quarta-feira, 4 de abril de 2018

Corrupção na Prefeitura de Catende - PE


prefeito de CatendeJosibias Cavalcanti (PSD), de 89 anos, foi afastado do cargo juntamente com o secretário de Governo Alexandre Cavalcanti, que é filho dele; e de outros seis servidores públicos municipais. Eles são suspeitos de integrar um grupo criminoso que desviou recursos públicos da gestão municipal. A terceira etapa da Operação Gênesis foi deflagrada na manhã desta quarta-feira (4) pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) junto com Polícia Civil e a Polícia Militar no município da Mata Sul do Estado. São cumpridos ainda oito mandados de busca e apreensão.

Além de serem impedidos de desempenharem suas funções, os alvos da operação também foram proibidos pela Justiça de adentrar as dependências da Prefeitura, sob pena de multa de R$ 5 mil por dia em caso de descumprimento. O MPPE obteve ainda a indisponibilidade judicial dos veículos registrados em nome dos investigados.

De acordo com o órgão, os indícios de atos de improbidade que sustentaram o pedido de afastamento do prefeito e demais agentes públicos foram obtidos mediante a apreensão e análise de documentos nas etapas anteriores da Operação Gênesis, capitaneada pelo Grupo de Apoio Especializado de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPPE).

"Dessa forma, foram comprovadas práticas como fraudes em licitações, vendas de notas fiscais, contratação de empresas laranjas e malversação de recursos públicos. Segundo informações preliminares, o grupo criminoso era liderado por Alexandre Cavalcanti, com a conivência de seu pai, o prefeito Josibias Cavalcanti. Também exerciam papel de destaque a presidente da Comissão Permanente de Licitação de Catende, Silvana de Melo, que combinava acertos financeiros com donos de empresas de fachada", informou, por meio de nota, o MPPE.
 Priscilla Aguiar, do FolhaPE
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Fantasma da ditadura:o silêncio do general Villas Bôas após tuítes serem lidos como ameaça (ou promessa) de interferência

O general do Exército, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas fala sobre a apresentação de tropas das forças armadas que atuarão nos jogos olímpicos e paralímpicos Rio 2016 em 24 de junho de 2016Direito de imagemTOMAZ SILVA/AGÊNCIA BRASIL
Image captionNa véspera de julgamento sobre Lula, comandante do Exército diz, no Twitter, repudiar 'a impunidade' e que a Força está atenta 'às suas missões institucionais'
Há três anos no comando do Exército, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, de 66 anos, sempre foi tido como uma voz moderada entre os militares. Numa instituição com apreço pela discrição, ele se destaca também por ser um usuário ativo do Twitter, onde se comunica diretamente com militares e entusiastas das Forças Armadas e também com o público em geral.
Com 51 anos de Exército, Villas Bôas não é um comandante convencional. Desde o ano passado, quando assumiu enfrentar uma doença neuromotora degenerativa, ele passou usar uma cadeira de rodas. Mas mesmo com a saúde fragilizada e a mobilidade restrita, continua no posto e não dá sinais públicos de que pretende abandonar imediatamente a missão.
Na terça-feira, às vésperas do julgamento do pedido de habeas corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal (STF), ele publicou dois tuítes que dividiram seus seguidores na rede social e causaram polêmica por estarem sendo interpretados como pressão sobre a Corte e até mesmo uma possível ameaça do Exército à democracia. As curtas mensagens do comandante, sem posterior esclarecimento - apesar de interpretações distintas e até contraditórias -, surpreenderam quem considerava o general uma voz reiteradamente moderada no Exército.
Questionado pela BBC Brasil, em entrevista em novembro de 2017, sobre os pedidos de intervenção militar que surgiram em certos setores nos últimos anos, o general Villas Bôas foi categórico em dizer que a própria sociedade brasileira é capaz de encontrar uma solução para a crise sem que isso ocorra. "O Brasil tem um sistema que dispensa a sociedade de ser tutelada", declarou. Na mesma ocasião, ele revelou não ser ele quem pessoalmente escreve tuítes, apesar de sempre definir "temas e o espírito da mensagem."
As duas postagens, na interpretação de muitos usuários, passavam uma mensagem clara: "Excelente Comandante!!! Mostre à nação que o Exército é a única saída e que nele podemos confiar! A força tem o apoio popular e esperamos que o recado tenha sido claro!", disse um internauta. Outro comentou: "Está totalmente certo, General. Se o STF vai rasgar a Constituição como vem rasgando, ao invés de cumpri-la, vocês têm o total apoio dos brasileiros de bem, e se houver esse escárnio no STF, que o exército invada aquele lugar infestado de corruptos!".
Não faltaram, no entanto, críticas. Diversas faziam referências e traziam fotos de vítimas da ditadura militar no Brasil. Outras questionavam o momento da declaração: "Aqui pensando: por que o Exército não fez esse tipo de ameaça quando a Justiça fechou os olhos pro caso Aécio, que queria matar o primo? Ou quando a Justiça arquivou processos contra Jucá, Temer, Serra e cia? Ou quando a justiça 'deixou pra lá' o caso da mala de R$ 500 mil?", afirmou um usuário citando os senadores Aécio Neves, Romero Jucá e José Serra, além do presidente Michel Temer.
Presidente Michel Temer cumprimenta Villas Boâs que está na cadeira de rodasDireito de imagemBETO BARATA/PR
Image captionAntes de falar publicamente sobre a doença, comandante do Exército diz que comunicou o presidente Michel Temer
E também pedidos de esclarecimento: "Quais missões institucionais? Você poderia ser mais específico? Acho que as pessoas ficaram confusas, achando que o Sr. fala em tom de ameaça, de tomada de poder, etc."
Também no Twitter, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, insinuou que a mensagem do general poderia um sinal de intervenção militar. "Isso definitivamente não é bom. Se for o que parece, outro 1964 será inaceitável. Mas não acredito nisso realmente", escreveu Janot.
As duas mensagens de Villas Bôas, que tinha na manhã desta quarta 153 mil seguidores no Twitter, foram publicadas no meio da tarde de terça e, 14 horas depois, já haviam sido curtidas por um total de 83 mil pessoas e retuitadas por 31 mil usuários. Generais da ativa e da reserva fizeram questão de apoiar o comandante publicamente na rede social.
Os tuítes viraram nota no Jornal Nacional e geraram uma resposta, sem muita clareza, do Ministério da Defesa, que insistiu se tratar "de uma mensagem de confiança e estímulo à concórdia". E, com a repercussão, Villas Bôas preferiu o silêncio.

Aberto para interpretação

Mas acadêmicos ouvidos pela BBC Brasil classificaram o texto do general de "inapropriado", "irresponsável" e "desnecessário". No entanto, há, entre esses especialistas, quem defenda a fala do militar e diga que a interpretação está errada - ou seja, que a mensagem signifique exatamente o contrário, um atestado de que o Exército não pretende interferir em nada.
Numa das postagens, Villas Bôas diz que o Exército repudia "a impunidade" e está atento "atento às suas missões institucionais", sem detalhar o que queria dizer. Numa outra mensagem, escreveu: "Nessa situação que vive o Brasil, resta perguntar às instituições e ao povo quem realmente está pensando no bem do País e das gerações futuras e quem está preocupado apenas com interesses pessoais?".
Com as afirmações, o comandante subiu o tom em relação ao discurso público mais moderado que vinha adotando nas redes sociais.
Twitter general Villas BoasDireito de imagemTWITTER @GEN_VILLASBOAS
As mais recentes publicações de Villas Bôas, contudo, estão sendo interpretadas de formas distintas.
Para Octávio Ferraz, professor da faculdade de Direito do King's College, em Londres, a mensagem do general é "problemática". O professor classifica como "totalmente inapropriada" qualquer manifestação de militar e de juiz. "No caso específico de um comandante do Exército, às vésperas de um julgamento politicamente delicado no STF, acho completamente inapropriado. O conteúdo fere, a meu ver, a Constituição", diz Ferraz.
O professor assinala que o papel das Forças Armadas é defender a Pátria e garantir os poderes constitucionais, como define o artigo 142 da Constituição, se chamada por iniciativa de um dos Três Poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), e não por iniciativa própria.
"Se é um passo rumo à intervenção militar, é impossível saber. Minha intuição é que não há ambiente no Brasil para golpe militar", completa o professor de Direito.
Para o Christoph Harig, pesquisador da universidade Helmut Schmidt, na Alemanha, o texto do general é "irresponsável" à medida que abre margem a vários tipos de interpretação, inclusive à de que o Exército está pronto para interferir na política, se necessário for.
"Não vejo como uma ameaça de golpe, mas abre espaço para que pessoas façam essa leitura. Ele parece brincar com fogo num momento em que o Brasil vive uma crise política profunda e a população está muito dividida", avalia Harig, estudioso do Exército brasileiro e especialista em missões de paz e segurança pública.
Manifestantes contrários ao governo fazem ato em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) em março de 2016Direito de imagemWILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL
Image captionEm 2016, manifestantes fizeram protestos na porta do STF a favor da Lava Jato
Harig vê a mensagem do general como "desnecessária e atípica". Observa ainda comentários e episódios recentes indicam que militares da ativa têm subido o tom de declarações sem nenhum tipo resposta ou reação mais incisiva da cadeia de comando.
O pesquisador cita, por exemplo, a tentativa de atenuar as afirmações feitas em 2017 pelo general Antonio Hamilton Mourão, que passou para a reserva em fevereiro, que falou sobre a possibilidade de atuação das Forças Armadas caso haja uma situação de "caos" no país.
Ele lembra ainda que, em fevereiro, durante a reunião dos Conselhos da República e de Defesa Nacional, declarou que os militares que atuam na intervenção da segurança do Rio de Janeiro precisam de "garantias" para que não enfrentem "uma nova Comissão da Verdade" - a comissão, que funcionou entre 2012 e 2014, apurou violações de direitos humanos ocorridas durante a Ditadura de 1964.
"Não houve o esperado exercício de autoridade para que nenhum homem das Forças fale em interferência na política em nenhuma das situações", diz Harig.
Comandante do Exército, General-de-Exército Eduardo Villas Bôas, assina livro de visitas do Ministério da Defesa em fevereiro de 2018Direito de imagemMARCOS CORRÊA/PR
Image captionÀ BBC Brasil, Villas Boas admitiu, no ano passado, não ser ele quem posta diretamente mensagens no Twitter

Mensagem interna

Mas nem todo especialista vê uma escalada no tom do comandante. Vinicius Mariano de Carvalho, do Brazil Institute, do King's College, em Londres, avalia que a mensagem na rede social apenas repete o que Villas Bôas já vem dizendo. "Eu leio justamente como uma posição de que o Exército não interferirá em nada", avalia.
Para Mariano de Carvalho, o tuíte, apesar de voltado para todo o público, também seria uma mensagem para a própria tropa, numa tentativa de também "posicionar internamente para evitar rachaduras da coesão". "Eu li o Twitter várias vezes e me pareceu que ele apenas resguarda a Força, evita vozes aventureiras e outra vez mostra que a responsabilidade sobre a crise não está nas mãos das Forças Armadas", afirma o professor.
Sobre os mais recentes tuítes de Villas Bôas, o Ministério da Defesa, pasta a qual o Exército está subordinado, divulgou nota afirmando que o comandante do Exército "mantém a coerência e o equilíbrio demonstrados em toda sua gestão, reafirmando o compromisso da Força Terrestre com os preceitos constitucionais, sem jamais esquecer a origem de seus quadros que é o povo brasileiro".
"(O general) manifesta sua preocupação com os valores e com o legado que queremos deixar para as futuras gerações. É uma mensagem de confiança e estímulo à concórdia", diz a nota.
Procurados pela reportagem, o Exército informou, por meio do Centro de Comunicação Social, "que não haverá pronunciamento sobre o assunto". A reportagem pediu para que a Força explicasse se foi o próprio o general quem escreveu ou ditou os textos e como ele reagia às críticas. Também pediu ao Exército para esclarecer o que o comandante quis dizer exatamente com a postagem, publicada um dia antes do julgamento do caso do ex-presidente Lula no STF.

Papéis inapropriados

Fiona Macaulay, professora da Universidade de Bradford, na Inglaterra, também criticou a mensagem do comandante divulgada às vésperas de uma importante decisão na mais alta Corte brasileira e afirma que, historicamente, o Exército brasileiro tem desempenhado papéis inapropriados. "Parece-me que os militares no Brasil deveriam abster-se de fazer comentários oficiais sobre o que é uma decisão judicial. Um dos problemas históricos no Brasil tem sido o uso dos militares, tanto para fins políticos, que é remover ou instituir presidentes, como para reforçar a segurança pública", opina Macaulay.
A professora, contudo, faz uma autocrítica e diz que cientistas sociais e políticos costumam ser ruins em prever eventos políticos justamente por não ter conhecimento suficiente sobre o funcionamento de instituições específicas, como as Forças Armadas, que considera muito fechada.
"Então, acho que seria impossível alguém prever o que as Forças Armadas farão nas próximas semanas ou meses", diz.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Política:Lula pode ser preso hoje? Entenda o julgamento desta quarta-feira no STF

Raio é visto atrás do prédio do STFDireito de imagemREUTERS
Image captionHabeas corpus de Lula volta à pauta do STF nessa quarta-feira; processo diz respeito ao caso do 'tríplex do Guarujá'
"É por isso que o habeas corpus é chamado de 'remédio heroico'. O é, porque voltado a preservar a liberdade de ir e vir do cidadão", disse o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), há 14 dias, no começo de um de seus votos na sessão sobre o habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Mais tarde, por volta das 19h, Marco Aurélio invocou o próprio direito de ir e vir: sacou do bolso uma passagem aérea para o Rio de Janeiro, onde tinha um compromisso marcado, ao defender que o tribunal adiasse o julgamento do caso até esta quarta-feira.
Naquele dia, as posições de Marco Aurélio prevaleceram três vezes: na primeira rodada de votações, os ministros decidiram que iriam, sim, julgar o habeas corpus (no jargão jurídico, o tribunal decidiu "conhecer" o HC); decidiram, depois, adiar o julgamento para hoje; e por fim, a maioria concordou em dar um "salvo-conduto" para que o petista não fosse preso até que o julgamento fosse concluído, o que deve acontecer agora.
O julgamento do habeas corpus desta quarta-feira diz respeito ao processo do "tríplex do Guarujá": segundo os investigadores, Lula recebeu propina da empreiteira OAS por meio de um apartamento tríplex no balneário do Guarujá (SP), em troca de vantagens para a empresa em contratos com a Petrobras.
Esta foi a primeira condenação de Lula no escândalo do "Petrolão": em julho passado, o juiz federal Sérgio Moro condenou o petista a 9 anos e 6 meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Em janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) confirmou a sentença, e aumentou a pena para 12 anos e 1 mês.
O julgamento de Lula mobilizou a cena política brasileira e grupos contrários e favoráveis à prisão do líder do PT. A Secretaria de Segurança do Distrito Federal decidiu dividir a Esplanada dos Ministérios ao meio, com um alambrado de metal, e cerca de 20 mil pessoas são esperadas nas manifestações em Brasília.
Parte da cúpula do PT estará reunida em Brasília para acompanhar o julgamento, e o próprio Lula assistirá à sessão do STF no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo (SP).
Grades em frente ao Congresso NacionalDireito de imagemFELIPE SOUZA/BBC BRASIL
Image captionDuas fileiras de grades e um tapume devem ser instalados para dividir os grupos pró e contra Lula em protesto em Brasília
No mundo jurídico, integrantes do Ministério Público e juízes reuniram mais de 4 mil assinaturas contra o habeas corpus de Lula; enquanto isso, cerca de 3,6 mil advogados e defensores públicos assinaram uma carta ao STF defendendo o pedido do petista.
Mas qual serão as consequências do julgamento de Lula para outros políticos investigados pela Lava Jato? Se perder no STF, o petista pode ser preso imediatamente? E se ganhar, poderá concorrer às eleições presidenciais de outubro?

O que o Supremo vai julgar?

O pedido de habeas corpus de Lula chegou ao STF no dia 2 de fevereiro deste ano. Seus advogados protestam contra uma decisão anterior do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Humberto Martins. Em janeiro, Martins negou um pedido similar de habeas corpus contra a prisão de Lula.
Nas 68 páginas do pedido, a defesa de Lula argumenta que a prisão de Lula após a condenação pelo TRF-4 contraria o direito constitucional de ir e vir do ex-presidente - a Constituição e o Código Penal determinam que a prisão só poderá ocorrer depois de superadas todas as instâncias da Justiça.
A defesa de Lula diz ainda que o entendimento atual do STF (de 2016) foi firmado por uma maioria apertada - 6 votos contra 5 - e que o tribunal determinou que a prisão pode ocorrer após a condenação em segunda instância, mas que não é obrigatório que isso aconteça.
Os advogados de Lula pedem que ele não seja preso até que estejam esgotados todos os recursos possíveis, em todas as instâncias da Justiça.

Se perder no STF, quando Lula poderá ser preso?

A defesa do ex-presidente Lula tem até as 23h59 da próxima terça-feira (dia 10 de abril) para entrar com os chamados "embargos dos embargos" no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), de Porto Alegre. Os "embargos dos embargos" são uma espécie de apelação em relação ao último recurso de Lula, rejeitado pelos três desembargadores da 8ª Turma do TRF-4 no fim de março.
A praxe dos desembargadores têm sido a de rejeitar este tipo de recurso. Lula só pode ser preso depois que estes "embargos dos embargos" forem decididos pelo TRF-4, segundo a assessoria de imprensa do tribunal.
A defesa do petista tem até 10 de abril para apresentar os "embargos dos embargos", o que torna improvável a prisão do petista antes desta data.
Depois que os "embargos dos embargos" forem julgados no TRF-4, cabe ao tribunal de Porto Alegre enviar um ofício ao juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, dizendo que a tramitação naquele tribunal se encerrou. Moro pode então assinar um mandado de prisão contra Lula. A praxe do juiz de Curitiba tem sido a de determinar inclusive em qual local o preso começará a cumprir pena.
Lula fala no microfoneDireito de imagemREUTERS
Image captionDefesa de Lula ainda pode apresentar ao TRF-4 os chamados 'embargos dos embargos'

Se vencer hoje, Lula poderá ser candidato?

Uma coisa não tem relação com a outra: o habeas corpus diz respeito à possível prisão de Lula, e não tem relação com sua situação eleitoral.
A candidatura ou não do petista depende de uma decisão do Tribunal Superior Eleitoral, que tem até o dia 17 de setembro para julgar todos os pedidos de candidaturas presidenciais. Desde a condenação pelo TRF-4, porém, o petista se encaixa em uma das hipóteses de inelegibilidade da Lei da Ficha Limpa: a que proíbe condenados pela segunda instância da Justiça de concorrer a cargos públicos.
Segundo o advogado eleitoral e ex-ministro do TSE Henrique Neves, Lula ou qualquer outro condenado em segunda instância poderia, em tese, recorrer na Justiça para tentar garantir o direito de disputar às eleições. O petista poderia pedir ao STJ ou ao STF uma decisão provisória (liminar) que o permitisse continuar na disputa eleitoral, diz Neves.
Uma eventual decisão favorável nesta quarta, porém, não significa necessariamente que Lula teria sucesso neste novo pedido.
"Qualquer pessoa condenada pela Justiça pode recorrer e pedir que, antes mesmo desse novo recurso ser julgado pelas instâncias superiores, sejam suspensos liminarmente os efeitos da condenação anterior, para que ele possa concorrer (às eleições). Isso (a candidatura) poderá ser discutido no STJ ou no STF em uma eventual futura ação", diz ele.

Por que a ministra Rosa Weber está no foco das atenções?

Antes mesmo da sessão do dia 21 de março, quando o STF começou a analisar o habeas corpus de Lula, os ministros vinham dando "pistas" sobre o que pensam a respeito da prisão após a segunda instância.
Naquela primeira sessão sobre o HC de Lula, ficou visível a existência de dois grupos de ministros: Edson Fachin, Roberto Barroso, Luiz Fux, Alexandre de Moraes e a presidente do STF, Cármen Lúcia, votaram contra o "salvo-conduto" para o petista; os demais foram favoráveis.
Dos seis ministros restantes do STF, cinco têm dito em público ou mesmo decidido de forma individual contra a prisão após a segunda instância. São eles: Gilmar Mendes, Celso de Mello, Dias Toffoli, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski. No dia 21 de março, os cinco foram favoráveis em todos os momentos à defesa de Lula.
Em 2016, Rosa Weber foi contra a mudança no entendimento do Supremo (ela defendeu que o réu só vá para a cadeia depois de condenado em todas as instâncias da Justiça).
A ministra do STF Rosa WeberDireito de imagemFELLIPE SAMPAIO / SCO/ STF
Image captionPosição de Rosa Weber no julgamento desta quarta-feira é uma incógnita
Depois que o tribunal passou a aceitar a prisão após a segunda instância, porém, ela começou a votar desta forma nos casos que chegaram à Primeira Turma do STF, da qual faz parte. Além disso, Weber é mais reservada que outros ministros - raramente concede entrevistas à imprensa. Em resumo, a posição dela nesta quarta-feira é uma incógnita.

Qual o efeito do julgamento de hoje sobre outros casos da Lava Jato?

Formalmente, o STF está julgando apenas o pedido de habeas corpus do petista, de forma individual. Mas, como mostra a mobilização de advogados, defensores públicos, juízes e integrantes do Ministério Público, o julgamento de hoje está sendo visto como uma espécie de "prévia" da decisão do Supremo sobre a prisão após a segunda instância.
Segundo a advogada criminalista Fernanda de Almeida Carneiro, o resultado do julgamento de hoje "certamente será utilizado como fundamento para outros habeas corpus no mesmo sentido".
Carneiro, que é professora do Instituto de Direito Público (IDP), diz ainda que a o julgamento desta quarta-feira servirá de "termômetro" para o posicionamento dos ministros no julgamento de duas ações judiciais que tratam especificamente da prisão após a segunda instância, e que podem mudar formalmente a posição do STF neste tema.
No jargão jurídico, as duas ações são chamadas de "Ações Declaratórias de Constitucionalidade", ou ADCs. As duas são relatadas pelo ministro Marco Aurélio, e não têm data ainda para serem julgados pelo plenário do STF.

Pode haver confronto entre manifestantes pró e anti-Lula em Brasília?

Como já havia feito em outras ocasiões, a Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal montou um esquema para evitar confrontos entre simpatizantes e manifestantes contrários a Lula. A capital federal virou palco de um novo embate entre militantes graças ao julgamento de hoje.
Nesta quarta, todas as pessoas que entrarem na Esplanada dos Ministérios - local dos protestos - serão revistadas. Até mesmo o acesso com balões ou bonecos infláveis será proibido. Por questões de estratégia e segurança, o governo não informou quantos policiais farão a segurança do local.
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em Brasília, Rodrigo Rodrigues, disse à BBC Brasil que cerca de 10 mil pessoas de movimentos sociais, como o MST, MTST e a Marcha Mundial das Mulheres, devem viajar para a capital federal para apoiar Lula nesta quarta.
Manifestante em Brasília se cobre com a bandeira do BrasilDireito de imagemREUTERS
Image captionSecretaria montou em Brasília esquema para evitar confrontos entre simpatizantes e manifestantes contrários a Lula
O secretário-geral da CUT diz ainda que não há risco de confronto com os manifestantes anti-Lula em Brasília.
"Só houve enfrentamentos quando protestamos contra a Reforma da Previdência e a Trabalhista porque a violência sempre surge da repressão policial feita contra nossos atos que incomodam o governo. No impeachment da Dilma, a polícia montou essa mesma separação. Tinha muita gente de direita, contrários às nossas ideias. Houve muita provocação, mas não teve confronto", afirmou.
Tom pacífico também foi adotado pelo Movimento Brasil Livre (MBL). Líderes nacionais do grupo, como Kim Kataguiri, estarão na Esplanada dos Ministérios.
Um dos mais numerosos movimentos anti-Lula, o Vem Pra Rua tomou a decisão de não participar das manifestações em Brasília por não ver condições de segurança dos manifestantes no ato.
"Nós prezamos as manifestações pacíficas e ordeiras. Não nos interessa o confronto nem o desafio. Isso não é Fla-Flu. Sabemos que alguns integrantes do nosso movimento devem comparecer em Brasília, mas, por questões de segurança, preferimos antecipar o nosso ato para hoje (terça-feira)", afirmou a porta-voz do grupo, Adelaide Oliveira.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Dinho quer o ex-presidente Lula na cadeia

Noite de terça- feira, 03 de abril de 2018, na movimentada praia de Boa Viagem, Recife- PE, uns dois mil manifestantes gritam palavra de ordem, exibiam cartazes, apitavam e  tremulavam bandeiras pedindo a prisão do ex-presidente Lula - PT. A atividade chamou a atenção da imprensa regional. Jonh Kennedy Barros, Dinho de Rinaldo, estava participando com cartaz e pedindo a condenação do líder petista. 
No Facebook justificou:"Já votei em LULA,  já votei em DILMA! Hoje, fiz, com.muito Orgulho, parte dos inúmeros brasileiros q pelas ruas de nosso país. gritavam LULA ladrão, roubou nossa nação . Ainda dizíamos: LULA NA CADEIA. LULA NA CADEIA. É na cadeia q ele tem q ficar, juntamente com seus comparsas."  https://www.facebook.com/johnkennedy.barros/videos/pcb.10211138838686944/10211138830046728/?type=3&theater

As manifestações pedindo a prisão de Lula aconteceram em várias cidades do Brasil. Nesta quarta-feira (04) o STF vai decidir sobre a vida de Lula. O ex-presidente pode ser preso por corrupção, conforme processos em andamento. 
PARA SABER MAIS LEIA TAMBÉM:http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com.br/2018/04/11-ex-chefes-de-estado-enfrentam.html

http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com.br/2018/04/politicalula-pode-ser-preso-hoje.html

O Brasil vivencia uma divisão quanto a prisão e a liberdade de um de ex-governante mais influentes da história mundial. Dinho quer Lula  na cadeia...

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Caminhadas do ex-prefeito Noé Souto Maior na feira livre de Bom Jardim

Foto:Edgar S. Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE