sábado, 8 de julho de 2017

O que o Brasil compra - e o que vende - da isolada Coreia do Norte


Bandeiras do Brasil e da Coreia do Norte
Image captionSegundo dados da ONU, Brasil foi 8º maior importador de produtos norte-coreanos do mundo no ano passado

Se, ao leste, do outro lado do Pacífico, está seu arqui-inimigo, os Estados Unidos, ao sudeste, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, tem um aliado, pelo menos do ponto de vista comercial.
Único nas Américas a manter embaixadas nas duas Coreias, o Brasil foi, no ano passado, o 8º país que mais comprou produtos vindos da Coreia do Norte, indicam dados compilados pela ONU.
Durante o período, o comércio bilateral totalizou US$ 10,75 milhões (cerca de R$ 36 milhões em valores atuais).
Apesar de significativo para a isolada Coreia do Norte, contra a qual pesam sanções econômicas devido à manutenção de seu programa nuclear e de seus testes balísticos, o volume negociado entre os dois países é o menor desde 2000.
Também está bem abaixo do recorde de 2008, quando o intercâmbio comercial (soma das importações e exportações) foi quase 40 vezes maior do que o do ano passado (US$ 375,2 milhões).
A BBC Brasil apurou que essa redução se deu, principalmente, pelo medo de exportadores brasileiros serem retaliados por potências ocidentais e seus aliados ao negociarem com a Coreia do Norte.
Essas empresas temem que, ao venderem produtos para o isolado país, possam perder contratos importantes - e financeiramente mais vantajosos - com Estados Unidos e Japão, por exemplo.
Sanções impostas pela ONU proíbem a exportação de armas, minerais e bens de luxo para a Coreia do Norte. Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão e União Europeia impuseram sanções próprias semelhantes.

'Potência nuclear'

Na última terça-feira, no dia da Independência dos Estados Unidos, o governo norte-coreano anunciou que havia lançado com sucesso seu primeiro míssil balístico intercontinental.
Segundo especialistas, o projétil poderia atingir o Estado americano do Alasca.
A televisão estatal norte-coreana divulgou imagens do teste, chamado de "presente aos Estados Unidos", e anunciou que o feito põe o país no patamar de "potência nuclear", agora capaz de "atingir qualquer parte do mundo".
No dia seguinte, os Estados Unidos e um de seus aliados asiáticos, a Coreia do Sul, conduziram, em retaliação, um teste de mísseis no território do sul-coreano.
Autoridades dos dois países emitiram, então, um comunicado destacando que a moderação "é tudo o que separa a trégua da guerra".
Na sequência, os americanos convocaram uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, onde anunciaram que pretendem apresentar um conjunto de sanções ao país asiático e elevaram o tom do discurso.
"Podemos usar (nossas forças militares) se precisarmos", alertou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.
A relação conflituosa entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos e seus aliados asiáticos não é recente, mas o lançamento bem-sucedido de um míssil que poderia chegar à fronteira americana aumenta a preocupação quanto a um potencial confronto armado.

Michel Temer e Kim Jong-unDireito de imagemAFP
Image captionComércio entre Brasil e Coreia do Norte totalizou cerca de R$ 36 milhões em 2016

Produtos

No ano passado, o Brasil exportou à Coreia do Norte US$ 2 milhões em produtos, segundo dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
O café torrado (47% do total) foi o principal item vendido, seguido por fumo, couros e peles, além de carne bovina desossada e congelada.
Do lado das importações, o país comprou cerca de US$ 8,7 milhões dos norte-coreanos, em sua maioria peças de computador, como placas de memória digital (41% do total).
A BBC Brasil entrou em contato com algumas empresas brasileiras listadas como exportadoras de produtos à Coreia do Norte. Duas delas afirmaram que nunca venderam ao país e não sabem como apareceram nas planilhas de comércio divulgadas pelo Mdic.
Questionado pela reportagem, o ministério afirmou, em nota, que "devem ter ocorrido erros no preenchimento no sistema".
"Provavelmente, devido à semelhança do nome do país com 'Coreia do Sul' e a proximidade dos dois códigos, devem ter ocorridos erros no preenchimento de dados no sistema. Destacamos, mais uma vez, que o registro efetuado é de reponsabilidade dos operadores, exportadores e importadores e são informações de caráter declaratório", alegou o Mdic.
A China continua sendo a principal aliada econômica da Coreia do Norte, sendo responsável por mais de 80% tanto das importações quanto das exportações do país.
Outros produtos norte-coreanos têm como destino Índia, Filipinas e Paquistão.
Na outra ponta, depois da China, a Coreia do Norte compra da Índia, Rússia e Filipinas.

Embaixada do Brasil em PyongyangDireito de imagemMRE
Image captionBrasil mantém embaixada na capital norte-coreana, Pyongyang, desde 2009

Relações diplomáticas

Brasil e Coreia do Norte estabeleceram relações diplomáticas em 2001, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em 2005, o governo norte-coreano inaugurou sua embaixada em Brasília.
Quatro anos depois, foi a vez de o Brasil fazer o mesmo na capital norte-coreana, Pyongyang.
Desde julho do ano passado, contudo, a representação diplomática brasileira não tem um embaixador e é chefiada por um diplomata que exerce a função de encarregado de negócios.
Ele é único membro do corpo diplomático no posto, com exceção de oficiais de chancelaria enviados periodicamente em caráter temporário.
Além disso, diferentemente do que acontece no exterior, a embaixada do Brasil em Pyongyang não tem, entre as suas atribuições, a promoção comercial, limitando-se à "observação política in loco".

Ajuda humanitária e cooperação técnica

Isolada do resto do mundo e prejudicada pelas sanções econômicas, a Coreia do Norte é particularmente afeita a desastres naturais e fenômenos climáticos extremos, como secas e enchentes, ocasionando a quebra de colheitas.
Por causa disso, o Brasil realizou "três iniciativas de ajuda humanitária ao país - todas por meio do Programa Mundial de Alimentos da ONU: em abril de 2010, doação pecuniária, no valor de US$ 200 mil; em dezembro de 2011, doação de 16,5 mil toneladas de milho; e, entre abril e maio de 2012, doação de 4.600 toneladas de feijão", informou o Itamaraty.
Os dois países também já conduziram projetos de cooperação técnica.
A última missão de técnicos brasileiros à Coreia do Norte foi realizada em 2010, seguida, em 2011, por uma missão norte-coreana integrada por quatro técnicos, que receberam treinamento sobre plantio de soja na Embrapa em Piracicaba e Londrina.
De acordo com o Itamaraty, recentemente, o governo norte-coreano solicitou um novo projeto de cooperação técnica com o Brasil na área de capacitação de técnicos para manutenção de maquinário agrícola.
"A referida iniciativa tem sua viabilidade sendo considerada pelo Itamaraty e pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC), haja vista seu propósito humanitário de contribuir para a segurança alimentar do país", acrescentou o órgão.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 7 de julho de 2017

FIG 2017: De 20 a 29 de julho, o FIG mais uma vez carimba com qualidade a agenda cultural de Pernambuco, com atrações para todos os públicos

O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em sua 27ª edição, ocupará mais uma vez diversos espaços da cidade, com uma rica e diversa programação de música, teatro, dança, circo, cinema, artes visuais, literatura, artesanato, cultura popular e muitas outras formas de expressões artísticas. Tendo como homenageado deste ano o cantor e compositor Belchior – cuja poética ilustrará toda parte visual e decorativa do FIG  - o evento também entrará nas celebrações pelo centenário de Hermilo Borba Filho, cujas homenagens marcarão o conceito da Praça da Palavra. O FIG também fortalece a memória de Ariano Suassuna, levando seu nome ao Palco de Cultura Popular Ariano Suassuna, como passará a ser chamado daqui por diante, e que receberá, durante oito dias, um recorte das mais diversas expressões da cultura popular de Pernambuco.
Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundarpe, o FIG conta com a parceria da Prefeitura de Garanhuns e apoio da CEPE Editora, Sesc e Sebrae, além do Virtuosi e do Conservatório Pernambucano de Música. “O Festival de Inverno de Garanhuns é um momento onde todas as expressões da arte se encontram para uma festa de celebrações e trocas. É um festival que dialoga com a nossa política de fortalecimento de todos os segmentos da cultura, chamando atenção para artistas e grupos que estão produzindo coisas novas, fazendo deste evento sempre um momento não só de entretenimento para o grande público, mas também um espaço para que as pessoas possam conhecer novas tendências e ter experiências de fruição não apenas na música, como também nas artes plásticas, teatro, dança, literatura, fotografias e todas as outras linguagens que estarão representadas”, coloca Marcelino Granja, secretário de Cultura de Pernambuco.
Praticamente 100% da grade de atrações do FIG foi composta pelas propostas artísticas selecionadas da Convocatória lançada pela Secretaria de Cultura e Fundarpe. A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, destaca a ampliação do projeto Som na Rural, do Outras Palavras, a mostra de Teatro na Galeria Galpão, as ações na área de gastronomia, que tem crescido muito em Pernambuco. Acontecerão oficinas e debates nesta área. Também ressalta o encontro de produtores de grandes festivais que se encontrarão em Garanhuns durante o FIG, a presença do hip hop na grade do evento e, mais uma vez, a valorização da Cultura Popular, com a participação expressiva dos Nossos Patrimônios Vivos na programação. “A programação deste ano está maravilhosa, com um recorte não só do que está acontecendo na cena nacional, mas comprovando a força e a riqueza da produção dos artistas pernambucanos. Quem for ao FIG comprovará essa cena, que na nossa visão é reflexo do próprio processo de construção do festival, feito de forma coletiva, com a participação dos conselhos de cultura e das comissões”, ressaltou Márcia.
A abertura do festival, na quinta (20), será no Teatro Luiz Souto Dourado, com a cantora pernambucana Isadora Melo, e participação especial dos músicos Maurício Tizumba (MG), Lui Coimbra (RJ) e Mona Gadelha (CE). O Reisado de Garanhuns também emprestará mais brilho à noite de abertura do FIG.
MESTRE DOMINGUINHOS - Na sexta-feira, primeiro dia do palco Mestre Dominguinhos, acontece o Tributo a Belchior, o grande homenageado do FIG 2017. O concerto contará com a participação de Ednardo (CE), Vanusa (SP), Lira (PE), Cida Moreira (SP), Tulipa Ruiz (SP), Isaar (PE), Fernando Catatau (CE), Juvenil Silva (PE),  Renata Arruda (PB), Gabi da Pele Preta (PE). Antes deles, o palco receberá a cantora Amanda Back, às 20h, e também show com Geraldo Azevedo, às 22h30. O VJ Gabriel Furtado garantirá as imagens que ilustrarão todos os shows que acontecerão no palco Dominguinhos.
No sábado, o palco Mestre Dominguinhos receberá uma das artistas mais importantes da música brasileira. Baby do Brasil chega com o eletrizante show Baby do Brasil Experience, que traz grandes sucessos da sua carreira, tais como Sem Pecado e Sem JuízoCósmicaTelúricaMenino do Rio e Todo Dia Era Dia de Índio. Antes de Baby, o palco será de artistas que representam a música de tradição pernambucana: Maciel Salu (filho do saudoso Mestre Salu) e Adiel Luna e Mestre Bule Bule, que vem encantando plateia com show de poesia popular e viola.
Outros importantes nomes da cena autoral pernambucana e brasileira passarão pelo palco maior do FIG, ao longo da semana. Muitos deles comporão mostras que darão conta de cenas específicas que acontecem no país. Tocarão no Dominguinhos: Tom Zé (BA), Baiana System (BA), Fafá de Belém (SP), MPB4 (RJ), Chico César (PB), Marienne de Castro (BA), Mart’nália (RJ), Fernanda Abreu (RJ), Lucas Santana (BA), Banda Eddie (PE), Mundo Livre (PE), Spok Frevo Orquestra (PE), Lia Shopia e Pinduca (PA), Lucy Alves (PB), entre outros.
SOM NA RURAL - Mas não é só de Palco Dominguinhos que vive o FIG. Um dos espaços que vem reunindo um público cada vez maior, visto a relevância de sua programação é o Som na Rural, que este ano está muito interessante com sua mistura de gêneros. Passarão por lá: Ylanna Queiroga, Mamelungos, Edmilson do Pífano, a banda paulista Francisco, El Hombre, entre outras.
PALCO POP - No Palco Pop, o público terá mais uma amostra da música contemporânea, autoral, e mais experimental que acontece hoje em Pernambuco e no Brasil. Destaque para os shows de Barro (PE), Curumim (SP), e Zé da Flauta e Banda Psicoativo (PE), que abrem o palco na terça (25); Ava Rocha (BA) e Não Recomendados (SO), atrações da quarta, também são imperdíveis. A quinta-feira contempla o público que gosta das vertentes do rock mais pesado, trazendo a lendária banda Devotos para encerrar a noitada. Na sexta-feira, mais da nova safra da MPB, com Marsa (PE), Tibério Azul (PE), e Mariana Aydar (SP). No sábado, o Pop fecha com show de Marina Lima (RJ).
FORRÓ - Assim como nos anos anteriores, o Palco Pop dá vez ao Forró, a partir das 22h. Forrozeiros tradicionais de Pernambuco garantem o arrasta-pé para os que ainda tiverem fôlego para mais dança. Passam por lá os músicos Assisão (PE), Agostinho do Acordeom, Terezinha do Acordeon, Forró Pesado de Garanhuns, Flávio Leandro, Azulinho, Banda Coruja e Seus Tangarás, entre outras.
INSTRUMENTAL – Diversos gêneros da música instrumental terão espaço no Palco Instrumental. O chorinho contará com importantes representantes, tais como Danda e seu Regional de Ouro (PE) e Betto do Bandolim (PE), com participação do Mestre Chocho. Também tem espaço para a música mais erudita, com Aglaia Costa (PE), Nikolas Krassik; e mais experimental, com o Noise Viola. O Palco Instrumental encerra com um dos maiores instrumentistas do país, de sólida carreira internacional: Renato Borghetti (RS). Acompanhado por um quarteto, fará um show que é um apanhado de diversas músicas de sua trajetória.  A programação de música instrumental no FIG se completa pelos programas do XIII Virtuosi na Serra e do Conservatório Pernambucano de Música, ambos acontecendo na Catedral de Santo Antônio.
MÚSICA NA CATEDRAL – A música instrumental terá a Igreja de Santo Antônio, mais uma vez, como palco de uma excelente programação. É lá que acontecem os projetos parceiros do FIG, do Conservatório Pernambucano de Música (CPM), cujo programa homenageia os 130 anos de Villa-Lobos e os 90 anos de Tom Jobim) e o XIII Virtuosi na Serra. Na sexta (21), sábado (22), domingo (23), terça (25) e quarta (26), passarão pelo programa do CPM concertos com Cida Moreira, Francis Hime e Olivia Hime, Ellyana Caldas, Toninho Orta, Toninho Ferragutti, SaGRAMA, Yamandu Costa, entre outros. O programa do Virtuosi ocupa a igreja na segunda (24), quinta (27) e sexta (28), com apresentações de músicos de excelência tais como a russa Kristina Miller (com recital e piano), o pianista Victor Assuncion, o Grupo Instrumental Brasil, a Orquestra Jovem de Pernambuco e o contratenor Edson Cordeiro.
CULTURA POPULAR – É no centro da cidade de Garanhuns que acontecerá, durante todos os dias do FIG, a maior mostra da cultura popular de todo festival. O Palco da Cultura Popular Ariano Suassuna, chamado assim a partir deste ano, receberá grupos de coco, maracatu, caboclinho, ciranda, afoxé, bois, tribo indígena, orquestra de frevo, urso, caboclinho e samba. As apresentações começam sempre às 10h e segue até o comecinho da noite.

GALERIA GALPÃO
 – O espaço das artes visuais do FIG está garantido. Na Galeria Galpão, cinco destaques estão na pauta. Traços de um Rio, de Artur Sgambatti, é uma exposição que nasce de uma série de viagens realizadas em 2015 e 2016 pelo Rio Doce, da foz à cidade de Mariana, para realizar levantamento dos impactos sociais sentidas pelas comunidades ribeirinhas atingidas pela avalanche de lama, ocasionada pelo rompimento de barragens. Construção da Desconstrução, de Daaniel Araújo, traz oito obras inéditas, pintadas em óleo e acrílica sobre madeira e pedaços de concreto. Descamada é uma performance de Carol Azevedo, “uma investigação do que se revela e do que se esconde nas camadas entre o público e o privado”. #Tecnologiaaservicodaorgia, de Kalor Pacheco, é uma série de performances compostas por quatro obras distintas, que conversam entre si e tratam da temática da hipersexualização do corpo feminino, em especial o de mulheres negras. Distopia, do Coletivo Espectro, é performance em três atos que procura abordar os problemas da metrópole através da criação conjunta audiovisual produzida em tempo real.
LITERATURA - A Praça da Palavra, numa parceria com a Cepe Editora, ganha o nome do escritor e dramaturgo Hermilo Borba Filho, cujo centenário é celebrado em 2017. Haverá uma mesa na programação da Praça, sobre sua vida e obra, com a participação de Leda Alves. Outro destaque da programação é o lançamento do Livro O Rei do Baião, com Bené Fonteles e Paulo Vanderley, que faz parte da itinerância da 32º Bienal de São Paulo, que traz o tema Incerteza Viva.
Boa parte da programação do SESC na Praça da Palavra se debruça sobre a relevante obra e trajetória do escritor Luís Jardim (nascido em Garanhuns), que completa 30 anos de morte em 2017. Em parceria com o FILIG (Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns), a Praça da Palavra recebe a escritora e ilustradora premiada Rosinha. A autora fará uma vivência de ilustração para crianças, além de realizar um bate-papo sobre a sua obra. Haverá também uma atividade de mediação de leitura dos seus livros.
ARTES CÊNICAS – As mostras de teatro e dança no 27º FIG acontecerão no Teatro Luiz Souto Dourado. Sucesso no ano passado, também está garantido este ano a II Mostra de Teatro na Galeria Galpão, cujos espetáculos começam sempre às 22h, após o término das atividades das artes visuais. A descentralização das artes cênicas do FIG chega este ano ao projeto Som na Rural, que recebe o espetáculo As Bodas de Umbigolina Goiabenta, da Cia. Buffa de Teatro (BA).
Na lona do circo, os espetáculos também estão garantidos. A abertura, no primeiro sábado do festival, será com a Mostra de Números Circenses, da qual participarã oÍndia Morena – Patrimônio Vivo de Pernambuco, a Intervenção de Palhaço e Mala Moscovita: Cia Brincantes de Circo (PE), o Duo Palhabat: Jonathan Marinho e Alison Santos (PE), o Duo de Malabares: Jonathan Marinho e Eduardo Silva (PE), Os Vaudevillianos em Mambo Acrobático e Bicicleta Cômica: Trupe Vaudeville (SP), Trapézio Triplo e Lira: Escola Pernambucana de Circo (PE) e Aganjú: Coletivo Bartira (PE).
OUTRAS PALAVRAS – Projeto da Secretaria de Cultura e Fundarpe que vem promovendo e estreitando o diálogo da Cultura com a Educação também terá uma edição especial no FIG 2017. O projeto levará para algumas escolas de referência do município e também para a Praça da Palavra, escritores (alguns vencedores do Prêmio Pernambuco de Literatura) e artistas pernambucanos (alguns deles Patrimônios Vivos de Pernambuco), que falarão aos estudantes sobre suas vidas e obras. As escolas participantes também recebem kit de livros publicados pelo Prêmio Pernambuco de Literatura para desenvolverem atividades literárias com seus alunos, ao longo do ano.
CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO FIG 2017
O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), em sua 27ª edição, ocupará mais uma vez diversos espaços da cidade, com uma rica e diversa programação de música, teatro, dança, circo, cinema, artes visuais, literatura, artesanato, cultura popular e muitas outras formas de expressões artísticas. Tendo como homenageado deste ano o cantor e compositor Belchior – cuja poética ilustrará toda parte visual e decorativa do FIG  - o evento também entrará nas celebrações pelo centenário de Hermilo Borba Filho, cujas homenagens marcarão o conceito da Praça da Palavra. O FIG também fortalece a memória de Ariano Suassuna, levando seu nome ao Palco de Cultura Popular Ariano Suassuna, como passará a ser chamado daqui por diante, e que receberá, durante oito dias, um recorte das mais diversas expressões da cultura popular de Pernambuco. Realizado pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundarpe, o FIG conta com a parceria da Prefeitura de Garanhuns e apoio da CEPE Editora, Sesc e Sebrae, além do Virtuosi e do Conservatório Pernambucano de Música. “O Festival de Inverno de Garanhuns é um momento onde todas as expressões da arte se encontram para uma festa de celebrações e trocas. É um festival que dialoga com a nossa política de fortalecimento de todos os segmentos da cultura, chamando atenção para artistas e grupos que estão produzindo coisas novas, fazendo deste evento sempre um momento não só de entretenimento para o grande público, mas também um espaço para que as pessoas possam conhecer novas tendências e ter experiências de fruição não apenas na música, como também nas artes plásticas, teatro, dança, literatura, fotografias e todas as outras linguagens que estarão representadas”, coloca Marcelino Granja, secretário de Cultura de Pernambuco. Praticamente 100% da grade de atrações do FIG foi composta pelas propostas artísticas selecionadas da Convocatória lançada pela Secretaria de Cultura e Fundarpe. A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, destaca a ampliação do projeto Som na Rural, do Outras Palavras, a mostra de Teatro na Galeria Galpão, as ações na área de gastronomia, que tem crescido muito em Pernambuco. Acontecerão oficinas e debates nesta área. Também ressalta o encontro de produtores de grandes festivais que se encontrarão em Garanhuns durante o FIG, a presença do hip hop na grade do evento e, mais uma vez, a valorização da Cultura Popular, com a participação expressiva dos Nossos Patrimônios Vivos na programação. “A programação deste ano está maravilhosa, com um recorte não só do que está acontecendo na cena nacional, mas comprovando a força e a riqueza da produção dos artistas pernambucanos. Quem for ao FIG comprovará essa cena, que na nossa visão é reflexo do próprio processo de construção do festival, feito de forma coletiva, com a participação dos conselhos de cultura e das comissões”, ressaltou Márcia. A abertura do festival, na quinta (20), será no Teatro Luiz Souto Dourado, com a cantora pernambucana Isadora Melo, e participação especial dos músicos Maurício Tizumba (MG), Lui Coimbra (RJ) e Mona Gadelha (CE). O Reisado de Garanhuns também emprestará mais brilho à noite de abertura do FIG. MESTRE DOMINGUINHOS - Na sexta-feira, primeiro dia do palco Mestre Dominguinhos, acontece o Tributo a Belchior, o grande homenageado do FIG 2017. O concerto contará com a participação de Ednardo (CE), Vanusa (SP), Lira (PE), Cida Moreira (SP), Tulipa Ruiz (SP), Isaar (PE), Fernando Catatau (CE), Juvenil Silva (PE),  Renata Arruda (PB), Gabi da Pele Preta (PE). Antes deles, o palco receberá a cantora Amanda Back, às 20h, e também show com Geraldo Azevedo, às 22h30. O VJ Gabriel Furtado garantirá as imagens que ilustrarão todos os shows que acontecerão no palco Dominguinhos. No sábado, o palco Mestre Dominguinhos receberá uma das artistas mais importantes da música brasileira. Baby do Brasil chega com o eletrizante show Baby do Brasil Experience, que traz grandes sucessos da sua carreira, tais como Sem Pecado e Sem Juízo, Cósmica, Telúrica, Menino do Rio e Todo Dia Era Dia de Índio. Antes de Baby, o palco será de artistas que representam a música de tradição pernambucana: Maciel Salu (filho do saudoso Mestre Salu) e Adiel Luna e Mestre Bule Bule, que vem encantando plateia com show de poesia popular e viola. Outros importantes nomes da cena autoral pernambucana e brasileira passarão pelo palco maior do FIG, ao longo da semana. Muitos deles comporão mostras que darão conta de cenas específicas que acontecem no país. Tocarão no Dominguinhos: Tom Zé (BA), Baiana System (BA), Fafá de Belém (SP), MPB4 (RJ), Chico César (PB), Marienne de Castro (BA), Mart’nália (RJ), Fernanda Abreu (RJ), Lucas Santana (BA), Banda Eddie (PE), Mundo Livre (PE), Spok Frevo Orquestra (PE), Lia Shopia e Pinduca (PA), Lucy Alves (PB), entre outros. SOM NA RURAL - Mas não é só de Palco Dominguinhos que vive o FIG. Um dos espaços que vem reunindo um público cada vez maior, visto a relevância de sua programação é o Som na Rural, que este ano está muito interessante com sua mistura de gêneros. Passarão por lá: Ylanna Queiroga, Mamelungos, Edmilson do Pífano, a banda paulista Francisco, El Hombre, entre outras. PALCO POP - No Palco Pop, o público terá mais uma amostra da música contemporânea, autoral, e mais experimental que acontece hoje em Pernambuco e no Brasil. Destaque para os shows de Barro (PE), Curumim (SP), e Zé da Flauta e Banda Psicoativo (PE), que abrem o palco na terça (25); Ava Rocha (BA) e Não Recomendados (SO), atrações da quarta, também são imperdíveis. A quinta-feira contempla o público que gosta das vertentes do rock mais pesado, trazendo a lendária banda Devotos para encerrar a noitada. Na sexta-feira, mais da nova safra da MPB, com Marsa (PE), Tibério Azul (PE), e Mariana Aydar (SP). No sábado, o Pop fecha com show de Marina Lima (RJ). FORRÓ - Assim como nos anos anteriores, o Palco Pop dá vez ao Forró, a partir das 22h. Forrozeiros tradicionais de Pernambuco garantem o arrasta-pé para os que ainda tiverem fôlego para mais dança. Passam por lá os músicos Assisão (PE), Agostinho do Acordeom, Terezinha do Acordeon, Forró Pesado de Garanhuns, Flávio Leandro, Azulinho, Banda Coruja e Seus Tangarás, entre outras. INSTRUMENTAL – Diversos gêneros da música instrumental terão espaço no Palco Instrumental. O chorinho contará com importantes representantes, tais como Danda e seu Regional de Ouro (PE) e Betto do Bandolim (PE), com participação do Mestre Chocho. Também tem espaço para a música mais erudita, com Aglaia Costa (PE), Nikolas Krassik; e mais experimental, com o Noise Viola. O Palco Instrumental encerra com um dos maiores instrumentistas do país, de sólida carreira internacional: Renato Borghetti (RS). Acompanhado por um quarteto, fará um show que é um apanhado de diversas músicas de sua trajetória.  A programação de música instrumental no FIG se completa pelos programas do XIII Virtuosi na Serra e do Conservatório Pernambucano de Música, ambos acontecendo na Catedral de Santo Antônio. MÚSICA NA CATEDRAL – A música instrumental terá a Igreja de Santo Antônio, mais uma vez, como palco de uma excelente programação. É lá que acontecem os projetos parceiros do FIG, do Conservatório Pernambucano de Música (CPM), cujo programa homenageia os 130 anos de Villa-Lobos e os 90 anos de Tom Jobim) e o XIII Virtuosi na Serra. Na sexta (21), sábado (22), domingo (23), terça (25) e quarta (26), passarão pelo programa do CPM concertos com Cida Moreira, Francis Hime e Olivia Hime, Ellyana Caldas, Toninho Orta, Toninho Ferragutti, SaGRAMA, Yamandu Costa, entre outros. O programa do Virtuosi ocupa a igreja na segunda (24), quinta (27) e sexta (28), com apresentações de músicos de excelência tais como a russa Kristina Miller (com recital e piano), o pianista Victor Assuncion, o Grupo Instrumental Brasil, a Orquestra Jovem de Pernambuco e o contratenor Edson Cordeiro. CULTURA POPULAR – É no centro da cidade de Garanhuns que acontecerá, durante todos os dias do FIG, a maior mostra da cultura popular de todo festival. O Palco da Cultura Popular Ariano Suassuna, chamado assim a partir deste ano, receberá grupos de coco, maracatu, caboclinho, ciranda, afoxé, bois, tribo indígena, orquestra de frevo, urso, caboclinho e samba. As apresentações começam sempre às 10h e segue até o comecinho da noite. GALERIA GALPÃO – O espaço das artes visuais do FIG está garantido. Na Galeria Galpão, cinco destaques estão na pauta. Traços de um Rio, de Artur Sgambatti, é uma exposição que nasce de uma série de viagens realizadas em 2015 e 2016 pelo Rio Doce, da foz à cidade de Mariana, para realizar levantamento dos impactos sociais sentidas pelas comunidades ribeirinhas atingidas pela avalanche de lama, ocasionada pelo rompimento de barragens. Construção da Desconstrução, de Daaniel Araújo, traz oito obras inéditas, pintadas em óleo e acrílica sobre madeira e pedaços de concreto. Descamada é uma performance de Carol Azevedo, “uma investigação do que se revela e do que se esconde nas camadas entre o público e o privado”. #Tecnologiaaservicodaorgia, de Kalor Pacheco, é uma série de performances compostas por quatro obras distintas, que conversam entre si e tratam da temática da hipersexualização do corpo feminino, em especial o de mulheres negras. Distopia, do Coletivo Espectro, é performance em três atos que procura abordar os problemas da metrópole através da criação conjunta audiovisual produzida em tempo real. LITERATURA - A Praça da Palavra, numa parceria com a Cepe Editora, ganha o nome do escritor e dramaturgo Hermilo Borba Filho, cujo centenário é celebrado em 2017. Haverá uma mesa na programação da Praça, sobre sua vida e obra, com a participação de Leda Alves. Outro destaque da programação é o lançamento do Livro O Rei do Baião, com Bené Fonteles e Paulo Vanderley, que faz parte da itinerância da 32º Bienal de São Paulo, que traz o tema Incerteza Viva. Boa parte da programação do SESC na Praça da Palavra se debruça sobre a relevante obra e trajetória do escritor Luís Jardim (nascido em Garanhuns), que completa 30 anos de morte em 2017. Em parceria com o FILIG (Festival Internacional de Literatura Infantil de Garanhuns), a Praça da Palavra recebe a escritora e ilustradora premiada Rosinha. A autora fará uma vivência de ilustração para crianças, além de realizar um bate-papo sobre a sua obra. Haverá também uma atividade de mediação de leitura dos seus livros. ARTES CÊNICAS – As mostras de teatro e dança no 27º FIG acontecerão no Teatro Luiz Souto Dourado. Sucesso no ano passado, também está garantido este ano a II Mostra de Teatro na Galeria Galpão, cujos espetáculos começam sempre às 22h, após o término das atividades das artes visuais. A descentralização das artes cênicas do FIG chega este ano ao projeto Som na Rural, que recebe o espetáculo As Bodas de Umbigolina Goiabenta, da Cia. Buffa de Teatro (BA). Na lona do circo, os espetáculos também estão garantidos. A abertura, no primeiro sábado do festival, será com a Mostra de Números Circenses, da qual participarã oÍndia Morena – Patrimônio Vivo de Pernambuco, a Intervenção de Palhaço e Mala Moscovita: Cia Brincantes de Circo (PE), o Duo Palhabat: Jonathan Marinho e Alison Santos (PE), o Duo de Malabares: Jonathan Marinho e Eduardo Silva (PE), Os Vaudevillianos em Mambo Acrobático e Bicicleta Cômica: Trupe Vaudeville (SP), Trapézio Triplo e Lira: Escola Pernambucana de Circo (PE) e Aganjú: Coletivo Bartira (PE). OUTRAS PALAVRAS – Projeto da Secretaria de Cultura e Fundarpe que vem promovendo e estreitando o diálogo da Cultura com a Educação também terá uma edição especial no FIG 2017. O projeto levará para algumas escolas de referência do município e também para a Praça da Palavra, escritores (alguns vencedores do Prêmio Pernambuco de Literatura) e artistas pernambucanos (alguns deles Patrimônios Vivos de Pernambuco), que falarão aos estudantes sobre suas vidas e obras. As escolas participantes também recebem kit de livros publicados pelo Prêmio Pernambuco de Literatura para desenvolverem atividades literárias com seus alunos, ao longo do ano. CONFIRA AQUI A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO FIG 2017
Portal Cultura de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 6 de julho de 2017

FENEARTE: Governador Paulo Câmara (PSB) fez a abertura do evento na tarde desta quinta-feira

O mamulengueiro Miro dos Bonecos dança com a boneca Maria Grande na Ala dos Mestres da Fenearte / Foto: Angela Belfort/ Jornal do Commercio
O mamulengueiro Miro dos Bonecos dança com a boneca Maria Grande na Ala dos Mestres da Fenearte
Foto: Angela Belfort/ Jornal do Commercio
Da Editoria de Economia

O governador Paulo Câmara (PSB) abriu oficialmente a 18ª edição da Feira Nacional de Negocios do Artesanato (Fenearte) na tarde desta quinta-feira (06/07) no Centro de Convenções, em Olinda. “É um evento que está atingindo a sua maioridade gerando negócios, renda, além de mostrar a nossa cultura e artesanato não só para Pernambuco, mas para o mundo”, disse. O evento vai até o dia 16 de julho. A abertura contou com a presença do governador de Alagoas, Renan Filho (PMDB).
O tema da feira este ano é a Arte é a nossa bandeira. São 5 mil expositores, que ocuparão 800 espaços numa área de 30 mil metros quadrados. Estarão presentes o artesanato de todos os Estados do Brasil e de mais 33 países, além de estandes que oferecem o artesanato feito por entidades assistenciais, projetos assistenciais, além dos instalados por várias prefeituras.

INGRESSO

O evento vai funcionar das 14h às 22 horas de segunda a sexta. No sábado e domingo, será das 10h às 22 horas. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) de segunda a quinta, de sexta a domingo é R$ 12 e R$ 6. Além da bilheteria da feira, o ingresso também é vendido na Loja Riachuelo dos shoppings RioMar, Tacaruna e Boa Vista. Nos Shoppings Recife e Guararapes a venda é no quiosque do Ticket Folia.
Jornal do Commercio

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Delação de Cunha: a nova arma de Janot contra Temer?

Michel Temer e Eduardo Cunha
Temer e Cunha: o presidente pode ser delatado pelo deputado preso


Em julho de 2016, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cassado por seus colegas deputados por mentir a uma Comissão Parlamentar de Inquérito, teria dito a um interlocutor que ficaria conhecido por "derrubar dois presidentes". A nota com essa informação, publicada pela coluna Radar, da revista Veja, não trazia nomes, mas os alvos eram óbvios. Cunha foi o artífice do impeachment de Dilma Rousseff e tem informações que comprometem Michel Temer.
De acordo com reportagem publicada pelo site BuzzFeed na noite da quarta-feira 5, a delação premiada de Cunha está sendo negociada entre ele e o Ministério Público Federal. As tratativas estariam tão avançadas, diz o site, que a próxima denúncia do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra Temer já deve trazer informações prestadas pelo deputado cassado. Da mesma maneira, afirma o site, o doleiro Lúcio Funaro, operador de Cunha e de outros peemedebistas, também estaria negociando, separadamente, um acordo de delação.
Entre os fatos a serem narrados, afirma o site, Cunha e Funaro "vão confirmar que, mesmo presos, continuaram a receber recursos dos esquemas de corrupção que participaram", e que um dos esquemas é o do grupo J&F (JBS), de Joesley Batista, cujo intuito seria calar Cunha e Funaro em troca de dinheiro.
Até aqui, a delação de Joesley gerou uma denúncia contra Temer, por corrupção passivaNas 60 páginas do documento que entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF), Rodrigo Janot buscou conectar dois conjuntos de fatos para provar a culpa do presidente.
O primeiro envolve a negociação da propina semanal feita entre representantes do Grupo J&F e Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), assessor presidencial flagrado correndo na rua com uma mala contendo 500 mil reais de propina. O segundo conjunto compõe o estreito relacionamento entre Loures e Temer. Para Janot, há evidências de que, ao pedir e receber propina, Loures estava atuando em nome de Temer.
A segunda denúncia a ser apresentada pode ser pelo crime de obstrução de Justiça. Aí entrariam os depoimentos de Funaro e Cunha a respeito do silêncio comprado pela JBS. Em delação, executivos da J&F, holding que contra a JBS, afirmam que Temer deu aval para a operação. A PGR sustenta a mesma coisa e, ao que consta, busca novos indícios com Cunha e Funaro.
Outra denúncia a ser apresentada contra Temer seria pelo crime de formação de quadrilha. Na quinta-feira 6, a colunista da Folha de S.Paulo Mônica Bergamo também afirma que a delação de Cunha está sendo finalizada e que ele "já rascunhou mais de cem anexos para a colaboração".
Segundo o jornal, Cunha deve envolver em sua delação "diretamente o presidente Michel Temer, os ministros Moreira Franco (Secretaria Geral) e Eliseu Padilha (Casa Civil) e o senador Romero Jucá (PMDB-RR)".
Cunha está preso em Curitiba desde outubro passado e, em março, foi condenado pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, a 15 anos de prisão em regime fechado. Sua influência sobre Temer é conhecida há tempos. Em dezembro de 2015, ainda antes do impeachment, o ex-ministro Ciro Gomes falou sobre a intrincada relação da dupla de peemedebistas e afirmou que "Temer é o homem do Cunha, e não o inverso".
Após o impeachment de Dilma, Cunha, que abriu o processo, sendo peça fundamental na derrubada da petista, foi defenestrado. Em julho de 2016, renunciou à presidência da Câmara, em setembro foi cassado, em outubro foi preso e em março, condenado.
Pouco antes da condenação, o então líder do governo no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), também envolvido na Lava Jato, denunciou que, de dentro de sua cela no Complexo Médico-Penal de Pinhais (PR), Cunha chantageava Temer e conseguia emplacar aliados em posições estratégicas. No dia 28 de junho deste anoRenan foi além e disse que o governo é de Eduardo Cunha. “Como continuar com um governo comandado por um presidiário como Eduardo Cunha?”
A resposta à pergunta de Renan, ao que parece, virá rápido. Se Temer se salvar na Câmara com relação à denúncia de corrupção passiva, logo receberá mais "flechas de Janot". Segundo o BuzzFeed, os acordos de delação de Funaro e Cunha podem ser homologados no fim de julho, para que no início de agosto, quando acaba o recesso do Judiciário, Janot apresente uma nova denúncia.
DE: Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

A rocha que registra a história de como surgiram os organismos mais complexos na Terra


Rocha no Museu de História Natural de LondresDireito de imagemNHM
Image captionAs listras refletem os distintos mineirais que compõem a rocha

A imensa rocha de dois metros de comprimento e um de altura parece retirada de um bolo recheado e colorido.
Parte de uma nova mostra permanente do Museu de História Natural de Londres, a peça é um tipo de rocha formado por pedras e ferro bandado. Fica localizada no saguão principal, justamente embaixo do esqueleto de baleia, uma das peças mais famosas do acervo da instituição.
Pesando 2,5 toneladas, a rocha representa, na exposição, uma espécie de transição entre o mundo mineral e animal.
Formações de ferro bandado surgiram nos oceanos há mais de 2 bilhões de anos. E registram, em suas camadas, uma transformação química crucial na história da Terra: a proliferação do oxigênio.
Foi uma mudança profunda que possibilitou o surgimento de formas de vida complexas, como humanos e outros mamíferos - assim como a baleia cujo esqueleto agora faz companhia à rocha.

Registros

As linhas onduladas na pedra são faixas de óxido de ferro, intercaladas com sílica. Os oceanos primitivos da Terra estavam possivelmente repletos de ferro, diluído e arrastado desde os continentes. Quando essa solução se combinou com o oxigênio produzido por bactérias, os óxidos resultantes se depositaram no leito marinho.

Mina de PilbaraDireito de imagemRIO TINTO
Image captionA pedra vem de uma mina a céu aberto no noroeste de Austrália

As diferentes camadas incorporadas à rocha marcam, provavelmente, ciclos de expansão de diminuição das bactérias. À medida que o ferro ia sendo consumido nas águas, o oxigênio liberado não tinha onde ir a não ser para a atmosfera, o que foi permitindo a diversificação da vida terrestre.
E assim a Terra foi se tornando um lugar diferente.
"A rocha nos conta uma história fantástica", diz à BBC o diretor do departamento de Ciências da Terra do museu, Richard Herrington, explicando que o mineral testemunhou um período de grandes mudanças químicas que moldaram nosso planeta como ele é hoje.
"É o prelúdio da vida complexa. Respiramos oxigênio. Os organismos necessitam de uma fonte de energia, e queimar carbono na presença de oxigênio é de onde, majoritariamente, tiramos nossa energia", explica Herrington. "Devem ter passado 2 bilhões de anos entre o surgimento da rocha e o dos primeiros organismos multicelulares, mas isso é outra história."

Rocha chegando ao Museu de História Natural, em LondresDireito de imagemLUCIE GOODAYLE, MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL
Image captionA rocha chega ao museu em Londres

A rocha do Museu de História Natural de Londres é proveniente da região de Pilbara, na Austrália.
Foi encontrada em uma mina a céu aberto, pertencente à multinacional Rio Tinto. A rocha contém 32% de ferro.
Professor Edgar Bom Jardim - PE