terça-feira, 23 de agosto de 2011

Brasileiros contam como passaram pelo terremoto na Costa Leste dos Estados Unidos

Em um país que ainda vive sob o espectro de uma ameaça terrorista, é até compreensível que um raro terremoto de 5,9 pontos na escala Richter seja confundido com um bombardeio. Foi essa a primeira sensação que o brasileiro Felipe Palha teve nesta terça-feira, quando parte da Costa Leste dos EUA foi sacudida por tremores de terra.

“O prédio onde eu trabalho na Park Avenue começou a tremer. Fui na janela e ouvi barulho de sirenes, todo mundo estava nas janelas. Achei que tinham explodido uma bomba na estação da linha 6 na 33rd ou em Grand Central”, relatou, direto de Nova Iorque, na página do GLOBO no Facebook.

A resposta para as primeiras especulações veio por meio de uma voz mais experiente, segundo ele: “Todo mundo estava assustado até uma assistente mais velha no escritório falar que se lembrava de algo parecido em um terremoto em Westchester (condado do Estado de Nova Iorque) há 25 anos”, disse.

Fortes tremores naquela região se tornaram tão raros que poucos sabiam como agir, principalmente os imigrantes recém-chegados, como a brasileira Luiza Castro de Sá, que se mudou para Nova Iorque em julho para estudar produção cinematográfica. Ela contou ao Eu-repórter que estava vendo TV de pijama na hora do terremoto.

“No começo, eu pensei que era o trem que tem aqui do lado de casa que estava passando. Mas aí começou a tremer muito, a TV balançava, e eu me toquei que poderia ser um terremoto. Como nunca tinha passado por essa situação, não soube como agir. Não sabia se trocava de roupa, se fazia uma mala com roupas e tal ou se largava tudo e saía correndo de pijama mesmo”, relatou ela que, após tantas indecisões, percebeu a diminuição do tremor e optou por continuar em casa.

Após o prédio em que trabalha em Nova Iorque sacudir, Renata Alves foi dispensada do trabalho. Ao pegar o ônibus, percebeu que não fora a única a sair mais cedo: “Todos estão no telefone falando sobre o terremoto. Não houve feridos ou danos materiais, mas dá para sentir no ar que os nervos estão à flor da pele".

A sorte de Flávia Paródia é que ela ainda estava na sala de espera do dentista quando tudo em volta começou a balançar. “Foi um susto muito grande”, disse ela no Facebook do GLOBO. A princípio, Paródia pensou que era um problema no prédio, que parecia desmoronar. A fotógrafa, que mora na Filadélfia, afirmou ainda que os celulares pararam de funcionar por alguns minutos.

Também na Filadélfia, Davi da Silva relatou no Facebook do jornal que matava as saudades de um típico churrasco brasileiro na hora do terremoto. “Linguiça, copo, picanha, caipirinhas... tudo no chão.”

Da Agência O Globo

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Semana Municipal da Pessoa com deficiência : Caminhada pela Inclusão

 Hoje, 22 de agosto de 2011,as Escolas de Bom Jardim participam da caminhada em comemoração a "Semana Municipal de Valorização da Pessoa com deficiência juntos à Educação Especial.






























Fotos: Fabiano da Silva

Chico Alencar - PSOL- eleito o melhor deputado pelos jornalistas do Brasil



Charge

Por Samuca   Fonte:diariodepernambuco.com
Arte de Arte /DP/D.A Press

Mádica responsável por fixar seringa na grade casa será avaliada


A Secretaria de Saúde do Distrito Federal informou nesta segunda-feira (22), por meio de nota, que a médica responsável por fixar seringas na grade de casa e escrever em um cartaz “Muro com sangue HIV positivo – não pule”, será encaminhada para avaliação clínica quando retornar às atividades no Hospital Regional do Paranoá.
Segundo a Secretaria de Saúde, a médica está em abono anual e retorna às atividades nesta terça-feira (23). De acordo com a Lei 1.303, o servidor tem direito a cinco dias de abono ao ano, quando não tiver mais de cinco faltas injustificadas no período de um ano.
A direção do Hospital Regional do Paranoá  informou que, caso a servidora tenha se apropriado de material que pertence à secretaria, será aberto um processo de sindicância para apurar os fatos.
Fonte:g1.com

Tricampeão:Chico Alencar é Eleito o Melhor Deputado do Brasil


O líder da bancada do PSOL na Câmara dos Deputados, Chico Alencar (RJ) foi eleito pela terceira vez consecutiva o melhor deputado do Brasil. A indicação foi feita por 267 jornalistas que participaram como jurados no prêmio Congresso em Foco, realizado pelo portal de mesmo nome.
Ao todo, são 25 indicados. Dos 267 votos possíveis, Chico Alencar recebeu 120. Além de Chico, outro deputado do PSOL-RJ ficou com a terceira colocação, Jean Wyllys, com 74 votos. Ivan Valente (SP), também do PSOL, ficou na oitava colocação.
Um parlamentar em terceiro mandato e dois estreantes na Câmara são os melhores deputados de 2011, segundo os jornalistas que cobrem o Congresso. O veterano Chico Alencar (PSOL-RJ) e os novatos Reguffe (PDT-DF) e Jean Wyllys (PSOL-RJ) foram os que mais bem representaram a população na Casa este ano, na avaliação da maioria dos 267 profissionais de imprensa, de 55 veículos, que votaram na primeira etapa do Prêmio Congresso em Foco.
Pelo terceiro ano consecutivo, Chico Alencar foi o mais votado na primeira fase da premiação. Ele obteve 120 votos, dois a mais que Reguffe. Jean Wyllys obteve 74 votos e ficou na terceira colocação. Os três abrem a lista dos 25 deputados finalistas do Prêmio Congresso em Foco 2011. A classificação final será definida pelo internauta, em votação que começa na internet na próxima segunda-feira (22).
A relação dos finalistas é rica em diversidade: reúne nomes de oito partidos políticos, de sete estados e do Distrito Federal. Combina lideranças do governo e da oposição. E mistura experientes congressistas como Miro Teixeira (PDT-RJ) e Roberto Freire (PPS-SP) com revelações como o ex-craque Romário (PSB-RJ) e o Delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), dois debutantes na vida política. Dos 25 finalistas, nove não estavam na legislatura passada. Desses, sete são novatos na Casa.
Veja a relação dos deputados finalistas do Prêmio Congresso em Foco 2011 e os votos de cada um:
Chico Alencar (PSOL-RJ) – 120 votos
Reguffe (PDT-DF) – 118 votos
Jean Wyllys (PSOL-RJ) – 74 votos
Manuela D’Ávila (PCdoB-RS) – 65 votos
Aldo Rebelo (PCdoB-SP) – 41 votos
ACM Neto (DEM-BA) – 37 votos
Domingos Dutra (PT-MA) – 37 votos
Ivan Valente (PSOL-SP) – 36 votos
Luiza Erundina (PSB-SP) – 32 votos
Romário (PSB-RJ) – 31 votos
Erika Kokay (PT-DF) – 24 votos
Cândido Vaccarezza (PT-SP) – 22 votos
Marco Maia (PT-RS) – 20 votos
Miro Teixeira (PDT-RJ) – 18 votos
Jandira Feghali (PCdoB-RJ) – 18 votos
Delegado Protógenes (PCdoB-SP) – 17 votos
Dr. Rosinha (PT-PR) – 16 votos
Duarte Nogueira (PSDB-SP)– 16 votos
Vicentinho (PT-SP) – 16 votos
Alfredo Sirkis (PV-RJ) – 15 votos
Henrique Fontana  (PT-RS) – 14 votos
Carlos Sampaio (PSDB-SP) – 13 votos
Mara Gabrilli (PSDB-SP) – 12 votos
Paulo Teixeira (PT-SP) – 12 votos
Roberto Freire (PPS-SP) – 12 votos
Fonte: PSOL Nacional  Por Blog Professor Edgar Bom Jardim- PE 

Randolfe Rodrigues (PSOL) Entre os Melhores Senadores do Brasil


O senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) foi eleito entre os onze melhores senadores do Brasil na sexta edição do Prêmio Congresso em Foco – permaneceram 11 na lista porque houve empate no décimo lugar. Estreante na mais alta câmara do país, Randolfe obteve 45 votos, ficando na sétima posição. O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) foi o mais votado pelo segundo ano consecutivo. O prêmio resulta da avaliação de jornalistas que cobrem as atividades do Congresso Nacional, e elegem os parlamentares que melhor exerceram seus mandatos no ano.
A partir desta segunda-feira (22), os eleitos no Senado e na Câmara dos Deputados concorrerão ao prêmio de melhor parlamentar do Congresso, segunda etapa do Prêmio Congresso em Foco, através de votação livre dos internautas pelo site do Congresso em Foco. A ideia é movimentar a opinião pública em torno do trabalho do Poder Legislativo brasileiro, colocando em evidência aqueles que mais se destacam positivamente.
Randolfe Rodrigues marcou sua presença no Senado logo na chegada, imprimindo ousadia ao se lançar candidato à presidência da Casa, quando havia em curso um acordo favorecendo a candidatura única de José Sarney (PMDB-AP). Em seguida ganhou o respeito dos decanos do Senado a se posicionar de forma independente nos temas centrais em debate. Votou e se pronunciou com a base de apoio ao governo quando considerou importante para o país, e agiu com contundência e firmeza quando discordou do governo federal.
Em seis meses de mandato Randolfe conseguiu assumir bandeiras importantes para o país e para seu estado como a repactuação do Fundo de Participação dos Estados – FPE, seu primeiro projeto de Lei, que pretende fazer justiça às unidades da federação com maiores dificuldades de arrecadação e menores índices sociais, trazendo mais R$ 600 milhões por ano para o Amapá. Propôs e conseguiu aprovação para a CPI do ECAD, atendendo ao clamor de milhares de compositores e produtores culturais brasileiros excluídos do nebuloso sistema de arrecadação e distribuição de direitos autorais vigente no país.
Assumiu a bandeira da Reforma Política com Participação Popular e a defesa do Código Florestal; vem conseguindo avanços consideráveis para a chegada da banda larga no Amapá; integra a Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, apoiando as ações da presidente Dilma Roussef e dos órgãos de fiscalização do dinheiro público; atua fortemente para solucionar os problemas diplomáticos entre a França e o Brasil na fronteira do Amapá com a Guiana Francesa. Nesse sentido, trabalha pela constituição do arco norte de desenvolvimento para a Amazônia, envolvendo os países do platô das guianas, a Venezuela e o Caribe.
O prêmio
Nem todos os políticos são iguais. É esse o recado central do Prêmio Congresso em Foco. Desde sua criação, em 2066, o prêmio tem revelado que o Brasil tem políticos sérios e que realmente trabalham. Na primeira fase quem vota são os jornalistas que atuam na cobertura do trabalho parlamentar. Os 25 deputados federais e dez senadores mais votados nas categorias gerais – “melhor senador” e “melhor deputado” e os cinco parlamentares mais votados em cada uma das categorias especiais passam à segunda etapa de votação, na internet. Foram 267 jornalistas, de 55 veículos de comunicação, os responsáveis pelo resultado.
As cinco categorias especiais são: parlamentar de futuro (com menos de 45 anos); destaque em defesa da saúde; destaque em defesa da segurança jurídica; destaque em defesa dos municípios; destaque em defesa dos direitos do consumidor e destaque em defesa da democracia e cidadania.
Participaram da votação representantes dos veículos: A Crítica (Manaus); Agência Amazônia de Notícias; Agência Brasil; Agência Câmara; Agência Congresso; Agência Estado; Agência Leia; Agência Política Real; Agência Senado; A Tarde; Blog do Noblat; Brasil 247; Carta Capital; CBN; Congresso em Foco; Correio Braziliense; EBC; Estado de São Paulo; Fator Ecológico; Folha de S. Paulo; G-1; Globo News; Hoje em Dia; IG; IstoÉ; IstoÉ Dinheiro; Jornal Brasil Cidade; Jornal da Câmara; NBR/Voz do Brasil; O Globo; Olhar Direto; Política Real; Rádio Acaerte (Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão); Rádio Bandeirantes; Rádio Câmara; Rádio Gaúcha; Rádio Senado; Rádio Tupi; Rádioweb; Rádio Z; RBS; SBT; Terra; TV Band; TV Brasil; TV Brasil Internacional; TV Câmara; TV Globo; TV Record; Ucho Info; UOL; Valor Econômico; Veja; Veja.com; Zero Hora.
A seguir a relação completa dos senadores finalistas do Prêmio Congresso em Foco:
Cristovam Buarque (PDT-DF) – 108 votos
Pedro Simon (PMDB-RS) – 99 votos
Paulo Paim (PT-RS) – 74 votos
Demóstenes Torres (DEM-GO) – 66 votos
Eduardo Suplicy (PT-SP) – 54 votos
Pedro Taques (PDT-MT) – 49 votos
Randolfe Rodrigues (Psol-AP) – 45 votos
Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) – 43 votos
Ana Amélia (PP-RS) – 39 votos
Lindberg Farias (PT-RJ) – 35 votos
Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) – 35 votos

*Por Márcia Corrêa – Assessoria de Imprensa
Fonte: PSOL Nacional  Por Blog Professor Edgar Bom Jardim-PE

Paim:direitos dos trabalhadores correm risco no Congresso


O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), senador Paulo Paim (PT-RS), quer maior envolvimento das centrais sindicais na nova campanha por aumento do valor das aposentadorias. Paim disse que as centrais devem considerar que os trabalhadores da ativa também correm o risco de passar a ter suas aposentadorias desvalorizadas até ser corresponderem apenas ao salário mínimo.
- Podem escrever que é verdade. Por isso, é fundamental o apoio dos trabalhadores da ativa. Teremos que fazer vigília para que o Orçamento [de 2012] seja contemplado com recursos para a valorização dos benefícios dos aposentados - justificou.
O apelo foi feito durante audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), nesta segunda-feira (22). Paim, que preside a CDH, foi o autor do requerimento para debate que focalizou a relação entre a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) e os Direitos Humanos. Na mesma linha dos discursos dos sindicalistas que participaram do evento, Paim considerou que os trabalhadores estão sendo cada vez ameaçados por projetos de lei que reduzem direitos.
- Não tenho dúvida de os trabalhadores estão em risco no Congresso. Além de não avançarmos, pode também haver retrocessos - avaliou.
Paim citou propostas de sua autoria que, por falta de sensibilidade dos parlamentares, estão demorando ser decididas. Algumas já foram aprovadas pelo Senado e agora estão paradas na Câmara, como o PLS 177/07, que trata da estabilidade no emprego para o dirigente sindical, e o PLS 296/03, que acaba com o fator previdenciárioEntenda o assunto.
- Se bobear, passa aqui no Congresso a flexibilização da CLT! É inaceitável que se tenha que negociar o que já está assegurado na CLT - afirmou.
Ainda sobre o Fator Previdenciário, Paim destacou a ausência de isonomia no tratamento aplicado aos trabalhadores do setor privado e ao funcionalismo dos três Poderes. Ao se aposentarem, conforme assinalou, os servidores não são alcançados pelo redutor aplicado às aposentadorias.
- E somos nós que pagamos os altos salários [dos servidores]. Por que [o fator previdenciário] só se aplica aos mais pobres?
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), que esteve na audiência, também criticou a falta de apoio a projetos a favor dos trabalhadores. Disse que muitos parlamentares entram para vida política usando dinheiro na véspera dos pleitos para angariar votos, sem verdadeira vinculação com as necessidades dos eleitores. Depois de eleitos, rejeitam qualquer proposta que "represente um mínimo de avanço para os trabalhadores".
Fonte: agênciasenado.gov.br   Por Blog Professor Edgar Bom Jardim-PE

ARTIGO - Por LUIZ CARLOS MENDONÇA DE BARROS - Uma nova rodada de pessimismo

Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista, é diretor-estrategista da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações. 

Os mercados financeiros voltaram a viver verdadeiro pânico nos últimos dias. Os indicadores de volatilidade dos principais ativos atingiram novas máximas, trazendo de volta os piores momentos vividos em julho de 2008 com a quebra do banco americano Lehman Brothers. Esse novo momento de pânico - iniciado com a divulgação do crescimento medíocre do Produto Interno Bruto (PIB) na primeira metade do ano - mostra que as tentativas de estabilizar a maior economia do mundo não conseguiram até agora afastar o fantasma da volta de uma recessão.

E se isso ocorrer, a Europa, que luta ainda sem muito sucesso para evitar uma desagregação econômica entre seus membros, também mergulhará na recessão. A sincronização no chamado G-7 de um novo período de fraqueza econômica certamente terá reflexos negativos na parte do mundo que cresce, criando as condições para uma recessão global. Esse quadro é que compõe o pano de fundo destes últimos momentos de pânico.

O rebaixamento da qualidade do crédito dos títulos públicos americanos pela agência Standard & Poor's (S&P), apontado por muitos como o ponto central por trás do colapso dos preços nos mercados, teve apenas uma importância secundária na crise dos mercados. A questão que assusta e divide o mercado hoje está relacionada ao cenário de crescimento econômico nos Estados Unidos nos próximos dois anos. É sobre isto que trago minhas reflexões ao leitor do Valor.

Nos Estados Unidos o quadro de hoje também é o de uma reação muito frágil a todas as medidas tomadas

Em primeiro lugar registro minha profunda decepção pela volta de um crescimento abaixo do potencial nos Estados Unidos. Tinha a convicção de que as medidas fiscais e monetárias tomadas pelo governo Obama e pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano), ao longo do ano de 2010, estavam corretas e que seria uma questão de tempo para que a economia se recuperasse. Os números do PIB divulgados recentemente mostram que eu estava errado. E não foram problemas pontuais, como o aumento dos preços do petróleo por conta da guerra civil na Líbia e o terremoto no Japão, as causas principais desse erro.

São questões estruturais, como a pouca funcionalidade do mercado de crédito bancário - mesmo depois de todo o apoio recebido no Troubled Asset Relief Program (Tarp) - e a fraqueza do mercado imobiliário mesmo depois de quedas expressivas de preços, que explicam esse fato. Também as pequenas e médias empresas que representam parcela importante do tecido produtivo americano não recuperaram sua dinâmica anterior à crise de 2008. Acompanhado por pesquisa abrangente de uma associação do setor, o quadro de hoje também é o de uma reação muito frágil a todas as medidas tomadas.

Por tudo isto é que não há outra alternativa senão uma nova rodada de estímulos fiscais - maiores gastos e menos impostos - para tentar recolocar a economia em uma rota moderada de crescimento. Mas esse caminho só poderá ser trilhado em conjunto com uma proposta de ajuste fiscal de longo prazo e que mostre uma estabilização da relação dívida/PIB. Sem essa garantia, qualquer movimento do governo na direção de mais estímulos fiscais vai levar as outras duas agências de risco - e que mantiveram a nota AAA para a dívida americana - a acompanhar a S&P e provocar um terremoto financeiro no mundo todo.

Com o legislativo americano dividido entre uma Câmara de Representantes controlada pelo Partido Republicano e um Senado nas mãos dos democratas, no momento em que já se vive o clima das eleições presidenciais do próximo ano, um programa fiscal da complexidade exigida por este momento parece um sonho impossível. Será preciso que a comissão especial criada nas duas casas legislativas inicie seus trabalhos para podermos avaliar o grau de cooperação política depois do vexame da questão do limite de endividamento do governo.

Sem a ajuda da política fiscal, a responsabilidade por manter um mínimo deestímulo à economia vai ficar por conta do Fed e de algumas forças anticíclicas demercado. O banco central americano já deu uma contribuição importante ao se comprometer a manter os juros próximos de zero nos próximos dois anos. Com essa medida o Fed garantiu que o crédito às empresas e ao consumidor continuará barato por um longo período. Mas não depende dele a outra condição - crédito farto - para que uma economia de mercado se recupere de um período de baixo crescimento. Como o sistema bancário continua seu processo de enxugamento, a eficácia dessa medida será muito baixa no futuro. Mas é o que está hoje ao alcance da autoridade monetária.

Com a ameaça de uma nova fase recessiva, os preços de vários produtos primários - o petróleo é o mais importante - tiveram quedas fortes, aliviando a questão da inflação no mundo emergente principalmente. No caso do petróleo, a queda dos preços nos EUA equivale para os consumidores a uma redução de impostos pois aumenta a renda disponível para o consumo de outros produtos.

Esses dois movimentos - manutenção dos juros baixos por dois anos e a queda dos preços de commodities- representam forças que têm um efeito positivo para a expansão da demanda no futuro próximo. Confesso que não sou otimista em relação a isso.

Fonte:www.itamaraty.gov.br      Por Blog professor edgar Bom Jardim-PE

domingo, 21 de agosto de 2011

Intolerável Por MARINA SILVA


Corrupção mata. Entender isso é fundamental para atacar um dos males que mais empatam o desenvolvimento socioeconômico e político do Brasil. Ainda há quem não veja a conexão entre corrupção e violência, mas elas estão intimamente ligadas.
Da mesma forma, devemos entender que a baixa eficiência e o mau funcionamento dos serviços do Estado estão tremendamente relacionados à cultura da corrupção, ao patrimonialismo, à falta de transparência e à baixa capacidade de mobilização social.
A morte da juíza Patrícia Acioli, no Rio, não é apenas um crime brutal. A execução de uma servidora pública correta e rigorosa com os crimes, principalmente os cometidos por agentes públicos, revela a força que as máfias têm no país. E o tamanho que elas adquiriram, graças à corrupção.
Quando a propina chancela e incentiva o desvio de conduta, torna-o cada vez maior. E chega a um ponto em que vê na lei um obstáculo que precisa ser removido, tirando do caminho quem a faz cumprir.
É na má política que se choca o ovo da serpente da violência policial e das relações espúrias entre poder de Estado e delinquência. Quem assistiu aos filmes de José Padilha “Tropa de Elite” e “Tropa de Elite 2″ pode ver como a propina de todo dia fortalece a mão que aperta o gatilho contra os inocentes.
A morte de Patrícia Acioli é uma afronta ao Estado democrático de Direito. Ela não é apenas mais uma vítima. Era alguém que, no desempenho de suas funções, buscava combater a barbárie de grupos que querem controlar a vida de quem mora na periferia e, claro, o próprio Estado.
Matar uma juíza revela enorme convicção da própria impunidade. É uma declaração de guerra às leis, à democracia e à sociedade. Assim como é inaceitável que o Brasil conviva com a execução de uma juíza, também não é mais tolerável convivermos com o nível de corrupção que tem marcado o nosso país.
Vemos, na mídia, como a Índia, país com problemas maiores do que os nossos, desperta vigorosamente para o combate à corrupção. E o que falta para o Brasil? Quanto mais indignada for a resposta da sociedade aos escândalos e aos homicídios de cada dia, maior será o poder de reação contra essas mazelas no âmbito do próprio Estado.
A autoridade pública da menor à maior se sentirá fortalecida e incentivada a agir contra a corrupção, que é, em si, uma forma de violência contra a coletividade.
A faxina, então, deixa de ser rápida, como se faz quando chega uma visita inesperada, e passa a ser permanente, vigorosa, profunda. É desse nível de exigência que precisamos. Se nos acostumarmos a deixar barato, perderemos o controle do que é público, do que é de todos nós.
* Artigo da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva publicado originalmente na Folha de S. Paulo em 19 de agosto de 2011.   Fonte:www.minhamarina

Nove vereadores com aviso- prévio

Com pouco mais de um mês para o prazo de filiações, pelo menos nove integrantes da Câmara do Recife deverão trocar de partido se quiserem disputar a reeleição. Isso porque seus dirigentes já negaram legenda aos mesmos. E não são poucos os “vereadores do aviso-prévio”, expressão que tem circulado no Legislativo. O PHS negou espaço a Estéfano Menudo e Jairo Britto. O PTC adotou a mesma tática com Marcos Di Bria, Alexandre Lacerda e Sérgio Magalhães - este último já fincou sua adesão ao PSD, assim como Gilvan Cavalcanti (PMN). Outros que estariam sem apoio de suas legendas foram Amaro Cipriano, o Maguari (PDT); Vicente André Gomes (PCdoB) e Rogério de Lucca (PSL).

As justificativas para as decisões variam em cada partido. O PTC alega que os três parlamentares já estavam negociando com outras legendas. Como Magalhães será um dos fundadores do PSD, não corre risco de ter o mandato solicitado pelos dirigentes, privilégio do qual não gozam Bria e Lacerda. Ligados ao PTdoB e PRTB, respectivamente, os dois têm suas situações indefinidas. Nos bastidores, circulou a versão de que o partido queria a saída de ambos para pedir o mandato, já que o primeiro suplente é o dirigente municipal, Marco Aurélio Medeiros.

No PHS, o vereador e presidente municipal Edmar de Oliveira alega que os dois vereadores “não entraram em sintonia” com a sigla. “Eles não ajudaram os candidatos do partido a deputado, não participaram efetivamente da vida partidária. Por isso, o PHS achou por bem alertá-los, e eles vão tomar os destinos deles”, explicou Edmar. Segundo informações de bastidores, Menudo iria para o PP, enquanto Jairo estaria de malas prontas para o PT.

Quando os partidos negam legenda, os vereadores têm que correr atrás de espaço - ou abdicar da reeleição. Maguari argumenta que não foi avisado oficialmente de que não interessaria mais ao PDT, mas já ouviu “versões oficiosas” de que seria sacado. “Vou conversar, na próxima semana, com o presidente estadual do PDT, o prefeito (de Caruaru) José Queiroz. Se for o caso de ter que sair, vou conversar com outros partidos para ver o meu futuro. Mas não é fácil, pois com a votação que tive em 2008 (7.493 votos), os partidos que estão montando suas chapinhas, com candidatos de dois mil votos, me rejeitam. Não entrarei em partido para atropelar ninguém. Se não tiver jeito, posso até não ser candidato”, lamenta. Fonte: folhape.com