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sexta-feira, 31 de maio de 2019

O ministro da educação e a ditadura em curso no Brasil


Fotos: Tarciso Augusto / Esp. DP Foto
Fotos: Tarciso Augusto / Esp. DP Foto
O Ministério da Educação divulgou uma nota na tarde desta quinta-feira (30) em que afirma que professores, servidores, funcionários, alunos e até mesmo pais e responsáveis "não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar". Em seguida, orienta que sejam feitas denúncias por meio do site ouvidoria do MEC.
 
A medida representa mais uma ofensiva da pasta em meio a um novo dia de manifestações pelo país contra o bloqueio de verbas do setor. O primeiro dia de protestos ocorreu em 15 de maio. Na nota, a pasta justifica a medida dizendo que "nenhuma instituição de ensino pública tem prerrogativa legal para incentivar movimentos políticos partidários e promover a participação de alunos em manifestações".
 
Questionado pela Folha a respeito do amparo legal das medidas e sobre o que levou a pasta a citar que até mesmo pais não estão autorizados a divulgar os protestos, o ministério ainda não respondeu. Além de vetar a divulgação das manifestações em horário escolar, o ministério também diz em nota que servidores públicos que participarem dos eventos podem ter o ponto cortado. "Vale ressaltar que os servidores públicos têm a obrigatoriedade de cumprir a carga horária de trabalho e podem ter o ponto cortado em caso de falta injustificada. Ou seja, os servidores não podem deixar de desempenhar suas atividades nas instituições de ensino para participarem desses movimentos", completa.
 
 
Leia a íntegra da nota do MEC:
 
"O Ministério da Educação (MEC) esclarece que nenhuma instituição de ensino pública tem prerrogativa legal para incentivar movimentos político-partidários e promover a participação de alunos em manifestações.
Com isso, professores, servidores, funcionários, alunos, pais e responsáveis não são autorizados a divulgar e estimular protestos durante o horário escolar. Caso a população identifique a promoção de eventos desse cunho, basta fazer a denúncia pela ouvidoria do MEC por meio do sistema e-Ouv.
Vale ressaltar que os servidores públicos têm a obrigatoriedade de cumprir a carga horária de trabalho, conforme os regimes jurídicos federais e estaduais e podem ter o ponto cortado em caso de falta injustificada. Ou seja, os servidores não podem deixar de desempenhar suas atividades nas instituições de ensino para participarem desses movimentos.
Cabe destacar também que a saída de estudantes, menores de idade, no período letivo precisa de permissão prévia de pais e/ou responsáveis e que estes devem estar de acordo com a atividade a ser realizada fora do ambiente escolar." 
Com informações de Diario de Pernambuco  
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Presidente do México humilha Bolsonaro pelo exemplo


Em entrevista coletiva concedida ao lado de López Obrador, a coordenadora do Sistema de Universidades Públicas Benito Juárez, Raquel Sosa, afirmou que mais de 7 mil jovens já se matricularam na universidade e que o objetivo do governo é alcançar 300 mil alunos.
De acordo com o projeto da Universidade Benito Juárez, serão construídos 100 campi da instituição que é totalmente pública e gratuita. As 83 sedes que já estão em funcionamento operam em locais cedidos pela própria comunidade até que os prédios definitivos comecem a ser construídos, informou Sosa.
O governo mexicano ainda anunciou um aumento na oferta de bolsas de estudo, que prevê um auxílio financeiro de 2.400 pesos (aproximadamente R$540,00) aos estudantes de baixa renda.
A universidade pública Benito Juárez García foi uma promessa de Obrador durante as eleições mexicanas de 2018. De acordo com o presidente, a localização dos campi foi escolhida levando em conta o nível de instrução médio da população local e o nível econômico da região, priorizando "os mais humildes" e levando instituições de ensino à "distintas partes do país".
"[As universidades] serão construídas nas zonas mais pobres e marginais do país, onde não há escolas de nível superior", afirmou AMLO.
A Benito Juaréz García é um projeto que visa contemplar uma universidade ou mais por estado, que tenha de 15 mil a 45 mil habitantes e que estejam longe dos centros urbanos.
Até o momento do projeto, os cursos ofertados se encaixam nas áreas de desenvolvimento sustentável, energia, estudos sociais, agroalimentação e saúde.
O programa de Bem-Estar do país também garante ajuda aos alunos da educação básica e mães trabalhadoras que tenham filhos de um a quatro anos.
Com informações de operamundi.uol.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 28 de maio de 2019

Saúde:O programa do Google que diagnostica câncer de pulmão 'com mais eficiência que médicos'

Un doctor examina una radiografía con cáncer de pulmón.Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA inteligência artificial poderia melhorar a detecção de câncer em 5%
Será que a Inteligência Artificial (IA) pode ser mais eficiente que os médicos no diagnóstico do câncer de pulmão?
É o que indica um estudo recente realizado por cientistas da Universidade Northwestern, em Illinois, nos Estados Unidos, em parceria com o Google, que esperam aumentar com esta tecnologia a eficácia do diagnóstico da doença.
A identificação de tumores em estágio inicial facilitaria o tratamento do câncer.
A equipe responsável pela pesquisa afirmou que a inteligência artificial terá um papel "enorme" no futuro da medicina, mas o software ainda não está pronto para uso clínico.
O estudo se concentrou no câncer de pulmão, que mata mais pessoas (1,8 milhão por ano) do que qualquer outro tipo de tumor.
É por isso que os EUA recomendam a realização de exames para identificar a doença a pacientes considerados de alto risco devido a um longo histórico de tabagismo.
No entanto, esses exames podem resultar em biópsias invasivas para pessoas que não têm câncer, além de não conseguirem detectar alguns tumores.

Como foi o estudo?

O estudo utilizou inteligência artificial para determinar se a análise de tomografias computadorizadas poderia ser aprimorada.
O primeiro passo foi treinar o software por meio de 42.290 imagens de tomografias de pulmão de quase 15 mil pacientes.
Logo do GoogleDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO programa do Google analisou mais de 42 mil tomografias de pulmão
Os pesquisadores não indicaram à inteligência artificial o que procurar, apenas quais pacientes tinham câncer e quais não.
Em seguida, o software foi testado contra uma equipe de seis radiologistas especializados na interpretação de tomografias.
O programa foi mais eficiente que os radiologistas ao examinar uma única tomografia computadorizada, e foi tão eficaz quanto quando havia várias tomografias para serem interpretadas.
Os resultados, publicados na revista científica Nature Medicine, mostram que a inteligência artificial poderia aumentar a detecção do câncer em 5%, e ao mesmo tempo reduzir os falsos positivos (pessoas diagnosticadas erroneamente com câncer) em 11%.
"O próximo passo é aplicá-la a pacientes em um ensaio clínico", afirmou Mozziyar Etemadi, da Universidade Northwestern, à BBC.
Segundo Etemadi, a inteligência artificial às vezes "sinaliza um nódulo pulmonar que, em todos os aspectos, parece benigno, mas o programa acredita que não é. E eles geralmente estão certos".
"Uma área de pesquisa científica é descobrir por quê", acrescentou.
Homem segura cigarro na mãoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO estudo se concentrou no câncer de pulmão, que é o que mata mais pessoas no mundo
Etemadi afirma que, se for realizado um trabalho conjunto entre a inteligência artificial e os médicos, o resultado seria ainda mais eficaz - e a IA poderia ter um grande papel na medicina.
Rebecca Campbell, do instituto de pesquisa Cancer Research, do Reino Unido, diz que é animador ver inovações tecnológicas que possam um dia ajudar a detectar câncer de pulmão em estágio inicial.
"Do mesmo modo que aprendemos com a experiência, esses algoritmos executam uma tarefa repetidamente, e cada vez ela é ajustada um pouco para melhorar a precisão", diz ela.
"Detectar o câncer precocemente, quando é mais provável que o tratamento seja bem-sucedido, é uma das formas mais poderosas de melhorar a sobrevivência, e o desenvolvimento de uma tecnologia que não seja invasiva poderia ter um papel importante", completa Campbell.
"Os próximos passos serão testar essa tecnologia ainda mais para ver se ela pode ser aplicada com precisão a um grande número de pessoas"Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 22 de maio de 2019

A vida dos negros na Alemanha nazista


foto de garota negra cercada por garotas brancas, usada em palestras sobre genética na Academia Estadual de Raça e Saúde em Dresden, Alemanha, 1936.Direito de imagemBIBLIOTECA DO CONGRESSO AMERICANO
Image captionFoi a partir de uma fotografia que a cineasta britânica se interessou em contar a história dos negros na Alemanha
A cineasta britânica-ganense Amma Asante se deparou, por acaso, com uma fotografia antiga, tirada na Alemanha nazista, de uma garota negra vestindo uniforme escolar. Diferentemente das colegas brancas que encaram a câmera, ela desvia o olhar.
A foto despertou a curiosidade de Asante, que quis saber mais sobre a garota.
A imagem a levou a escrever e dirigir o longa Where Hands Touch (Onde Mãos Tocam, em tradução livre), estrelado por Amandla Stenberg (Mentes Sombrias) e George MacKay (Capitão Fantástico), que está chegando aos cinemas na Europa.
O filme é um relato imaginário do relacionamento secreto de uma adolescente mestiça com um membro da Juventude Hitlerista, mas é baseado em registros históricos.
Durante o regime nazista, de 1933 a 1945, o número de alemães com origem africana vivendo no país chegou à casa dos milhares.
Ao longo do tempo, eles foram proibidos de se relacionar com pessoas brancas e impedidos de ter acesso a educação e a alguns tipos de trabalho. Alguns chegaram a ser esterilizados; outros foram levados a campos de concentração.

'Descrença e desconsideração'

A história desses alemães negros ou mestiços ainda é pouco conhecida. Asante levou quase 12 anos trabalhando no filme.
"Há uma espécie de descrença, de desconfiança e questionamento, uma tendência a dar pouca importância às vidas difíceis que essas pessoas levaram", disse ela à BBC, ao comentar a reação que observou de algumas pessoas quando falava sobre sua pesquisa para o filme.
Amandla StenbergDireito de imagemSPIRIT ENTERTAINMENT
Image captionA atriz Amandla Stenberg interpreta Leyna no filme 'Where Hands Touch'
A comunidade africana-alemã tem suas origens no curto período do Império Colonial Alemão que, entre 1883 e 1919, administrou territórios em diferentes continentes. Marinheiros, funcionários, estudantes ou pessoas do mundo do entretenimento de regiões que hoje constituem países como Camarões, Togo, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Namíbia foram parar na Alemanha.
Quando a Primeira Guerra Mundial começou em 1914, essa população que antes era transitória se assentou na Alemanha, segundo o historiador Robbie Aitken. E alguns soldados africanos que lutaram pela Alemanha na guerra também se instalaram no país europeu.
Mas foi um segundo grupo cuja presença acabou alimentando o temor dos nazistas relacionado à miscigenação.
Como parte do tratado assinado depois da derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial, as tropas francesas ocuparam a Renânia, no oeste da Alemanha. Para policiar essa área, a França usou pelo menos 20 mil soldados do seu império na África, principalmente do norte e oeste do continente africano. Alguns deles acabaram tendo relacionamentos com mulheres alemãs.

Caricaturas racistas

O termo pejorativo "bastardos da Renânia" foi cunhado na década de 1920 para se referir às cerca de 800 crianças mestiças, filhas de alemãs com os soldados de origem africana.
O termo estava diretamente ligado ao temor que muitos tinham da miscigenação, de por em risco a "pureza" da raça alemã. Histórias inventadas e caricaturas racistas de soldados africanos como predadores sexuais circulavam na época, alimentando o medo e o ódio ao "estranho".
recorte do jornalDireito de imagemROBBIE AITKEN
Image captionManchete do jornal Frankfurter Volksblatt em 1936: "600 bastardos"
Enquanto o antissemitismo ocupava um lugar de destaque no coração da ideologia nazista, o livro Mein Kampf, ou "Minha Luta", do líder do Partido Nazista Adolf Hitler, trazia uma linha ligando judeus a negros.
"Foram e são os judeus que estão trazendo os negros à Renânia sempre com os mesmos pensamentos secretos e objetivo claro de arruinar a odiada raça branca pela resultante 'bastardização'", escreveu Hitler na obra publicada em 1925 com suas ideias e crenças.
Uma vez no poder, a obsessão nazista com os judeus e a purificação da raça levou, gradualmente, ao Holocausto e ao extermínio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, além do extermínio de ciganos, de pessoas com deficiências e de algumas etnias eslavas.
O historiador Robbie Aitken, que pesquisa a vida dos alemães negros, diz que esse grupo também foi perseguido, ainda que não da mesma forma sistemática dedicada à perseguição de judeus, por exemplo.
Aitken diz que os negros acabaram sendo assimilados pela "radicalização da política racial" dos nazistas.

'Me senti meio-humano'

Em 1935, foram aprovadas as Leis de Nuremberg (legislação antissemita promulgada pelo regime nazista) que proibiam, por exemplo, casamento entre alemães e judeus. Emendas estenderam a proibição, colocando negros e ciganos na mesma categoria dos judeus.
O medo da miscigenação persistiu e, em 1937, crianças mestiças da Renânia foram submetidas à esterilização forçada.
Heinrich HimmlerDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEm 1943, Heinrich Himmler queria um censo para contabilizar quantos negros e mestiços moravam na Alemanha
Estima-se que pelo menos 385 pessoas foram esterilizadas. Hans Hauck, filho de um soldado argelino e de uma alemã branca, é um deles. Ele deu um depoimento ao documentário Hitler's Forgotten Victims (As Vítimas Esquecidas de Hitler) de 1997.
Ele contou como foi levado, em segredo, para fazer uma vasectomia. Ganhou um certificado de esterilização que o permitia trabalhar. Hauck precisou também assinar um acordo declarando que não se casaria ou teria relações com pessoas "de sangue alemão".
"Era deprimente e opressivo", disse aos documentaristas. "Me sentia meio-humano", completou.
Outra vítima, Thomas Holzhauser, também declarou no documentário: "Às vezes, fico feliz por não ter tido filhos. Pelo menos os poupei da vergonha de viverem comigo".
Foram muito poucas as pessoas que falaram sobre sua experiência enquanto estavam vivas e "não houve muita tentativa de revelar o que eventualmente aconteceu com a maioria delas", diz o historiador, que é um dos poucos acadêmicos que se dedicaram ao tema.
"Vale a pena lembrar de que os nazistas também destruíram, de propósito, muitos documentos pertencentes aos campos e relacionados à esterilização, dificultando reconstruir o que aconteceu com grupos e indivíduos", explica Robbie Aitken.
Acredita-se que o homem à direita nesta foto do campo de concentração de Dachau seja Jean Voste, nascido no Congo, que foi o único prisioneiro negro no campo. Cortesia de Frank Manucci.Direito de imagemMUSEU DO HOLOCAUSTO DOS EUA
Image captionJean Voste (direita), teria nascido na colônia belga no Congo e seria o único prisioneiro negro do campo de concentração de Dachau
A cineasta Amma Asante, que também escreveu e dirigiu Belle (2013) e A United Kingdom (2016, lançado no Brasil sob o título Um Reino Unido), diz que muitas dessas pessoas sofreram crises de identidade. Eles tinham mães alemãs, se viam como alemães, mas foram isolados, jamais abraçados de forma plena pela sociedade alemã.
"As crianças estavam habitando dois lugares ao mesmo tempo. Dentro e fora", disse Asante.
Ainda que submetidos a experiências diferentes, negros e mestiços foram perseguidos na Alemanha comandada pelos nazistas.
A Alemanha da era colonial, especialmente a tentativa de genocídio dos povos herero e nama na Namíbia, já tinha reforçado uma visão negativa dos africanos na Alemanha.
Depois que Hitler assumiu o poder, negros passaram a ser assediados, humilhados em público, impedidos de trabalhar em certos empregos e de estudar.
Houve, contudo, alguma resistência. O mestiço Hilarius Gilges era um agitador comunista e antinazista. Ele foi sequestrado e assassinado em 1933.
Quando a Segunda Guerra começou, em 1939, negros e mestiços passaram a se precaver mais porque poderiam ser levados à esterilização ou prisão, ou até ser assassinados.

Tentando ser invisível

Era isso o que temia Theodor Wonja Michael. Filho de um camaronês e de uma alemã, ele nasceu em Berlim em 1925. Numa entrevista à rede alemã Deutsche Welle, em 1997, ele contou que cresceu aparecendo em exibições etnográficas itinerantes .
"Com grandes saias, bateria, dança e música - a ideia era que as pessoas se apresentassem como atrações de um mundo distante exótico", disse ele. "Basicamente, era apenas um grande show."
Quando os nazistas assumiram o poder, Wonja Michael sabia que tinha que ser "invisível", passar o mais despercebido possível, especialmente quando era adolescente. "Claro que com um rosto como o meu jamais poderia desaparecer completamente, mas tentei".
Ele conta que evitava qualquer tipo de contato com mulheres brancas. "Teria sido horrível, teria sido esterilizado e também poderia ter sido acusado de contaminação racial", disse Wonja Michael à Deutsche Welle.
Amma AsanteDireito de imagemPA
Image captionA cineasta britânica Amma Asante, de 49 anos, tem origem ganesa, e demorou 12 anos para levar aos cinemas a história dos negros na Alemanha nazista
Em 1942, Heinrich Himmler, considerado um dos arquitetos do Holocausto, determinou que fosse feito um estudo estatístico dos negros vivendo na Alemanha. Isso poderia indicar o início de um possível plano de extermínio - que nunca foi executado.
Há indício de que cerca de 20 negros alemães foram parar em campos de concentração na Alemanha.
"Pessoas simplesmente desapareceriam e não se sabe o que aconteceu com elas", afirmou Elizabeth Morton no documentário Hitler's Forgotten Victims. Os pais dela comandavam um grupo de entretenimento africano.
No filme Where Hands Touch, a cineasta britânica tenta jogar luz nessas histórias. Amma Asante, de 49 anos, tem origem ganense e diz sentir que o papel e a presença de pessoas da diáspora africana na Europa são sempre deixados de fora da história.
Ela afirma que o filme dela fará com que seja difícil negar que negros sofreram nas mãos dos nazistas. "Acho que tem muita ignorância e atualmente se subestima muito o que essas pessoas passaram", diz Asante.
Where Hands Touch está sendo exibido nos cinemas no Reino Unido e também pode ser visto em serviços de streaming.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Milhões de brasileiros contra Bolsonaro

*Recife: mais 50 mil caminharam no centro da capital.
Caminhada no Recife aconteceu até o Pátio do Carmo. Foto: Bruna Costa/Esp.DP.
Caminhada no Recife aconteceu até o Pátio do Carmo. Foto: Bruna Costa/Esp.DP.
Em protesto aos cortes de verbas impostos pelo Ministério da Educação (MEC), cerca de 50 mil professores, servidores, funcionários, pais e estudantes de instituições de ensino públicas e privadas do estado foram à Rua da Aurora, em Santo Amaro, área central do Recife, para a Greve Geral da Educação. De lá, os manifestantes seguiram em caminhada de 1,5 km até o Pátio do Carmo, no bairro de Santo Antônio.

Protesto seguiu pela Rua da Aurora até o Pátio do Carmo. Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.
Protesto seguiu pela Rua da Aurora até o Pátio do Carmo. Foto: Tarciso Augusto/Esp.DP.
A concentração foi marcada para as 15h em frente ao Ginásio Pernambucano, mas já havia manifestantes no local desde o início da tarde. Cartazes foram confeccionados com frases em defesa da educação e contra os cortes impostos pelo governo federal.

No Recife, ato teve concentração na Rua da Aurora. Foto: Samuel Calado/Esp.DP.
No Recife, ato teve concentração na Rua da Aurora. Foto: Samuel Calado/Esp.DP.
Estudante da Escola de Referência em Ensino Médio Silva Jardim, Maria Alice Ferraz, 17 anos, foi da unidade de ensino, no Monteiro, Zona Norte do Recife, ao protesto. "Viemos lutar por uma universidade pública de qualidade, para onde queremos ir", disse.

Estudantes confeccionam faixas e cartazes antes da caminhada até o Pátio do Carmo. Foto: Samuel Calado/Esp.DP.
Estudantes confeccionam faixas e cartazes antes da caminhada até o Pátio do Carmo. Foto: Samuel Calado/Esp.DP.
O protesto tornou-se um grande ato político e cultural. Além dos discursos contrários  aos cortes e à reforma da Previdência, há performances musicais e teatrais. As apresentações acontecem no chão e de forma simultânea aos discursos. Segundo estudantes, trata-se de uma "balbúrdia da democracia".

No país, pelo menos 75 das 102 universidades e institutos federais convocaram protestos em resposta ao bloqueio de 30% dos orçamentos determinado pelo MEC. As instituições têm apoio de universidades públicas estaduais de diversos estados - incluindo a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e, no estado, a Universidade de Pernambuco (UPE).

Além de universidades, colégio e institutos federais, o ato reúne estudantes de escolas privadas e da rede estadual de ensino. Foto: Roberta Almeida/Divulgação.
Além de universidades, colégio e institutos federais, o ato reúne estudantes de escolas privadas e da rede estadual de ensino. Foto: Roberta Almeida/Divulgação.
Um dos alvos do protesto, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nessa terça-feira (14) que as universidades precisam deixar de ser tratadas como "torres de marfim" e não descartou novos contingenciamentos. Cientistas e pesquisadores de diversas instituições e estudantes de faculdades privadas também vão aos protestos. Além da comunidade do ensino superior, a rede básica também aderiu à paralisação.

Interior

Em Vitória de Santo Antão, na Mata Sul, um ato aconteceu às 13h no Centro Acadêmico de Vitória (CAV) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Em Caruaru, Agreste pernambucano, uma caminhada foi realizada às 8h do Grande Hotel, Centro da cidade.

No Sertão, estudantes, professores e servidores da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) promovem o evento A universidade é do povo. A ação acontece desde as 15h no espaço de convivência da Univasf, em Juazeiro (BA). O local está aberto para a formação de uma feira e os interessados poderão levar barracas para expor seus produtos, artes e comidas.
https://www.facebook.com/Seperj/videos/2180193325624706/UzpfSTE4NjMzOTIxODcyMzgxMzc6MjI5ODA4OTM1MDQzNTA4Mw/
Com informações do Diario de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE