domingo, 26 de outubro de 2014

Grupo Fênix e Francisco Oliveira com atuações destacadas na Feira Cultural

Feira Cultural reforça  campanha Outubro Rosa.

Ato  lembra  e alerta mulheres e sociedade bonjardinense sobre a importância da prevenção  contra o câncer de mama, nesta noite de sexta-feira, 24 de outubro, além de música, dança, artesanato e  comidas da nossa cultura alimentar  de nossa cidade.

O Grupo de dança Fênix e o músico Francisco Oliveira tiveram atuações destacadas no evento.



Professor Edgar Bom Jardim - PE

Francês que mora no Brasil, fez uma lista curiosa de coisas que têm chamado a sua atenção

O francês Olivier Teboul mudou-se para Belo Horizonte há um pouco mais de um ano. Desde então, peculiaridades culturais e linguísticas têm chamado a sua atenção e, de uma forma muito divertida, ele listou em 65 itens em seu blog. Confira:
Olivier Teboul
 Por: Gislaine Lima 
Aqui são umas das minhas observações, às vezes um pouco exageradas, sobre o Brasil. Nada sério…
1. Aqui no Brasil, tudo se organiza em fila: fila para pagar, fila para pedir, fila para entrar, fila para sair e fila para esperar a próxima fila. E duas pessoas ja bastam para constituir uma fila.
2. Aqui no Brasil, o ano começa “depois do Carnaval”.
3. Aqui no Brasil, não se pode tocar a comida com as mãos. No MacDonalds, hamburger se come dentro de um guardanapo. Toda mesa de bar, restaurante ou lanchonete tem um distribuidor de guardanapos e de palitos. Mas esses guardanapos são quase de plastico, nada de suave ou agradável. O objetivo não é de limpar suas mãos ou sua boca mas é de pegar a comida com as mãos sem deixar papel nem na comida nem nas mãos.
4. Aqui no Brasil tudo é gay (ou ‘viado’). Beber chá: é gay. Pedir um coca zero: é gay. Jogar vólei: é gay. Beber vinho: é gay. Não gostar de futebol: é gay. Ser francês: é gay, ser gaúcho: gay, ser mineiro: gay. Prestar atenção em como se vestir: é gay. Não falar que algo é gay: também é gay.
5. Aqui no Brasil, os homens não sabem fazer nada das tarefas do dia a dia: não sabem faxinar, nem usar uma maquina de lavar. Não sabem cozinhar, nem a nível de sobrevivência: fazer arroz ou massa. Não podem consertar um botão de camisa. Também não sabem coisas que estão consideradas fora como extremamente masculinas como trocar uma roda de carro. Fui realmente criado em outro mundo…
6. Aqui no Brasil, sinais exteriores de riqueza são muito comuns: carros importados, restaurantes caríssimos em bairros chiques, clubes seletivos cujos cotas atingem valores estratosféricas.
7. Aqui no Brasil, os casais sentam um do lado do outro nos bares e restaurantes como se eles estivessem dentro de um carro.
8. Aqui no Brasil, os homens se vestem mal em geral ou seja não ligam. Sapatos para correr se usam no dia a dia, sair de short, chinelos e camisetas qualquer é comum. Comum também é sair de roupas de esportes, mas sem a intenção de praticar esporte. Se vestir bem também é meio gay.
9. Aqui no Brasil, o cliente não pede cerveja para o garçon, o garçon traz a cerveja de qualquer jeito.
10. Aqui no Brasil, todo mundo torce para um time, de perto ou de longe.
11. Aqui no Brasil, sempre tem um padre falando na televisão ou na radio.
12. Aqui no Brasil, a vida vai devagar. É normal estar preso no trânsito o dia todo. Mas não durma no semáforo não. Ai tem que ser rápido e sair até antes do semáforo passar no verde. Não depende se tiver muitas pessoas atrás, nem se estiverem atrasados. Também é normal ficar 10 minutos na fila do supermercado embora que tenha só uma pessoa na sua frente. Ai demora para passar os artigos, e muitas vezes a pessoa do caixa tem que digitar os códigos de barra na mão ou pedir ajuda para outro funcionário para achar o preço de um artigo. Mas, na hora de retirar o cartão de crédito, ai tem que ser rápido. Não é brincadeira, se não retirar o cartão na hora, a mesma moça da caixa que tomou 10 minutos para 10 artigos vai falar agressivamente para você agilizar: “pode retirar o cartão!”.
13. Aqui no Brasil, os chineses são japoneses.
14. Aqui no Brasil, a música faz parte da vida. Qualquer lugar tem música ao vivo. Muitos brasileiros sabem tocar violão embora não consideram que toquem se perguntar para eles. Têm músicos talentosos, mas não tocam as musicas deles. Bares estão cheios de bandas de cover.
15. Aqui no Brasil, a política não funciona só na dimensão esquerda – direita. Brasil é um pais de esquerda em vários aspectos e de direita em outros. Por exemplo, se pode perder seu emprego de um dia para outro quase sem aviso. Tem uma diferença enorme entre os pobres e os ricos. Ganhar vinte vezes o salario mínimo é bastante comum, e ganhar o salário minimo ainda mais. As crianças de classe media ou alta estudam quase todos em escolas particulares, as igrejas tem um impacto muito importante sobre decisões políticas. E de outro lado, existe um sistema de saúde público, o estado tem muitas empresas, tem muitos funcionários públicos, tem bastante ajuda para erradicar a pobreza em regiões menos desenvolvidas do país. O mesmo governo é uma mistura de política conservadora, liberal e socialista.
16. Aqui no Brasil, é comum conhecer alguém, bater um papo, falar “a gente se vê, vamos combinar, ta?”, e nem trocar telefone.
17. Aqui no Brasil, a palavra “aparecer” em geral significa, “não aparecer”. Exemplo: “Vou aparecer mais tarde” significa na pratica “não vou não”.
18. Aqui no Brasil, o clima é muito bom. Tem bastante sol, não está frio, todas as condições estão reunidas para poder curtir atividades fora. Porém, os domingos, se quiser encontrar uma alma viva no meio da tarde, tem que ir ao shopping. As ruas estão as moscas, mas os shopping estão lotados. Shopping é a coisa mais sem graça do Brasil.
19. Aqui no Brasil, novela é mais importante do que cinema. Mas o cinema nacional é bom.
20. Aqui no Brasil, não falta espaço. Falam que o país tem dimensões continentais. E é verdade, daria para caber a humanidade inteira no Brasil. Mas então se tiver tanto espaço, por que é que as garagens dos prédios são tão estreitos? Porque existe até o conceito de vaga presa?
21. Aqui no Brasil, comida salgada é muito salgada e comida doce é muito doce. Até comida é muita comida.
22. Aqui no Brasil, se produz o melhor café do mundo e em grandes quantidades. Uma pena que em geral se prepare muito mal e cheio de açúcar.
23. Aqui no Brasil, praias bonitas não faltam. Porém, a maioria dos brasileiros viajam todos para as mesmas praias, Búzios, Porto de Galinhas, Jericoacoara, etc.
24. Aqui no Brasil, futebol é quase religião e cada time uma capela.
25. Aqui no Brasil, as pessoas acham que dirigir mal, ter trânsito, obras com atraso, corrupção, burocracia, falta de educação, são conceitos especificamente brasileiros.
26. Aqui no Brasil, esporte é ou academia ou futebol. Uma pena que só o futebol seja olímpico.
27. Aqui no Brasil, existe três padrões de tomadas. Vai entender porque…
28. Aqui no Brasil, não se assuste se estiver convidado para uma festa de aniversário de dois anos de uma criança. Vai ter mais adultos do que crianças, e mais cerveja do que suco de laranja. Também não se assuste se parece mais com a coroação de um imperador romano do que como o aniversário de dois anos. É ‘normal’.
29. Aqui no Brasil, não tem o conceito de refeição com entrada, prato principal, queijo, e sobremesa separados. Em geral se faz um prato com tudo: verdura, carne, queijo, arroz e feijão. Dai sempre acaba comendo uma mistura de todo.
30. Aqui no Brasil, o Deus esta muito presente… pelo menos na linguagem: ‘vai com o Deus’, ‘se Deus quiser’, ‘Deus me livre’, ‘ai meu Deus’, ‘graças a Deus’, ‘pelo amor de Deus’. Ainda bem que ele é Brasileiro.
31. Aqui no Brasil, cada vez que ouço a palavra ‘Blitz’, tenho a impressão que a Alemanha vai invadir de novo. Reminiscência da consciência coletiva francesa…
32. Aqui no Brasil, país com muita ascendência italiana, tem uma lei que se chama ‘lei do silêncio’. Que mau gosto! Parece que esqueceram que la na Itália, a lei do silêncio (também chamada de “omerta”) se refere a uma pratica da mafia que se vinga das pessoas que denunciam suas atividades criminais.
33. Aqui no Brasil, se acha tudo tipo de nomes, e muitos nomes americanos abrasileirados: Gilson, Rickson, Denilson, Maicon, etc.
34. Aqui no Brasil, quando comprar tem que negociar.
35. Aqui no Brasil, os homens se abraçam muito. Mas não é só um abraço: se abraça, se toca os ombros, a barriga ou as costas. Mas nunca se beija. Isso também é gay.
36. Aqui no Brasil, o polegar erguido é sinal pra tudo : “Ta bom?”, “obrigado”, “desculpa”.
37. Aqui no Brasil, quando um filme passa na televisão, não passa uma vez só. Se perder pode ficar tranquilo que vai passar mais umas dez outras vezes nos próximos dias. Assim já vi “Hitch” umas quatro vezes sem querer assistir nenhuma.
38. Aqui no Brasil, tem um jeito estranho de falar coisas muito comuns. Por exemplo, quando encontrar uma pessoa, pode falar “bom dia”, mas também se fala “e ai?”. E ai o que? Parece uma frase abortada. Uma resposta correta e comum a “obrigado” é “imagina”. Imagina o que? Talvez eu quem falte de imaginação.
39. Aqui no Brasil, todo mundo gosta de pipoca e de cachorro quente. Não entendo.
40. Aqui no Brasil, quando você tem algo pra falar, é bom avisar que vai falar antes de falar. Assim, se ouvi muito: “vou te falar uma coisa”, “deixa te falar uma coisa”, “é o seguinte”, e até o meu preferido: “olha só pra você ver”. Obrigado por me avisar, já tinha esquecido para que tinha olhos.
41. Aqui no Brasil, as lojas, os negócios e os lugares sempre acham um jeito de se vender como o melhor. Já comi em vários ‘melhor bufe da cidade’ na mesma cidade. Outro superativo de cara de pau é ‘o maior da América latina’.
42. Aqui no Brasil, tem uma relação ambígua e assimétrica com a América latina. A cultura do resto da América latina não entra no Brasil, mas a cultura brasileira se exporta la. Poucos são os brasileiros que conhecem artistas argentinos ou colombianos, poucos são os brasileiros que vão de ferias na América latina (a não ser Buenos Aires ou o Machu Pichu), mas eles em geral visitaram mais países europeus do que eu. O Brasil às vezes parece uma ilha gigante na América latina, embora que tenha uma fronteira com quase todos os outros países do continente.
43. Aqui no Brasil, relacionamentos são codificados e cada etapa tem um rótulo: peguete, ficante, namorada, noiva, esposa, (ex-mulher…). Amor com rótulos.
44. Aqui no Brasil, a comida é: arroz, feijão e mais alguma coisa.
45. Aqui no Brasil, o povo é muito receptivo. É natural acolher alguém novo no seu grupo de amigos. Isso faz a maior diferencia do mundo. Obrigado brasileiros.
46. Aqui no Brasil, os brasileiros acreditam pouco no Brasil. As coisas não podem funcionar totalmente ou dar certo, porque aqui, é assim, é Brasil. Tem um sentimento geral de inferioridade que é gritante. Principalmente a respeito dos Estados Unidos. To esperando o dia quando o Brasil vai abrir seus olhos.
47. Aqui no Brasil, de vez em quando no vocabulário aparece uma palavra francesa. Por exemplo ‘petit gâteau’. Mas para ser entendido, tem que falar essas palavras com o sotaque local. Faz sentido, mas não deixa de ser esquisito.
48. Aqui no Brasil, tem um organismo chamado o DETRAN. Nem quero falar disso não, não saberia por onde começar…
49. Aqui no Brasil, dentro dos carros, sempre tem uma sacola de tecido no alavanca de mudança pra colocar o lixo.
50. Aqui no Brasil, os brasileiros escovam os dentes no escritório depois do almoço.
51. Aqui no Brasil, se limpa o chão com esse tipo de álcool que parece uma geleia.
52. Aqui no Brasil, há versão digital de ‘fazer fila’ e ‘digitar códigos’. No banco, pra tirar dinheiro tem dois códigos. No supermercado, o leitor de código de barra estando funcionando mal tem que digitar os códigos dos produtos. Mas os melhores são os boletos para pagar na internet: uns 50 dígitos. Sempre erro um pelo menos. Demora.
53. Aqui no Brasil, o sistema sempre tá “fora do ar”. Qualquer sistema, principalmente os terminais de pagamento de cartão de credito.
54. Aqui no Brasil, tem um lugar chamado cartório. Grande invenção para ser roubado direito e perder seu tempo durante horas para tarefas como certificar uma copia (que o funcionário nem vai olhar) e conferir que sua firma é sua firma.
55. Aqui no Brasil, parece que a profissão onde as pessoas são mais felizes é coletor de lixo. Eles estão sempre empolgados, correndo atrás do caminhão como se fosse um trilho do carnaval. Eles também são atletas. Tens a energia de correr, jogar as sacolas, gritar, e ainda falar com as mulheres passando na rua.
56. Aqui no Brasil, pode pedir a metade da pizza de um sabor e a metade de outro. Ideia simples e genial.
57. Aqui no Brasil, não tem água quente nas casas. Dai tem aquele sistema muito esperto que é o chuveiro que aquece a água. Só tem um porém: Ou tem água quente ou tem um vazão bom. Tem que escolher porque não da para ter os dois.
58. Aqui no Brasil, as pessoas saem da casa dos pais quando casam. Assim tem bastante pessoas de 30 anos ou mais morando com os pais.
59. Aqui no Brasil, tem três palavras para mandioca: mandioca, aipim e macaxeira. Lá na França nem existe mandioca.
60. Aqui no Brasil, tem o número de telefone tem um DDD e também um número de operadora. Uma complicação a mais que pode virar a maior confusão.
61. Aqui no Brasil, quando encontrar com uma pessoa, se fala: “Beleza?” e a resposta pode ser “Jóia”. Traduzindo numa outra língua, parece que faz pouco sentido, ou parece um diálogo entre o Dalai-Lama e um discípulo dele. Por exemplo em inglês: “The beauty? – The joy”. Como se fosse um duelo filosófico de conceitos abstratos.
62. Aqui no Brasil, a torneira sempre pinga.
63. Aqui no Brasil, no táxi, nunca se paga o que esta escrito. Ou se aproxima para cima ou para baixo.
64. Aqui no Brasil, marcar um encontro às 20:00 significa as 21:00 ou depois. Principalmente se tiver muitas pessoas envolvidas.
65. Aqui em Belo Horizonte, e a menor cidade grande do mundo. 5 milhões de habitantes, mas todo mundo conhece todo mundo. Por isso que se fala que BH é um ovo. Eu diria que é um ovo frito. Assim fica mais mineiro.

bônus:
66. Aqui no Brasil, as pessoas vão a rua protestar contra o governo e depois reelegem o mesmo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE /http://www.insoonia.com/

sábado, 25 de outubro de 2014

Lei seca durante o 2º turno

  • Apenas oito Estados da federação implantarão a lei seca durante o segundo turno das eleições 2014
    Apenas oito Estados da federação implantarão a lei seca durante o segundo turno das eleições 2014
Treze Estados, além do DF, que adotaram lei seca durante o primeiro turno da eleição 2014 repetirão o expediente no fim de semana do segundo turno. Como não há lei nacional proibindo a venda de bebidas alcoólicas, a medida ficará a critério da secretaria de Segurança Pública de cada Estado.
Em quatro deles, a comercialização estará proibida a partir deste sábado (25). NoAmapá, a proibição começa às 20h de sábado e termina no dia seguinte no mesmo horário. No Amazonas, começa às 22h de sábado e termina às 18h do domingo (26). E em Roraima, começa às 23h de sábado e termina às 19h de domingo. NoMaranhão, a restrição também começa às 18h de sábado.
Em outras unidades da federação, os horários serão os seguintes: AlagoasCeará,Distrito FederalPiauí e Pará, a lei vigora da 0h às 18h do domingo; em Mato Grosso do Sul, das 3h às 17h; e no Rio Grande do Norte, das 6h às 18h.
Em Minas Gerais e no Paraná, a restrição será a partir das 6h de domingo. NoAcre, a assessoria da Secretaria de Segurança Pública não soube informar o horário de início da proibição.
Em Goiás, segundo o TRE (Tribunal Regional Eleitoral), cada juiz de cada município terá autonomia pra determinar se haverá ou não lei seca; o mesmo acontecerá em Rondônia e Tocantins. Na Paraíba, até o fechamento desta reportagem, não havia posição da Secretaria de Segurança Pública do Estado, que é quem determina se haverá ou não emprego da lei seca durante a votação.
Nos Estados do Rio Grande do SulEspírito Santo, de Santa Catarina,Pernambuco e Mato Grosso, a venda de bebidas no dia de votação será livre.
Os governos do Rio de Janeiro, de São Paulo e Bahia ainda não decidiram se será proibida a venda de bebida alcoólica no dia da eleição.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

No editorial da nova edição de ISTOÉ: o massacre de reputações promovido pelo PT é algo sem precedentes na história do Brasil

IstoÉ: A calúnia como arma de destruição

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 EDITORIAL
Foram dias de massacre de reputações sem precedentes. Para se manter no poder, os articuladores da candidata Dilma Rousseff adotaram o que chamaram de estratégia de desconstrução do adversário cuja essência era um bombardeio de mentiras e calúnias, transformando essa na mais torpe eleição dos últimos tempos.

Nas peças de campanha e nas palavras dos principais arautos petistas, liderados pelo ex-presidente Lula, o oponente de Dilma, Aécio Neves, foi classificado de nazista, que agride mulheres, não gosta de trabalhar, tem problemas com bebida e, para completar, iria desempregar os brasileiros e acabar com o programa “Bolsa Família”.

Qualquer um que avaliasse mais detidamente a tática oficial, que despejou milhões em campanha, poderia perceber a inconsistência de tamanha artilharia de insultos e ilações – e o intuito por trás dela. Nada ficaria de pé nesse carnaval de difamações. Mas o seu martelar incessante nas propagandas de TV, nas mídias digitais e nos palanques Brasil afora foi inebriando massas, tentando convencê-las de uma falsa luta do bem contra o mal, de “nós contra eles”. Faltou lucidez e a esperança de parte da população foi embalada por quem controla a máquina numa caixa de promessas vazias. Nas ruas a militância partidária, incessante no seu afã de caluniar, distribuía panfletos apócrifos com teores terroristas, falando da ameaça que viria de uma vitória da oposição.

Era o apogeu de um plano covarde que se repetia depois da destruição implacável imposta à ambientalista Marina Silva, chamada até de homofóbica e acusada de assassinato de um manifestante gay por parte de seus seguranças, segundo ela mesma informou em entrevista ao jornal britânico Financial Times. Indignada com o jogo sujo, Marina fez uma declaração de apoio aberto a Aécio e às mudanças propostas por ele que estão no bojo de um amplo anseio da Nação.

Depois das urnas, qualquer que seja o seu resultado, torna-se imperativa uma revisão das regras eleitorais que abriram margem a tantas manobras rasteiras. Os golpes baixos no plano pessoal e na biografia de conquistas administrativas do mineiro, cuja gestão no governo de seu estado mereceu aprovação recorde, somaram-se a um estratagema maroto de esconder a realidade de crise evidente. Nos últimos quatro anos, os números atestam, o País vive uma paralisia econômica que se agrava, com descontrole dos gastos públicos e desmoralização de instituições como a Petrobras, cujos cofres foram assaltados por partidários do Governo, que desviaram bilhões.

Seguir nesse caminho insano é insistir em um erro, de consequências imprevisíveis, que pode levar muito tempo para se consertar e cujo único antídoto, ou resposta eficaz, está na urna eleitoral.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

TSE: publicidade da Veja é "propaganda eleitoral"

Carta Capital:Liminar da Justiça Eleitoral concedida nesta sexta-feira proíbe a editora Abril de veicular publicidade da edição que foi antecipada e traz ataques a Dilma e Lula
por Rede Brasil Atual — publicado 25/10/2014 16:19.

O ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), concedeu na noite de sexta-feira 24 liminar que proíbe a Editora Abril, responsável pela publicação da revista Veja, de veicular publicidade da última edição em rádio, televisão, outdoor e propaganda paga na internet. A reportagem de capa afirma que a presidenta Dilma Rousseff, candidata à reeleição, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teriam conhecimento de esquema de corrupção da Petrobras.
"Tendo em vista que a Representada (revista Veja) antecipou em dois dias a publicidade da revista, entendo que a propagação da capa, ou do conteúdo em análise, poderá transformar a veiculação em verdadeiro panfletário de campanha, o que, a toda evidência, desborda do direito/dever de informação e da liberdade de expressão", diz o relatório de Gonzaga.
Segundo o documento, “a tentativa de interferência no curso das campanhas eleitorais, pela Representada poderá, inclusive, configurar a utilização indevida de veículos ou meios de comunicação social, em benefício de candidato ou de partido político, apurável por meio de Ação de Investigação Judicial Eleitoral”.
Para o ministro, os contornos de propaganda eleitoral contidos na divulgação da revista Veja interferem de forma indevida e grave em detrimento da candidatura da presidenta Dilma Rousseff. “Considerando estarmos na antevéspera do pleito presidencial, a realização de propaganda eleitoral de conteúdo negativo poderá acarretar prejuízo irreparável ao equilíbrio e lisura do pleito.”
Para ele, a divulgação da capa da Veja, ou "de excertos do conteúdo da matéria, a título de publicidade comercial, caracteriza propaganda eleitoral com excepcional capacidade de influenciar a opinião dos eleitores, ainda que estes não sejam leitores daquele periódico".
Ainda ontem, o PT entrou no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de abertura de inquérito criminal para investigar o vazamento do suposto depoimento no qual o doleiro Alberto Youssef, preso na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF), liga a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula ao esquema de corrupção na Petrobras. Segundo o PT, a informação publicada pela Veja é "inverídica, difamatória e caluniosa”.
Na petição, os advogados também pedem acesso à integra do depoimento de delação premiada feito entre o doleiro, o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal. "Deve-se destacar a necessidade de acesso imediato ao conteúdo do mencionado depoimento, visto que ampla divulgação de supostos fatos criminosos envolvendo a presidenta da República, exatamente às vésperas da eleição presidencial, sem que se possibilite um mínimo contraditório da imputada, o que pode influenciar o eleitorado  e abala a lisura do pleito", afirma a defesa do partido.
Mais cedo, o ministro Admar Gonzaga, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), negou pedido do partido para a  retirada da reportagem na página do Facebook da revista Veja.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Aécio lidera com nove pontos de vantagem sobre Dilma

Pesquisa ISTOÉ/Sensus mostra que o candidato do PSDB chega à reta final da campanha com 54,6% das intenções de voto, enquanto a petista soma 45,4%

Da redação
 Pesquisa ISTOÉ/Sensus realizada a partir da terça-feira 21 reafirma a liderança de Aécio Neves (PSDB) sobre a petista Dilma Rousseff nos últimos dias da disputa pela sucessão presidencial. Segundo o levantamento que entrevistou 2 mil eleitores de 24 Estados, o tucano soma 54,6% dos votos válidos, contra 45,4% obtidos pela presidenta Dilma Rousseff. Uma diferença de 9,2 pontos percentuais, o que equivale a aproximadamente 12,8 milhões de votos. A pesquisa também constatou que a dois dias das eleições 11,9% do eleitorado ainda não decidiu em quem votar. “Como no primeiro turno, deverá haver uma grande movimentação do eleitor no próprio dia da votação”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus. Se for considerado o número total de votos, a pesquisa indica que Aécio conta com o apoio de 48,1% do eleitorado e a candidata do PT 40%.
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Aécio Neves seria eleito presidente do Brasil se a eleição fosse hoje, afirma Sensus
De acordo com Guedes, a pesquisa realizada em cinco regiões do País e em 136 municípios  revela que o índice de rejeição à candidatura de Dilma Rousseff se mantém bastante elevado para quem disputa. 44,2% dos eleitores afirmaram que não votariam na presidenta de forma alguma. A rejeição contra o tucano Aécio Neves é de 33,7%. Segundo o diretor do Sensus, a taxa de rejeição pode indicar a capacidade de crescimento de cada um dos candidatos. Quanto maior a rejeição, menor a possibilidade de crescimento. Outro indicador apurado pela pesquisa Istoé/Sensus diz respeito á votação espontânea, quando nenhum nome é apresentado para o entrevistado. Nessa situação, Aécio também está à frente de Dilma, embora a petista esteja ocupando a Presidência da República desde janeiro de 2011. O tucano é citado espontaneamente por 47,8% dos eleitores e a petista por 39,4%. 0,2% citaram outros nomes e 12,8% disseram estar indecisos ou dispostos a votar em branco.
Para conquistar os indecisos as duas campanhas apostam as últimas fichas nos principais colégios eleitorais do País: São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. O objetivo do PSDB e ampliar a vantagem obtida em São Paulo no primeiro turno e procurar virar o jogo em Minas e no Rio. Em São Paulo, Aécio intensificou a campanha de rua, com a participação constante do governador reeleito, Geraldo Alckmin, e do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. De acordo com as pesquisas realizadas pelo comando da campanha de Aécio, em Minas o tucano já estaria na frente de Dilma e a vantagem veio aumentando dia a dia na última semana. Processo semelhante ocorreu em Pernambuco, depois de Aécio receber o apoio explícito da família de Eduardo Campos e do governador eleito, Paulo Câmara. Os mesmos levantamentos indicam que no Rio de Janeiro a candidatura do senador mineiro vem crescendo, mas ainda não ultrapassou a presidenta. Para reverter esse quadro, Aécio aposta no apoio de lideranças locais, basicamente de Romário, senador eleito pelo PSB, que deverá acompanhá-lo nos últimos atos de campanha. Para consolidar a liderança, Aécio tem usado os últimos programas no horário eleitoral gratuito para apresentar-se ao eleitor como o candidato da mudança contra o PT. Isso porque, as pesquisas internas mostram a maior parte do eleitor brasileiro se manifesta com o desejo de tirar o partido do governo.
No comando petista, embora não haja um consenso sobre qual a melhor opção a ser colocada em prática nos dois últimos dias de campanha, a ordem inicial é a de continuar a apostar na estratégia de desconstrução do adversário. Nas duas últimas semanas, o que se constatou é que, ao invés de usar parlamentares eleitos para esse tipo de ação – como costumava fazer o partido em eleições passadas -- os petistas escalaram suas principais lideranças para a missão, inclusive o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a própria candidata. Os petistas apostam no problema da falta d’água para tirar votos de Aécio em São Paulo e numa maior presença de Dilma em Minas para procurar se manter á frente do tucano no Estado.   
PESQUISA ISTOÉ/Sensus
Realização – Sensus
Registro na Justiça Eleitoral – BR-01166/2014
Entrevistas – 2.000, em cinco regiões, 24 estados e 136 municípios do País
Metodologia – Cotas para sexo, idade, escolaridade, renda e urbano e rural
Campo – De 21 a 24 de outubro
Margem de erro - +/- 2,2%
Confiança – 95% http://www.istoe.com.br/

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Youssef: “O Planalto sabia de tudo!” Delegado: “Quem do Planalto?” Youssef: “Lula e Dilma”


Deu na Veja:Dilma e Lula sabiam de tudo na Petrobras.


O doleiro Alberto Youssef afirma em depoimento à Polícia Federal que o ex e a atual presidente da República não só conheciam como também usavam o esquema de corrupção na Petrobras

Robson Bonin
EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado
EM VÍDEO - As declarações de Youssef sobre Lula e Dilma foram prestadas na presença de um delegado, um procurador da República e do advogado (Ilustração Lézio Jr./VEJA)
A Carta ao Leitor desta edição termina com uma observação altamente relevante a respeito do dever jornalístico de publicar a reportagem a seguir às vésperas da votação em segundo turno das eleições presidenciais: “Basta imaginar a temeridade que seria não publicá-la para avaliar a gravidade e a necessidade do cumprimento desse dever”. VEJA não publica reportagens com a intenção de diminuir ou aumentar as chances de vitória desse ou daquele candidato. VEJApublica fatos com o objetivo de aumentar o grau de informação de seus leitores sobre eventos relevantes, que, como se sabe, não escolhem o momento para acontecer. Os episódios narrados nesta reportagem foram relatados por seu autor, o doleiro Alberto Youssef, e anexados a seu processo de delação premiada. Cedo ou tarde os depoimentos de Youssef virão a público em seu trajeto na Justiça rumo ao Supremo Tribunal Federal (STF), foro adequado para o julgamento de parlamentares e autoridades citados por ele e contra os quais garantiu às autoridades ter provas. Só então se poderá ter certeza jurídica de que as pessoas acusadas são ou não culpadas.
Na última terça-feira, o doleiro Alberto Youssef entrou na sala de interrogatórios da Polícia Federal em Curitiba para prestar mais um depoimento em seu processo de delação premiada. Como faz desde o dia 29 de setembro, sentou-se ao lado de seu advogado, colocou os braços sobre a mesa, olhou para a câmera posicionada à sua frente e se pôs à disposição das autoridades para contar tudo o que fez, viu e ouviu enquanto comandou um esquema de lavagem de dinheiro suspeito de movimentar 10 bilhões de reais. A temporada na cadeia produziu mudanças profundas em Youssef. Encarcerado des­de março, o doleiro está bem mais magro, tem o rosto pálido, a cabeça raspada e não cultiva mais a barba. O estado de espírito também é outro. Antes afeito às sombras e ao silêncio, Youssef mostra desassombro para denunciar, apontar e distribuir responsabilidades na camarilha que assaltou durante quase uma década os cofres da Petrobras. Com a autoridade de quem atuava como o banco clandestino do esquema, ele adicionou novos personagens à trama criminosa, que agora atinge o topo da República.
Comparsa de Youssef na pilhagem da maior empresa brasileira, o ex-diretor Paulo Roberto Costa já declarara aos policiais e procuradores que nos governos do PT a estatal foi usada para financiar as campanhas do partido e comprar a fidelidade de legendas aliadas. Parte da lista de corrompidos já veio a público. Faltava clarear o lado dos corruptores. Na ter­ça-feira, Youssef apre­sentou o pon­­to até agora mais “estarrecedor” — para usar uma expressão cara à pre­sidente Dilma Rous­seff — de sua delação premiada. Perguntado sobre o nível de comprometimento de autoridades no esquema de corrupção na Petrobras, o doleiro foi taxativo:
— O Planalto sabia de tudo!
— Mas quem no Planalto? — perguntou o delegado.
— Lula e Dilma — respondeu o doleiro.
Para conseguir os benefícios de um acordo de delação premiada, o criminoso atrai para si o ônus da prova. É de seu interesse, portanto, que não falsifique os fatos. Essa é a regra que Yous­sef aceitou. O doleiro não apresentou — e nem lhe foram pedidas — provas do que disse. Por enquanto, nesta fase do processo, o que mais interessa aos delegados é ter certeza de que o de­poente atuou diretamente ou pelo menos presenciou ilegalidades. Ou seja, querem estar certos de que não lidam com um fabulador ou alguém interessado apenas em ganhar tempo for­necendo pistas falsas e fazendo acu­sações ao léu. Youssef está se saindo bem e, a exemplo do que se passou com Paulo Roberto Costa, o ex-diretor da Petrobras, tudo indica que seu processo de delação premiada será homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, ele aumentou de cerca de trinta para cinquenta o número de políticos e autoridades que se valiam da corrupção na Petrobras para financiar suas campanhas eleitorais. Aos investigadores, Youssef detalhou seu papel de caixa do esquema, sua rotina de visitas aos gabinetes poderosos no Executivo e no Legislativo para tratar, em bom português, das operações de lavagem de dinheiro sujo obtido em transações tenebrosas na estatal. Cabia a ele expatriar e trazer de volta o dinheiro quando os envolvidos precisassem.
Uma vez feito o acordo, Youssef terá de entregar o que prometeu na fa­se atual da investigação. Ele já con­tou que pagava em nome do PT mesadas de 100 000 a 150 000 reais a parlamentares aliados ao partido no Congresso. Citou nominalmente a ex-mi­nistra da Casa Civil Gleisi Hoff­mann, a quem ele teria repassado 1 mi­lhão de reais em 2010. Youssef disse que o dinheiro foi entregue em um shopping de Curitiba. A senadora ne­gou ter sido beneficiada.
Entre as muitas outras histórias consideradas convincentes pelos investigadores e que ajudam a determinar a alta posição do doleiro no esquema — e, consequentemente, sua relevância pa­ra a investigação —, estão lembranças de discussões telefônicas entre Lula e o ex-deputado José Janene, à época líder do PP, sobre a nomeação de operadores do partido para cargos estratégicos do governo. Youssef relatou um episódio ocorrido, segundo ele, no fim do governo Lula. De acordo com o doleiro, ele foi convocado pelo então presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, para acalmar uma empresa de publicidade que ameaçava explodir o esquema de corrupção na estatal. A empresa quei­xa­va-­se de que, depois de pagar de forma antecipada a propina aos políticos, tive­ra seu contrato rescindido. Homem da confiança de Lula, Gabrielli, segundo o doleiro, determinou a Youssef que captasse 1 milhão de reais entre as empreiteiras que participavam do petrolão a fim de comprar o silêncio da empresa de publicidade. E assim foi feito.
Gabrielli poderia ter realizado toda essa manobra sem que Lula soubesse? O fato de ter ocorrido no governo Dilma é uma prova de que ela estava conivente com as lambanças da turma da estatal? Obviamente, não se pode condenar Lula e Dilma com base apenas nessa narrativa. Não é disso que se trata. Youssef simplesmente convenceu os investigadores de que tem condições de obter provas do que afirmou a respeito de a operação não poder ter existido sem o conhecimento de Lula e Dilma — seja pelos valores envolvidos, seja pelo contato constante de Paulo Roberto Costa com ambos, seja pelas operações de câmbio que fazia em favor de aliados do PT e de tesoureiros do partido, seja, principalmente, pelo fato de que altos cargos da Petrobras envolvidos no esquema mudavam de dono a partir de ordens do Planalto.
Os policiais estão impressionados com a fartura de detalhes narrados por Youssef com base, por enquanto, em sua memória. “O Vaccari está enterrado”, comentou um dos interrogadores, referindo-se ao que o do­leiro já narrou sobre sua parceria com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto. O doleiro se comprometeu a mostrar documentos que comprovam pelo menos dois pagamentos a Vaccari. O dinheiro, desviado dos cofres da Petrobras, teria sido repassado a partir de transações simuladas entre clientes do banco clandestino de Youssef e uma empresa de fachada criada por Vaccari. O doleiro preso disse que as provas desses e de outros pagamentos estão guardadas em um arquivo com mais de 10 000 notas fiscais que serão apresentadas por ele como evidências. Nesse tesouro do crime organizado, segundo Youssef, está a prova de uma das revelações mais extraordinárias prometidas por ele, sobre a qual já falou aos investigadores: o número das contas secretas do PT que ele operava em nome do partido em paraísos fiscais. Youssef se comprometeu a ajudar a PF a localizar as datas e os valores das operações que teria feito por instrução da cúpula do PT.
Depois da homologação da de­lação premiada, que parece assegurada pelo que ele disse até a semana passada, Youssef terá de apresentar à Justiça mais do que versões de episódios públicos envolvendo a presidente. Pela posição-chave de Youssef no esquema, os investigadores estão con­fiantes em que ele produzirá as provas necessárias para a investigação prosseguir. Na semana que vem, Alberto Youssef terá a oportunidade de relatar um episódio ocorrido em março deste ano, poucos dias antes de ser preso. Youssef dirá que um integrante da ­coor­­denação da campanha presidencial do PT que ele conhecia pelo nome de “Felipe” lhe telefonou para marcar um encontro pessoal e adiantou o assunto: repatriar 20 milhões de reais que seriam usados na cam­panha presidencial de Dilma Rous­seff. Depois de verificar a origem do telefonema, Youssef marcou o encontro que nunca se concretizou por ele ter se tornado hóspede da Polícia Federal em Curitiba. Procurados, os defensores do doleiro não quiseram comentar as revelações de Youssef, justificando que o processo corre em segredo de Justiça. Pelo que já contou e pelo que promete ainda entregar aos investigadores, Youssef está materializando sua amea­ça velada feita dias atrás de que iria “chocar o país”.
DINHEIRO PARA O PT 
Lula Marques/Folhapress/VEJA
Alberto Youssef também voltou a detalhar os negócios que mantinha com o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, homem forte da campanha de Dilma e conselheiro da Itaipu Binacional. Além de tratar dos interesses partidários com o dirigente petista, o doleiro confi rmou aos investigadores ter feito pelo menos duas grandes transferências de recursos a Vaccari. O dinheiro, de acordo com o relato, foi repassado a partir de uma simulação de negócios entre grandes companhias e uma empresa-fantasma registrada em nome de laranjas mas criada pelo próprio Vaccari para ocultar as operações. Ele nega

ENTREGA NO SHOPPING
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA
Alberto Youssef confirmou aos investigadores o que disse o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o dinheiro desviado da estatal para a campanha da exministra da Casa Civil Gleisi Hoffmann (PT-PR) ao Senado, em 2010. Segundo ele, o repasse dos recursos para a senadora petista, no valor de 1 milhão de reais, foi executado em quatro parcelas. As entregas de dinheiro foram feitas em um shopping center no centro de Curitiba. Intermediários enviados por ambos entregaram e receberam os pacotes. Em nota, a senadora disse que não recebeu nenhuma doação de campanha nem conhece Paulo Roberto Costa ou Alberto Youssef

ELE TAMBÉM SABIA
Sérgio Lima/Folhapress/VEJA
Durante o segundo mandato de Lula, o doleiro contou que foi chamado pelo presidente da Petrobras, José sergio Gabrielli, para tratar de um assunto que preocupava o Planalto. Uma das empresas com contratos de publicidade na estatal ameaçava revelar o esquema de cobrança de pedágio. Motivo: depois de pagar propina antecipadamente, a empresa teve seu contrato rescindido. Ameaçado pelo proprietário, Gabrielli pediu ao doleiro que captasse 1 milhão de reais com as empreiteiras do esquema e devolvesse a quantia à empresa de publicidade. Gabrielli não quis se pronunciar

CONTAS SECRETAS NO EXTERIOR
VEJA
Desde que Duda Mendonça, o marqueteiro da campanha de Lula em 2002, admitiu na CPI dos Correios ter recebido pagamentos de campanha no exterior (10 milhões de dólares), pairam sobre o partido suspeitas concretas da existência de dinheiro escondido em paraísos fi scais. Para os interrogadores de Alberto Youssef, no entanto, essas dúvidas estão começando a se transformar em certeza. O doleiro não apenas confi rmou a existência das contas do PT no exterior como se diz capaz de ajudar a identifi cá-las, fornecendo detalhes de operações realizadas, o número e a localização de algumas delas.

UM PERSONAGEM AINDA OCULTO
VEJA
O círculo vai fechandoO doleiro narrou a um interlocutor que seu esquema criminoso por pouco não atuou na campanha presidencial deste ano. Nos primeiros dias de março, Youssef recebeu a ligação de um homem, identifi cado por ele apenas como “Felipe”, integrante da cúpula de campanha do PT. Ele queria os serviços de Youssef para repatriar 20 milhões de reais que seriam usados no caixa eleitoral. Youssef disse que chegou a marcar uma segunda conversa para tratar da operação, mas o negócio não foi adiante porque ele foi preso dias depois. Esse trecho ainda não foi formalizado às autoridades.


Crédito: Broglio/AP/VEJA
ATÉ A MÁFIA FALOU - Tommaso Buscetta, o primeiro mafi oso a fazer delação premiada. Na Sicília, seu sobrenome virou xingamento
​Quem delata pode mentir?
Alexandre Hisayasu
A delação premiada tem uma regra de ouro: quem a pleiteia não pode mentir. Se, em qualquer momento, fi car provado que o delator não contou a verdade, os benefícios que recebeu como parte do acordo, como a liberdade provisória, são imediatamente suspensos e ele fica sujeito a ter sua pena de prisão aumentada em até quatro anos.
Para ter validade, a delação premiada precisa ser combinada com o Ministério Público e homologada pela Justiça. O doleiro Alberto Youssef assinou o acordo com o MP no fi m de setembro. Desde então, vem dando depoimentos diários aos procuradores que investigam o caso Petrobras. Se suas informações forem consideradas relevantes e consistentes, a Justiça - nesse caso, o Supremo Tribunal Federal, já que o doleiro mencionou políticos - homologará o acordo e Youssef será posto em liberdade, como já ocorreu com outro delator envolvido no mesmo caso, Paulo Roberto Costa. O ex-diretor da Petrobras deu detalhes ao Ministério Público e à Polícia Federal sobre o funcionamento do esquema milionário de pagamento de propinas que funcionava na estatal e benefi ciava políticos de partidos da base aliada do governo. Ele já deixou a cadeia e aguarda o julgamento em liberdade. O doleiro continua preso.
Até o ano passado, a lei brasileira previa que o delator só poderia usufruir os benefícios do acordo de delação ao fi m do processo com o qual havia colaborado - e se o juiz assim decidisse. Ou seja, apenas depois que aqueles que ele tivesse incriminado fossem julgados é que a Justiça resolveria se o delator mereceria ganhar a liberdade. Desde agosto de 2013, no entanto, esses benefícios passaram a valer imediatamente depois da homologação do acordo. “Foi uma forma de estimular a prática. Você deixa de punir o peixe pequeno para pegar o grande”, diz o promotor Arthur Lemos Júnior, que participou da elaboração da nova lei.
Mais famoso - e prolífero - delator da história recente, o mafi oso Tommaso Buscetta levou à cadeia cerca de 300 comparsas. Preso no Brasil em 1983, fechou acordo com a Justiça italiana e foi peça-chave na Operação Mãos Limpas, responsável pelo desmonte da máfi a siciliana. Depois disso, conseguiu proteção para ele e a família e viveu livre nos Estados Unidos até sua morte, em 2000.


Professor Edgar Bom Jardim - PE