quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Chuvas provocaram deslizamento de barro e destruição de calçamento em Bizarra

Moradores do distrito de Bizarra ( Bom Jardim) sofreram com as primeiras chuvas de janeiro no início dessa semana. Houve um deslizamento de terra que afetou uma obra de calçamento recém construída pela prefeitura no Bairro São Pedro. Alguns moradores tiveram suas casas invadidas pela lama. Houveram muitas críticas ao serviço realizado. O prefeito João Lira garantiu que vai sanar os problemas dos moradores na comunidade.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

6° Novenário de São Sebastião em Tamboatá - Bom Jardim - PE

Veja fotos em LEIA MAIS
Fotos: Aguinaldo Pedro
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Mundo:'a pornografia de vingança quase me matou': o pesadelo da youtuber que processou o ex-namorado que vazou vídeos íntimos dos dois

Chrissy Chambers
Image captionChambers viu sua vida virar de cabeça para baixo ao descobrir vídeos pornográficos seus divulgados pelo ex-namorado
A americana Chrissy Chambers passou de estrela musical do YouTube a ativista contra a "pornografia de vingança" após ter vivido uma experiência traumática por conta de um ex-namorado.
Ele publicou vídeos íntimos dela sem autorização. Chambers só descobriu isso porque amigos a alertaram e enviaram os links para ela. "Um amigo e um fã me mandaram um alerta dizendo que estavam compartilhando esses links na internet. Alguém estava espalhando isso pelo YouTube dizendo: 'Você acha que Chrissy Chambers é um exemplo? Na verdade, ela é uma prostituta, vejam esses vídeos'".
Assim que descobriu do que se tratava, Chambers ficou sem chão. Ela tinha um canal no YouTube com a namorada Bria Kam com mais de 50 mil inscritos, muitos deles jovens mulheres que se inspiravam no talento dela como cantora. Os vídeos divulgados pelo ex-namorado a atingiram de todas as formas.
"Eu literalmente caí no chão e senti como se estivesse sendo atingida por um bastão de baseball. Descobrir que o vídeo existia e descobrir que isso aconteceu... era como se meu mundo estivesse caindo", afirmou à BBC.
Desde então, Chambers tomou a decisão de entrar na Justiça contra o ex-namorado e virou uma ativista contra a pornografia de vingança.
Ela ganhou o caso nesta semana, após quase cinco anos na Justiça britânica, e conseguiu uma indenização, além de ter ficado com os direitos legais sobre os vídeos, o que dá a ela o poder para conseguir tirá-los do ar em caso de tentativa de repostagem.
"O mais importante é que meu caso abriu jurisprudência para outros desse tipo, para ajudar outras vítimas", comemorou.
Chrissy Chambers e a noiva Bria KamDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionChrissy Chambers e a namorada Bria Kam são muito populares no YouTube

Caso

Entre 2008 e 2009, quando tinha 18 anos, a americana Chrissy Chambers havia se assumido lésbica na mesma época em que mantinha uma relação com um homem britânico. Ele filmou, sem o consentimento dela, imagens íntimas e as publicou em 2011, em um site de pornografia com o nome completo da jovem.
Chambers, que tem 26 anos agora, conta que só descobriu o conteúdo com imagens suas em 2013, dois anos depois que ele havia sido divulgado, e ficou em choque.
"Isso afetou minha vida de todas as formas imagináveis. Tenho transtorno de estresse pós-traumático, me vi alcoólatra aos 23 anos. Quase morri. Tive depressão, ansiedade, pânico noturno. Afetou minha relação (com a namorada)", contou à BBC.

Justiça

A jovem estava no Reino Unido quando foi aprovada uma lei que proíbe a publicação de conteúdo sexual particular sem consentimento.
Mas quando Chamber quis apresentar uma denúncia à Justiça penal, a polícia disse a ela que o prazo de prescrição do crime havia passado.
Então a artista lançou uma campanha de crowdfunding e, em um mês, conseguiu dinheiro suficiente para iniciar um processo civil contra o ex-namorado por abuso de confiança, uso indevido de informação privada e assédio.
Alguns dos seguidores de Chambers chegaram a enviar mensagens críticas a ela, dizendo que tinham deixado de admirar a cantora por causa do vídeo pornográfico, porque acreditavam que ela o teria gravado voluntariamente.
Chrissy Chambers
Image caption'Mas a Justiça pode chegar. Finalmente aprendi que havia uma luz no fim do túnel. Então, não percam a esperança', disse Chambers
"Foi muito doloroso para mim, mas sabendo que eu tinha todas essas outras pessoas que nos apoiaram, senti uma grande responsabilidade para me defender e buscar a Justiça. Eu queria dar um exemplo no caso de isso um dia acontecer com elas", afirmou.
O resultado favoreceu a Chambers, que ganhou indenização e os direitos sobre os vídeos. "Como ele conseguiu permanecer em anonimato, tinha que haver um tipo de reparação pelo meu sofrimento, por tudo que tive que passar", disse.
"Agora, se voltarem a compartilhar algum dos vídeos, eu posso pedir diretamente que os retirem do ar e acionar os meios legais", contou.
Além da vitória na corte, Chambers teve outro motivo para comemorar.
Minutos depois de sair a sentença, ela pediu sua namorada, Bria, em casamento. As duas vivem em Los Angeles e administram dois canais no Youtube que, juntos, somam 1 milhão de seguidores.

Confiança

Como ativista contra a pornografia de vingança, Chambers incentiva outras vítimas a também denunciarem seus casos.
Chrissy Chambers e a noiva Bria Kam
Image captionChambers pediu a namorada em casamento
"Eu sei como é difícil. Há muitos dias em que não me sinto forte para seguir na luta", disse.
"Mas a Justiça pode chegar. Finalmente aprendi que havia uma luz no fim do túnel. Então, não percam a esperança", reforçou.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Queda do Globocop no Recife; duas pessoas morreram

Com informações de Folha de Pernambuco.
Moradores do bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, afirmaram que uma ave teria provocado a queda do Globocop, aeronave da Rede Globo Nordeste, deixando pelo menos dois mortos no início da manhã desta terça-feira (23). Momentos antes da queda, o telejornal matinal da emissora de televisão, o Bom Dia Pernambuco, mostrava que o dia começou com muita chuva na capital pernambucana. Pouco após o início do programa, a aeronave caiu. Três pessoas estavam no helicóptero.

Os ocupantes eram funcionários da empresa que presta serviços para a TV Globo. O comandante Daniel Galvão morreu na hora. Uma mulher, identificada como sargento Lia, foi socorrida com vida, mas morreu enquanto recebia atendimento em uma ambulância do Corpo de Bombeiros. O operador de transmissão Miguel Brendo Pontes Simões, de 21 anos, foi socorrido e está em estado grave no Hospital da Restauração. 

Um dos donos da empresa terceirizada Heliase, que presta serviço para a Rede Globo, o capitão Wagner Monteiro é também padrasto do operador Miguel Brendo, que foi resgatado com vida e levado para o HR. Na unidade de saúde, ele deu informações iniciais que recebeu sobre o acidente e afirmou que a aeronave tinha feito revisão recentemente.

"Trabalhamos com o Globocop há 15 anos e nunca aconteceu sequer um incidente. Ele tinha acabado de sair de uma revisão e com a parte documental toda em dia. Falam em uma ave e outras coisas, mas não sabemos ao certo o que aconteceu. Sabemos que um helicóptero não cai assim, mas estamos aguardando informações", disse.

Ele detalhou o serviço que era feito com o Globocop. "A gente voa com piloto, as vezes repórter e um operador de sistema que comanda a câmera. Eu particularmente ontem (segunda-feira) voei o dia inteiro neste helicóptero. Fiz o Bom Dia Pernambuco e o NETV1", lembrou.

Uma funcionária da Folha de Pernambuco que mora no bairro registrou imagens da aeronave momentos antes do acidente. Veja vídeo:
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Política no Brasil:quem são os juízes que decidirão o futuro de Lula nesta semana



LulaDireito de imagemREUTERS
Image captionRecurso de Lula será julgado nesta quarta-feira

Os três desembargadores da 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) nasceram num intervalo de sete anos, entre 1963 e 1970. Nesse mesmo período, o pernambucano Luiz Inácio Lula da Silva foi de torneiro mecânico diplomado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) do Ipiranga, em São Paulo, a suplente da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e Diadema.
Os quatro são os personagens mais importantes do julgamento de quarta-feira, no qual a 8ª Turma, órgão de recursos da Operação Lava Jato, apreciará a apelação de Lula à condenação do juiz da 13ª Vara Federal de Curitiba, Sergio Moro.
A trajetória do réu já foi narrada da literatura de cordel ao cinema. As dos julgadores permanecem, em grande medida, restritas às notas oficiais e pronunciamentos solenes do Judiciário.
A seguir, a BBC Brasil conta um pouco das vidas dos desembargadores Victor Laus, João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen:

Victor Laus

Mais velho dos três desembargadores da 8ª Turma, Victor Luiz dos Santos Laus tinha um ano de idade quando o pai foi preso.
As razões da prisão do advogado Linésio Laus, em Joaçaba (SC), foram políticas. Era abril de 1964, e ele ocupava posição de destaque no regime sepultado dias antes pelos militares. Era ligado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), do presidente deposto, João Goulart, e ocupava o cargo de delegado estadual da Superintendência de Valorização Econômica da Fronteira Sudoeste, um dos principais postos de confiança do governo federal na região Sul.


Victor Laus
Image captionVictor Laus iniciou carreira no Ministério Público | Foto: TRF-4

A prisão foi mencionada indiretamente na posse de Laus no TRF-4, em fevereiro de 2003. O desembargador encarregado de saudá-lo referiu-se a "tempos difíceis para a família Santos Laus" após abril de 1964.
Linésio figura entre 679 catarinenses detidos pela ditadura militar em lista elaborada pela Comissão Estadual da Verdade de Santa Catarina. Em 2011, o advogado ingressou com ação na Justiça Federal de Santa Catarina para obter indenização da União em razão de perseguição política e tortura durante o regime militar. Sustentou que, além da perda do cargo, fora impossibilitado de trabalhar como advogado até os anos 1980. Foi parcialmente vitorioso na primeira e na segunda instâncias, e, em 2015, a União havia recorrido do acórdão do TRF-4 junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A reportagem telefonou para o escritório da família, em Balneário Camboriú, mas não obteve resposta.
Os reveses políticos não abalaram os vínculos dos Laus com Joaçaba, onde Victor Luiz, quarto dos cinco filhos de Linésio e da dentista Wanda dos Santos Laus, nascera em março de 1963. Quando o município completou 50 anos de emancipação, em 1967, o advogado assinou um dos textos da publicação comemorativa. Pouco depois, a família trocou o oeste catarinense por São Paulo, onde Victor Luiz iniciou os estudos no Instituto Mackenzie. Retornaria ao município mais de três décadas depois como procurador da República. O cartorista Clóvis dos Santos, 77 anos, lembra-se dele na infância:
"Era guri, andava pela cidade com o pai", diz.
A veia jurídica não corre apenas pelo lado paterno. A mãe de Laus é neta de Domingos Pacheco d'Ávila, diplomado pela prestigiosa Faculdade de Direito de Recife ainda sob o Império e cofundador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em 1891. "Este Victor lembra muito meu sogro (D'Ávila)", dizia o pai de Wanda, Ernani Sayão dos Santos.


TRF-4
Image captionTRF-4 fica em Porto Alegre | Foto: TRF-4

Foi no Ministério Público que Laus deu os primeiros passos no Direito. Formado pela Universidade Federal de Santa Catarina em 1986, foi aprovado no mesmo ano em concurso de promotor. Durante "seis ricos e memoráveis anos", em suas próprias palavras, atuou em sete municípios catarinenses. Passou outros seis na condição de procurador da República concursado, e mais quatro na de procurador regional da República.
Em 2003, prestes a completar 40 anos, 16 dos quais como promotor e procurador, Laus tomou posse como desembargador federal no TRF-4 em vaga do chamado quinto constitucional, reservada a indicados pelo Ministério Público e pelos advogados. "Quem esquece seu passado, com certeza, perde o rumo do futuro", disse Laus ao tomar posse.
Decano da 8ª Turma, Laus sempre foi visto por advogados como "duro", jargão que designa o juiz rigoroso ao imputar penas, e não apenas em processos da Lava Jato. Em julgamentos recentes de recursos de decisões do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, porém, advogados de defesa têm voltado os olhos para o catarinense na esperança de uma postura mais ponderada. Parte dessa expectativa deve-se ao fato de ele ser o último a ler o voto em casos da Lava Jato.
"Não imagino que o desembargador Laus profira voto sem aguardar o posicionamento de um colega que tenha pedido vista", diz um advogado envolvido no caso, pedindo anonimato.

João Pedro Gebran Neto

Se Laus tem sido apontado, no jargão jurídico, como o mais "garantista" (alusão às garantias fundamentais expressas na Constituição) da 8ª Turma, a aura de maior severidade é atribuída ao relator.
A amizade de décadas entre João Pedro Gebran Neto, 52 anos, e Moro contribui para reforçar essa impressão. A defesa de Lula já invocou em ação a proximidade dos dois para sustentar que o desembargador não poderia decidir se o juiz é suspeito ou não para julgar o ex-presidente. Gebran julgou e rejeitou a substituição, argumentando que a amizade é "juridicamente irrelevante".
Essa percepção é reforçada por quem conhece os dois. Quando o hoje juiz federal Anderson Furlan assumiu como analista judiciário concursado no Paraná, em 1998, ficou lotado na 2ª Vara de Execuções Fiscais, em Curitiba. Moro, que havia sido seu veterano no Curso de Direito da Universidade Estadual de Maringá, estava à frente da Vara havia dois anos. Removido para Cascavel, Moro indicou Furlan ao colega que assumira a vizinha 11ª Vara Federal. Assim, o analista conheceu Gebran.


Gebran Neto
Image captionGebran Neto, relator do processo, é tido como o mais rígido do grupo | Foto: TRF-4

"Havia na vara um processo sobre índios, do início da década, que não andava. Ele falou: 'Preciso pegar esse processo'. E conseguiu. É uma característica dele em qualquer situação: encarar o que é mais difícil e chegar a uma solução", afirma Furlan, hoje juiz titular da 5ª Vara Federal de Maringá.
Descendente de árabes, Gebran compartilha com a comunidade migrante o apreço pela caridade. Segundo Furlan, no final dos anos 1990 o juiz costumava acordar às quartas-feiras por volta de 4h a fim de participar de mutirões que levavam sopa a moradores de rua. Quando foi presidente da Associação Paranaense dos Juízes Federais, implantou um pecúlio em benefício de familiares de magistrados falecidos.
O ambiente familiar pesou na escolha de Gebran pelo Direito. O pai, Antonio Gebran, foi advogado em Curitiba e diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná. Os mais próximos lembram-se de encontrá-lo, acompanhado do filho João Pedro, em jogos do Coritiba, time do coração, no Estádio Couto Pereira.
"O pai do desembargador Gebran foi um grande advogado, de bom trato, educado. O filho manteve essas características", afirma Jacinto de Miranda Coutinho, professor titular de Direito da Universidade Federal do Paraná e orientador de João Pedro no curso de especialização em Ciências Penais.
Na faculdade, Gebran consolidou características de liderança. Representava os estudantes em debates acadêmicos e disputou vaga de orador da turma formada em 1988 (foi o segundo mais votado). O ex-colega Nivaldo Brunoni, hoje juiz federal da 23ª Vara Federal de Curitiba, é grato ao amigo por incentivá-lo a trilhar a carreira de juiz.
"É inimaginável que Gebran profira uma sentença motivado por razões políticas. O processo não poderia estar em melhores mãos", opina Brunoni.
Gebran teve passagem pelo Ministério Público, como promotor de Justiça no Paraná. O ingresso na magistratura federal ocorreu em 1993, dez anos antes de chegar ao TRF-4 como desembargador federal. Nesse período, escreveu livros e artigos e se tornou especialista em judicialização da saúde.
"Ele se preocupa em escrever de forma que a parte entenda. 'Escreva para o ser humano', me ensinou", relembra Furlan.

Leandro Paulsen



Leandro Paulsen
Image captionLeandro Paulsen foi auxiliar de Ellen Gracie no STF | Foto: TRF-4

Aos 47 anos, Leandro Paulsen, que acumula as funções de presidente e revisor da 8ª Turma, é o mais jovem do trio. Porto-alegrense de nascimento, apreciador de churrasco e torcedor do Internacional, formou-se em 1992 pela hoje Escola de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), onde é professor.
Magistrado federal desde 1993, atuou por quase dois anos como juiz auxiliar da então ministra Ellen Gracie no Supremo Tribunal Federal (STF). Dotado de "disciplina prussiana", segundo um amigo, publicou dezenas de livros em autoria ou coautoria, a maioria sobre direito tributário.
Na obra mais recente, Crimes federais, publicada em 2017, Paulsen incursiona pela matéria à qual se dedica como desembargador. Na introdução, homenageia os dois colegas da 8ª Turma: "Tiveram (Laus e Gebran) a paciência de compor, com um tributarista, a Turma penal. Foram e são meus professores nesta matéria". Refere-se também ao processo mais rumoroso da história do TRF-4, elogiando o trabalho dos profissionais envolvidos na Lava Jato, entre eles "o operoso juiz federal Sergio Moro". É visto entre os advogados como magistrado de perfil técnico e severo.
"Em poucos anos, ele produziu uma obra sobre a área criminal. Não é toda hora que se vê desembargadores publicando livros sobre suas esferas de atuação", comenta Arthur Ferreira Neto, coordenador do Núcleo de Direito Público da Escola de Direito da PUCRS e colega de Paulsen.
Uma citação atribuída ao espanhol Ortega y Gasset é reproduzida com frequência por Paulsen em seus livros: "A clareza é a cortesia intelectual". O filósofo quis dizer que escrever de forma obscura é menosprezar o leitor. Vindo do revisor dos processos da Lava Jato, o dito reforça a promessa de decisões redigidas de forma compreensível por todos os brasileiros.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Barrada mais uma vez:Presidente do STF suspende posse de Cristiane Brasil

Cristiane Brasil. Foto: Reprodução/Internet
Cristiane Brasil. Foto: Reprodução/Internet
O Palácio do Planalto planejava começar a semana com a posse da deputada federal Cristiane Brasil no cargo de ministra do Trabalho. No entanto, mais uma vez, o governo teve de cancelar a solenidade, que estava marcada para as 9h desta segunda-feira, dia 22. No dia 9 de janeiro, o governo também estava com a cerimônia de posse de Cristiane toda pronta, mas uma decisão judicial impediu a realização do evento. 

Com isso, o único compromisso público da agenda de Temer nesta segunda-feira é o anúncio de recursos para expansão e modernização do Metrô do Distrito Federal às 10h no Palácio do Planalto. À noite, o presidente embarca para a Suíça, onde vai participar do Fórum Econômico Mundial em Davos. 

Depois de suspensa por duas semanas, a posse da deputada havia sido liberada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no último sábado, 20. O governo, então, se apressou em marcar o evento para evitar novos embates jurídicos. Porém, um grupo de advogados recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) ainda no sábado para reverter a decisão do STJ e barrar novamente a posse e conseguiu. 

A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, acatou parcialmente o pedido do grupo e suspendeu temporariamente a posse de Cristiane. Cármen Lúcia quer conhecer o inteiro teor da decisão do STJ para, se for o caso, reexaminar sua liminar. 

Durante o recesso do STF, cabe à ministra tomar as decisões em casos considerados urgentes e prioritários, mesmo que não estejam sob a sua relatoria. A reclamação dos advogados foi distribuída eletronicamente para o ministro Gilmar Mendes.

O grupo que recorreu ao STF para barrar a posse de Cristiane Brasil integra o Movimento dos Advogados Trabalhistas Independentes (Mati), o mesmo que foi autor da ação popular que impediu a posse de Cristine por duas semanas. 

Em nota divulgada nesta segunda-feira, o grupo considerou a decisão de Cármen Lúcia "madura, técnica e consciente". "A decisão é recebida com felicidade e tranquilidade pelo Mati que sempre confiou no Judiciário brasileiro", cita o documento, que reitera argumento do grupo de que a deputada não reúne as condições básicas necessárias para tomar posse como ministra do Trabalho, "inclusive pelo desprezo às regras trabalhistas que teria a obrigação de fazer cumprir". 

Cristiane, que é deputada federal pelo PTB do Rio de Janeiro e filha de Roberto Jefferson, presidente do PTB e condenado no mensalão, foi anunciada pelo presidente Michel Temer para assumir o Ministério do Trabalho em 3 de janeiro e sua nomeação foi confirmada no dia seguinte. 

No dia 8, porém, o juiz federal Leonardo da Costa Couceiro, da 4ª Vara Federal de Niterói (RJ), suspendeu a posse de Cristiane, argumentando que a nomeação desrespeita a moralidade administrativa, pois a deputada já foi condenada pela Justiça do Trabalho.

O magistrado acatou pedido de liminar em uma das ações populares protocoladas na Justiça Federal do Rio pelo movimento de advogados. A Advocacia-Geral da União (AGU), porém, entrou com diversos recursos para resolver o impasse e, depois de sucessivas derrotas, havia conseguido no último sábado a autorização do STJ para a posse, que agora voltou a ficar suspensa, por liminar do STF.
Fonte: AE/DP
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 21 de janeiro de 2018

Arte:o patrimônio de ritmo e adoração de Pernambuco


A batida dos pés, os batuques, as danças, a religião: cada parte das tradições que vieram com os negros desde a época da escravidão ainda vive. E é durante o Carnaval que elas são mais abertamente exaltadas. Os grupos de maracatu, afoxé, ciranda, coco e até o samba, que dão ritmo a uma das festas mais características de Pernambuco, também relembram a adoração aos orixás e os instrumentos antigos que resistiram junto aos costumes de uma religião que atravessou séculos, vinda de várias partes da África, e que se incorporou fortemente à cultura nordestina.

“A nossa cultura negra significa não esquecer os nossos valores”, conta Mametu Nadja de Angola, rainha do Maracatu Nação Leão da Campina. “Os primeiros sons dos tambores, os primeiros couros colocados, aquelas danças com tanto sofrimento, tudo veio de um povo pisando descalço e que, mesmo assim, ainda tirava alegria da dança”, reflete Mametu, que é mãe do Abassá Kaiangu Kìa Ìtembu, onde defende com seus filhos e netos a tradição de terreiros angolanos.

O maracatu é negro, acima de quaisquer outras influências culturais, que são vislumbres de vários países africanos e elementos ameríndios e europeus incorporados em algum ponto entre os séculos 17 e 18.

Nos anos seguintes, a tradição virou ritmo, dança, adoração e patrimônio cultural imaterial de Pernambuco pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2014, dentro de suas duas facetas: o maracatu Nação (ou de baque virado), com sua orquestra de percussão, e o maracatu rural (baque solto), com os instrumentos de sopro e os caboclos de lança incorporados, que contam também a história dos trabalhadores dos canaviais.

Olhando um maracatu seguir, é possível identificar as damas do paço, carregando as calungas, bonecas sem as quais a procissão não sai. Elas são a representação religiosa de cada nação e simbolizam uma entidade ou uma rainha morta. São vivas para o Candomblé e também dão vida a todo o resto do passeio.

“O maracatu e o terreiro são duas coisas inseparáveis”, afirma o mestre Shacon Viana, da Nação Porto Rico, grupo centenário cuja rainha, Mãe Elda, é yalorixá de Oxóssi e foi coroada dentro da Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, um passo inigualável para a reafirmação da religião. “Sem o candomblé, o maracatu vira qualquer coisa.”

Mas a manifestação cultural vai além das veias religiosas. Tem um apelo de espetáculo. Toda a organização relembra a coroação dos Reis do Congo, seguindo as calungas, com uma corte de duques e duquesas, príncipes e princesas, embaixador e, embaixo do guarda-sol (o pálio) segurado pelo lacaio (escravo, como muitas nações chamam), vêm o Rei e a Rainha com sua espada e seu cetro.

A corte tem movimentos e danças características e é acompanhada por baianas e uma orquestra composta apenas de instrumentos de percussão: alfaias, caixas e tarôs, ganzás, gonguê e abês.

No Recife, a representação dos orixás e da religiosidade, além de sacralizar a festa de Carnaval, dedicada aos deuses, ainda reafirma a importância da tradição de matrizes africanas.

“O maracatu se torna, para o nosso povo, a representação de uma religião, da vida, da tradição e de tudo que é mais sagrado”, conta o mestre Shacon. “É também uma válvula de escape e uma forma de fazer com que nosso povo se descubra, se valorize e entenda seu legado”, aponta.

Essas matrizes aparecem tanto nos símbolos quanto no ritmo dos maracatus, nascidos nos antigos engenhos e fazendas que abrigavam os escravos; também está no coco, afoxé, na ciranda, no samba.

Dentro dos terreiros e grupos de música, o que importa vai muito além da dança. “A cultura não é só a coisa bonita em cima do palco, a gente faz todo um trabalho social em volta disso”, explica Mametu Najda.

Entre os filhos do seu abassá (o local onde as cerimônias são celebradas), ela investe em educação para os jovens, cuidado familiar para os adultos e conscientização para todos.

“Temos que fazer com que os jovens olhem a vida com um jeito diferente. Também temos que ter cuidado quando saímos na rua para nossas obrigações”, enumera a mãe, que reconhece as dificuldades de manter uma religião que nem sempre é respeitada em uma época violenta, ainda mais em periferias, onde as nações costumam se estabelecer. “Cada um faz um pouco para tornar a vida melhor. Cada grupo de afoxé, de coco, de maracatu”, afirma mametu Nadja, que reafirma a unidade entre as entidades que se dedicam às raízes africanas. Todos nós fazemos.”     Fonte:Folha de Pernambuco. Foto: Brenda Alcântara
http://professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com.br/2018/01/arteo-patrimonio-de-ritmo-e-adoracao-de.html

Comer carboidratos no jantar é realmente prejudicial?

MassaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionComer carboidratos à noite é pior para a saúde do que comê-los durante o dia?
Em janeiro, muita gente sobre na balança e decide começar uma dieta. Mas de que tipo?
Dietas low-carb, ou seja, baseadas no consumo de pouco carboidratos, entraram na moda nos últimos anos. Elas são baseadas na crença de que comer muito carboidrato, especialmente na forma de alimentos como pão branco, arroz e macarrão, engorda e é ruim para a saúde.
A lógica é a de que se você come muitos carboidratos simples e açúcares, que são rapidamente absorvidos pelo corpo, seu nível de glicose no sangue vai subir logo em seguida.
A não ser que vocês gaste essa glicose fazendo exercícios, seu pâncreas vai liberar altas quantidades de insulina para normalizar a quantidade de açúcar no sangue. E a insulina faz isso armazenando o açúcar em excesso em forma de gordura.
Muita gordura – especialmente no abdômen – pode levar a problemas sérios de saúde, como diabetes do tipo 2.
As pessoas acabam se preocupando tanto com a quantidade de carboidratos consumidos quanto com o momento em que eles são ingeridos. Existe a crença, por exemplo, de que comê-los à noite é pior do que comê-los no café da manhã.
Isso seria porque, ao comer pela manhã, você gastaria ao longo do dia a glicose produzida a partir dos carboidratos que ingeriu. Quando você come à noite, seu corpo está se preparando para dormir, então a tendência seria de armazenar essa energia.
Essa é a teoria. Mas é verdade?
Dia x noite
No programa da BBC Trust Me I'm a Doctor (Confie em Mim, Sou Médico), começamos um pequeno estudo sobre isso com a ajuda do médico Adam Collins, da Universidade de Surrey.
Recrutamos voluntários saudáveis para ver como seus corpos lidariam com comer sua porção diária de carboidratos na manhã ou à noite. Também queríamos ver se seus corpos se adaptariam ao longo do tempo.
Todos os voluntários comeram uma quantidade fixa de legumes, pão e macarrão ao longo do dia. Eles comeram a maior parte dos carboidratos durante a manhã por cinco dias. Depois comeram normalmente durante cinco dias, antes de trocar para um dieta em que a maior parte do carboidrato foi consumida no jantar.
A equipe de Collins monitorou o nível de açúcar no sangue durante todo esse tempo.
"Sempre achei que fazia sentido que o processamento de carboidratos fosse de fato melhor se eles fossem consumidos antes de um dia inteiro de atividades", diz o médico. "Então, eu esperava que, quando os carboidratos fossem consumidos de manhã, fosse mais fácil para o corpo lidar com eles."
"Mas não sabemos o que realmente acontece se você fizer uma dieta comendo mais carboidratos à noite. Não existem muitos estudos sobre isso."
torradasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO importante é manter uma rotina de alimentação e não abusar de carboidratos em toda refeição
Quando os pesquisadores mediram a glicose dos voluntários depois do tempo comendo carboidratos de manhã, viram que o nível estava em 15,9 unidades, mas ou menos como previsto.
Mas quando fizeram o mesmo teste depois de cinco dias com uma dieta cheia de pães, massas e legumes à noite, mas com pouco carboidrato durante o dia, o nível de açúcar tinha caído para 10.4 unidades, muito abaixo do esperado.
Então o que aconteceu? Bom, pode ser que o que mais importe não seja quando você come carboidratos, mas o tempo antes de comer que você fica sem eles. Se você teve um grande intervalo desde sua última refeição rica nesse nutriente, seu corpo estará mais preparado para processá-lo.
Isso acontece naturalmente durante as manhãs, porque você ficou sem comer nada durante todo o período em que esteve dormindo.
Nosso pequeno estudo sugere que, se você não comer muitos carboidratos durante a maior parte do dia, o efeito pode ser o mesmo.
Em outras palavras, depois de alguns dias com cafés da manhã e almoços low carb e jantares com massas e pães, seu corpo se adapta e se tornar melhor em lidar com uma dieta cheia de carboidratos à noite.
Agora, Collins está começando um estudo muito maior, que deve dar respostas mais concretas. Nesse meio tempo, o conselho dele é não se preocupar com o momento em que você come carboidratos, mas com manter uma rotina estável e não se empanturrar com eles em toda refeição.
Tudo indica que a questão é ter picos e momentos de "jejum" desse ingrediente. Ou seja, se você come muito pão à noite, tente minimizar seu consumo de manhã. Por outro lado, se você se encheu de torradas no café da manhã, tente fugir do macarrão no jantar.
Professor Edgar Bom Jardim - PE