quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Por que ter filhos prejudica mulheres e favorece pais no mercado de trabalho



A maquiadora Thaa Rodrigues com os dois filhosDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionA maquiadora Thaa Rodrigues foi recusada para posição de vendedora por ser mãe

"Nós não contratamos". Foi assim que o dono de uma loja de roupas no Brás, região de comércio popular de São Paulo, encerrou a entrevista de emprego com a maquiadora Thaa Rodrigues, há menos de dois meses. O motivo da reprovação foi a resposta à última pergunta do empregador: Rodrigues havia acabado de dizer que é mãe de duas crianças.
Um dia antes, a gerente do estabelecimento, com quem ela tivera uma primeira conversa, demonstrara interesse nos quase dez anos de experiência na área de varejo que a paulistana de 26 anos, moradora do bairro de Guaianases, trazia no currículo.
Nunca uma entrevista de emprego tinha acabado de forma tão abrupta, mas a situação não era exatamente nova. "Em geral, depois do 'Quantos filhos você tem?', eles perguntam 'Mas você é pelo menos casada, não é?'", diz Rodrigues, que não vive com o pai das crianças.
Esse tipo de constrangimento faz parte do dia a dia de quem tenta conciliar maternidade e trabalho fora e explica, em parte, porque o desemprego é estruturalmente mais alto entre as mulheres com filhos. Essa é a conclusão da economista e pesquisadora do Insper Regina Madalozzo, que conduziu um estudo com 700 moradores de 30 bairros da periferia de São Paulo com pelo menos um filho de até seis anos. Madalozzo constatou que a discriminação é quase tão determinante quanto a falta de creches para afastar as mães do mercado de trabalho.
No levantamento, feito em 2012 e publicado recentemente em revistas científicas, 38% das mulheres casadas que não trabalhavam disseram que gostariam de estar empregadas. Destas, praticamente metade se queixava de não ter com quem deixar os filhos e metade afirmava não conseguir encontrar emprego.
Já entre as mães que não moravam com o companheiro, a minoria, 43%, estava sem trabalhar porque preferia, enquanto 34% diziam não encontrar emprego e 23%, não ter acesso a escola ou creche. Os relatos de discriminação direta por parte dos potenciais empregadores foram predominantes em ambos os grupos entre as mulheres que disseram sentir dificuldade para encontrar uma vaga.
Na contramão, parte dos homens entrevistados disse perceber alterações positivas em suas relações de trabalho depois da chegada do primeiro filho. "De forma geral, eles afirmam que a paternidade os fez mais responsáveis e que os patrões perceberam e os recompensam por isso", destaca Madalozzo.


Ilustração mostra desigualdade salarial entre homens e mulheresDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEstudos indicam que paternidade vem acompanhada por ganho salarial

A constatação, ela diz, é reforçada por uma série de estudos que mostram que a paternidade vem geralmente acompanhada por um prêmio salarial, enquanto a maternidade desacelera a trajetória de crescimento da remuneração das mulheres.
Madalozzo cita entre os exemplos nesse sentido o trabalho da chefe do departamento de sociologia da Universidade de Massachusetts, Michelle Budig, intitulado The fatherhood bonus and the motherhood penalty ("O bônus da paternidade e o fardo da maternidade").
No caso da pesquisa brasileira, essa distinção de tratamento do mercado de trabalho refletiria em parte a dinâmica das famílias, em que as mães são as principais responsáveis pelas crianças e os pais "têm a possibilidade de escolher 'ajudar' suas mulheres com esta responsabilidade quando se sentem inclinados a isso".
"O que nos chamou atenção é que a maioria dos homens tinha consciência do quanto as mulheres trabalhavam em casa. As pessoas já sabem, o que falta é mudar (a distribuição das tarefas)", avalia a economista.

Do topo à base da pirâmide

A discriminação atinge mulheres de todas as classes sociais, diz a professora do Insper. Ela é mais dramática, contudo, entre as mães de baixa renda, que não têm a opção de contratar uma babá ou, como define a economista, de "terceirizar os cuidados e o trabalho doméstico ao setor privado".
"As entrevistas de emprego são muito mais invasivas. Não se pergunta apenas se ela tem filho, mas como vai 'se virar' quando a criança ficar doente, quando alguma urgência aparecer".
Rodrigues começou a trabalhar aos 15 anos, para ajudar nas despesas de casa. Foi vendedora, caixa, recepcionista e, desde que descobriu que queria trabalhar com beleza, já fez cursos de depilação, desenho de sobrancelhas e maquiagem.
Hoje ela concilia o trabalho de maquiadora, que faz sob demanda porque ainda "não paga todas as contas", com o emprego em horário comercial em uma loja de iluminação na rua Santa Ifigênia, no centro de São Paulo - vaga que conquistou há pouco mais de um mês, depois de uma entrevista "bem mais tranquila" do que a da loja no Brás.
O trajeto de casa ao trabalho dura pouco mais de uma hora. Enquanto ela está fora, a filha de 9 anos e o filho de 5 estão na escola ou aos cuidados da família, que se reveza para ajudá-la. "Eu sei que muitas meninas não têm a mesma sorte que eu", diz ela.

Rede informal de cuidados

A falta crônica de vagas em creches e pré-escolas torna praticamente imprescindível que exista uma rede apoio às mães para que elas tenham condições de trabalhar fora.
Entre as mulheres em idade ativa no Brasil, apenas 52% participam do mercado de trabalho, empregadas ou em busca de colocação, mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), referente ao primeiro trimestre deste ano. O percentual é 20 pontos inferior à taxa de participação dos homens, 72%.


Mãe trabalhando com bebê no coloDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionFalta de vagas em creche ajuda a explicar baixa participação da mulher no mercado de trabalho

Na pesquisa do Insper, intitulada Como famílias de baixa renda em São Paulo conciliam trabalho e família?, 70% de todos os entrevistados, homens e mulheres, relataram receber ajuda de outras mulheres para cuidar dos filhos.
"As mulheres de alta renda contam com as de baixa renda e essas últimas, com as mães, avós, cunhadas, irmãs. É uma rede completamente feminina", observa Madalozzo.
Com uma rede de apoio mais frágil e sentindo necessidade de estar próxima das crianças, a soteropolitana Luana Assis optou pelo trabalho informal, que tem um rotina mais flexível, quando seu terceiro filho nasceu, há poucos meses. "Minha mãe também é nova, precisa trabalhar e não pode cuidar dos meninos", diz ela.
Hoje com 23 anos, a moradora do bairro Periperi, na região norte de Salvador, começou a trabalhar aos 17, como atendente de telemarketing. Cerca de um ano e meio atrás, ela abriu uma pequena lanchonete perto de casa, para tentar conciliar o trabalho com uma vida mais perto dos filhos.
Com o agravamento da crise, contudo, o movimento caiu e ela teve que fechar o negócio. "Vendi tudo e comecei a trabalhar como diarista". Quando ela sai para o serviço, as crianças ficam com a prima, que mora perto.
Com o que ganha, ela sustenta as crianças e economiza para começar um curso técnico de enfermagem, seu plano de longo prazo para voltar a ter carteira assinada. Os sacrifícios de hoje ela define em uma frase: "É coisa pequena perto do que quero conquistar na vida".

Publicado em 16/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bela vitória do Náutico


A agonia, enfim, parece dar uma trégua ao Náutico. Na noite desta terça (15), o Timbu mostrou que sua reação na Série B não é mero fogo de palha e venceu mais uma vez. A terceira vitória nos últimos quatro jogos. A "vítima" da vez foi o Figueirense, que perdeu por 2x0 na Arena de Pernambuco. Os gols do confronto foram anotados pelo meia Giovanni e o veterano atacante William. Com o resultado, os alvirrubros chegaram a 17 pontos e, provisoriamente, deixaram a lanterna da Série B. 

O Náutico começou a peleja como era de se esperar de uma equipe no desespero. Postada ofensivamente, brigando pelas sobras de bola, ainda que pecasse na qualidade. E o placar não tardou a ser aberto. A primeira grande chance saiu em um lance de bola parada. Erick bateu escanteio rasteiro, para a entrada da área. Giovanni, que voltava após um mês parado por conta de lesão, ajeitou com a esquerda e bateu forte com a direita, sem chances para Saulo, aos 17 minutos de jogo.

Os visitantes responderam pouco depois com Luidy, que mandou para fora. Não demorou muito para o Timbu retomar as ações do jogo. E o segundo gol também aconteceu sem muita demora. Aos 31 minutos, Giovanni, sem dúvidas o nome do jogo, descolou um belo passe, da intermediária, que cortou a linha de defesa do Figueirense. Breno Calixto ficou com a bola e rolou para o estreante William, livre de marcação, estufar as redes e fazer 2 x 0 para os alvirrubros.
Fonte:Folha de Pernambuco
Publicado em 16/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Pela terceira vez, Bolsonaro é condenado a indenizar Maria do Rosário



A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve nesta terça-feira 15, por unanimidade, a condenação do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) por danos morais contra a também deputada Maria do Rosário (PT-RS).
Em dezembro de 2014, Bolsonaro falou publicamente a respeito da possibilidade de estuprar a parlamentar petista, sua rival política, em três ocasiões diferentes. Em 9 de dezembro, no plenário da Câmara dos Deputados, disse que não estupraria a colega porque ela não merecia. No mesmo dia, o deputado postou em sua página oficial no Youtube um vídeo, intitulado “Bolsonaro escova Maria do Rosário”, com o discurso em plenário e fotos de manifestações pró-ditadura.
No dia seguinte, Bolsonaro concedeu entrevista ao jornal Zero Hora, do Rio Grande do Sul, onde reafirmou o que havia dito na Câmara. "Ela não merece [ser estuprada] porque ela é muito ruim, porque ela é muito feia, não faz meu gênero, jamais a estupraria. Eu não sou estuprador, mas, se fosse, não iria estuprar, porque não merece".
Em 2013, Maria do Rosário havia chamado Bolsonaro de estuprador, acusando o deputado de incentivar a prática, mesmo “sem ter consciência disso”. Ele a empurrou e disse que ela era uma “vagabunda”. 
A sessão do STJ nesta terça-feira 15 foi acompanhada pelos presidentes das comissões de Direitos Humanos da Câmara e do Senado, o deputado Paulão (PT-AL) e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN). Além deles, estavam no tribunal as deputadas Benedita da Silva (PT-RJ), Margarida Salomão (PT-MG), Jandira Feghali (PCdoB-RJ), Erika Kokay (PT-RJ), Jô Moraes (PCdoB-MG), todas acompanhando a própria Maria do Rosário.
A decisão do STJ é a terceira condenação de Bolsonaro. Em agosto de 2015, a juíza Tatiana Dias da Silva, da 18ª Vara Cível de Brasília, determinou que o deputado pagasse 10 mil reais de indenização a sua colega pela frase.
Em dezembro do mesmo ano, a 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios julgou o recurso de Bolsonaro e, além de manter a condenação da primeira instância, determinou que o deputado se retrate das ofensas em todas as suas páginas oficiais e não apenas no canal do Youtube, como havia sido decidido anteriormente. Agora, o STJ manteve a decisão.
Além desse processo, que transcorre na esfera cível, Bolsonaro é réu em duas ações que tramitam no Supremo Tribunal Federal (STF), uma por incitação ao crime de estupro e outra por injúria. Em junho de 2016, a 1ª Turma do STF aceitou as denúncias contra o deputado federal por conta das frases proferidas por ele no plenário da Câmara e na entrevista ao jornal gaúcho.
Na ocasião, os ministros afastaram a proteção da imunidade parlamentar desfrutada pelos deputados e senadores, afirmando que ela só tem validade em situações em que haja relação com o mandato.
Na ocasião, o relator do caso, Luiz Fux, chegou a pedir desculpas aos magistrados por ter de relatar o que Bolsonaro disse sobre Maria do Rosário. "A violência sexual é um processo consciente de intimidação pelo qual as mulheres são mantidas em estado de medo", declarou, ecoando as discussões sobre a cultura do estupro no Brasil e defendendo que não é possível subestimar os efeitos que discursos do tipo podem gerar, como o encorajamento da prática de estupro. 
Com Carta Capital
Publicado em 15/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Projeto da reforma política:candidatos disputando dois cargos ao mesmo tempo


A comissão especial da Câmara que analisa mudanças no sistema eleitoral brasileiro terminou nesta terça-feira a votação dos destaques do projeto de reforma política e manteve a possibilidade de um candidato disputar dois cargos – um majoritário (prefeito, governador, presidente) e outro proporcional (deputado, vereador) – na mesma eleição.
A possibilidade era prevista no relatório do deputado federal Vicente Cândido (PT-SP), mas o PP tentou retirá-la por meio de um destaque, que foi rejeitado pela comissão. Pela proposta, o candidato pode disputar o cargo majoritário e também ter o seu nome na lista de candidatos ao Legislativo a ser apresentada pelo seu partido.
A comissão também aprovou a retirada do artigo que acaba com os suplentes de senador e  determina sua substituição pelo deputado federal mais votado do partido – assim, fica mantido o sistema atual, com dois suplentes para cada eleito ao Senado. Com essas votações, o colegiado concluiu a análise do projeto, que agora está pronto para ir ao plenário. Ele precisa ser aprovado até o final de setembro para valer já nas eleições de 2018.
Um dos pontos mais polêmicos da reforma política é a adoção do chamado “distritão” como modelo eleitoral para a Câmara dos Deputados já em 2018. Por ele, os candidatos mais votados em cada estado seriam eleitos, independente da votação em partidos. Hoje, as vagas são preenchidas levando-se em conta a votação individual e o chamado quociente eleitoral, que considera o desempenho de cada legenda nas urnas.
Publicado em 15/08/2017.
Fonte:Veja.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Neymar e Chico: as vitrines traiçoeiras


A sociedade curte uma diversidade incrível de fantasias. Ela gosta de ídolos, inventa deuses, adora imagens. Diverte-se. A vida é dura, mas não custa procurar saídas e não morrer na desilusão. O capitalismo não descansa. Estamos vivendo períodos de intensas tensões e brincadeiras. A globalização não garantiu segurança. Existem muitas fronteiras armadas e uma farmácia em cada esquina. Cuidado para não entrar numa boca de fumo. Lá moram figuras espertas e alguns policiais conhecem as cartografias do lugar. O comércio está ágil, a comunicação é veloz. Os tempos estão nublados, pois a desconfiança ocupa territórios amplos.
No Brasil, só há ordem e progresso na bandeira. Ninguém se entende. Não esqueça que a lavagem de dinheiro ganhou um espaço monumental no universo das notas. Veja quanto custou Neymar? O futebol fez amizade com máfias bem administradas. Há grana que dá para encher qualquer palácio. Aparecem figuras que negociam com especializações sutis. Quem pode adivinhar o sentido das suas manipulações? A imprensa delira. As notícias correm o mundo, chegam nos desertos, dobram nos barracos das favelas, se deitam nas areias da praia. A França jogou fora memórias iluministas. Deixou Descartes tristonho, toma Revotril.
Não se aflija. O mundo se movimenta, ninguém se estabiliza e o amanhã talvez seja tenebroso ou mesmo maravilhoso para quem cultiva a mediocridade. Bolsonaro tem admiradores. Temer gasta seu estoque de Viagra e há doutores que julgam as delações premiadas a salvação do Brasil. Celebram a figura do Moro, criam altares, desconhecem a crítica. O fanatismo não cessa. Vivemos num messianismo que alcança distâncias imensas. Ele tem cores políticas misturadas, traz novas curvas de convivências, vibram com as mentiras. Quem  é culpado: Lula, Chico, Cunha, Maia, Neves? É um jogo de apostas  e raivas no coração.
Chico está sendo fulminado. Há quem o detone sem medo de enganos. Virou um machista desenganado ou um petralha que se encanta com Paris. Pouca atenção é dada às suas obras. Sumiram? É uma época de lavar tudo. Não é à toa que surgem negociatas, que a política investe na falcatrua. Quem se mostra descontente sofre torpedos. A lógica capitalista se insere até no afeto. Concentrações de riquezas, de invejas, de vaidades poluem o mundo. Neymar estreia com festa, torna-se um herói, representa a majestade. Cada um escolhe sua fortuna, sua alegria, seu analgésico. A loja de máscaras lucra, vende comprimidos de cinismo. Não nego: Neymar é craque e Chico, o poeta. Não tenho nada contra eles. São, profundamente, diferentes, mas inventores de magias Você quer ser mágico?
Por Paulo Rezende.
Publicado em 15/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Promotor de Bom Jardim não recebe comerciantes para falar sobre segurança

Associação comercial divulgou comunicado ao público. População quer ação das autoridades para garantir paz social e medida protetiva para menor infrator. 

Comunicado!!
A Associação Comercial Industrial e Agropecuária de Bom Jardim comunica aos associados que uma representação composta por sete representantes de estabelecimentos comerciais compareceram e tentou, sem êxito, uma audiência sobre Segurança Pública com o Promotor Público, que comparece ao município as segundas e quintas - feiras. Na oportunidade, solicitamos para a próxima quinta - feira (17/08), a confirmar caso tenta vaga em agenda.
Diante das reuniões realizadas pela Associação Comercial com pauta exclusiva sobre o tema, solicitação de Audiência Pública aprovada na Câmara de Vereadores desde fevereiro e ainda não realizada, a Reunião promovida pelo Capitão PM Marcondes do Destacamento local com cem participantes entre comerciantes e populares, entrega de ofício ao Secretário Municipal de Administração, Comandante da PM, Vereadores, Rádio Cult – FM com sugestão em curto e médio prazo aprovadas em consenso e a situação agravada com arrombamentos, assaltos e furtos constantes e diários ao comércio e residências, a comissão apelou para o Juiz de Direito da Comarca, que prontamente atendeu e ouviu a preocupação coletiva, a quem a Associação agradece o atendimento sem agendamento.
Informamos ao Doutor Juiz de comentários das duas tentativas de assassinato que o foi vítima o “menor infrator” e que para própria segurança dele, o recolhimento para medidas socioeducativas seria a solução.
O Meritíssimo Senhor Juiz solicitou os registros do Fórum sobre as reincidências do (s) infrator (res) de assaltos e arrombamentos. Para surpresa de todos, inclusive do Juiz, só constava uma anotação do ano de 2015, embora vários comerciantes presentes testemunhassem terem registrado queixa formal na Delegacia de Polícia local.
A Comissão de Comerciantes foi aconselhada a procurar também o Delegado de Polícia Civil, que atende a população nas terças e quinta - feiras.
Desde já, convidamos todos da Comissão e outros associados para amanhã, às 09h00min horas, comparecerem a Delegacia de Polícia.
POR UM BOM JARDIM MAIS SEGURO PARA TODOS. 

Fonte: Associação Comercial de Bom Jardim - PE. 14 de agosto de 2017.
Publicado em 14/08/2017.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

1.529 novos policiais militares em Pernambuco


A Polícia Militar de Pernambuco (PMPE) ganhou 1.529 novos sargentos na manhã desta segunda (14). A solenidade de conclusão do curso de Formação de Sargentos da PMPE aconteceu no quartel do Derby, na área central do Recife, com presença do governador do Estado, Paulo Câmara. Os novos policiais vão atuar na Capital (796), na RMR (313), na Zona da Mata (114), no Agreste (160) e no Sertão (146).

O curso de Formação teve duração de 120 horas e foi ministrado no Campus de Ensino Metropolitano I, da Academia Integrada de Defesa Social, localizado no bairro do Curado. "Esta é a primeira turma a se formar em 2017, e, desde 2015, a administração estadual já formou 4.925 sargentos da Polícia Militar, contando com essa nova turma. Desde 2007 foram formados 6.446 sargentos em Pernambuco", disse Câmara. O governador falou que os números da violência no Estado não são bons, e que o reforço vai ajudar a chegar as resultados que Governo busca, que é a redução da violência.
Questionado a respeito do número de assaltos a ônibus na RMR, Paulo Câmara disse que a PMPE está trabalhando em parceria com a Polícia Civil de Pernambuco na proteção dos corredores por onde passam os coletivos. "Muitas prisões foram feitas, mas sabemos que a violência do dia a dia aumentou. A questão de drogas tem nos preocupado muito. A gente tem que proteger o cidadão e todo esforço é feito para dar resultados mais rápidos. Com a formação dos sargentos e, agora, com a formação de novos policiais, teremos mais presença e mais capacidade de reação", comentou.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 13 de agosto de 2017

A solidão de uma aluna negra que chegou à universidade


Ilustração: Lucas Magalhães.

Meu sonho era ir de uma escola municipal para a melhor universidade do país, mas não percebia que apenas 7% de seus estudantes eram negros como eu.


Ser um dos poucos ou o único aluno negro em uma sala de aula é a realidade de muitas crianças e jovens do Brasil. Foi e é a minha, mas passei toda a vida escolar sem perceber. Eu percebia que não gostava muito de Matemática, que sabia escrever bem, que tirava notas excelentes e que meu maior objetivo era sair de uma escola municipal para a melhor universidade pública do país. O que eu não percebia era a minha cor, a cor e a conta bancária dos outros concorrentes no vestibular, os números que mostravam que negros eram apenas 7% dos estudantes da minha universidade dos sonhos. Eu não percebia nem mesmo o porquê daquela expectativa gigante que alguns professores tinham sobre mim.
É difícil admitir, mas foi fácil me sentir melhor do que os outros porque era inteligente, fazia aulas de inglês, francês, flauta, piano, teatro. O complicado foi chegar em uma sala de aula universitária e descobrir que meus colegas também sabiam tudo isso. Mas havia uma diferença muito grande entre nós: sentada num banco com tantos brancos, eu percebi que era negra. A pergunta que veio junto foi “cadê os outros? ”. Ao pensar na minha família eu vejo onde estão os outros negros. Quando dou bom dia pros funcionários da minha universidade eu vejo onde estão os outros negros.
Pode parecer bem simples, mas não é. Ao frequentar espaços educativos e culturais, esse fato é atirado novamente em mim. Não o fato de eu ser negra, mas todo o significado e carga que isso traz. Todas as vezes que me vejo sozinha em lugares ainda muito elitistas a minha pergunta é respondida.
Eu, como algumas outras alunas e alguns outros alunos negros, estamos alcançando os nossos sonhos e isso é ótimo. Mas viver isso sozinha causa mais tristeza do que orgulho. Estar inserida em um ambiente em que a maioria dos negros só entra para servir dá muita raiva também. Eu entrei, mas, se a maioria dos meus não, ainda me sinto um pouco do lado de fora.
Compartilho um texto que escrevi em meu perfil pessoal no Facebook ao me ver em uma dessas situações:
As pessoas negras de dentro e as de fora
Vim assistir a uma peça num Sesc no centro de São Paulo. Plateia lotada. Fiquei feliz por conseguir um dos últimos ingressos. Comprei com meu cartão de crédito. Visto meu sapato da moda e minha calça jeans que também comprei com meu cartão. E um cachecol muito quentinho que minha mãe fez.
Enquanto espero a peça começar, meus olhos contam sem que eu queira: são umas 8 pessoas negras aqui. Uns 5 são funcionários. Na fila do café, uma moça que viu minha peça me reconhece. Obrigada. Mais uma funcionária negra.
Esqueci de contar que antes de me juntar a plateia branca que assistirá ao espetáculo, ser servida por funcionárias negras e sentar à mesa limpa por funcionárias também negras, precisei atravessar parte da antiga e ainda atual Cracolândia. Vim bem rapidinho, celular escondido no peito, bolsa grudada no corpo. Vim sentindo medo daquelas pessoas na rua. Pessoas em boa parte negras.
Cheguei ao Sesc e fui recepcionada por um gentil porteiro negro. Foi aí que meus olhos começaram a contar. Talvez o ponto já tenha ficado claro, mas o ponto é que minhas roupas, meu sapato e meu cachecol se parecem muito com o das pessoas daqui de dentro. As pessoas brancas. Fora a moça que me reconheceu da outra peça, os olhos brancos não me contam. Afinal, eu me visto bem, não uso drogas e frequento teatro. Tomara que eles não descubram que sem roupa eu sou tão negra quanto as pessoas de quem eles tem medo na rua. Eu tô aqui com muita roupa, mas as pessoas lá fora estão quase sem nenhuma. E como meus amigos brancos estão deixando bem claro nas redes sociais: está frio para dedéu.
O texto foi pra um caminho que eu não sei mais qual é, mas o ponto é que eu fico com um pouco de vergonha de me vestir de branca e um pouco de me vestir de negra também. Essa última frase também é confusa na minha cabeça, então não me perguntem.
O ponto é que eu negra só queria um dia dividir a plateia de um teatro com muitas outras pessoas negras. E que muitas pessoas negras também dissessem que viram a minha peça. 

Ai, que bom, contei mais três pessoas negras.
Por Nairim Bernardo. Nova Escola
Publicado em 13/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

PM morre em acidente com arma de fogo


O policial militar Jackismar Siqueira Souto se feriu na região do tórax pouco após assumir o serviço na 8ª Companhia Independente (CIPM) de Pesqueira na manhã deste sábado (12). Poucas horas depois, ele faleceu em hospital em Arcoverde.

Segundo a Polícia Militar, o acidente aconteceu dentro do alojamento do CIPM. Quando foi encontrado, pouco depois do disparo, Jackismar estava consciente e informou que a arma disparou quando ele a retirou da bolsa. Ele foi socorrido rapidamente, mas não resistiu.
Fonte: Folha de Pernambuco.
Publicado em 13/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O Brasil sente fome

"A gente não vive, vegeta"

Dona Ester cuida de cadeirantes; Leydiane é mãe, viúva, e suspeita estar grávida; Felipe vive em barraco inflamável
São quatro graus de fome de acordo com a Escala Brasileira de Segurança Alimentar (Ebia), que mensura a percepção das famílias em relação ao acesso aos alimentos, através de questionário aplicado conjuntamente com a Pesquisa Nacional de Amosta de Domicílio (PNAD). 

No Grau 1, as pessoas têm acesso regular aos alimentos. O Grau 2 é leve: há incerteza quanto ao acesso a alimentos no futuro ou qualidade inadequada dos alimentos. Já o Grau 3 aponta para uma situação moderada, com redução quantitativa de alimentos entre os adultos e/ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos entre adultos. Por fim, no Grau 4, a situação é grave: é quando há redução quantitativa de alimentos entre crianças e/ou quando alguém fica o dia inteiro sem comer por falta de dinheiro para comprar alimentos.


Situação de insegurança alimentar: Grau 4 - grave 

Leidyane da Silva, 22 anos | Escolaridade: 7º ano do Ensino Fundamental
Mikaele da Silva, 4 anos. | Escolaridade: Está na pré-escola
Renda fixa familiar total: R$ 141 do Bolsa Família
Bairro do Pina, Zona Sul do Recife


Há três formas de entrar na comunidade de palafitas localizada entre as pontes do bairro do Pina: pela abertura no muro no início da ponte que liga Boa Viagem ao Centro do Recife, por um portão atrás do Centro Esportivo da comunidade ou pela água. São em torno de 30 famílias vivendo na e da maré, quantitativo que cresceu nos últimos tempos.

Esta é uma comunidade de pescadores, famílias que tiram o sustento da água, que vivem entre as pontes. É fácil ver; difícil é entender como vivem a andar pelas vielas suspensas que se equilibram, tábua sobre tábua. Ali, todo mundo tem cachorro, criam galinhas, galos. Os barracos, um colado do outro, têm frestas por onde se vê a água, por onde entram ratos, por onde pode até cair crianças. Ali, as pessoas se ajudam e não morrem de fome por isso, porque, se falta, alguém vai aparecer, de longe ou de perto, para socorrer.

Leydiane da Silva, 22 anos, viúva e mãe, diz que suspeita estar grávida. Fumando, conta que a menstruação está atrasada e que faz dias que não tem notícias do “namorido”. O falecido marido, pai dos dois filhos que teve, foi assassinado poucos meses depois que o caçula morreu afogado na maré. “Descuidei um instante, ‘mulé’. Estava organizando a festinha de um ano dele”, conta. Mikael Marlisson faria um ano no dia seguinte à sua morte. Mikaele, a irmã, de 4 anos, chega perto e diz, sorrindo: “um carro veio e levou meu irmão, levou meu pai”. As duas moram em um barraco, construído pela própria Leydiane, de um vão só. “Olhe, desculpe a bagunça, é que a eu me mudei pra cá na ‘tóra’”.

Leydi só estudou até a 8ª série porque, depois que engravidou, “ficou difícil ir à escola”. Até o começo deste ano, trabalhava em uma empresa de recicláveis, um subemprego sem carteira assinada e que lhe rendia salário inferior ao mínimo, pago por quinzena. Ficou mais de um ano, mas desistiu, cansou de tanta ruindade. Hoje, sobrevive da ajuda dos parentes, da parceria com a prima, Mikeline, e do Bolsa Família de Mikaele. Quando chegamos para conversar, Leydi e Mikeline se organizavam para fazer o almoço, financiada por uma partilha organizada de trocados.

Fizeram fogo debaixo da ponte usando pedaços de madeira e fitas pretas inflamáveis que fazia uma fumaça mal cheirosa que incensou o ambiente, embora aberto. Entre uma pergunta e outra, mexia o feijão, recebia mais um trocado e corria para comprar o complemento do almoço. Naquele dia, uma terça, comeriam feijão e arroz com peixe pescado ali mesmo, mas “inteiraram” macarrão e fígado. “Fazer o fogo aqui já economiza gás”, ensina. Mikeline se queima no “fogão”, mas volta medicada. “É creme de cabelo, não faz mal não”.

Pergunto a Leidyane o que ela faz com os R$ 140 que recebe de Bolsa Família todos os meses. “Compro umas coisinhas e, o resto, pago a televisão. São R$ 131 por mês, mas só faltam dois meses para terminar”, conta. Repito o que ouço, e ela confirma. “Não dá para ficar sem televisão, né, Tati?”. Mas o que não dá são os R$ 9 que sobram. A conta é impossível. “É difícil faltar, sabe? Mas porque a gente é ‘das correrias’. Quando falta comida, a gente vende o que tem. Dia desses foi o micro-ondas. Sururu tá ruim, então rende pouco. Bom, chega a R$ 12, mas do jeito que tá, fica entre R$ 5 e R$ 8 (o quilo)”.

Tia
Ester Gomes da Silva, 50, é tia de Leidyane. Todos os moradores que contaram suas histórias, emendavam o relato com um “pior é aquela mulher ali, que cuida de duas paralíticas”. Era Ester. Ela sobrevive de benefícios sociais, cuidando de uma filha (Evelin Vitória que, ela conta, é “convulsiva”) e a irmã, Marleide (“paralítica depois de uma queda”). As “especiais” têm 16 e 46 anos e estão sobre as costas curvadas, sobre o corpo magro de Dona Ester, uma mulher de olhar extremamente triste e fala lamuriosa. “Vendo sururu e marisco, mas, minha fia, como eu vou trabalhar se tenho que cuidar delas?”.

Marleide está só de passagem pela casa de Dona Ester e, quando voltar pra a dela, levará consigo a maior parte da renda que hoje sustenta a família. São R$ 1.235 (sendo cerca de R$ 900 do benefício de Marleide). “O dinheiro não dá pra nada. Compro fraldas, remédio, arroz, feijão, miojo, farinha, óleo, iogurte. Fruta e verdura, só quando sobra. Geralmente, só tomate e cebola”, conta. O dinheiro acaba ainda no meio do mês. “Aí a gente vai se virando com pão e leite para encher. Quando tenho, compro bastante ovo e salsicha”. Quando a reportagem esteve na casa, a geladeira só tinha peixe.


Situação de insegurança alimentar: Grau 3 -moderada
Ana Lúcia Fernandes, 50 anos. | Escolaridade: 1ª série do Ensino Fundamental
Profissão: marisqueira
Renda mensal: varia, mas até novembro, terá R$ 250 do auxílio aos pescadores

A reportagem foi duas vezes na comunidade entre as pontes e só na segunda conseguiu conversar com Dona Ana Lúcia Fernandes, 50 anos. Inquieta, ela andava de um lado para o outro, mas aceitou a entrevista. Conta que sempre morou na maré, sempre foi marisqueira, e que foi a construção do shopping que a tirou dali por um tempo. “Tenho um apartamento no conjunto Via Mangue I. Chegaram pra tirar a gente do outro lado (da comunidade que foi desapropriada), mas a gente vive de maré. Se tirarem a gente daqui, vamos viver de que?”.

Ficou caro pra Dona Ana continuar no imóvel que recebeu. Só de conta de luz, R$ 150, inviável. “Aqui, não pago nem água nem luz. Fechado, lá, ainda me cobram R$ 16. Imagine lá dentro, usando ventilador”, conta. Como marisqueira, começou a receber o auxílio na “baixa da pesca” (quatro parcelas de R$ 250). Com o dinheiro, compra “massa, leite, fralda, feijão, arroz, macarrão e passa o mês”.

“Fruta? Filha, a gente não vive, vegeta. Se vai para o apartamento, fica pior. Porque ali não tem como ganhar dinheiro”. Dona Ana conta que nunca trabalhou de carteira assinada na vida porque acredita que “trabalhar pra rico é ser escravo de dois”. Em cima de uma mesa, um pedaço de frango descongela para o almoço que seria serviço para cinco pessoas. “Dá uma beirinha pra cada um e todo mundo come, só não morre de fome”, diz, em tom de brincadeira. 
Fonte: Folha de Pernambuco
Publicado em 13/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Salário de servidor será congelado.


Com a revisão da meta de deficit deste ano e de 2018 praticamente definida, a equipe econômica prepara medidas para cortar gastos e aumentar receitas. Pelo lado dos gastos, o governo congelará salários de servidores em 2018 para economizar R$ 9,8 bilhões.

Serão atingidos professores, militares, policiais, auditores da Receita Federal, peritos do INSS, diplomatas e oficiais de chancelaria e carreiras jurídicas. Outras categorias poderão ser incluídas. Além disso, o salário inicial de novos servidores ficará restrito a R$ 5.000 e haverá corte de benefícios como auxílio-moradia e ajuda de custo em casos de remoção.

Embora tenha desistido de aumentar o Imposto de Renda, benefícios tributários devem ser revistos para melhorar a arrecadação. O Ministério do Planejamento espera o envio da nova proposta de reoneração da folha de pagamento para o Congresso. A medida provisória que tratava do assunto enfrentou resistência, iria perder a validade nesta semana, e o governo decidiu revogar o texto para que o tributo referente a julho não fosse cobrado das empresas.

Outra aposta é o Refis. A equipe econômica aposta em reverter as mudanças feitas por comissão da Câmara, que alterou a medida provisória e concedeu mais benefícios do que o planejado. A previsão era obter R$ 13,8 bilhões, mas só entraram R$ 3,5 bilhões, e o prazo de adesão vence em 31 de agosto.

Sem esses recursos, a conta não fecha e ficará difícil cumprir as metas de deficit que devem ser anunciadas na segunda-feira (14). Para 2017, a meta passará de R$ 139 bilhões para R$ 159 bilhões. Para 2018, de R$ 129 bilhões também para R$ 159 bilhões. 
Publicado em 13/08/2017.
Com Folha de Pernambuco/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A extrema-direita está em ascensão nos EUA?


Membros da Ku Klux Klan em protesto em Charlottesville, neste semanaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionExistem dezenas de grupos afiliados à KKK nos EUA, de leste a oeste

A violência que tomou conta das ruas de Charlottesville, uma cidade universitária no conservador estado da Virgínia, nos EUA, no sábado, tem como pano de fundo o dramático aumento na proeminência de grupos de extrema-direita no país.
A eleição de Donald Trump para a Casa Branca é citada como um fator que reenergizou ativistas e grupos que não apenas rejeitam ideologias de esquerda, como também do establishment conservador.
Ao mesmo tempo, sites de mídia social colaboram para a promoção destas visões de mundo.
A organização em prol dos direitos civis Southern Poverty Law Center (SPLC), que monitora mais de 1,6 mil grupos com discurso de ódio no país, diz que os pensamentos de extrema-direita foram "os mais bem sucedidos" em ganhar espaço no discurso político dominante.
Mas quem são esses grupos? Quão populares são? E o que querem conquistar?
A BBC Brasil reúne algumas das mais agremiações mais proeminentes nos EUA hoje em dia.



Homem atropela manifestantes antirracismo em cidade dos EUA

Alt-right

Eles adoram provocar, deploram o politicamente correto e idolatram Donald Trump.
São conhecidos pelo termo alt-right - uma abreviação de alternative right, ou direita alternativa - que muitos críticos descrevem como nacionalistas brancos ressentidos pelo avanço dos direitos civis de negros, mulheres e gays nas últimas décadas.
O movimento existe principalmente online mas, como não requer afiliação formal, não é possível dizer quantos membros possui.
Segundo Allum Bokhari e Milo Yannopoulos, do site de extrema-direita Breitbart - influente na ideologia de Trump -, facções da alt-right incluem os "intelectuais", "conservadores naturais" e a "equipe de memes" - jovens ativistas dispostos a trollar os rivais nas mídias sociais.
Os pilares da ideologia são a "identidade branca" e a "civilização ocidental tradicional", segundo Richard Bertrand Spencer, que criou o termo em 2008. Liberdade, liberdade de expressão e o direito a ofender também estão na sua cartilha.
O crescimento da alt-right foi impulsionado pela campanha presidencial de Trump, no ano passado.
Em julho de 2016, então pré-candidato republicano à Casa Branca, Trump tuitou uma imagem de Hillary Clinton ao lado de uma estrela de seis pontas - parecida com a estrela de Israel - e a seguinte frase: "A Candidata Mais Corrupta da História!"
Ao longo da campanha, ele seria acusado de anti-semitismo, machismo, anti-islamismo e puro e simples racismo.



Supremacistas brancos e grupos antirracismo entram em confronto nos EUA

Ku Klux Klan (KKK)

O grupo supremacista branco mais temido da história americana foi formado por ex-Confederados após a Guerra da Secessão (1861-65), na qual os estados escravagistas do sul saíram derrotados.
A KKK se multiplicou no sul americano no início do século passado e daí se projetou nacionalmente. Membros encapuzados, marchando à luz de tochas e batendo às portas das casas de seus inimigos para "julgá-los" pelos seus crimes viraram uma ocorrência comum nessa época.
Durante esse turbulento período, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e assassinatos de negros.
Além de discriminar contra afro-americanos, judeus e imigrantes, mais recentemente a KKK se posiciona contra gays, lésbicas e a população LGBT de forma mais ampla.
Tornou-se um movimento com o objetivo de evitar que esses grupos alcancem as mesmas liberdades e direitos civis que outros americanos. Suas facções o descrevem como "uma organização branca, patriótica e cristã enraizada na Ku Klux Klan do início do século 20."

Supremacistas brancos em marcha de extrema-direita em Charlotesville, na VirgíniaDireito de imagemREUTERS
Image captionSupremacistas brancos foram vistos usando uniformes militares e carregando armas

Segundo o Southern Poverty Law Center, há grupos afiliados à KKK em quase todos os Estados americanos, reunindo entre 5 mil e 8 mil membros.
No ano passado, o grupo disse que estava experimentando "um forte aumento no número de afiliados no Sul profundo", os rincões dos Estados sulistas americanos.

Neonazistas

Embora o nazismo original de Adolf Hitler não se retratasse nem como esquerda nem direita - propunha ser, segundo os historiadores, uma "terceira via" - os neonazistas de hoje se colocam assumidamente na extrema direita.
Com isso, compartilham ideais anti-semíticos e veneram a Alemanha nazista de Adolf Hitler. São protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americana e decisões judiciais tomadas nas cortes americanas.
Em um caso proeminente, o Supremo americano invocou a Primeira Emenda para garantir o direito de um grupo neonazista de protestar na cidade predominantemente judia de Skokie, Illinois, portando suásticas.
Há diversos grupos neonazistas nos EUA, incluindo o Partido Nazista Americano e o Movimento Socialista Nacional (NSM, sigla em inglês). O mais visível deles, porém, é a Aliança Nacional (NA), cujo braço Vanguard America participou dos eventos em Charlottesville.
Os números mais recentes estimam que havia 2,5 mil afiliados em 2012, embora uma reportagem no New York Times de 2011 falasse em 400.
Muitos deles estão na Virgínia, embora seu alcance chegue a 32 dos 50 Estados americanos. Segundo o SPLC, também aumentam os vínculos entre neonazistas europeus e americanos.

Outros grupos

Movimento Socialista Nacional (NSM, sigla em inglês) - Fundado em 1994, é um dos maiores grupos neonazistas dos EUA, com braços em mais de 30 Estados.
Conselho de Cidadãos Conservadores: Fundado em 1985 e originado a partir de movimentos pró-segregação nos Estados do sul americano.
Partido da Liberdade Americano: Fundado em 2009, com origens na Califórnia. A agremiação defende uma agenda racista e anti-migratória.
Fonte: BBC Brasil.
Publicado em 13/08/2017.
Professor Edgar Bom Jardim - PE