terça-feira, 21 de março de 2017

Não é só com carne: leite com ureia e óleo em vez de azeite estão entre fraudes de alimentos no Brasil




Agentes no RSDireito de imagemMP-RS
Image captionAgentes durante operação do Ministério Público no Rio Grande do Sul.

Adulterar um produto para obter ganhos comerciais não é particularidade da indústria da carne no Brasil, como foi exposto pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal. Estudos e ações pontuais mostram que o crime é praticado para maquiar outros alimentos que chegam à mesa dos brasileiros.
Quase ao mesmo tempo em que policiais federais levavam mais de 30 pessoas à prisão por receber propinas ou adicionar substâncias maléficas à carne, uma ação no Rio Grande do Sul que não teve a mesma repercussão tratava de um caso semelhante. Conheça esse e outros problemas com produtos básicos do dia a dia.

Laticínios vencidos

Na última semana, uma operação do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) com outras entidades cumpriu cinco mandados de prisão e quatro de busca e apreensão contra produtores de laticínios que adulteravam lotes já impróprios para o consumo.
Segundo as investigações, empresas locais vinham adicionando substâncias para diminuir a acidez e eliminar micro-organismos de laticínios vencidos. E, no creme de leite, acrescentavam água para amolecer o produto envelhecido e ressecado.
Foi a 12ª fase das operações "Leite Compen$ado", que começaram em 2012. E hoje a operação integra um programa maior de segurança alimentar criado pela Promotoria gaúcha, tamanho era o número de denúncias e processos judiciais de irregularidades com alimentos.



Leite embalagem
Image captionUreia e formol em laticínios são encontrados em análises

Mais de cem pessoas - na maioria produtores e distribuidores do Rio Grande do Sul - foram denunciadas e respondem a processos criminais em razão das ações do Ministério Público.
Desde então, diferentes substâncias já foram encontradas nos laticínios; entre elas, ureia e formol. Um comunicado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgado durante operações passadas alertou sobre o potencial cancerígeno do formol; já a ureia, em doses razoáveis, tem baixa toxicidade.
"A maioria das adulterações ocorre para aumentar a longevidade dos produtos", explica Caroline Vaz, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor do MP-RS.
Mesmo após cinco anos de operações, Vaz diz que as denúncias continuam: "Quando descobrimos e coibimos um novo golpe, os grupos inventam uma nova técnica para adulterar os produtos".
Ela alerta para os problemas de fiscalização: há situações criminosas - como a revelada na operação da PF -, mas também defasagem por falta de fiscais.

Azeite que é óleo

Azeites que não são extravirgem ou que nem sequer podem ser classificados como azeite (e, sim, óleo), já foram denunciados pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), que testa produtos desde 2002.
Resultados recém-divulgados mostram que de 24 marcas testadas, sete ditas extravirgem na verdade são misturas de óleos refinados, segundo a pesquisa. São elas: Tradição, Figueira da Foz, Torre de Quintela, Pramesa, Lisboa, além de duas que conseguiram na Justiça não ter seus nomes divulgados. Já outra marca (Beirão) não continha azeite extravirgem, como descrito na embalagem.
"Consumidores estão pagando mais por um produto que não tem a qualidade que se anuncia", critica Sonia Amaro, advogada e representante da Proteste.
Enquanto o azeite extravirgem é benéfico para a saúde, aumentando o colesterol bom (HDL), o óleo é prejudicial, pois eleva, por exemplo, o mau colesterol (LDL).
Até o momento, a Natural Alimentos, responsável pela importação e envasamento da marca Lisboa, afirmou que não foi notificada pela Proteste e que a partir desse ano apenas comercializará azeites extravirgem importados aprovados por órgãos controladores nos países de origem.
Já a empresa Olivenza, da marca Torre de Quintela, disse que desconsidera a análise da Proteste, pois fez testes próprios da qualidade do produto. Os documentos foram encaminhados à reportagem e serão repassados à Proteste.
As demais marcas não tinham respondido à reportagem até a publicação deste texto.

Produtos adulterados

A organização científica independente US Pharmacopeia monitora um banco de dados sobre fraudes de alimentos, que serve para mostrar tendências de adulteração em vários países. A pedido da BBC Brasil, a entidade fez um breve levantamento sobre o Brasil.



Peixe fraudado
Image captionFraude de peixe em amostras de Manaus

Registros de adulteração da carne começaram em 2015, segundo a organização. E o caso do leite tem sido um problema persistente. Além de ureia e formol, há ainda adição de água oxigenada.
A Anvisa diz que pequenas quantidades de água oxigenada no leite não trazem riscos à saúde. Mas não há evidências sobre consumo em altas doses da substância.
Numa análise com leite de cabra na Paraíba, 40% das 160 amostras continham leite de vaca. Os resultados de 2012 foram publicados na revista American Dairy Science Association.
Um estudo publicado no periódico Food Chemistry revelou que 13% das amostras de mel no Brasil eram acrescidas de xarope de açúcar.
Outra pesquisa publicada no Journal of Heredity identificou fraude na substituição de espécies de peixes em Manaus.
E há ainda relatórios sobre a adulteração do café com casca da própria planta, além de soja e milho, que são mais baratos.
Em setembro do ano passado, uma ação pontual do Procon-MG indicou que 30,7% de 241 marcas de café analisadas continham impurezas acima do limite.



Café no Brasil
Image captionOutros grãos ou partes do próprio pé de café são acrescentados em produtos comercializados

Controle do café

Segundo o engenheiro agrícola José Braz Matiello, pesquisador da Fundação Procafé, as adulterações do café afetam o gosto da bebida, mas não causam males à saúde.
"O café é torrado a temperaturas próximas a 260 graus, eliminando quaisquer organismos eventualmente maléficos, diferentemente do que pode ocorrer com outros alimentos ou bebidas consumidos in natura e sem tratamento térmico", explicou por e-mail.
Desde 1989, a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) faz análises anuais com 3 mil amostras do mercado. O diretor-executivo Nathan Herszkowicz explica que o programa começou em decorrência do alto índice de fraudes verificado à época.
A Abic então criou o Selo de Pureza e definiu que o limite tolerado de impurezas é de 1% da amostra total, com penalidades que vão de advertência a denúncia ao Ministério Público.
Nos testes iniciais, resíduos eram encontrados em até 25% das amostras de café. Atualmente, Herszkowicz afirma que o índice não chega a 1%.
"A adulteração mais comum continua a ser a adição da casca do café, que é um resíduo usado para reduzir o custo do produto", explica.

Pressões na legislação

Normas de vigilância definem regras e punições sobre fraudes em produtos. Mas pelo menos dois projetos de lei querem tornar crime hediondo a adulteração de alimentos.
O projeto de lei do Senado 228, de 2013, está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania desde setembro do ano passado. Já o PL 6248/2013 não tem movimentação desde 2015.
Enquanto isto, organizações como a Proteste pressionam por mudanças na lei visando a proibir determinados aditivos em alimentos. Esse é o caso do amarelo tartrazina, um corante que provoca reações alérgicas.
Ele é encontrado em produtos consumidos por crianças, como biscoitos salgados e doces, além de refrigerantes e sucos.
"Há anos pressionamos pelo banimento desse corante, mas ainda seguimos brigando por isso", contou Sonia Amaro.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor lembrou que as normas brasileiras sobre corantes são mais permissivas do que as de outros países, como os Estados Unidos.



Soja no Mato Grosso do SulDireito de imagemPAULO FRIDMAN
Image captionPlantação em Mato Grosso do Sul; agrotóxicos são amplamente usados no Brasil

Esse é o caso de corantes chamados amarelo crepúsculo, banido na Finlândia e Noruega; azul brilhante, proibido na Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Noruega, Suécia e Suíça; vermelho 40, não permitido na Alemanha, Áustria, França, Bélgica, Dinamarca, Suécia e Suíça; entre outros.
O mesmo acontece para determinados agrotóxicos aplicados em vegetais e frutas que chegam aos consumidores brasileiros. Há anos, uma lista de pesticidas banidos em alguns países é comercializada no Brasil.
Exemplos são do acefato, um dos mais vendidos no país e que pode ter efeitos no sistema endócrino, e o herbicida paraquat, que foi proibido até na China, que costuma ser permissivo com leis ambientais.



Carne no BrasilDireito de imagemREUTERS
Image captionEscândalo da carne revelou que produtos eram adulterados no Brasil.

Mas o problema dos agrotóxicos, na verdade, é maior. A Proteste testou ano passado 30 amostras de supermercados e feiras do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 14%, os níveis de pesticidas estavam acima dos recomendados pela Anvisa. Em 37%, havia substâncias nem sequer autorizadas.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 20 de março de 2017

Atendimento Celpe em João Alfredo Dia 21

O Espaço Celpe estará em João Alfredo nesta terça-feira, 21 de março. Vários serviços estarão disponíveis à população: Negociação de Contas, Cadastro na Tarifa Social, entre outras atividades educativas e culturais. Local: Praça Manuel Cavalcanti. Horário:09:00 às 17:00 horas. Apresentações culturais das 16:00 às 19:00 horas. Fale com a CELPE pelo telefone:116.
Todos estão convidados!


Com informação de Governo Municipal 
Publicação de 20 de Março.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 19 de março de 2017

Presidente mal educado. Foto da Semana.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Nas Redes Sociais mais de 1 milhão de brasileiros acompanham fala de Lula em Monteiro PB

São milhares e milhares compartilhando vídeo de Lula nas Redes Sociais. Nesse momento, milhões de brasileiros acompanham o discurso do líder do PT.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Fora Temer,dizem milhares de pessoas com Lula em Monteiro - PB




Inauguração popular da transposição
Inauguração popular da transposiçãoFoto: Reprodução/Twitter



Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff chegaram por volta das 14h em Monteiro, na Paraíba, para a "inauguração popular" da conclusão do eixo leste do Projeto de Transposição do São Francisco. Acompanhados do governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, e do ex-ministro Ciro Gomes, eles foram recepcionados por milhares de pessoas que lotaram o município no Cariri da Paraíba e entraram nas águas da transposição, ao som do coro "Olê, olê, olê, olá! Lula! Lula!".

O clima é de campanha eleitoral. Antes mesmo dos ex-presidentes Lula e Dilma chegarem ao município, um "twitaço" deixou a hashtag #ComLulaOSertaoVirouMar nos Trending Topics (assuntos mais comentados) do Twitter. Saíram ônibus de diversas regiões para acompanhaer o ato. Sem vagas nos hoteis em Monteiro, na Paraíba, moradores alugaram suas casas e quartos.
Com Informações de Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 18 de março de 2017

Riqueza de matuto

Foto:Edgar Severino dos Santos
professoredgarbomjardim-pe.blogspot.com.br

Padre Elias Roque da Silva se despede dos vereadores do Bom Jardim-PE…


Em clima de homenagem e despedida, os vereadores do Bom Jardim, Agreste de Pernambuco, receberam o padre Elias Roque da Silva durante a sessão ordinária realizada na manhã da última terça-feira (14), no plenário da Casa Desembargador Dirceu Borges. O sacerdote está deixando o comando da Paróquia de Sant’Ana deste município, após mais de sete anos como pároco. Em seu lugar assume o padre Severino Fernandes de Moura, que estava na paróquia de João Alfredo. 

Elias repetiu o mesmo gesto de cortesia que fez ao Poder Legislativo bonjardinense, quando assumiu o paroquiato local em 2010. “Esta Casa representa o bravo povo deste Município e faço questão de agradecer aos nobres representantes o apoio, o carinho e a hospitalidade durante estes anos que passei no comando da paróquia”, pontuou o padre que nesse período recebeu o Título de Cidadania local. 

“As mudanças de sacerdotes acontecem sempre que a diocese considera necessário. Mas de qualquer forma, quando assumimos o trabalho de ser pároco sabemos que o serviço dura na média seis anos. Já completou mais de sete anos que estou aqui em Bom Jardim”, explicou, frisando que “não importa quanto tempo o padre fica em uma comunidade; o importante é que ele tenha a consciência de que precisa crescer na fé e colocar em prática os dons dados por Deus”, acrescentou.

Na oportunidade, os edis aprovaram uma Moção de Aplausos aos sacerdote, pelos relevantes serviços prestados ao município, de autoria dos vereadores Ana Nery, Jotinha, Ninha, Roberto Lemos, Rufino Filho e Mano de Etiene. Além da presidente Valéria Lira, todos fizeram questão de tecer homenagens ao padre Elias Roque, que é natural de Paudalho-PE. 

As solenidades de despedida do padre Elias Roque no âmbito da Paróquia de Sant’Ana serão realizadas nos dias 18, a partir das 19h00, e 19, a partir das 8h00, na igreja matriz. O padre Severino Fernandes tomará posse a pazrtir das 19h00 do dia 23 de março (próxima quinta-feira). 

Fonte: Dimas Santos.
Fotografia:Edgar Severino dos Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Carne vencida e mascarada com produtos cancerígenos: o escândalo que atinge as maiores empresas do Brasil


CarneDireito de imagemREUTERS
Image captionCerca de 30 empresas estão sendo investigadas pela PF, incluindo as gigantes do setor, JBS e BRF, que negam irregularidades

Mudar a data de vencimento de carnes estragadas, maquiar seu aspecto ou usar químicos para mascarar seu mau cheiro - até mesmo em produtos usados na merenda escolar.
Esta são algumas das táticas ilegais que, segundo as autoridades do Brasil, cerca de 30 empresas de carne do país usavam para vender alimentos em mau estado de conservação, incluindo fornecedoras de grandes frigoríficos.
A Operação Carne Fraca, realizada nesta sexta-feira, revelou que as empresas JBS e BRF - que são as maiores do Brasil e estão entre as maiores exportadores mundiais de carne - também adulteravam a carne que vendiam no mercado interno e externo.
A operação foi a maior já realiza na história da Polícia Federal, segundo as autoridades. A investigação, que mobilizou 1.100 policiais em sete Estados, revelou uma extensa rede de subornos e propinas nos quais estariam implicados dezenas de inspetores do governo encarregados de garantir que os produtos cumpriam com as normas sanitárias.
As empresas negam que práticas de alteração tenham sido realizadas em seus produtos e dizem que estão colaborando com as investigações.

Carne sendo empacotadaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO aspecto físico da carne vencida era maquiado com produtos químicos e ou injetado com água

Merenda escolar

A descoberta de que, no Paraná, alunos da rede pública estadual consumiram salsicha de peru sem carne - preenchida com proteína de soja, fécula de mandioca e carne de frango - deu início à investigação de dois anos.
"Inúmeras crianças de escolas públicas estaduais do Paraná estão se alimentando de merendas compostas por produtos vencidos, estragados e muitas vezes até cancerígenos para atender o interesse econômico desta poderosa organização criminosa", disse o delegado da Polícia Federal Mauricio Moscardi Grillo.
As práticas fraudulentas incluíam alterar os rótulos e as datas de vencimento dos produtos, injetar água na carne para aumentar seu peso e tratar as carnes com ácido ascórbico, substância potencialmente cancerígena. A PF encontrou produtos com estas alterações em supermercados.
A liberação da carne vencida e adulterada era feita por fiscais do Ministério da Agricultura, que recebiam propina dos frigoríficos para afrouxar a fiscalização.
Segundo a PF, há provas de que as empresas falsificaram documentos para exportar a carne para a Europa, a China e o Oriente Médio.
A Justiça Federal do Paraná determinou o bloqueio de R$ 1 bilhão das investigadas.
O Brasil é o maior exportador mundial de carne bovina e de frango, e o quarto em carne suína. As exportações em 2016 representaram 7,2% do comércio global do setor, segundo a agência EFE.

Ligações com a política


Michel TemerDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionParte da propina paga a funcionários do Ministério da Agricultura para relaxar a fiscalização das carnes ia para PMDB e PP, diz polícia

Na sexta-feira, a Polícia Federal cumpriu 38 mandados de prisão, 34 deles para funcionários públicos, principalmente agentes sanitários. Também foram detidos quatro executivos de empresas, incluindo o gerente de Relações Institucionais e Governamentais da BRF Brasil, Roney Nogueira dos Santos, o diretor da BRF André Luiz Baldissera e o funcionário da Seara, empresa da JBS, Flávio Evers Cassou.
Ao todo, foram 309 mandados judiciais, incluindo condução coercitiva e busca e apreensão.
Mauricio Moscardi afirmou também que "a investigação deixa bem claro que uma parte dos valores (das propinas) era revertida para partidos políticos". O dinheiro, segundo ele, beneficou membros do PMDB e do PP, cujos nomes não foram citados.
O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, emitiu um comunicado no qual informou ter ordenado a suspensão de 33 funcionários do governo acusados de estar envolvidos no escândalo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Fernando de Noronha em meio a uma queda de braço


Fernando de Noronha
Fernando de NoronhaFoto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco
Trinta anos após ser reincorporado a Pernambuco pela Constituição Federal de 1988, o arquipélago de Fernando de Noronha, a 545 quilômetros do Recife, volta a ser alvo de discussões acerca de seu território. Representantes da União argumentam que somente a gestão político-administrativa é do Estado, e não as terras, o que abre caminho para a cobrança de taxas sobre imóveis e terrenos, semelhante ao que é feito ao longo da orla de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, e em outras áreas de Marinha. Membros do Ministério Público Estadual (MPPE) e da administração da ilha contestam esse entendimento, discutido exaustivamente numa oficina realizada ao longo de quatro dias, nessa semana.

O problema é que a questão pode acabar sendo judicializada caso os dois lados não se entendam. Em meio a essa disputa pelo paraíso, ambientalistas apontam efeitos da ocupação do solo no local ao longo das últimas décadas no que diz respeito à preservação do patrimônio ambiental.

Na época do Brasil Colônia, Noronha já pertencia à Capitania de Pernambuco. Só passou para a União em 1942, durante o Estado Novo instituído pelo presidente Getúlio Vargas, servindo como uma base de guerra. A situação mudou em 1988, por meio do artigo 15 da Carga Magna do País: “Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco”. Desde então, o local é um distrito estadual, e sua administração-geral, uma autarquia ligada ao gabinete do governador. O arquipélago também possui um conselho distrital.

A polêmica aparece quando se fala de um contrato de cessão firmado em 2002. Na época, a União teria cedido o uso de áreas do arquipélago ao Estado por meio do documento, que previa, entre outras regras, a arrecadação da taxa da Marinha. “Mas como a União concede algo que já não é seu? E por que Pernambuco recebeu algo que já era seu desde 1988? É um contrato sem pé nem cabeça. Erraram a União e o Estado. Mas Pernambuco tem a Constituição Federal ao seu lado, e isso só pode ser mudado por uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) votada nas duas casas do Congresso”, avalia o promotor de Justiça do arquipélago, André Rabelo, que participou de parte das discussões.

Conforme relatório de auditoria do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União (CGU) apresentado à Procuradoria-Geral do Estado (PGE), cabia a Pernambuco cobrar a taxa anual aos beneficiários dos imóveis, o que correspondente a 2% do valor do terreno.
Folha de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 17 de março de 2017

Os vendedores da carne podre

Três das maiores celebridades do país, Tony Ramos, Roberto Carlos e Fátima Bernardes, associaram a imagem delas à carne podre vendida pelos frigoríficos JBS, dono da Friboi e da Seara, e BRF Brasil, proprietário da Perdigão e da Sadia.


Tony Ramos é o garoto propaganda mais longevo da Friboi. Em vários comerciais, o ator foi visto dentro da linha de produção de carne do frigorífico. Sua missão era, sobretudo, ressaltar a qualidade do produto. Descobriu-se, agora, que a Friboi vende carne podre, contendo ácidos que dão a aparência saudável. Tony dizia: “A qualidade vai te surpreender”. Agora, ao site Ego, ele afirma que está surpreso com a notícia. “Sou apenas contratado pela empresa de publicidade, não tenho nenhum contato com a JBS”, frisou.

Quando Fátima Bernardes aceitou fazer as propagandas da Seara, a justificativa foi a de que só estava associando a imagem dela aos produtos da empresa porque tinha a certeza de que eram de boa qualidade e que consumia em casa com os filhos. Muitos produtos da Seara com prazos de validade vencidos são reembalados e ofertados aos consumidores.

Roberto Carlos, mesmo sendo vegetariano, aceitou um cachê milionário para promover a carne da Fibroi. Nos comerciais, fingia comer o produto. A polêmica foi tamanha, que a Friboi cancelou o contrato com o cantor e queria que ele devolvesse parte do dinheiro que havia recebido. Ele se negou.

O casal Angélica e Luciano Huck levaram R$ 20 milhões da Perdigão para um contrato publicitário de um ano. A controladora da Perdigão, a BRF Brasil é acusada de reembalar produtos vencidos e distribuir pelas redes de supermercados.

Vergonha internacional

Os grupos JBS e BRF Brasil são os maiores produtores de proteína animal do país. Estão entre os principais do mundo. Exportam para dezenas de países. Por meio da Operação Carne Fraca, descobriu-se que os frigoríficos, com outras dezenas de empresas, montaram uma rede de corrupção no Ministério da Agricultura para que fiscais agropecuários emitissem licenças para que carne podre, regada a ácido, fosse vendida sem problema.

A Polícia Federal investigou a organização criminosa por mais de dois anos. Foram expedidos 309 mandados judiciais, com pedidos de prisão e busca e apreensão. O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, foi pego em escutas autorizadas pela Justiça. Ele se refere ao fiscal Daniel Gonçalves Filho, superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná entre 2007 e 2016, como “grande chefe”.
Fonte:correiobraziliense
Professor Edgar Bom Jardim - PE