20% mais ricos. Na média da OCDE, 31% dos filhos que crescem entre 20% mais pobres permanecem nesse grupo e 17% ascendem ao topo da pirâmide.

Pai pobre, filho pobre

Isso é o que o estudo chama de "chão pegajoso" (sticky floor): a dificuldade das famílias de baixa renda de sair da pobreza.
Filhos de pais na base da pirâmide têm dificuldade de acesso à saúde e maior probabilidade de frequentar uma escola com ensino de baixa qualidade.
A educação precária, em geral, limita as opções para esses jovens no mercado de trabalho. Sobram-lhes empregos de baixa remuneração, em que a possibilidade de crescimento salarial para quem tem pouca qualificação é pequena - e a chance de perpetuação do ciclo de pobreza, grande.
Cartão Bolsa FamíliaDireito de imagemJEFFERSON RUDY/AG. SENADO
Image caption'O Brasil fez um bom trabalho tirando milhões de famílias da extrema pobreza, com o Bolsa Família, por exemplo. Falta agora fazer a 'segunda geração' de políticas', diz diretor da OCDE
Nesse sentido, a desigualdade social e de renda, destaca o levantamento, é definidora do acesso às oportunidades que podem fazer com que alguém consiga ascender socialmente.
"Além do chão pegajoso, países como o Brasil têm também tetos pegajosos (sticky ceilings)", acrescenta Stefano Scarpetta, diretor de emprego, trabalho e assuntos sociais da OCDE, referindo-se às famílias de alta renda.
O nível elevado de desigualdade também se manifesta sobre a mobilidade no topo da pirâmide. Aqui, é pequena a probabilidade de que as crianças mais abastadas eventualmente se tornem adultos de classes sociais mais baixas que a dos pais.
Scarpetta pondera que, ao contrário da tendência global de aumento da desigualdade, o Brasil conseguiu reduzir suas disparidades na última década, até o início da recessão. O país fez pouco, entretanto, para corrigir os problemas estruturais que mantêm em movimento o ciclo da pobreza - a qualidade precária da educação e da saúde e a falta de treinamento para os milhões de trabalhadores de baixa qualificação.
"O Brasil fez um bom trabalho tirando milhões de famílias da extrema pobreza, com o Bolsa Família, por exemplo. Falta agora fazer a 'segunda geração' de políticas", disse o economista à BBC News Brasil.

A classe média

Quando se analisa a mobilidade apenas do indivíduo, e não de uma geração a outra, o estudo da OCDE verifica que, de forma geral, a classe média é o estamento com maior flexibilidade - para cima e para baixo.
No Brasil, a mobilidade da base da pirâmide para a classe média é maior do que em vários emergentes. Essa ascensão, contudo, é frágil.
A estrutura do mercado de trabalho, com uma participação elevada do emprego informal, intensifica os efeitos negativos das crises sobre a população mais vulnerável. Como aconteceu com parte da "nova classe média" durante a última recessão, o desemprego pode ser um caminho de retorno à pobreza.

Mobilidade social e crescimento econômico

O nível baixo de mobilidade social tem implicações negativas sobre o crescimento da economia como um todo, diz o estudo da OCDE. Talentos em potencial podem ser perdidos ou subaproveitados, com menos iniciativas na área de negócios e menos investimentos.
Favela de Paraisópolis, em São PauloDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDesigualdade social e de renda é definidora do acesso às oportunidades que podem fazer com que alguém consiga ascender socialmente, diz estudo
"Isso debilita a produtividade e crescimento econômico potencial em nível nacional", ressalta o texto.
Um elevador social "quebrado" também se manifesta sobre o bem-estar social.
A percepção de que a oportunidade de ascensão depende de fatores que estão fora do alcance - como a renda dos pais ou o acesso a educação - gera desesperança e sentimento de exclusão. Isso aumenta a probabilidade de conflitos sociais, diz a pesquisa.

Tendência global

O problema não é exclusivo dos países emergentes. Mesmo países ricos, com desempenho expressivamente superiores ao do Brasil nos indicadores de educação - França, Alemanha - estão acima da média da OCDE entre as estimativas do número de gerações necessário para que os 10% mais pobres atinjam a renda média.
"Por mais que esses países tenham bom desempenho no PISA (avaliação global do desempenho escolar), esses índices são uma média. Países como a França, por exemplo, são bastante heterogêneos", ressalta Scarpetta.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Lenilson do Posto garante vitória de Jotinha para presidência da Câmara do Bom Jardim



Todos esperavam uma vitória tranquila, bem sossegada de Valéria  Lira, candidata da Chapa 1, nas eleições da Câmara de Bom Jardim, para o biênio 2019/2020. A manhã desta sexta, dia 15 de junho 2018, pode ser muito significativa para o futuro político do município. Pouca gente presenciou  a vitória da Chapa 2, encabeçada pelo edil José Gomes Medeiros (Jotinha) que venceu a disputa pelo placar de 7 a 6, contrariando os planos do prefeito João Lira (PSD), esposo da atual presidente.  Muita gente só acreditou porque acompanhou a votação feita por Duda, via rede social. Muitos populares não sabiam da eleição no Poder Legislativo Municipal.


