domingo, 6 de maio de 2018

Marx não desmoronou


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Há pensadores que sobrevivem e não são abndonados. Marx é um deles. Consegue manter suas críticas válidas e ser admirado por militantes. As frustrações das revoluções socialistas não o apagaram da  história. É claro que as políticas existem e provocam agressividades. A sociedade está sufocada, procura caminhos, encontra-se cercada por modas intelectuais imensas. O consumo é extenso, ataca todas as áreas. Há perturbações, delírios e intolerâncias. Marx se mantém. Suas críticas merecem leituras e mostram as explorações do capitalismo.
Muitos buscam sofisticá-las e as entregam às meditações acadêmicas. Marx é lido como saída metodológica para salvar entraves teóricos e garantir posições nas discussões acaloradas. Mas há quem reduza Marx aos escritos de Stalin ou ao pragmatismo de Lênin. É uma forma de ativá-lo junto às massas ou mesmo simplificá-lo. Não faltam opções. As editoras gostam de lançar livros escandalosos, desvendar segredos. Marx não foge dos mercados. Para que negar a concorrência e as opiniões fanáticas? A homogeneidade é uma falácia.
Não podemos nos afastar das contradições contemporâneas. O mundo gira de todas as formas. Há intelectuais que fazem sucesso com suas palestras milagrosas. Observem como Karnal ocupa espaço nas redes sociais e atinge um público bem expressivo. Marx não faz parte da sociedade do espetáculo. Veio muito antes de Sarte, Deleuze, Foucault e tantos outros que povoam as mentes contemporâneas. Riscar a sua importância é um erro incrível. Acho indispensável mergulhar na suas obras para compreender a industrialização e o desmantelo da desigualdade.
Se haverá outras revoluções, não sei. Houve comportamentos totalitários entre os que se colocavam como  marxistas. Quem não vê vinganças, ataques, dissidências? As teorias surgem, arrastam controvérsias. Marx formulou uma crítica radical ao capitalismo. Considerou, porém filósofos iluministas, não desprezou os economistas clássicos. No entanto, demoliu os alguns encantos de uma sociedade estruturada no monopólio, na centralização econômicas. Para muitos, ele é insuportável, uma ameaça. Causa arrepios, tempestades.
O tempos passa, a inquietação permanece. Freud também abalou as tradições construindo outras interpretações. Não faltam exemplos do santos e dos malditos. Não há silêncio, mas ruídos estridentes. Política e religião sacodem ânimos e se misturam. Marx não poupou seus adversários com argumentos fortes. Seus escritos são valiosos e rebeldes. Nada como uma leitura sobre o fetiche da mercadoria! O passado não abandona a história e as ambiguidades não se desmancham. Basta olhar a China, a Venezuela, Cuba, Coreia do Norte e as reflexões que envolvem o mundo globalizado. É preciso ouvir as sinfonias. Não deixe o circo pegar fogo, imagine sua aventura e sua coragem. Perigoso é adormecer no messianismo. A astúcia de Ulisses.
Por Paulo Rezende
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 5 de maio de 2018

Vida:para que existem o sexo e os sexos? Um dos maiores e mais complicados mistérios da biologia


Homens e mulheresDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionReprodução humana tem deficiências: "Em termos evolucionistas, a forma de ser bem-sucedido é passar seus genes a outras gerações. Quando pensamos em reprodução sexual, o que estamos fazendo é passando a metade de nossos genes a nossos filhos, que terão a outra metade composta de genes de outra pessoa. É um grande esforço, e (ainda assim) parecia algo ineficiente"
Um parceiro conhece o outro, eles se cortejam e procriam. Mas por que temos apenas dois sexos na natureza? E para que exatamente eles existem?
Esse, que é um dos maiores mistérios da biologia, foi o tema de uma investigação do geneticista Adam Rutherford e da matemática Hannah Fry, apresentadores do programa The Curious Cases of Rutheford and Fry, da BBC Radio 4.
E, analisando o intrincado e curioso mundo da sexualidade animal, eles descobriram que nem sempre são necessários dois parceiros para se gerar descendentes.

