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domingo, 22 de abril de 2018

Bactéria que devora carne humana preocupa médicos


epidemia de casos de úlcera de Buruli, causada por uma bactéria comedora de carne humana, no Estado de Victoria, na Austrália, preocupa médicos locais. A doença é comum em áreas tropicais, por isso o aumento de 400% nos últimos quatro anos, em uma região de clima temperado, como Victoria, intriga especialistas.
Até alguns anos atrás, as infecções eram mais comumente relatadas em áreas tropicais em Queensland, com casos ocasionais em outros Estados. Mas, somente no ano passado, foram registradas 275 novas infecções no Estado de Victoria, o que representa um aumento de 51% em relação a 2016.
Em um artigo publicado no periódico científico Medical Journal of Australia, médicos locais pediram financiamento do governo para pesquisar a doença e suas causas. “Ninguém entende o que está acontecendo e o que está motivando esta epidemia. Podemos oferecer pistas, mas não um parecer definitivo. É um mistério.”, disse Daniel O’Brien, especialista em doenças infecciosas e coautor da publicação, à BBC.

Hipóteses: chuva, tipo de solo e vida selvagem

Em países em desenvolvimento, a doença está associada a áreas úmidas e água parada, no entanto, na Austrália, os casos foram amplamente reportados em regiões costeiras. De acordo com o artigo, são registrados cerca de 2.000 casos da doença por ano, ao redor do mundo
Segundo O’Brien, algumas teorias para a disseminação da doença no país envolvem fatores como chuva, tipo de solo e vida selvagem. No ano passado, as autoridades encontraram vestígios da bactéria em fezes de possum, um tipo de marsupial, animal da família dos gambás.
“O problema é que não temos tempo para sentar e pontificar sobre isso – a epidemia atingiu proporções assustadoras”, afirma o médico.

Sem prevenção e com casos mais graves

Para piorar a situação, os médicos não sabem como prevenir a doença, que é causada pela bactéria Mycobacterium ulcerans, que destrói os tecidos. A infecção aparece como um pequeno caroço vermelho, parecido com uma espinha ou picada de inseto. Conforme o tempo vai passando, esse caroço aumenta gradualmente, podendo causar lesões destrutivas.
“A bactéria lentamente devora a pele e o tecido até ser tratada. Quanto mais tempo você deixa, pior fica. É uma infecção progressiva e destrutiva.”, explicou O’Brien à BBC.
Qualquer pessoa está susceptível à doença, que geralmente infecta os braços e pernas. Em comparação com outros tipos de bactérias devoradoras de carne, a úlcera de Buruli não é considerada a mais agressiva, embora o micro-organismo tenha a capacidade de devorar um membro inteiro.
tratamento envolve uma combinação de antibióticos e tem 100% de eficácia. No entanto, as pessoas demorar para saber que estão infectadas, já que os primeiros sintomas podem levar até seis meses para aparecerem.
As úlceras são difíceis de curar e os pacientes muitas vezes experimentam um período de recuperação entre seis e 12 meses. Muitos precisam ser submetidos a cirurgias reconstrutivas, para minimizar os danos causados pelo parasita. Segundo o especialista, os casos também se tornaram “assustadoramente mais comuns e mais severos”.
Fonte:veja.abril.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 11 de abril de 2018

A maior parte do seu corpo não é humana - e é nova aposta de cientistas para vencer doenças


Ilustração de corpo-bactéria
Image captionIlustração simula o que seria um corpo-bactéria

Mais da metade do seu corpo não é humano, dizem cientistas.
As células humanas constituem apenas 43% da contagem total de células do corpo. O resto são micro-organismos.
Entender essa parte escondida de nós mesmos - o chamado microbioma - está transformando rapidamente a compreensão de doenças que vão desde alergias até mal de Parkinson.
Esse campo de pesquisa está inclusive questionando o que significa ser "humano" e levando a novos tratamentos inovadores como resultado.
"Eles (os micro-organismos) são essenciais para a sua saúde", diz a professora Ruth Ley, diretora do departamento de microbiologia do Instituto Max Planck. "Seu corpo não é apenas você".
Não importa o quão bem você se lavar, quase todos os cantos do seu corpo estão cobertos de criaturas microscópicas.
Isso inclui bactérias, vírus, fungos e arquea (organismos que eram classificados de forma equivocada como bactérias, mas de características genéticas e bioquímicas diferentes). A maior concentração dessa vida microscópica está nas profundezas de nossos intestinos, onde há pouca presença de oxigênio.

Ilustração de cérebro e intestino
Image captionPara pesquisador, "o que nos torna humanos é a combinação do nosso próprio DNA com o DNA dos nossos micróbios intestinais"

O professor Rob Knight, da Universidade da Califórnia em San Diego, disse à BBC: "Você é mais micróbio do que humano".
Originalmente, pensava-se que para cada célula humana havia outras 10 não-humanas no nosso corpo. "Isso foi ajustado para muito mais próximo de 1 para 1, então a estimativa atual é de que você é 43% humano se contarmos todas as células", diz ele.
"Mas geneticamente estamos em desvantagem ainda maior."
O genoma humano - o conjunto completo de instruções genéticas para um ser humano - é composto de 20 mil instruções denominadas genes.
Mas se você juntar todos os genes de nosso microbioma chegará a um número de entre 2 milhões a 20 milhões de genes microbianos.
Sarkis Mazmanian, microbiologista do Instituto de Tecnologia da Califórnia, argumenta: "Nós não temos apenas um genoma, os genes do nosso microbioma apresentam essencialmente um segundo genoma que expande a atividade de nosso próprio genoma".
"O que nos torna humanos é, na minha opinião, a combinação do nosso próprio DNA com o DNA dos nossos micróbios intestinais."
Seria ingênuo pensar que carregamos tanto material microbiano sem que ele interaja ou tenha algum efeito em nossos corpos.
A ciência está descobrindo rapidamente o papel que o microbioma desempenha na digestão, regulando o sistema imunológico, protegendo-o contra doenças e produzindo vitaminas vitais.
"Estamos descobrindo como essas minúsculas criaturas transformam totalmente nossa saúde de maneiras que nunca havíamos imaginado, até recentemente", disse o professor Knight.
É uma nova forma de pensar sobre o mundo microbiano. Pois nosso relacionamento com os micróbios tem sido, em grande parte, o de inimigos em uma guerra.

Campo de batalha microbiano

Antibióticos e vacinas têm sido as armas lançadas contra doenças e agentes como varíola, Mycobacterium tuberculosis (bactéria causadora da tuberculose) ou MRSA (um tipo de bactéria resistente a vários antibióticos amplamente utilizados).
As conquistas nessa luta têm sido significativas e salvaram um grande número de vidas.
Mas alguns pesquisadores estão preocupados por que esse ataque constante a "vilões" causadores de doenças também trazem danos incalculáveis às nossas "boas bactérias".
"Nos últimos 50 anos, fizemos um ótimo trabalho na eliminação de doenças infecciosas", disse a professora Ley.
"Mas temos visto um enorme e assustador crescimento em doenças autoimunes e em alergias.
"É aqui que entra o trabalho no microbioma, é em ver como as mudanças no microbioma - que ocorreram como resultado do sucesso que tivemos combatendo patógenos - têm contribuído agora para todo um novo conjunto de doenças com as quais temos de lidar."
O microbioma também está sendo ligado a doenças como mal de Parkinson, doença inflamatória intestinal, depressão, autismo e ao funcionamento de drogas contra câncer.
A obesidade é outro exemplo. O histórico familiar e as escolhas de estilo de vida desempenham claramente um papel nesse aspecto, mas e os micróbios intestinais?

Ilustração de alguém comendo hambúrguer
Image captionUma dieta à base de hambúrgueres e chocolate, por exemplo, afeta tanto o nosso risco de obesidade quanto o tipo de micróbios que crescem no nosso tubo digestivo.

Em busca de uma resposta, o professor Knight realizou experimentos usando ratos nascidos em um ambiente totalmente higienizado - e viveram toda sua vida completamente livre de micróbios.
"Fomos capazes de mostrar que se você pegar fezes de humanos magros e de humanos obesos, e transplantar as bactérias em camundongos, você pode tornar o camundongo mais magro ou mais gordo, dependendo de qual microbioma usou", diz Knight.
"Isso é incrível, mas a questão agora é saber se isso será traduzível para humanos."
Esta é a grande esperança neste campo de pesquisa, de que os micróbios possam ser uma nova forma de medicamento.

Mina de ouro da informação

O cientista Trevor Lawley, do Wellcome Trust Sanger Institute, está tentando cultivar o microbioma inteiro de pacientes saudáveis e o de doentes.
"Quando se está doente, pode haver micróbios faltando, por exemplo. A ideia é reintroduzi-los".
Lawley diz que há evidências crescentes de que restaurar o microbioma de alguém "pode realmente levar à melhora" em doenças como a colite ulcerativa, um tipo de doença inflamatória intestinal.
E acrescenta: "Acho que para muitas doenças que estudamos, serão definidas misturas de micróbios, talvez 10 ou 15, que serão introduzidos no paciente".
A medicina microbiana está em seus estágios iniciais, mas alguns pesquisadores acham que o monitoramento do nosso microbioma em breve se tornará algo cotidiano capaz de fornecer uma mina de ouro de informações sobre nossa saúde.
"É incrível pensar que cada colher de chá de suas fezes contém mais dados do DNA desses micróbios do que poderia ser armazenado em uma tonelada de DVDs", diz Knight .
"No momento, toda vez que você libera esses dados no banheiro, você está mandando toda aquela informação descarga abaixo."
"Parte de nossa visão é que, num futuro não tão distante, assim que você der a descarga, algum tipo de leitura instantânea será feita e lhe dirá se você está na direção certa ou errada."
"Isso eu acho que será realmente transformador."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 25 de março de 2018

Gastos do Brasil com diabetes podem dobrar na próxima década, diz estudo britânico

Autoexame de glicemiaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionExame de diabetes; prevalência da doença na população pode chegar a 14% em 2030
O avanço da diabetes no Brasil pode fazer com que os custos diretos e indiretos da doença dobrem até 2030, aponta pesquisa divulgada nesta sexta-feira pela universidade britânica King's College, em parceria com a Universidade de Gottingen (Alemanha).
O estudo, que levantou dados de 180 países, levou em conta tanto despesas com o tratamento médico da diabetes quanto os impactos na atividade econômica – como a perda de produtividade de trabalhadores e as mortes prematuras decorrentes da doença e de males associados, como problemas cardíacos.
Segundo o levantamento, os gastos do Brasil com a diabetes foram de US$ 57,7 bilhões (R$ 190 bilhões, em valores atuais) em 2015.
Até 2030, essas despesas podem subir para US$ 97 bilhões, segundo estimativas mais conservadoras, ou US$ 123 bilhões (R$ 406 bilhões), no pior dos cenários avaliados pelo estudo europeu.
É um dos custos mais altos do mundo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), diz à BBC Brasil Justine Davies, coautora do estudo e professora do Centro de Saúde Global do King's College.
"A doença tem sido vista como a próxima epidemia global, tem aumentado na maioria dos países e ninguém tem conseguido enfrentá-la", acrescenta.
Isso é grave porque a diabetes é uma importante causadora de cegueira, falência renal, problemas cardíacos, derrames e amputações, aponta a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Homem com sobrepesoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPor trás da epidemia está o aumento de peso da população

O que fazer?

Davies diz que não estudou especificamente o caso brasileiro, mas aponta que o avanço da diabetes provavelmente está ligado ao sobrepeso da população – segundo dados de 2016 do Ministério da Saúde, 20 em cada 100 brasileiros sofrem de obesidade.
E isso está intimamente ligado ao consumo excessivo de comida pouco saudável, como fast-food e alimentos ultraprocessados – bolachas, refrigerantes, salgadinhos e similares –, a despeito da crescente conscientização acerca do que é uma alimentação saudável.
"É difícil mudar isso", admite Davies. "As pessoas têm mais conhecimento atualmente. Mas se você coloca um pacote de batatinhas na minha frente, provavelmente vou comê-las. Existe uma tensão entre o que sabemos que nos faz bem ou mal e o que o ambiente nos oferece. E o ambiente tem favorecido as comidas rápidas e os deslocamentos em carros (que estimulam o sedentarismo)."
Outro problema é a associação entre o aumento no padrão de vida da população e o maior consumo de itens processados, em detrimento de comidas in natura. "À medida que as pessoas ganham mais dinheiro, elas querem comer mais, como um sinal de prosperidade."
Injeção de insulinaDireito de imagemFIOCRUZ
Image captionAlém de custos médicos, diabetes traz despesas indiretas, como perda de produtividade e absenteísmo
Para resolver isso em uma escala nacional e global, Davies acha necessário haver um "compromisso político".
"É preciso haver impostos mais severos sobre comidas não saudáveis e restrições à sua publicidade, sobretudo as que forem voltadas às crianças, que são mais suscetíveis", defende.
A pesquisadora cita exemplos bem-sucedidos do México, que elevou a taxação sobre bebidas açucaradas (medida que reduziu o consumo de refrigerantes e similares em 5,5% e 9,7% em 2015 e 2016, primeiros anos em que vigorou), e de Londres. A capital britânica tem estimulado a população a caminhar e andar de bicicleta com a difusão de rotas ciclísticas e a taxação de carros que circulam em áreas centrais da cidade.

Impacto global e na América Latina

A ameaça da diabetes ao Brasil é excepcionalmente grave, mas não é única no mundo: segundo Davies, nenhum dos países estudados tem conseguido resultados particularmente positivos no combate à doença.
"Nos EUA, provavelmente o país mais obeso do mundo, as taxas (de diabetes) estão se estabilizando – um dos poucos países onde isso aconteceu", diz a pesquisadora. No entanto, o país enfrenta a perspectiva de gastar até US$ 680 bilhões em decorrência da doença em 2030.
Na China, a projeção é de que os gastos relacionados à diabetes praticamente tripliquem na próxima década, passando de US$ 222 bilhões a US$ 631 bilhões.
No mundo inteiro, a perspectiva é de que gaste-se US$ 2,5 trilhões direta e indiretamente com a diabetes, o dobro dos custos atuais. E a América Latina deve ficar com o maior fardo, se analisada a proporção em relação ao tamanho de seu PIB.
Exame de vista, em foto de arquivoDireito de imagemLUIZ COSTA/PREFEITURA DE CURITIBA
Image captionExame de vista, em foto de arquivo; diabetes pode causar de cegueira a problemas cardíacos e renais
Um dos fatores por trás disso, segundo Davies, é a estrutura populacional latino-americana: cresceu a prevalência de diabetes em uma população ainda relativamente jovem, em idade produtiva.
"A diabetes afeta a capacidade de trabalho das pessoas. O impacto econômico da pessoa que tem um ataque cardíaco (como consequência da diabetes) cedo é muito grande."
No Brasil, estimativas apontam que entre 7% e 10% da população pode ser diabética – boa parte dela sem nem sequer ter sido diagnosticada. Segundo o estudo de Davies, essa porcentagem pode chegar a 14% em 2030, no pior dos cenários.
Dados da OMS apontam que a prevalência global de diabetes entre adultos acima de 18 anos dobrou entre 1980 e 2014 no mundo – alcançando 422 milhões de pessoas. O maior crescimento tem sido registrado em países de renda baixa e média.
Em 2015, os dados mais recentes disponíveis, 1,6 milhões de mortes foram diretamente causadas pela diabetes no globo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 24 de março de 2018

Saúde: 12 hábitos para emagrecer e não engordar nunca mais


Não foi do dia para a noite que você aprendeu a gostar de fritura, salgadinho, doce de leite. Então, se está disposta a comer melhor e mudar de vida, não espere milagre instantâneo. O pulo-do-gato é fazer uma mudança por vez. Só depois que a primeira modificação vira hábito, você parte para o próximo desafio.
“Para fazer essa virada, é preciso acreditar que a nova atitude vai trazer um benefício e que não exigirá um grande esforço para entrar na nossa vida. Com isso em mente, fica mais fácil fazer as alterações na alimentação“, diz a nutricionista Kristine Clark, professora da Universidade da Pensilvânia (EUA), que aposta no método.
Para ajudar você nessa empreitada, a nutricionista Rosana de Oliveira, de Natal, preparou um programa de três meses. Na primeira semana, você começa a beber mais água até chegar a 2 litros por dia. Fácil demais? A regra que comanda esse jogo é: devagar e sempre. Na segunda semana, você investe em mais um novo hábito e treina durante sete dias, sem, é claro, abandonar a conquista da semana anterior. E assim vai.

 1ª semana: água antes de comer

Você já sabe que o corpo precisa de oito a dez copos todo dia. O truque é quando tomar. Anote: dois copos de água uma hora antes do café da manhã, do almoço e do jantar. Antes de cada lanche, mais um copo. “Nosso corpo nem sempre identifica bem a sede”, diz Kristine Clark. “Por causa disso, às vezes confundimos a falta de hidratação com fome e exageramos na comida.”
Tática: você pode deixar lembretes do tipo “não se esqueça da água” na agenda ou no alarme do celular. Manter uma garrafinha cheia na mesa de trabalho ou na bolsa dá certo.

2ª semana: café da manhã todos os dias

Pesquisas comprovam que quem toma um café da manhã nutritivo corre menos risco de comer muito nas outras refeições. Além disso, você garante mais pique e concentração. Uma fruta, uma xícara de café com leite desnatado e uma fatia de pão integral com presunto magro ou peito de peru é uma ótima pedida para começar bem o dia.
Tática: se não tem apetite quando acorda, comece com a fruta e, aos poucos, acrescente outros alimentos. Quem vive correndo pode optar por produtos prontos e saudáveis, como iogurte desnatado, suco natural, torrada integral e barrinha de cereais.

3ª semana: mais refeições

“Quem divide o que come em cinco refeições por dia acelera o metabolismo entre 5 e 15%”, diz a nutricionista Heloísa Guarita, especialista em fisiologia do exercício. Imagina se você ainda maneirar nas porções: é emagrecimento na certa porque você evita os picos de fome.
Tática: o ideal é comer a cada três ou quatro horas. Se você toma o café da manhã às 7h, faça um lanche às 10h, almoce às 13h, lanche às 16h e jante às 20h.

4ª semana: refrigerante uma vez por semana

Aproveite que você já adquiriu o hábito de beber mais água e reduza o refrigerante, que não acrescenta nada de bom ao organismo. Light ou normal, tanto faz: consumidos com a comida, diluem o suco gástrico e prejudicam a digestão.
Tática: nas refeições, tome no máximo meio copo de água. No barzinho ou no restaurante, vá de sucos pouco calóricos, como maracujá e limão com adoçante.

5ª semana: mais fruta, menos fome

As frutas frescas são cheias de vitaminas, minerais e fibras. Ou seja, alimentam e enganam a fome. Coma de três a quatro porções por dia, variando os tipos e inclua sempre uma cítrica (laranja, mexerica, limão) para melhorar a absorção do ferro presente nos outros alimentos.
Tática: substitua o doce da sobremesa por uma fruta e economize um montão de calorias. Se detesta fruta, comece com as desidratadas, que são bem docinhas.

6ª semana: a vez dos integrais

Seu organismo gasta mais calorias para digerir os produtos integrais do que os refinados. Quer mais? As fibras presentes especialmente nos grãos e nas farinhas integrais melhoram o funcionamento do intestino, varrem as toxinas do corpo e aumentam a sensação de saciedade, já que tornam a digestão mais lenta.
Tática: troque o pão branco pelo integral, de centeio ou de aveia, de preferência, light. Depois, faça o mesmo com o arroz e o macarrão. Acrescente grãos (soja, cevadinha, grão-de-bico) nas saladas; aveia nas sopas; granola no iogurte; gérmen de trigo nos sucos ou nas frutas picadas.

7ª semana: chocolate pela metade

Esse é o tipo de alimento que na medida certa faz bem: a todo momento surgem estudos comprovando que o polifenol, substância presente no chocolate, protege o coração, reduz o colesterol ruim, combate o envelhecimento precoce. Em excesso, a gente já sabe…
Tática: em vez de comer uma barra inteira, coma metade mais uma maçã ou uma fatia de mamão. A fruta vai ajudá-la a chegar a poucos quadradinhos por dia. Barrinhas de cereais e frutas secas cobertas com chocolate também matam o desejo e têm inúmeras calorias a menos.

8ª semana: lanches mais saudáveis

A mania de comer biscoito, bala e docinhos o tempo inteiro é um perigo para a dieta. Veja só: 1 bombom + 50 g de ovinhos de amendoim + 3 balas + 3 biscoitos recheados = 553 calorias, mais de 1/3 do que deveria consumir num dia inteiro.
Tática: se você ama doce, na hora do lanche procure trocar o biscoito recheado por ameixa, banana ou damasco seco. Se não vive sem salgado, vá de sanduíche de pão integral com peito de peru assado. Outras opções gostosas: iogurte light com frutas; um punhado de amêndoas cruas sem sal; 1 água de coco com 2 torradas integrais; um capuccino com leite desnatado.

9ª semana: mastigue, mastigue e mastigue

Quanto mais você mastigar os alimentos, melhor para a digestão e para espantar os quilos extras. A saciedade tem a ver com o tempo que levamos para comer. A partir de 20 minutos de mastigação, o cérebro começa a receber mensagens de que o corpo já está satisfeito. Se terminar a refeição antes desse tempo, vai querer repetir o prato.
Tática: a cada garfada, descanse os talheres ao lado do prato enquanto mastiga. Você também pode contar o quanto mastiga cada garfada: 20 vezes é um bom número.

10ª semana: 50% menos gordura

Você não vive sem batata frita? Não precisa eliminá-la da sua vida, mas também não leve-a ao prato todo dia. Reserve as frituras para os fins de semana e corte a quantidade pela metade.
Tática: em casa, mude a forma de preparo. No lugar de mergulhar os alimentos na frigideira, leve-os ao forno. A dica serve para o bife e os filés de peixe e de frango.

11ª semana: verde antes de tudo

Você pode comer folhas à vontade: são levíssimas e têm um montão de vitaminas e fibras. Um prato só delas antes do almoço vai ocupar seu estômago e diminuir as chances de atacar alimentos que engordam. Para temperar, use uma colher de chá de azeite com limão e pouco sal; mostarda; shoyu light, vinagre ou molho de iogurte.
Tática: rúcula, agrião, escarola, acelga e alface podem ser consumidos refogados, picadinhos nas sopas, na carne moída, no frango de panela, no recheio das tortas, massas e panquecas e até nos sucos – só evite coá-los para manter as fibras intactas.

12ª semana: jantar até as 20h

Quando dormimos, o metabolismo desacelera e a gente consome menos energia. Quanto mais próximo da hora de dormir você jantar, maior o risco de armazenar gorduras. O ideal é comer pelo menos duas horas antes de ir para a cama: se isso acontece por volta das 22 h, jantar às 20h é uma boa pedida.
Tática: quando for impossível comer mais cedo, faça um prato mais leve, com salada, vegetais cozidos e carnes brancas magras, de preferência grelhadas ou tome uma sopa de legumes – mas nunca deixe de jantar.
Fonte:Boa Forma
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

Brasil:o que pode detonar uma epidemia urbana de febre amarela


Aedes aegyptiDireito de imagemREUTERS
Image captionSe população de Aedes aegypti crescer, também aumentará o risco de transmissão urbana da febre amarela
Uma das maiores preocupações de cientistas que estudam a febre amarela e de autoridades que tentam controlar o atual surto da doença é evitar que o vírus comece a ser transmitido nas cidades pelo mosquito Aedes aegypti, também vetor da dengue, chikungunya e zika.
Por enquanto, o Brasil só vem registrando casos de contaminação por mosquitos dos gêneros Haemagoguse Sabethes, que são silvestres - ou seja, vivem em florestas. Ao longo de 2017, foram confirmados 779 casos de febre amarela, 262 deles resultando em mortes.
O surto poderia ser muito mais mortal se pessoas estivessem sendo infectadas dentro de centros urbanos, não apenas em áreas de parques e florestas. Mas nesta semana, um caso de infecção em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, acendeu um sinal de alerta.
A prefeitura informou que um homem de 35 anos teria sido contaminado na cidade, e não em área de mata. Mas o Ministério da Saúde esclareceu, depois, que o paciente trabalharia em uma área rural, embora morasse em bairro urbano. E que testes precisariam ser feitos para verificar se, de fato, ele foi infectado pelo Aedes aegypti. A pasta disse considerar "baixíssima" a possibilidade de haver infecção urbana.
Diante desse cenário, a BBC Brasil conversou com especialistas para saber o que poderia causar um surto de febre amarela nas cidades do país. A falta de controle do Aedes e uma série de fatores seriam necessários para que isso ocorresse. Confira:
Mosquito Sabethes
Image captionA diferença entre a febre amarela urbana e a silvestre está nos mosquitos que transmitem o vírus em cada ambiente | Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

Como saber se a contaminação foi 'silvestre' ou 'urbana'?

Uma das diferenças centrais entre a febre amarela urbana e a silvestre está nos mosquitos que transmitem o vírus em cada ambiente.
Enquanto nas florestas insetos dos gêneros Haemagoguse Sabethesdisseminam a doença, nas cidades o Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya, é a espécie com potencial de transmissão do vírus.
Vale lembrar que os mosquitos silvestres têm predileção por sangue de macacos e o Aedes, pelo humano - essas preferências vem de milhões de anos de evolução e adaptação genética desses dois tipos de inseto.
De acordo com pesquisador Ricardo Lourenço, chefe do Laboratório de Mosquitos Transmissores de Hematozoários do Instituto Oswaldo Cruz, será necessário fazer três tipos de investigação para determinar se o homem de São Bernardo do Campo foi infectado pelo mosquito Aedes aegypti:
- Mapear a rotina do paciente, para saber se ele passou por zonas onde existe a presença de mosquitos silvestres, de macacos ou de outras pessoas infectadas. É o que os infectologistas chamam de investigação epidemiológica.
- Detectar o momento exato de apresentação dos primeiros sintomas, para estimar o momento em que houve a contaminação pela picada do mosquito.
- Coletar e examinar mosquitos que habitam as áreas por onde o homem infectado passou, para verificar quais espécies apresentam o vírus - a chamada investigação "entomológica".
A partir dessas análises seria possível, segundo Lourenço, identificar se mosquitos silvestres ou urbanos infectaram o paciente.
Mosquito Sabethes
Image captionMosquitos silvestres têm capacidade muito maior de transmitir a febre amarela | Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocruz

O que seria necessário para um Aedes aegypti se infectar e transmitir febre amarela?

Segundo o pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz, alguns fatores combinados precisam estar presentes para que o Aedes aegypti passe a transmitir febre amarela nas cidades.
Primeiro, seria preciso que uma pessoa infectada com alta concentração do vírus no sangue entrasse em uma área com grande infestação de Aedes aegypti. É importante lembrar que um mosquito não necessariamente é infectado ao picar uma pessoa doente, ou contrai uma quantidade suficiente do vírus para passá-lo adiante.
E, para que o vírus se propague a ponto de causar um surto urbano, os Aedes infectados por essa primeira pessoa teriam que estar próximos a populações humanas vulneráveis a ele, ou seja, que não tenham tomado a vacina.
Após ser picado, o ser humano só mantém o vírus em concentração suficiente para infectar mosquitos por dois ou três dias, diz Lourenço.
Uma pesquisa do Instituto Oswaldo Cruz mediu a capacidade do Aedes aegypti de transmitir o vírus da febre amarela. Para realizar os testes, os pesquisadores coletaram ovos dos mosquitos nas cidades e em áreas de mata do Rio de Janeiro, Manaus e Goiânia. O estudo mostrou que ele é capaz de passar a doença, mas sua eficiência como vetor varia de acordo com a população de insetos.
Os Aedes aegypti do Rio de Janeiro apresentaram o maior potencial de disseminar a febre amarela, com 10% dos mosquitos apresentando partículas do vírus na saliva 14 dias após a alimentação por sangue infectado. Ou seja, pelo estudo, a cada 100 mosquitos que picassem uma pessoa infectada, 10 se contaminariam.
Daí a necessidade de vários fatores combinados para a disseminação em meio urbano, como quantidade suficiente de vírus no sangue do ser humano infectado e presença de muitos Aedes para picar esse ser humano e retransmitir a doença no meio urbano.
Ainda assim, a capacidade de transmissão do vírus pelos mosquitos urbanos verificada na pesquisa é considerada preocupante pelos pesquisadores.
"Os dados apontaram que os insetos fluminenses das espécies Aedes aegypti são altamente suscetíveis a linhagens virais no Brasil. A competência vetorial dos mosquitos Aedes também foi verificada em Manaus e, em menor grau, em Goiânia. O achado reforça a importância de medidas preventivas, como a vacinação e o controle do Aedes aegypti", diz Lourenço.
Os mosquitos silvestres têm capacidade muito maior de transmitir a febre amarela. Segundo o estudo do Instituto Oswaldo Cruz, o percentual de Haemagogus do Rio de Janeiro infectados chegou a 20%. Entre os Sabethes locais, esse percentual alcançou 31%.

Controle da população de Aedes é essencial

O professor Aloisio Falqueto, da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), diz que a população de mosquito Aedes aegypti existente hoje no Brasil ainda é, por enquanto, considerada pequena para ser capaz de provocar uma epidemia de febre amarela urbana.
Segundo ele, em períodos de chuvas e calor- ambiente mais propício para proliferação de mosquitos -, a existência de focos de Aedes alcança até 5% das casas brasileiras. Na África, onde há epidemia de febre amarela urbana, esse percentual varia de 20% a 40%.
Inspeção contra foco de mosquito no Brasil
Image captionEm período de chuvas e calor, a existência de focos de Aedes alcança 5% das casas brasileiras | Foto: Erasmo Salomão/MS
"Se tivesse uma densidade grande de Aedes no Brasil, existiria a condição de disseminar a doença na cidade. Por enquanto, a densidade baixa do mosquito não permitiu que a doença se disseminasse."
Falqueto destaca, porém, que é preciso manter ações de combate ao mosquito para evitar que o risco de epidemia urbana aumente.
"No Brasil, raramente chegamos a ter 5% das casas com foco de Aedes. Mas esse já seria um nível crítico. A partir daí a gente teria que se preocupar com o vírus em transmissão urbana."
O Ministério da Saúde diz que é "baixa" essa possibilidade de transmissão. De acordo com a pasta, as ações de vigilância com captura de mosquitos urbanos e silvestres não encontraram, até o momento, presença do vírus no Aedes.
"Já há um programa nacionalmente estabelecido de controle do Aedes aegypti em função de outras arboviroses (dengue, zika, chikungunya), que consegue manter níveis de infestação abaixo daquilo que os estudos consideram necessário para sustentar uma transmissão urbana de febre amarela", disse a pasta, em nota.
"Além disso, há boas coberturas vacinais nas áreas de recomendação de vacina e uma vigilância muito sensível para detectar precocemente a circulação do vírus em novas áreas para adotar a vacinação oportunamente."
Mosquito Sabethes
Image captionPor enquanto, o Brasil só vem registrando casos de contaminação por mosquitos silvestres | Foto: Josué Damacena/IOC/Fiocuz

Medidas de prevenção

Como o tamanho da população de Aedes aegypti determina o risco de contaminação por febre amarela, os pesquisadores ressaltam que é essencial a participação da população para prevenir o aumento do número de mosquitos nas cidades e nos quintais de casas perto de matas.
Homem sendo vacinadoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionVacinar populações em áreas de risco é essencial para evitar risco de contaminação urbana do Aedes aegypti, segundo especialistas
"Com esse numero de casos de febre amarela pipocando, se por alguma razão as densidades de Aedes aumentarem, o risco de febre amarela urbana aumentará de maneira assustadora", diz o médico infectologista Eduardo Massad, professor da Universidade de São Paulo (USP).
É preciso estar atento ao acúmulo de água parada em garrafas, pratos de plantas e outros objetos deixados em jardins e varandas, assim como fazer a manutenção de calhas e manter caixas d'água e outros depósitos vedados.
Os especialistas do Instituto Oswaldo Cruz também recomendam que o Brasil considere exigir a imunização de pessoas vindas de países que são alvo de febre amarela, sobretudo da África, onde há a doença em centros urbanos. O país já exige Certificado Internacional de Vacinação a pessoas vindas de Angola e da República Democrática do Congo.
Além disso, vacinar populações de áreas de risco é essencial para evitar a proliferação da doença, segundo os pesquisadores.
"Eliminar os criadouros e controlar a proliferação do Aedes aegypti é uma medida importante para evitar a reemergência da febre amarela urbana no Brasil, além da questão básica e já amplamente conhecida de ele ser também responsável pela transmissão dos vírus da dengue, zika e chikungunya", diz Dinair Couto Lima, pesquisadora do Instituto Oswaldo Cruz e uma das autoras da pesquisa sobre mosquitos transmissores.
Professor Edgar Bom Jardim - PE