A vitória foi sacramentada pelo vereador Lenilson do Posto, membro da base governista. Desde muito Lenilson vem insatisfeito com o tratamento dado pelo prefeito e seus aliados no Distrito de Umari.  João e Valéria Lira(PSD) esperavam fidelidade do vereador. O vereador Lenilson também espera fidelidade do chefe do governo municipal nas parcerias. É o que se comenta nos bastidores político. Como não houve atenção de ambos os lados, também não houve fidelidade neste momento. A votação foi nominal, os votos eram declarados em ordem alfabética, conforme nome do edil. Quando chegou na letra "L" de Lenilson, a bomba explodiu: "Chapa 2, Jotinha". Aí tudo mudou. Reviravolta no placar.

ESTRATÉGIA:A oposição fez um teatro ao registrar anteriormente outra chapa liderada por Rufino Filho. "Chapa Camaleão", mudou e confundiu a situação. Jotinha sempre teve o desejo de ser presidente, já sofreu uma derrota em outra eleição na disputa para presidência da Casa Dirceu Borges. A Chapa eleita é composta por Jotinha, Roberto Lemos e Ana Nery.

Na rua ficou aquela falação: " Jotinha vai querer ser candidato ao cargo de prefeito na próxima". Perguntamos ao presidente eleito se ele estava feliz? Respondeu: "muito feliz, muito mesmo." Perguntamos se o próximo passo será para prefeito? Respondeu:"Ainda está cedo. Só o tempo dirá"

O que vai acontecer no futuro próximo? O que vai acontecer nestas eleições de 2018? Quantos votos terão os candidatos apoiados por João Lira? Quantos votos terão os candidatos apoiados por Jotinha? Como será a votação de Miguel para deputado? Quem é que vai ganhar com tudo isso: o povo ou os políticos? Será teremos 6 candidatos para prefeito nas eleições de 2020? Será que todos da oposição estarão unidos com uma candidatura única para derrotar o prefeito João Lira?
LEIA TAMBÉM:
https://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com/2018/06/camara-de-bom-jardimvaleria-lira-sera.html?spref=fb
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 14 de junho de 2018

Câmara de Bom Jardim:Valéria Lira será eleita?


Será nesta sexta-feira (15) a partir das 9 horas, a sessão extraordinária para a eleição para a renovação da mesa diretora da Câmara Municipal do Bom Jardim-PE, relativa ao biênio 2019/ 2020. O Edital de Convocação nº 01/2018, que disciplina a realização do citado pleito, foi publicado durante a última sessão ordinária  do segundo período legislativo  realizada na última terça-feira (11). 

Até o presente, duas chapas estão inscritas para a disputa. A chapa 1 é composta pelos vereadores Valéria Barbosa Miranda de Lira (presidente), Josilene Vicente Pereira Cadête (1ª secretária) e José Vitor da Silva (2º secretário); a chapa 2 é formada pelos edis Sebastião Rufino Ribeiro Filho (presidente), Ana Nery de Lima Cavalcanti (1ª secretária) e Agenildo Marcos de Oliveira (2º secretário). 

Para ser protocolada, uma chapa precisa contar com três componentes. De acordo com o Regimento Interno, um vereador não pode se inscrever em mais de uma chapa. As inscrições poderão ser feitas até às 08h30min do dia 15 de junho do corrente ano, ou seja, 30 minutos antes do início da sessão extraordinária convocada para a realização do pleito. A atual presidente Valéria Lira (PSD), candidata à reeleição, comandará o processo eletivo cuja votação será por chamada nominal de cada vereador que pronunciará o seu voto em aberto. 

Com informações de Dimas Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Diários de Einstein revelam racismo e xenofobia desconhecidos


Albert Einstein escrevendo em um quadro negroDireito de imagemAFP/GETTY
Image captionAlbert Einstein escreveu os diários entre outubro de 1922 e março de 1923
"Pessoas industriosas, imundas e obtusas."
Diários de viagens recentemente publicados revelam visões racistas e xenofóbicas do físico alemão Albert Einstein, cientista mais famoso do mundo e "pai" da Teoria da Relatividade - que chegou a se engajar, contraditoriamente ou não, na luta contra o racismo que enxergava, no século 20, nos Estados Unidos.
Escritos entre outubro de 1922 e março de 1923, os diários registram as viagens que fez com a mulher, Elsa, por países da Ásia e do Oriente Médio, mostrando generalizações negativas que usava para descrever povos e áreas que encontraram nessas regiões, com particular crueldade quando se refere aos chineses.
"São pessoas industriosas, imundas e obtusas", escreveu sobre eles em um dos trechos.
Einstein defenderia mais tarde os direitos civis nos Estados Unidos, chamando o racismo de "doença de pessoas brancas".
Esta é a primeira vez que os diários são publicados como um volume independente em inglês.
Publicado pela Princeton University Press, The Travel Diaries of Albert Einstein: The Far East, Palestine, and Spain, 1922-1923 (Os Diários de Viagem de Albert Einstein: O Extremo Oriente, Palestina e Espanha, 1922-1923, em tradução livre) foi editado por Ze'ev Rosenkranz, diretor assistente do Projeto Einstein Papers, do Instituto de Tecnologia da Califórnia.
Einstein viajou da Espanha para o Oriente Médio, passando depois pelo Sri Lanka - na época chamado de Ceilão - a caminho de China e Japão.
Albert Einstein em navio com a mulher dele, Elsa, em 1921Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEinstein embarcou para a viagem que registra nos diários junto com sua mulher, Elsa

Comentários impróprios

O físico descreve a chegada a Port Said, no Egito, dizendo ter deparado com "levantinos de todas as tonalidades ...", se referindo a pessoas de uma grande área do Oriente Médio chamada Levante, "como se fossem vomitados do inferno" e entrassem em seu navio para vender mercadorias.
Também descreve seu tempo em Colombo, no Ceilão, afirmando que o povo "vive com uma grande imundície e considerável fedor no chão" e "faz pouco e precisa de pouco".
Seus comentários mais ferozes têm como alvos, porém, o povo chinês.
De acordo com uma reportagem do jornal britânico The Guardian sobre os diários, Einstein descreve crianças chinesas como "sem espírito e obtusas", e diz que seria "uma pena se os chineses suplantassem todas as outras raças".
Em outros registros, ele chama a China de "nação peculiar, com cara de rebanho" e "(com a população) mais parecida com autômatos do que com gente", antes de afirmar que há "pouca diferença" entre homens e mulheres chineses e questionar como os homens são "incapazes de se defender" da "atração fatal" feminina.
Reconhecido por seu brilhantismo científico e seu humanismo, Einstein emigrou para os EUA em 1933, após a ascensão de Adolf Hitler e do partido nazista na Alemanha.
O cientista judeu descreveu o racismo como "uma doença de brancos" em um discurso que fez em 1946 na Universidade Lincoln, na Pensilvânia.
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Diários refletem mudanças de opinião

O correspondente da BBC News em Washington, Chris Buckler, observa que a Teoria da Relatividade mudou a forma de as pessoas pensarem sobre o espaço e o tempo, e que "esses diários demonstram como as próprias opiniões do cientista sobre raça parecem ter mudado ao longo dos anos".
"Os escritos podem ter sido concebidos como reflexões pessoais, privadas, mas sua publicação deve incomodar algumas correntes na América, onde ativistas ainda celebram Albert Einstein como uma das vozes que ajudaram a lançar luz sobre a questão da segregação (racial)", diz Buckler.
O jornalista lembra que, quando se mudou para os EUA em 1933, o alemão foi surpreendido por escolas e cinemas separados para negros e brancos.
Posteriormente, ele se juntou à Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor, uma das mais antigas e influentes instituições americanas com o objetivo de garantir igualdade de direitos políticos, educacionais, sociais e econômicos para todos, buscando eliminar a discriminação racial no país.
Conta-se que Einstein dizia ver semelhanças entre a forma como os judeus eram perseguidos na Alemanha e como os afro-americanos estavam sendo tratados em sua nova pátria.
Ele escolheu a Lincoln University, na Pensilvânia, uma universidade historicamente negra, para fazer um de seus discursos mais contundentes apenas um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial.
Pesquisadores que estudam seus escritos da década de 1920 podem argumentar que suas crenças relacionadas à questão possivelmente se baseassem em seus próprios sentimentos.
"Seus diários estão repletos de reações instintivas e visões pessoais. No contexto do século 21, são pensamentos que podem manchar a reputação de um homem reverenciado quase tanto como humanitário quanto como cientista", analisa Buckler.
Ele pondera, no entanto, que tais palavras foram escritas antes que o alemão visse o que o racismo poderia provocar na América e na Alemanha - um país de onde havia efetivamente fugido.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE