Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mundo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Pobre Brasil dominado pela corrupção. E os outros?

O ex-presidente LulaDireito de imagemEPA
Image captionPena de Lula na primeira instância aumentou para 12 anos e 1 mês na segunda
O desembargador Victor Laus acompanhou o voto dos colegas e manteve a condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com pena de 12 anos e 1 mês de prisão. Assim, por unanimidade, os magistrados do TRF-4 consideraram que Lula cometeu os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao ser beneficiário direto de parte da propina desviada de contratos da Petrobras com a empreiteira OAS e destinadas ao PT. No caso específico, a vantagem indevida seria um tríplex, no Guarujá (SP).
Há oito meses, o juiz federal Sergio Moro havia condenado o petista pelos mesmos crimes, imputando pena de 9 anos e meio de prisão - agora aumentada pelos desembargadores.
O primeiro voto foi do relator da ação contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), desembargador Pedro Gebran Neto, do TRF-4, que confirmou a condenação do petista por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. E ampliou a pena de 9 anos e meio de prisão para 12 anos e 1 mês de reclusão. Para ele, o ex-presidente foi um dos "principais articuladores, senão o principal", do esquema de corrupção na Petrobras.
Concordando com o relator, o desembargador revisor Leandro Paulsen afirmou que o voto não faz do eleito alguém "acima do bem e do mal". Já Victor Laus, último a se posicionar, concluiu que Lula tirou benefício de situação que, como autoridade, deveria ter denunciado e tomado providências para coibir.
Os desembargadores estavam reunidos desde as 8:30 da manhã desta quarta-feira. Em nenhum momento, demonstraram qualquer divergência em relação ao tratamento dado ao ex-presidente.
João Pedro Gebran Neto
Image captionDesembargador disse que "não se condena ninguém por ódio", ao ler seu voto mantendo a condenação de Lula | Foto: TRF-4
Lula nega a prática de crimes. Com o placar do julgamento do TRF-4, o ex-presidente corre o risco de ser barrado da disputa presidencial pela Lei da Ficha Limpa. Mas ainda terá direito a recursos contra essa eventual decisão, tanto no próprio TRF quanto nas instâncias superiores - o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Confira abaixo os principais momentos da sessão:

Laus: 'Não julgamos pessoas, julgamos fatos'

Último a se manifestar no julgamento da turma do TRF-4, o desembargador Victor Laus lembrou que cabe à acusação a tarefa de provar que o réu cometeu o crime que se aponta contra ele. Para Laus, a investigação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal foi capaz de provar. Laus disse ainda que os desembargadores não estavam julgando a pessoa de Lula, mas o caso específico da Lava-Jato. "A turma, a rigor, não julga pessoas. Julga fatos.
O que está em julgamento é um fato, que tendo chegado ao conhecimento da autoridade policial, e depois do Ministério Público (...). As duas chegaram à conclusão de que algo de errado havia acontecido", disse.
Para Laus, Lula teve tratamento diferenciado quando a OAS assumiu o empreendimento imobiliário até então tocado pela Bancoop, e do qual Lula e Marisa Letícia eram cooperados. Diferentemente dos demais compradores de apartamentos no prédio do Guarujá, Lula não definiu se seguiria pagando as prestações do imóvel ou se preferia receber o dinheiro de volta.
Manifestante tira foto de letreiro que diz: 'Justiça'Direito de imagemREUTERS
Image captionJulgamento foi acompanhado por manifestantes em capitais como Porto Alegre e São Paulo
Em um lance que o desembargador entendeu como vantagem indevida, Lula não pagou nada e seu apartamento passou a ser o tríplex, que sofreu reformas para adequá-lo ao gosto da ex-primeira dama. Tudo bancado pela OAS, em um valor de R$2,2 milhões, e, segundo as investigações, descontado da conta corrente ilegal que a OAS mantinha com o PT.
"(De Lula) Era esperada uma postura diferente. Ciente dos fatos que ocorreram em seu entorno, (Lula) deveria ter tomado providências. Não o fez, ficou em silêncio. E como mostra a situação da unidade habitacional, auferiu proveito dessa situação. São fatos que deslustram sua biografia. Mas são fatos que ocorreram. Fatos que foram objetos de ampla investigação, instrução contraditória. O resumo que se tem é que ao fim e ao cabo aquele primeiro mandatário auferiu benefícios com esses fatos", disse Laus.

Paulsen, o revisor: 'a lei está acima de você'

O desembargador Leandro Paulsen abriu sua fala negando que o julgamento de Lula tenha motivações políticas e afirmando que nenhum presidente "está acima do bem e do mal".
"O cometimento de crime de corrupção por um presidente torna vil o exercício da autoridade. Submeter um presidente ao crivo da ação penal torna presente que não importa quão alto você esteja, a lei está acima de você", disse.
"Presidentes são homens e mulheres, sendo imprescindível sua sujeição a limites e controles. A ascensão ao cargo de presidente não põe o eleito acima do bem e do mal. O que legitima o exercício do cargo é presunção de valores constitucionais."
Leandro Paulsen
Image captionPaulsen abriu sua fala negando que o julgamento de Lula tenha motivações políticas

Gebran Neto, relator: 'Há provas acima do razoável'

Primeiro a votar, Gebran Neto rejeitou os argumentos da defesa e manteve a condenação de Lula, ampliando sua pena.
"Há provas acima do razoável de que o ex-presidente foi um dos principais articuladores, se não o principal, do esquema na Petrobras. Episódios como a nomeação de Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró, entre outros, não restam duvidas de sua extensa ação dolosa", disse o desembargador.
Ele justificou o aumento da pena dizendo que os crimes colocaram "em xeque" o regime democrático do Brasil.
"(O esquema de corrupção) fragilizou não apenas o funcionamento da Petrobras, mas também colocou em xeque o próprio regime democrático, por afetar o sistema eleitoral", afirmou.
"Infelizmente está sendo condenado um ex-presidente da República, mas que praticou crime e pactuou direta ou indiretamente com a concretização de tantos outros."
Prédio da Petrobras no Rio de JaneiroDireito de imagemREUTERS
Image caption'Há provas acima do razoável de que o ex-presidente foi um dos principais articuladores, se não o principal, do esquema na Petrobras', disse o desembargador Gebran Neto
Ele afirmou que não há margens para dúvidas da "extensa ação dolosa do ex-presidente Lula" no esquema de corrupção da Petrobras.
O desembargador também rejeitou o argumento da defesa de que Lula e Marisa Letícia manifestaram interesse em comprar um apartamento no condomínio do tríplex, mas desistiram da ideia. Segundo o magistrado, testemunhas presenciaram visitas do casal ao imóvel.
A respeito dos demais réus da ação, Gebran Neto reduziu em seu voto as penas a Leo Pinheiro (para 3 anos e 6 meses de prisão; Moro havia condenado-o a 10 anos e 8 meses), ex-presidente da OAS, e a Agenor Magalhães Medeiros (a 1 ano e 10 meses de prisão; Moro havia condenado-o a 6 anos).

Lula poderia ser preso hoje?

O relator destacou que a execução da pena de uma eventual condenação só ocorreria depois de votados recursos contra a decisão do tribunal. Ou seja, o ex-presidente não será preso agora.
Julgamento Lula
Image captionJulgamento decide se será mantida a condenação de Lula no caso do tríplex do Guarujá.| Foto: Sylvio Sirangelo/TRF4

Ministério Público

O Ministério Público foi o primeiro a se manifestar no julgamento, depois que Gebran Neto apresentou o relatório do caso.
O procurador-regional da República Maurício Gotardo Gerum afirmou que os investigadores comprovaram, por meio de documentos e depoimentos, que o tríplex foi pago e reformado pela empreiteira OAS e que o imóvel pertencia a Lula e à ex-primeira-dama Marisa Letícia.
Gerum também negou que o julgamento seja "político" e não jurídico.
"A tentativa de assemelhar esse julgamento a um julgamento político atenta não só a nós, mas àqueles que foram vítimas de julgamentos políticos. Não é só ignorância de história, é desrespeito mesmo. Se essa corte absolver o presidente Lula, justiça será feita. Se condenar o presidente Lula, justiça será feita", argumentou.

Defesa

Cristiano Zanin Martins, advogado de LulaDireito de imagemEPA
Image caption'Quanto aos procuradores da República, esta ação nasceu de um PowerPoint que já tratava o ex-presidente como culpado', disse Cristiano Zanin no tribunal
O advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, falou por pouco mais de 15 minutos em defesa do petista. Ele argumentou que o Ministério Público não conseguiu demonstrar o "caminho do dinheiro", ou seja, não produziu provas da relação entre desvios da Petrobras e o dinheiro usado pela OAS para reformar o tríplex .
O advogado também disse que não ficou demonstrado "ato de ofício" de Lula para beneficiar a OAS em troca do recebimento do apartamento como propina. Zanin ainda negou que o tríplex tenha pertencido ao ex-presidente e à ex-primeira-dama. Por fim, afirmou que o processo tem motivação política.
"Quanto aos procuradores da República, esta ação nasceu de um PowerPoint que já tratava o ex-presidente como culpado. O abuso do direito de acusar, este sim não pode ser aceito. Se a acusação tem alguma motivação política, e no caso tem, não precisa a defesa identificar traços políticos", disse.

Discurso de Lula

Pela manhã, Lula fez um breve discurso para apoiadores e movimentos sociais dentro da sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Lula discursa na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São PauloDireito de imagemAFP
Image captionLula discursa na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo
"As pessoas que me julgaram estão com a consciência menos tranquila do que a minha."
"Só no dia em que eu morrer, eu vou parar de lutar", acrescentou o petista, aplaudido pelos manifestantes sob gritos de "Brasil, urgente, Lula presidente".

Protestos

Em Porto Alegre, o clima foi de apreensão diante da promessa de protestos. A quadra do tribunal foi isolada por barreiras de segurança para impedir a entrada de manifestantes. Mas no final da tarde os manifestantes começaram a se dispersar. Um temporal começou a cair na cidade.
Movimentos sociais e apoiadores de Lula se reúnem em frente a bloqueio de segurança nas proximidades do TRF-4Direito de imagemREUTERS
Image captionMovimentos sociais e apoiadores de Lula se reúnem em frente a bloqueio de segurança nas proximidades do TRF-4 | Foto: Paulo Whitaker/Reuters
Um boneco do ex-presidente com roupa de presidiário, conhecido como Pixuleco, foi instalado em uma balsa no Rio Guaíba. A embarcação foi abordada pela Brigada Militar do Rio Grande do Sul por estar fora do perímetro de segurança estabelecido.
Em São Paulo, manifestantes a favor de Lula estão reunidos na Praça da República, no centro, e devem sair em caminhada até a avenida Paulista, onde caminhões da Tropa de Choque da Polícia Militar já estavam posicionados desde o final da tarde. Representantes de organizações sindicais, como a CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de SP) se revezam em discursos a favor do ex-presidente Lula. Eles dizem que em breve Lula deve chegar ao local para discursar também
Pixuleco inflado no vão do MASP
Image captionBoneco de Lula com roupa de presidiário, conhecido como Pixuleco, é inflado por manifestantes no vão do MASP | Foto: André Shalders/BBC Brasil
Outro protesto, desta vez contra o petista, foi convocado pelo Movimento Brasil Livre (MBL) para acontecer, a partir das 10h, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp). Durante a manhã, cerca de 60 participantes e dois carros de som pequenos ocupavam o local, onde um Pixuleco gigante foi inflado.
Desde cedo, motoristas passam pela avenida Paulista buzinando para os poucos manifestantes - a maioria em apoio aos cartazes de "Lula na cadeia", mas alguns gritam "Lula presidente" em defesa do petista.
Com informação da BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 23 de janeiro de 2018

Mundo:'a pornografia de vingança quase me matou': o pesadelo da youtuber que processou o ex-namorado que vazou vídeos íntimos dos dois

Chrissy Chambers
Image captionChambers viu sua vida virar de cabeça para baixo ao descobrir vídeos pornográficos seus divulgados pelo ex-namorado
A americana Chrissy Chambers passou de estrela musical do YouTube a ativista contra a "pornografia de vingança" após ter vivido uma experiência traumática por conta de um ex-namorado.
Ele publicou vídeos íntimos dela sem autorização. Chambers só descobriu isso porque amigos a alertaram e enviaram os links para ela. "Um amigo e um fã me mandaram um alerta dizendo que estavam compartilhando esses links na internet. Alguém estava espalhando isso pelo YouTube dizendo: 'Você acha que Chrissy Chambers é um exemplo? Na verdade, ela é uma prostituta, vejam esses vídeos'".
Assim que descobriu do que se tratava, Chambers ficou sem chão. Ela tinha um canal no YouTube com a namorada Bria Kam com mais de 50 mil inscritos, muitos deles jovens mulheres que se inspiravam no talento dela como cantora. Os vídeos divulgados pelo ex-namorado a atingiram de todas as formas.
"Eu literalmente caí no chão e senti como se estivesse sendo atingida por um bastão de baseball. Descobrir que o vídeo existia e descobrir que isso aconteceu... era como se meu mundo estivesse caindo", afirmou à BBC.
Desde então, Chambers tomou a decisão de entrar na Justiça contra o ex-namorado e virou uma ativista contra a pornografia de vingança.
Ela ganhou o caso nesta semana, após quase cinco anos na Justiça britânica, e conseguiu uma indenização, além de ter ficado com os direitos legais sobre os vídeos, o que dá a ela o poder para conseguir tirá-los do ar em caso de tentativa de repostagem.
"O mais importante é que meu caso abriu jurisprudência para outros desse tipo, para ajudar outras vítimas", comemorou.
Chrissy Chambers e a noiva Bria KamDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionChrissy Chambers e a namorada Bria Kam são muito populares no YouTube

Caso

Entre 2008 e 2009, quando tinha 18 anos, a americana Chrissy Chambers havia se assumido lésbica na mesma época em que mantinha uma relação com um homem britânico. Ele filmou, sem o consentimento dela, imagens íntimas e as publicou em 2011, em um site de pornografia com o nome completo da jovem.
Chambers, que tem 26 anos agora, conta que só descobriu o conteúdo com imagens suas em 2013, dois anos depois que ele havia sido divulgado, e ficou em choque.
"Isso afetou minha vida de todas as formas imagináveis. Tenho transtorno de estresse pós-traumático, me vi alcoólatra aos 23 anos. Quase morri. Tive depressão, ansiedade, pânico noturno. Afetou minha relação (com a namorada)", contou à BBC.

Justiça

A jovem estava no Reino Unido quando foi aprovada uma lei que proíbe a publicação de conteúdo sexual particular sem consentimento.
Mas quando Chamber quis apresentar uma denúncia à Justiça penal, a polícia disse a ela que o prazo de prescrição do crime havia passado.
Então a artista lançou uma campanha de crowdfunding e, em um mês, conseguiu dinheiro suficiente para iniciar um processo civil contra o ex-namorado por abuso de confiança, uso indevido de informação privada e assédio.
Alguns dos seguidores de Chambers chegaram a enviar mensagens críticas a ela, dizendo que tinham deixado de admirar a cantora por causa do vídeo pornográfico, porque acreditavam que ela o teria gravado voluntariamente.
Chrissy Chambers
Image caption'Mas a Justiça pode chegar. Finalmente aprendi que havia uma luz no fim do túnel. Então, não percam a esperança', disse Chambers
"Foi muito doloroso para mim, mas sabendo que eu tinha todas essas outras pessoas que nos apoiaram, senti uma grande responsabilidade para me defender e buscar a Justiça. Eu queria dar um exemplo no caso de isso um dia acontecer com elas", afirmou.
O resultado favoreceu a Chambers, que ganhou indenização e os direitos sobre os vídeos. "Como ele conseguiu permanecer em anonimato, tinha que haver um tipo de reparação pelo meu sofrimento, por tudo que tive que passar", disse.
"Agora, se voltarem a compartilhar algum dos vídeos, eu posso pedir diretamente que os retirem do ar e acionar os meios legais", contou.
Além da vitória na corte, Chambers teve outro motivo para comemorar.
Minutos depois de sair a sentença, ela pediu sua namorada, Bria, em casamento. As duas vivem em Los Angeles e administram dois canais no Youtube que, juntos, somam 1 milhão de seguidores.

Confiança

Como ativista contra a pornografia de vingança, Chambers incentiva outras vítimas a também denunciarem seus casos.
Chrissy Chambers e a noiva Bria Kam
Image captionChambers pediu a namorada em casamento
"Eu sei como é difícil. Há muitos dias em que não me sinto forte para seguir na luta", disse.
"Mas a Justiça pode chegar. Finalmente aprendi que havia uma luz no fim do túnel. Então, não percam a esperança", reforçou.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 20 de janeiro de 2018

Economia, imigração, popularidade: O 1º ano de governo Trump em seis gráficos


Presidente Donald TrumpDireito de imagemREUTERS
Image captionTrump diz que sua gestão representou um 'avanço incrível'. Será?
Donald Trump tomou posse como presidente dos Estados Unidos há um ano, prometendo mudar a cara da política americana e transferir o "poder de volta ao povo". Mas o que de fato ele conseguiu fazer até agora?
A BBC preparou seis gráficos que analisam os primeiros 12 meses do seu governo, incluindo comparações interessantes – e até surpreendentes – com seus antecessores.

Como está sua taxa de aprovação?

Trump é um dos presidentes mais impopulares da era moderna. Sua taxa de aprovação semanal gira em torno de 39% após 12 meses no cargo, de acordo com o instituto Gallup.
Os presidentes Barack Obama (50%), Bill Clinton (54%) e George W. Bush (83%) apresentavam índices muito maiores no mesmo período de seus respectivos mandatos.
A média de aprovação de Trump ao longo do ano também é de 39%, a mais baixa registrada entre os presidentes em seu primeiro mandato. Clinton apresenta, por sua vez, a segunda menor taxa: 49%.
Gráfico de aprovação
Mesmo Gerald Ford, que assumiu a Presidência após a renúncia de Richard Nixon e o escândalo de Watergate, tinha cerca de 40% de aprovação após 12 meses no cargo, segundo o Gallup.
Quando Trump tomou posse, em 20 de janeiro, ele tinha a taxa de aprovação mais baixa que qualquer outro presidente recém-chegado à Casa Branca. Ele ganhou as eleições com menos votos que a adversária democrata Hillary Clinton, então, não é surpreendente que os percentuais fossem baixos.
O que pode preocupar a Casa Branca é que algumas pesquisas de opinião indicam que o apoio a Trump está se esvaindo entre seus principais eleitores, incluindo homens brancos sem diploma universitário e americanos da zona rural.
Se a taxa de aprovação do presidente continuar à mercê da força da gravidade, a expectativa é de inquietação na bancada republicana à medida que o Congresso se prepara para as eleições legislativas de novembro de 2018.
Short presentational grey line

O que Trump fez para impedir a imigração ilegal?

A construção de um muro na fronteira com o México, uma das principais promessas da campanha de Trump, está longe de acontecer.
Há protótipos construídos, mas os democratas se recusaram a aprovar um centavo sequer para o projeto – e as autoridades do México dizem que nunca vão pagar por isso.
Trump continua a pressionar o Congresso para mudar as leis de imigração dos Estados Unidos, incluindo o encerramento do sistema de "loteria de vistos", no qual candidatos são selecionados aleatoriamente, por computador, entre as inscrições qualificadas. E também com a "migração em cadeia", que dá prioridade a parentes de residentes legais.
Ao mesmo tempo, ele assinou dois memorandos executivos que orientam os oficiais de imigração a adotar uma abordagem muito mais severa para fazer cumprir as medidas existentes.
Em setembro, o governo Trump anunciou o fim do programa Daca, criado em 2012 durante a gestão de Barack Obama para regularizar temporariamente imigrantes em situação ilegal que chegaram aos Estados Unidos quando eram menores de idade.
Gráfico mostra evolução das prisões na fronteira com o México
A Casa Branca e o Congresso tentaram negociar uma forma de tentar promulgar uma legislação que ofereça proteções semelhantes, mas não chegaram a um acordo final.
A coação à imigração – e a dura retórica de Trump – podem ter levado a uma queda no número de pessoas que tentaram entrar ilegalmente nos Estados Unidos nos primeiros meses da nova gestão, mas os números se recuperaram em 2017.
O enfático discurso de Trump contra os imigrantes ilegais faz parecer que o governo Obama pegou mais leve, mas não foi à toa que o ex-presidente foi rotulado de "deportador-chefe".
Entre 2009 e 2015, seu governo deportou mandou embora do país mais de 2,5 milhões de pessoas – a maioria tinha sido condenada por alguma infração criminal ou era recém-chegada. Mas cerca de 11 milhões de imigrantes ilegais ainda vivem nos EUA, muitos deles provenientes do México.
A agência de Imigração americana lançou uma série de incursões em todo o país desde que Trump foi eleito – uma mudança em relação à gestão Obama, que focava em áreas ao longo da fronteira, levando a um aumento mensal de 40% na comparação com a última fase do governo anterior.
A mudança ainda não levou a mais deportações. Em vez disso, mais de 600 mil casos estão acumulados à espera da avaliação final de juízes de imigração.
Short presentational grey line

Como está o desempenho da economia?

Durante a campanha, Trump prometeu criar 25 milhões de empregos ao longo de 10 anos e se tornar "o maior presidente em termos de (geração de) empregos de todos os tempos".
Ele costumava afirmar que a taxa de desemprego era de mais de 40%. Mas, depois de assumir a gestão do país, passou a usar dados que antes descartava como "falsos".
A trajetória básica da economia sob o governo Trump é semelhante à da gestão Obama.
A taxa de desemprego atingiu 4,1% em outubro, a menor em 17 anos, e permaneceu nesse patamar, colocando o mercado de trabalho cada vez mais perto do chamado pleno emprego, após 81 meses consecutivos de crescimento.
Gráfico mostra recuperação do mercado de trabalho após recessão
Os mercados acionários bateram recordes, os preços do petróleo permanecem baixos, a confiança dos consumidores e das pequenas empresas é dinâmica, e a inflação está sob controle.
As vendas no varejo começaram a aumentar, embora as vendas de automóveis tenham diminuído em 2017. E o crescimento salarial permanece lento.
A Casa Branca estabeleceu uma meta de crescimento de 3%, que os Estados Unidos superaram no segundo e terceiro trimestres de 2017, marcando 42 meses consecutivos de expansão econômica.
E os republicanos esperam que os cortes nos impostos ajudem a impulsionar isso, embora muitos especialistas argumentem que reduzir a taxação dos mais ricos não se traduz em mais postos de trabalho, mas em maior concentração de renda.
Gráfico mostra evolução do índice Dow Jones
Short presentational grey line

Que projetos de lei foram aprovados?

"Aprovamos mais leis do que ninguém. Quebramos o recorde de Harry Truman", disse Trump no fim de dezembro.
O presidente sancionou 107 leis durante seu primeiro ano no cargo, menos que seus três últimos antecessores em números totais, de acordo com o site independente GovTrack, que monitora os projetos de lei do Congresso americano.
Gráfico mostra projetos de lei aprovados
Trump ficou atrás de George W. Bush (118) e de Barack Obama (124), mas conseguiu aprovar a lei de reforma fiscal mais abrangente (e também polêmica) do sistema tributário americano das últimas três décadas, no fim do seu primeiro ano de governo.
Já a comparação com Harry Truman só está correta se analisados seus primeiros cem dias no cargo. Ele está atrás das administrações anteriores, conforme revelou o GovTrack.
Mas o Poder Executivo tem um poder de ação limitado nesse sentido, uma vez que cabe ao Legislativo introduzir novas leis.
Mais de 30 projetos de lei sancionados pelo presidente parecem ser modificações ou extensões da legislação já existente, segundo uma análise feita pela National Public Radio.
Além disso, dezenas desses projetos de lei servem apenas para homenagear pessoas ou organizações, incluindo rebatizar um prédio em Nashville e nomear integrantes para o conselho de um museu.
O presidente também exerce poder político por meio de ordens executivas unilaterais e decretos, o que permite ignorar o trâmite legislativo no Congresso em determinadas áreas.
Trump usou o recurso para dar início à saída do país do Acordo Transpacífico de Cooperação Econômica (TPP, na sigla em inglês), reduzir a regulamentação para a abertura de negócios e avançar na construção de dois oleodutos polêmicos.
Short presentational grey line

E os impasses do sistema de saúde?

A saúde foi uma das bandeiras da campanha eleitoral de Donald Trump, que prometeu "revogar e substituir imediatamente" o Obamacare, sistema criado por Barack Obama, que proporcionou cobertura de saúde a mais de 20 milhões de americanos que não contavam com isso.
A proposta de Trump passou na Câmara, apesar de o Escritório de Orçamento do Congresso (CBO), agência federal independente, ter condenado o projeto, estimando que mais de 24 milhões de americanos poderão ficar sem seguro de saúde até 2026.
Mas o Senado rejeitou a tentativa. Foi um episódio embaraçoso para Trump e o Partido Republicano, que controla a Presidência e as duas Câmaras do Congresso pela primeira vez em 11 anos.
Gráfico mostra projeção de mudanças no sistema de saúde
O presidente se mobilizou de outras maneiras para mudar o sistema criado por seu antecessor. E suspendeu os pagamentos governamentais às companhias de seguro de saúde, que ajudavam a diminuir os preços de planos de saúde para cidadãos de baixa renda.
O governo também cortou o financiamento para incentivar os americanos a se cadastrarem nos planos de saúde, enquanto a reforma fiscal aprovada pelos republicanos no Congresso suspende o seguro obrigatório estabelecido pelo Obamacare, eliminando a multa imposta aos americanos sem plano de saúde – algo que muitos consideravam crucial para garantir o funcionamento do sistema.
A revogação da obrigatoriedade pode levar os americanos mais saudáveis ​​a abrirem mão dos planos de saúde, elevando os custos para quem está doente.
O CBO estima que o número de americanos sem seguro de saúde pode aumentar em 13 milhões e as tarifas dos planos de saúde podem subir 10% ao ano durante a próxima década.
Mas, até que o seguro obrigatório seja oficialmente suspenso, em janeiro de 2019, ainda não está claro qual será o impacto no mercado de seguros.
Professor Edgar Bom Jardim - PE