Autonomia sexual

Alguns animais podem se reproduzir sem necessidade de formar um casal e acasalar, como é o caso das minúsculas criaturas chamadas Bdelloidea, uma classe de rotíferos que vive em qualquer lugar onde haja água e que só pode ser vista com microscópios.
Rotíferos flosculariaDireito de imagemISTOCK/GETYY IMAGES
Image captionRotíferos se reproduzem assexuadamente, mas com isso geram descendentes com os mesmos problemas genéticos que eles
Essa espécie não tem machos, e as fêmeas se encarregam da reprodução com suas próprias células sexuais não fecundadas.
Há também o caso de Ganas, um dragão de Komodo que é uma das principais atrações do Zoológico de Londres.
"Ele não tem pai, foi gerado só por uma mãe", explica Chris Michaels, herpetólogo do zoo. A mãe de Ganas o concebeu de forma espontânea.
Esse processo é conhecido como parentogênese, ou literalmente: um "parto virginal". É algo que ocorre muito raramente e só produz crias masculinas.
Os dragões de Komodo estão entre os poucos vertebrados que podem chegar a se reproduzir através da parentogênse.

Uma perspectiva matemática

E isso vale a pena, no sentido evolutivo? Sob essa ótica, qual seria o modelo de procriar mais "eficiente"? A partir dos anos 1970, essas perguntas relacionadas ao sexo ganharam uma abordagem matemática, diz Fry.
Desenho de comunidades humanasDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionEficiência e ineficiência é parte da lógica evolutiva
"O grande geneticista e biólogo britânico John Maynard-Smith aplicou a Teoria dos Jogos à evolução e concluiu que a existência dos homens simplesmente não faz sentido. Procriar homens provoca o desperdício de 50% dos recursos de uma criatura viva, porque (a maioria delas) não consegue produzir descendentes (por si só)", explica.
A geneticista Aoife McLysaght, especialista nessa questão pelo Trinity College (Irlanda), argumenta que, embora haja tantos organismos que praticam sexo e se reproduzam, o relacionamento sexual é um dos grandes enigmas da biologia e da evolução.
"Em termos evolucionistas, a forma de ser bem-sucedido é passar seus genes a outras gerações. Quando pensamos em reprodução sexual, o que estamos fazendo é passando a metade de nossos genes a nossos filhos, que terão a outra metade composta de genes de outra pessoa. É um grande esforço, e (ainda assim) parecia algo ineficiente", diz McLysaght.
Ainda não há uma resposta conclusiva para isso, mas sim algumas pistas, diz Rutherford. Para entendê-las, precisamos conhecer melhor a reprodução assexuada, ou sem sexo.

O que nos ensina um pequeno organismo

Chris Wilson, pesquisador do Imperial College, no Reino Unido, é um especialista em criaturas diminutas como a Bdelloidea.
Em sua reprodução assexuada, elas criam "filhotes" femininas que são cópias exatas de si mesmas.
"Isso é duplamente mais eficiente do que produzir machos e fêmeas, porque você dispensa o gasto energético depositado na geração de machos e tem uma taxa de 100% (de eficiência) no uso da energia para criar fêmeas, que por sua vez botarão mais ovos. Assim, quando toda a população é capaz de botar ovos, ela é mais eficiente do que quando gera machos incapazes de fazê-lo", explica Wilson à BBC.
ZebrasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA diferenciação entre os dois sexos é chave para a reprodução de muitas espécies
Mas essas criaturas assexuadas têm suas próprias ineficiências com as quais lidar quando se trata de crescer e se reproduzir, diz o especialista.
Como não há mistura genética na procriação, "todos (os membros da comunidade de Bdelloidea) têm as mesmas vulnerabilidades, sobretudo quanto a doenças", explica Wilson.
"Se um espécime é infectado por um fungo, por exemplo, facilmente vai transmitir isso a todas as suas filhas, irmãs e parentes fêmeas porque todas são geneticamente iguais. Formam-se epidemias muito rapidamente e estas podem afetar a todos os rotíferos dessa combinação genética."
Eis então um problema fundamental da reprodução assexuada: a menor variedade genética acaba sendo um calcanhar de Aquiles.
No caso desses rotíferos, uma forma de driblar isso é pela desidratação total. "Quando a população (de Bdelloidea) fica totalmente afetada por fungos, consegue perder toda a água de seu corpo (...) e mover-se para uma nova área hidratada e voltar à vida - e o fungo não consegue segui-la", diz Wilson.
Os cerca de 50 milhões de anos de existência das Bdelloidea mostram que essa tática tem funcionado para elas, mas a maioria das criaturas assexuadas são relativamente mais recentes e não duram muito, adverte Rutheford. O motivo disso? Justamente sua vulnerabilidade a doenças.

A vantagem de ter dois sexos

É neste ponto que começamos a entender os benefícios biológicos da existência do sexo masculino.
Mulher com imagem repetidaDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionClonar e copiar a genética de um espécime, com suas fortalezas e fraquezas
Se você pudesse se clonar neste exato momento, teria uma população resultante geneticamente idêntica a você, diz McLysaght.
"Todos os membros (dessa população) são igualmente fortes mas também igualmente frágeis. Qualquer debilidade que um tenha, os demais também a terão."
"Algo que já sabemos sobre a forma como o DNA muda é que cada um de nós temos cerca de 60 mutações (genéticas) totalmente novas, que não foram herdadas de nossos pais. (...) Quando falamos de reprodução sexual, falamos de combinar o DNA de dois indivíduos diferentes. Como não se trata de 100% de DNA (de nenhum deles), há a probabilidade de unir dois genes bons e até mesmo gerar melhoras em relação ao passado e deixar males (genéticos) de fora dessa combinação", agrega a cientista.
Sendo assim, unindo genes tendemos a nos tornar mais resistentes a parasitas e doenças e aumentamos a probabilidade de melhorar nossa genética.

Por que há dois, e não três sexos?

No mundo animal, há espécies que têm simultaneamente partes do corpo masculinas e femininas, como vermes, lesmas, estrelas-do-mar e mais de 20 famílias de pequenos peixes. Trata-se do hermafroditismo, que permite a geração de gametos masculinos e femininos.
DNADireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionNosso DNA é uma mistura genética, mas também traz mutações completamente novas
Há, ainda, o caso de fungos, por exemplo, que têm dificuldades em encontrar pares compatíveis para acasalar. E os biólogos descobriram que eles aumentaram o número de seus sexos (que os especialistas chamam de "tipos de acasalamento", sem a associação típica que fazemos com fêmeas e machos) para a casa das centenas, de forma a elevar a chance de se reproduzir e propagar seus genes.
Mas esse é um caso único, o que leva à pergunta: por que na maioria avassaladora da natureza não temos mais de dois sexos?
Quem responde é Wilson.
"O problema é que, como já existem dois sexos, é muito difícil para um terceiro sexo aparecer e prosperar. Se surgisse um sexo intermediário, com quem ele iria acasalar? Já há machos e fêmeas, cada um com seus mecanismos específicos de adaptação para maximizar seu sucesso (na relação) com o outro. Havendo um terceiro sexo, ele teria dificuldades em encontrar parceiros", diz o pesquisador do Imperial College.
E uma das razões pelas quais nós humanos e outros animais complexos gravitamos para a dualidade dos sexos é a dimensão complementar dos nossos gametos, ou células reprodutivas - os óvulos (que são as maiores células humanas) e os espermatozoides (as menores), prossegue Wilson.
O esperma e o óvulo proporcionam diferentes imperativos biológicos para os machos e as fêmeas: os espermatozoides são rápidos e pequenos, enquanto os óvulos são grandes e estáveis. "São como chave e cadeado, não requerem peças adicionais", agrega Rutheford.
Ou seja, não sabemos ao certo por que evoluímos para termos dois sexos, mas, uma vez que essa evolução ocorreu, ficou muito difícil sobrar espaço para terceiros sexos.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ex-sócio de Huck, empresário é suspeito de operar para MDB



A lista de amigos e sócios do empresário Roberto Rzezinski, 50, inclui o apresentador Luciano Huck, o empresário Alexandre Accioly e o ex-jogador Ronaldo. O Ministério Público Federal investiga se também faz parte do rol de parceria algum político do MDB. Rzezinski foi preso na quinta (3) sob suspeita de ter recorrido ao esquema de Vinicius Claret e Cláudio Barbosa, delatores da Operação Câmbio, Desligo. Segundo o controle de transações da dupla, Robertinho, como é conhecido, e o irmão gêmeo Marcelo trocaram, entre 2011 e 2017, US$ 12 milhões de dólares depositados em contas no exterior por reais em espécie no Brasil.

Cláudio Barboza afirmou em seu depoimento que, ao realizar as operações, Rzezinski ressaltava que as contas em que fazia os pagamentos no exterior deveriam ser "discretas" para não colocar em risco seu cliente. "Em mais de uma oportunidade, Roberto comentou com o colaborador que o seu cliente era do MDB", diz o depoimento do doleiro.

De acordo com os registros, as operações variavam entre US$ 100 mil e US$ 800 mil. Elas se intensificavam em anos eleitorais, apontam os dados. O pai de Roberto, Jorge, era cliente de Mordko Messer, considerado o primeiro grande doleiro do Brasil. Na adolescência Roberto conheceu Dario Messer, que herdou a fortuna e os clientes do pai e se tornou uma espécie de banqueiro de Claret e Barboza.

Rzezinski enveredou no mercado financeiro. Investiu também na academia Bodytech, com Accioly, e numa empresa de venda online de ingressos, com Luciano Huck. A Empresa Brasileira de Distribuição de Ingressos foi alvo de uma comunicação do Coaf por movimentação suspeita, indicando vários depósitos em espécie em setembro de 2009 com valores abaixo de R$ 50 mil que, somados, totalizaram R$ 500 mil. Suspeita-se que os depósitos fracionados foram feitos para burlar os controles das autoridades.

Ele reencontrou Huck no mundo dos negócio em 2014, quando trabalhou na Joá Investimentos, principal empresa do apresentador. Desligou-se no ano seguinte.
A vida social de Robertinho também era agitada. Velejador, seu casamento com Wanda Grandi, ex-assistente de palco de Huck, reuniu empresário e famosos no Copacabana Palace em 2010. Eles se separaram dois anos depois.

Ele conheceu o ex-governador Sérgio Cabral, preso desde 2016, por meio do filho do emedebista João Pedro. Foi também colega de Eduardo Paes (MDB) na juventude. Em depoimento à Polícia Federal, Rzezinski declarou "que nunca prestou qualquer serviço a partido político ou a órgão público". Ele disse que não esteve com Cabral a partir de 2007, ano em que o emedebista assumiu o governo.

O empresário disse aos agentes que vendia os dólares para Barboza "para custeio de suas despesas pessoais" com o dinheiro que recebia. Ele afirmou que as transações com o doleiro "não ultrapassaram US$ 1,1 milhão, já que a medida que as operações eram realizadas, o dinheiro ia acabando". Rzezinski afirmou que manteve contas em Luxemburgo e Suíça, cujos valores têm como origem "comissões referentes a taxa de administração mais performances de clientes indicados a fundos de investimento".

Huck afirmou, via assessoria, que a empresa de ingressos tinha muitos sócios e ele não era controlador, nem gestor da firma. "Avalio com tristeza as denúncias contra o Roberto Rzezinski. Nossa relação é de longa data e para mim ele sempre foi um empresário e empreendedor. Nunca tive conhecimento de qualquer outra atividade dele", disse Huck.

Sobre a passagem de Rzezinski na Joá, afirmou que "ele prospectou possíveis empresas a serem investidas mas a iniciativa não avançou". Rodrigo Roca, que defende Cabral, afirmou que "a operação policial em nada afeta a defesa do ex-governador, não se refere à sua pessoa e nem ao seu mandato". Paes afirmou: "Desde que entrei na vida pública estive em poucas oportunidades com ele e jamais teve qualquer participação em qualquer eleição minha ou qualquer função que eu tenha ocupado".
Fonte:Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 4 de maio de 2018

Servidores municipais do Recife iniciam greve nesta sexta


Os servidores municipais da Prefeitura do Recife deflagraram, nesta sexta-feira (4), greve por tempo indeterminado. Uma das reivindicações é o reajuste salarial, que, segundo eles, não ocorre há mais de quatro anos. A categoria informou que tentou negociar, mas que a Prefeitura do Recife ofereceu 0% de reajuste salarial.

Eles também pedem melhorias nas condições de trabalho,reajuste do vale-alimentação e abertura do Saúde Recife. Os trabalhadores estão reunidos na Câmara Municipal do Recife, na rua Princesa Isabel, no bairro de Santo Amaro, na área Central da capital pernambucana, e devem iniciar uma caminhada até a Prefeitura do Recife. Segundo os servidores, a greve deve atingir todas as secretarias da Prefeitura.
Com informações da Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

O fake se instala, a ética vacila



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A imprensa se encontra confusa. Não é novidade. A temperatura política deixa todos com vacilações. Há acusações incessantes. As provas são variadas. O ataque é feroz, não possui medida. Fica impossível se falar em ética, pois a hipocrisia ganha fôlego. Não se restrinja ao Brasil. As declarações internacionais derrubam pactos. O objetivo é superar o outro. Mas sempre surgem os discursos ditos democráticos, no meio de tantas desigualdades. As luzes estão se apagando, as armas se espalhando, os refugiados perdidos em territórios hostis.
Parece que a história desenha uma curva desanimadora. Não exageremos. As delações podem desvendar corrupções ou mesmo jogar infâmias. Essa insegurança traumatiza, gera desconfianças, mascara. Quem é mesmo Dória? Como está Lula? Quem torce por Aécio? Os jornais estão falindo? E os juízes se sentem imparciais? As perguntas apavoram. Trump grita com a Síria, a China quer mercados, a Europa se desequilibra. O toque da embriaguez é firme.
Talvez, passemos por uma ameaça de caos, pelos caminhos das mentiras fabricadas com esmero. Não é questão, apenas, de nível intelectual. O analfabetismo também atinge as leituras dos sentimentos. O descompasso é geral. A crise de valores ou a dificuldade de escolher assombra. Há quem se queixe das epidemias, esquecendo-se das vidas urbanas cheias de contrastes e desamparos. As fronteiras são frágeis e a sociedade não consegue se entrelaçar com a autonomia. Mudou a respiração, o sufoco é contínuo?
Será a história é uma grande brincadeira? Será que deuses onipotentes? Procuramos decifrar as esfinges, porém os mistérios. Analisem os significados dos mitos. Prometeu, Édipo  Zeus, Afrodite. Algo se anuncia no passado. Formam-se sonhos, contam-se as travessias dos paraísos, acredita-se numa utopia final. Tudo hesita. A contemporaneidade está enferma, ainda ousas exaltar a ordem e progresso. A história trava transformações. O fake é veloz e assustador. Já morava nas astúcias da serpente.
Por Paulo Rezende
astuciadeulisses.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Como bilhete deixado no banheiro de avião por aeromoça salvou menina vítima de tráfico humano

Shelia FedrickDireito de imagemSHELIA FEDRICK
Image captionShelia Fedrick divulgou o caso ocorrido em 2011
Uma comissária de bordo americana salvou uma menina vítima de tráfico humano após desconfiar do modo como o acompanhante dela a tratava durante o voo e deixar um bilhete para a garota no banheiro.
Shelia Fedrick, de 49 anos, viu uma adolescente com aparência desgrenhada sentada ao lado de um homem mais velho e bem vestido no avião em que estava trabalhando - o contraste entre ele e a garota, que parecia ter entre 14 e 15 anos, chamou sua atenção.
A menina "parecia que tinha vivido um inferno", contou a comissária à rede americana NBC. Para completar a situação, o homem não permitia que Fedrick conversasse com a adolescente.
Desconfiada, ela conseguiu se comunicar discretamente com a jovem, sussurrando para que fosse ao banheiro, onde deixou um bilhete.
A menina então escreveu uma resposta: "preciso de ajuda".
A adolescente era, na verdade, vítima de tráfico humano. Os instintos de Fedrick ajudaram a salvá-la: com o pedido de socorro em mãos, a comissária conseguiu mobilizar o piloto, que informou a polícia.
Quando o avião pousou, os policiais já estavam esperando no terminal.
O incidente ocorreu em 2011, em um voo da Alaska Airlines entre Seattle e San Francisco, mas foi divulgado pela imprensa americana nesta semana - a organização de caridade Airline Ambassadors está tentando treinar funcionários de companhias aéreas para perceber situações como essa e ajudar a combater o tráfico humano.
De acordo com a organização National Human Trafficking Hotline, que recebe denúncias do crime por telefone nos EUA, 7.572 casos foram relatados no país em 2016.

Medo e nervosismo

Avião da Alaska AirlinesDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO incidente relatado por Fedrick ocorreu em um voo da Alaska Airlines
O site da Airline Ambassadors enumera alguns sinais de que uma pessoa possa estar sendo vítima de tráfico humano.
Por exemplo: a vítima pode aparentar ter medo de seguranças uniformizados, não ter certeza de qual é seu destino e aparentar nervosismo.
Além disso, também pode responder a perguntas de uma forma ensaiada e estar usando roupas que não combinam com o clima do lugar para onde está indo.
Já os traficantes, de acordo com a Airline Ambassadors, podem tentar responder a questões no lugar da vítima, observar cada movimento dela atentamente e não saber seu nome ou dados pessoais.
"Dizemos para as pessoas não tentarem resgatá-las, pois você pode colocar a vítima e você mesmo em perigo", explicou à NBC Nancy Rivard, fundadora da organização.
A Airline Ambassadors orienta os comissários e comissárias a não enfrentar ninguém ou demonstrar abertamente preocupação ou inquietação.
Eles devem, a exemplo do que fez Fedrick no caso da Alaska Airlines, pedir ao piloto informe o aeroporto onde o voo vai pousar.
A jovem salva pela comissária hoje frequenta a universidade - e ainda mantém contato com ela.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O maio do sonho:1968


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Reclamamos das disputas infernais. O mundo não tem sossego. Não aprendeu com tantos séculos de cultura. A burocracia toma conta da vida privada. Um prisão, cheia de labirintos construídos, com muito sadismo alimenta solicitações opressoras. Os prédios verticalizam a moradia, ora são abandonados, ora são demolidos. Tudo se passa numa velocidade estúpida. Não dá para olhar o calendário e firmar planos. As surpresas enchem a sociedade de incertezas e as manchetes de jornais trazem assassinatos, misérias, guerras. Há teorias reformistas, intelectuais arrogantes, sábios esquisitos.
Pensou-se que a tecnologia poderia aliviar dores agudas e promover o encantamentos. As revoluções anunciaram novidades, derrubada de preconceitos, solidariedades extensas. Mas o século XXI vive desacertos incríveis. Há maravilhas arquitetônicas, junto com desastres ecológicos. O futuro é uma esfinge atormentada. Não faltam utopias. A coragem para consolidá-las é causa. O comunismo se confunde violências políticas e o Manifesto de Marx e Engels parece que não é lido. Há fanatismos soltos e pantanosos, deuses em templos cultuados como senhores do universo.
Maio de 1968, uma rebelião se mirou em sonhos. Paris ficou tensa, pois se queria transformar a monotonia, colocar as poesias na rua. O objetivo era redefinir a convivência, evitar os totalitarismos, imaginar e efetivar um poder longe dos consumos capitalista. Era vez dos jovens puxaram os movimentos, seduzir o resto da população, arrancar o pesadelo de governos incapazes e centralizadores. O mundo se abalou. Muitas cidades também se impacientaram. Era preciso uma estéticas que apagasse as aberrações das avenidas apáticas. A fumaça é uma tatuagem se desenha nos nossos corpos de forma doentia.
A repressão respondeu. Os estudantes espalharam seus sonhos, uma grande greve parou a França. Não esqueça que a década de 1960 ferveu, demoliu tradições nada saudáveis. Os Estados Unidos perderam uma guerra para o Vietnã. No Brasil, porém, a ditadura punia e censurava. O mundo das mercadoria fascinava os concentradores de riqueza. Quem espera por uma primavera cheia de beija-flores vermelhas namorando com flores coloridas nem sempre consegue soltar o sorriso. Os limites seguem envolvendo nossas incompletudes. Dizia-se, em maio de 1968, que era proibido proibir. Desejo difícil, porém não custa buscar a invenção e andar pelas calçadas multiplicando as identidades,
Paulo Rezende
astuciadeulisses.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE