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terça-feira, 23 de maio de 2017

Vereadores debatem Pedido de Informação encaminhado ao prefeito João Lira sobre dinheiro do Precatório do FUNDEF

Dinheiro do FUNDEF vai beneficiar o município, professores e a economia local

Os vereadores Simonilson da Mata Ribeiro, Ana Nery, Roberto Lemos, Agenildo Marcos, Rufino Filho e José Gomes, apresentaram durante a sessão da Câmara dessa terça-feira (23), Pedido de Informação nº 33/2017 que solicita ao prefeito João Francisco de Lira (PSD), sobre o andamento da Ação de Execução em tramitação no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que trata da implantação do pagamento de Precatório, valores recebidos a menor, pelos professores municipais da folha FUNDEF 60 no período de vigência do mesmo.

Nos debates, o edil Simonilson Ribeiro, deu ênfase para o registro em Ata. O pedido foi assinado por diversos vereadores atendendo aos interesses dos professores, o vereador Roberto Lemos também reforçou a importância do documento, lembrou que professores motivados e valorizados, o ensino terá mais rendimento. Em aparte ao vereador Roberto Lemos, o Edil Lenilson Santos, se confundiu ao afirmar que esse dinheiro chegou aos cofres do Município ainda no ano passado, não sendo bem aplicado e merecia no seu entender a abertura de uma CPI para apurar a aplicação do recurso. Roberto Lemos, lembrou que os municípios do Brasil receberam os recursos da repatriação e foi pouco, só um  pouco mais de um milhão e que esse recurso do Fundef é outra coisa, e corresponde a mais de 14 milhões. Em nova fala Roberto Lemos cobrou atuação dos representantes dos professores para fazer o movimento em  cobrar seus direitos. 

O poder executivo deve cumprir o prazo máximo de 30 dias - contados a partir desta quarta-feira - para responder. Os vereadores querem saber qual a previsão para a efetivação do pagamento, qual o montante do numerário, como será organizado o pagamento para os professores conforme as folhas de pagamentos dos respectivos anos de vigência do Fundef.

CONVOCAÇÃO

O documento também sugere a realização de uma audiência com a participação das partes interessadas e o Ministério Publico.

VISITAÇÃO
Rufino Filho parabenizou a distribuição da merenda escolar em três escolas onde fez visita com colegas da bancada de oposição. Rufino também pediu melhor atenção para a falta de medicamentos em alguns postos de saúde. A vereadora Valéria Lira agradeceu a postura sincera  do vereador oposicionista. 
Foto do Arquivo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 16 de maio de 2017

Não temos um computador para cada aluno. E agora?


Alunos da professora Debora Garofalo durante aula no laboratório de informática. 

Olá, professores
Hoje quero dividir com vocês minha experiência com o ensino híbrido. Por um tempo, fui resistente a utilizar esta maneira de ensino por ter a ideia equivocada de que para trabalhar com o ensino hibrido era necessário que cada aluno possuísse um computador com acesso à Internet.
Para minha sorte, em uma formação, tive a oportunidade de desmitificar a minha ideia inicial e constatei o potencial do ensino hibrido e as diversas maneiras como ele pode ser trabalhado. Uma delas é a combinação entre o ensino online com o off-line.
No modelo online, o aluno tem autonomia para gerenciar seus estudos, respeitando o seu tempo. Ele pode explorar os diversos espaços da escola utilizando materiais didáticos como livros, revistas e também meios tecnológicos como os próprios celulares, tablets e ou computadores da escola com acesso à Internet. Já o modelo offline é caracterizado pelo estudo em grupos, mediado pelo professor, podendo ser ofertado na sala de aula e em outros espaços da unidade escolar.
A ideia é que ambas as aprendizagens se conectem. E atenção: o ensino híbrido pode ser trabalhado com todas as áreas do conhecimento.

Crédito: Jacqueline Hamine

Dentro deste processo o professor escolherá um modelo de rotação, que consiste em um ambiente, dentro ou fora da sala de aula, onde podem ser mescladas diversas estações de atividades, sendo possível trabalhar o online com offline. As rotações por estações ocorrem com o tempo pré-estabelecido para que os alunos possam mudar de estação, sempre focando em um objetivo comum. Fica a critério do professor formular quantas estações deseja para aquela aula e o tempo que os alunos permanecerão nas estações. Costumo realizar de duas a três rotações de trabalho no mesmo ambiente.
Em uma das aulas de informática, trabalhamos animações e curtas metragens por proporcionar uma aprendizagem autoral e envolvente. Os alunos do 7ª ano resolveram criar uma animação para resgatar a cultura indígena. Para realização deste trabalho, utilizamos o ensino hibrido conectando o online e o offline e as rotações separadas em três estações.
Um grupo de alunos ficou responsável por buscar na internet informações sobre a cultura indígena e produzir coletivamente o enredo para a animação. Outro, utilizou massinha de modelar para montar os personagens e o cenário, montar o stop motion (animação quadro a quadro) através de fotografias. Para cada atividade foi estabelecido o tempo de 14 minutos em cada estação. Após este tempo, houve a troca de estação e, ao final, conversamos sobre a atividade.
O meu papel foi acompanhar as atividades, orientar os alunos e definir objetivos claros para facilitar o aprendizado pelas estações.
Há também o modelo rotacional, em que a rotação é individual e não é necessário passar por todas as estações. 
Confira aqui 9 dicas importantes para aplicação dos modelos de ensino hibrido.
  • avaliação diagnóstica é uma importante ferramenta para planejar o ensino hibrido. Ela permiti definir estratégias de organização dos alunos e do(s) espaço(s) em sala de aula da melhor forma;
  • Planeje a aula considerando o tempo para a realização das atividades e também se os alunos estarão em grupos ou não, e se as atividades serão online e/ou offline e como você poderá mediar às estações e as dinâmicas propostas para a aula;
  • Realize parcerias e trocas com outros professores para explorar outras áreas do conhecimento e outros ambientes da escola. Através das parcerias é possível que um professor fique com um grupo de alunos realizando uma atividade online e o outro grupo permaneça com o outro professor com uma atividade off-line, com o tempo pré-estabelecido para trocas.
  • Seja claro e objetivo ao expor aos alunos a tarefa que devem realizar. Registre a explicação da atividade em folhas, em um cartaz, na lousa ou até a mesmo espalhada pelo espaço em forma de pistas.
  • Mantenha o diálogo e converse com os alunos sobre colaboração e cooperação.
  • Os modelos de rotações por estações tem de ser independentes, com começo, meio e fim. Isso permite que os alunos passem pelas estações no período pré-estabelecido, e não dependam da estação anterior para realizar a atividade proposta. O professor pode formular quantas estações desejar, considerando que o tempo seja suficiente para os alunos realizarem as atividades.
  • Construa as rotações por estações explorando o potencial das competências e habilidades como: leitura, escrita e o raciocino lógico.
  • Realize uma avaliação com os estudantes, no caso costumo trabalhar as rubricas, onde os critérios são estabelecidos com eles, permitindo uma autoavaliação.

Crédito: Jacqueline Hamine

Conheça também a sala de aula invertida, que visa um estudo antecipado do conteúdo. Com ela, a turma pode realizar uma leitura ou assistir a um vídeo fora do ambiente escolar. Assim as aulas podem ser utilizadas para realização de atividades. Conheça um pouco mais sobre essa modalidade de ensino aqui.  
E você, já usou o ensino hibrido? Como foi sua experiência? Compartilhe conosco! Se não usou, deixe aqui suas sugestões, dúvidas e comentários.

Um abraço carinhoso e até o próximo post,
Débora Garofalo
De Nova Escola
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 10 de maio de 2017

O que fazer quando o aluno chega no Fundamental 2 com uma alfabetização deficiente?



O questionamento trazido pelos professores do Ensino Fundamental 2 revela o desafio e a importância desse tema em toda as etapas da escolaridade. Crédito: Mariana Pekin

Participei de um bate-papo com os coordenadores do Fundamental 2 em um encontro de formação das escolas estaduais da diretoria de ensino de Sorocaba, em abril. Fui contar sobre minha experiência na South by Southwest (SXSWedu), uma das mais importantes conferências mundiais de inovação e tecnologia na Educação, e como transpor os aprendizados para a realidade de nossas escolas para dar voz aos alunos, engajá-los em projetos com a comunidade e potencializar o desenvolvimento da aprendizagem.Inevitavelmente, o assunto alfabetização não ficou de fora. Um questionamento trazido pelos professores do Fundamental 2 - “Por que estamos recebendo alunos sem estarem alfabetizados no 6º ano? Não somos alfabetizadores! O que fazer com esses alunos?” - revela o desafio e a importância desse tema em toda as etapas da escolaridade. Infelizmente, essa defasagem ainda é realidade em muitas escolas por todo o Brasil. São diversos os fatores que contribuem para isso: salas superlotadas, má formação docente, falta de apoio de algumas das famílias, de comprometimento de alguns professores e de uma política pública que realmente priorize a alfabetização e a Educação. Nas escolas, a cada período, esses alunos passaram por vários professores e a aprendizagem de cada um deles é nossa responsabilidade. Se o problema é de todos, a busca de soluções também pode e deve ser coletiva. Afinal, a alfabetização é a base para um bom desenvolvimento da aprendizagem por toda a vida! Então, vamos focar em soluções e alternativas que estejam em nossas mãos e sejam possíveis de ser realizadas. Aqui vão as minhas:Grupo de apoio e estudoÉ muito difícil para um professor do Fundamental 2 fazer ações pontuais para alfabetização desses alunos em apenas 50 minutos. Mas a escola pode montar grupos de estudo e apoio no contraturno, focados na leitura e escrita, com um professor alfabetizador (caso sua instituição tenha apenas anos finais, é possível solicitá-lo à secretaria para essa demanda) ou de Língua Portuguesa preparado pela equipe pedagógica para que desenvolver esse papel. Precisamos ter claro que muitas dessas crianças precisam desenvolver somente determinado aspecto do processo e não a alfabetização como um todo. Um trabalho focado na autonomia da leitura, por exemplo, pode suprir a defasagem. Mas, no dia a dia em sala de aula, há muitas outras possibilidades que contribuem. Afinal, pode-se interpretar textos oralmente, construir conceitos, refletir sobre situações e dar opiniões sobre assuntos de estudo, participando junto aos demais, mesmo sem estarem alfabetizados ainda.


Os próprios colegas podem ajudar os estudantes com dificuldades. Crédito: Mariana Pekin

Alunos tutoresOs próprios alunos da sala, que tem mais facilidade na aprendizagem, podem auxiliar aqueles com dificuldades na realização da tarefas. Muitas vezes, eles conseguem até mesmo explicar de uma maneira mais clara orientações dadas pelos professores nas atividades em sala de aula. A tutoria, se bem orientada, além de bons resultados na aprendizagem, rende um fortalecimento das boas relações entre a turma. No entanto, ela é um braço de apoio. É imprescindível o estudo voltado especificamente para a alfabetização com um docente preparado. Parcerias entre professoresEncontros pedagógicos permanentes, como esse em que participei, entre profissionais do Fundamental 1 e 2 , para compartilhamento de práticas educativas. Precisamos eliminar o abismo entre os ciclos, afinal, se tratam dos mesmos alunos! Precisamos estabelecer parcerias entre todos para, juntos, criarmos estratégias para enfrentarmos os problemas de aprendizagem em nossas instituições.Diagnóstico de dificuldadesSabemos que o melhor é que todos alunos sejam alfabetizados no tempo certo. Para isso, a equipe escolar precisa identificar as dificuldades e elaborar um plano de ação. Nas escolas que venho trabalhando ao longo desses anos no magistério, sempre fazemos um atendimento personalizado para resolver desde os primeiros sinais de que algo não vai bem. Fazemos grupos de estudo com atividades específicas de leitura e escrita desde os primeiros anos. Por essas experiências, posso garantir que os resultados estão sendo muito bons. Quanto mais cedo fizermos os encaminhamentos para alfabetizar esses alunos, melhor para todos! Essas são apenas algumas práticas que acredito que podem ser feitas. Além disso, ações como mais investimento na área e uma formação de qualidade dos alfabetizadores – o que depende de políticas públicas – também têm papel fundamental na construção do bom ensino. Precisamos acompanhar, participar, contribuir com opiniões e sugestões e cobrar que a Educação seja prioridade em nosso país.E vocês, queridos professores? O que está sendo feito em suas escolas para resolver os problemas de alfabetização de seus alunos? Conte aqui nos comentários!Um grande abraço e até a próxima segunda-feira,Mara Mansani. Nova escola.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Começa hoje inscrições para o Enem 2017

Fiquem atentos!

A tão esperada data chegou, as inscrições para o Enem 2017 começam hoje a partir das 10h da manhã. Fique atento e ligado nas notícias relacionada ao evento, pois em anos anteriores tivemos reclamações de lentidão e queda do sistema do MEC impossibilitando, em alguns casos, a finalização da inscrição.
As inscrições começam  em
08 de maio a partir das 10h e irá até o dia 19 de maio às 23h59m.
Para quem não é isento do pagamento da taxa de inscrição terá até 24 de maio para pagamento do boleto. O não pagamento anulará automaticamente a inscrição e impossibilitará a realização da prova.
Outra dica importante para quem vai se inscrever no Enem 2017 é tentar fazer p seu cadastro em horários que teoricamente tem um menor número de acessos, como no final da noite, madrugada, período da manhã antes das 09h. Mas é claro que este tipo de ação só será necessário em caso de grande indisponibilidade ou instabilidade do sistema do MEC.
Para fazer a sua inscrição você terá que acessar a Página do Participante, inserir as informações solicitadas, como:
  • CPF válido;
  • Criar uma senha de acesso;
  • Email válido;
  • Endereço/Domicilio;
  • Nome completo;
  • Informar se precisa de atendimento especial deficiente/gestante.
  • Escolha da língua estrangeira;
  • Confirmação de conclusão do Ensino Médio;
  • Renda familiar;
  • Conclusão da inscrição
Após finalizada, o sistema irá informar se o candidato está isento ou não do pagamento do boleto no valor de R$ 82,00. Vale ressaltar que o candidato que for isento e não comparecer no dia da prova, perderá automaticamente o benefício para o ano seguinte.
Mudanças de dias de provas do Enem 2017
Antes, o Enem era realizado no sábado e domingo subsequente, o que geravam sempre reclamações por parte dos estudantes por ser bastante cansativo e estressante.
Com a consulta pública feita pelo MEC/Inep, ficou decidido que a partir de agora será realizada em dois domingos seguidos, o que irá permitir que esses candidatos tenham uma semana de intervalo entre uma prova e outra.
Mudanças das matérias iniciais do Enem 2017
Até o ano passado, as provas do Enem tinham uma sequência das matérias para realização do exame, o que foi alterado. A partir de agora a Redação e Linguagens e seus códigos será aplicada no primeiro dia de prova.
Data, horário e locais de provas do Enem 2017
Este ano as provas do Enem serão realizadas em dois domingos, nos dias 05 e 12 de novembro de 2017. A abertura dos portões para realização das provas serão as 12h e o fechamento rigorosamente as 13h. O início da prova será às 13h30m, tendo um tempo de duração no primeiro domingo de 5h30m e no segundo domingo será de 4h30m.
Matérias que caem na prova do Enem 2017
Além da data, horário e tempo de duração das provas, é preciso se organizar em relação as matérias que caem no exame do Enem. E são elas:
  • Linguagens, códigos e suas tecnologias
  • Ciências Humanas e suas tecnologias
  • Ciências da Natureza e suas tecnologias
  • Matemática e suas tecnologias
  • Redação.
Agora resta organizar o seu tempo de estudos, tirar todas as dúvidas que surgirem e não desperdiçar as oportunidades de sempre se atualizar, seja na parte de informações do mundo na política, ambiental, social ou aproveitar para formar grupos de estudos e assim poder dividir conhecimentos. Então boa sorte e até a próxima!
Com informações de VoceNoEnem.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 7 de maio de 2017

Paulo Freire ontem, hoje e amanhã

O trabalho do pernambucano Paulo Freire (1921-1997) rompeu com os padrões. Em 1963, época em que 40% da população adulta era analfabeta, ele realizou a famosa experiência em Angicos, no Rio Grande do Norte, em que se propôs a alfabetizar 300 adultos, cortadores de cana, em 40 horas de aula ao longo de 45 dias. O processo não utilizava cartilhas, mas partia do vocabulário e conhecimentos dos alunos.
Fundamentado na construção de aprendizagens a partir de referências do universo desses adultos, assumia também o papel de desenvolver a criticidade. “Ele ensinou trabalhadores analfabetos a partir da realidade e objetos do seu dia a dia, como ‘tijolo’, ‘terra’ ou ‘colheita’, para estabelecer um sentido com o que estavam aprendendo.  Parece algo simples, mas quando você pega sua própria bagagem para transformar em conhecimento – e não situações infantilizadas, como era o típico das cartilhas –, a assimilação é maior”, comenta Jayse Antonio, professor de Arte na EREM Frei Orlando, em Itambé, Pernambuco.
ONTEM
As experiências e ideias trazidas por Freire logo se expandiram pelo país. O método aplicado no Rio Grande do Norte auxiliou no desenvolvimento do Programa Nacional de Alfabetização, do qual Freire participava e tinha a meta de atingir cinco milhões de jovens e adultos no período de dois anos. Mas a Ditadura extinguiu o projeto. “Ele faz parte de uma geração de educadores que deu uma contribuição muito grande, mas a estrutura militar interditou”, lembra Luiz Araújo, ex-presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e professor de políticas públicas da Universidade de Brasília (UnB). “As produções continuaram no exterior, mas foram tardiamente reconhecidas por aqui. Paulo Freire era uma figura de expressão inovadora no momento do golpe e experimentou muito fora do país. Apesar disso, continuou pensando, em seus trabalhos, no Brasil”, pontua. Foram 16 anos de exílio e difusão de sua metodologia de ensino pelo mundo, entre os quais os países africanos de colonização portuguesa, como Guiné-Bissau e Cabo Verde.
HOJE
Para Felipe Bandoni, colunista da revista NOVA ESCOLA e professor de Ciências na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Colégio Santa Cruz, em São Paulo, o título de Patrono da Educação brasileira - reconhecido em 2012 - é merecido pela relevância de suas ideias para o contexto nacional. “Além de serem aceitas mundialmente, elas são aplicáveis, especialmente no Brasil. Sua obra é abrangente e certeira ao diagnosticar as questões e realidade nacionais. Acho que não tem outro nome de educador brasileiro que se equipare ao dele”, diz. Em um levantamento realizado por Elliott Green, professor associado da London School of Economics, a obra “Pedagogia do Oprimido” é a terceira mais citada nos trabalhos de ciências humanas do Google Scholar, ferramenta de pesquisa acadêmica do buscador, sendo o autor o único brasileiro entre os 25 mais citados.
Além disso, o pensador se preocupava que o conhecimento fosse a chave de transformação e empoderamento daqueles adultos. “Ele se preocupava com a educação de todos, e com uma educação que fosse libertadora, que não deixasse as pessoas no mesmo lugar que elas estavam. E isso é pedagogia, é levar para outros lugares”, afirma Maria do Pilar Lacerda, educadora e ex-secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC). As discussões trazidas por ele também parecem que nunca estiveram tanto em pauta na Educação. “A posição humanística é, com certeza, o ponto mais transformador de sua obra”, completa.
Bandoni destaca que suas obras colocam a escola em um contexto social e como fruto de forças políticas. “O que é um tema muito relevante hoje até mesmo pensando em movimentos como o Escola Sem Partido. Muitos encaram a escola como neutra, à parte da sociedade, como se nada de fora respingasse dentro dela. É uma visão muito equivocada da escola. Ele questiona o neutro e esse posicionamento por parte do educador”, aponta o professor da EJA.
Jayse inclui na lista dos debates atuais a Educação baseada no protagonismo, com aprendizado conectado à vivência e com o aluno buscando seu próprio caminho. “Ele já dizia isso há muito tempo. Essa influência também se reverberou em muitos professores. Eu, por exemplo, no dia a dia da sala de aula, busco trazer o aluno para esse lugar de protagonismo dentro de tudo que é proposto”, afirma. Luiz Araújo relembra que até então, o pensamento era de que o aluno não tinha nenhuma contribuição para dar no processo de aprendizagem e Freire os coloca em foco. “Ele fez uma ruptura com a pedagogia tradicional, que vinha desde a época dos jesuítas. Mexeu não apenas com o campo teórico, mas experimentou sua inovação. Criou um novo método, uma nova postura, e mostrou como fazer”, considera. A própria conexão da aprendizagem com a vida real, como foi feito em Angicos, é uma necessidade trazida pela escola hoje.

AMANHÃ
Hoje, suas marcas aparecem como influência em projetos inovadores. Um exemplo disso é o Scratch, uma linguagem voltada para o ensino de programação para crianças. "Muitas pessoas, quando pensam em ensinar programação para crianças com Scratch, frequentemente pensam na parte técnica. Mas para nós, a programação é uma nova forma de organizar, expressar e compartilhar suas ideias”, conta Mitchel Resnick, pesquisador do departamento do Instituto de Tecnologia de Massachussetts (MIT) e criador do Scratch. “Paulo Freire não estava preocupada em ensinar as pessoas a ler só para elas conseguirem um emprego, mas ele entendia que a alfabetização faria com que as pessoas fossem capazes de entender o mundo ao redor delas e se sentir como parte dele. Nós sentimos a mesma coisa a respeito da programação. Nós pensamos que, para que você seja um cidadão completo na sociedade de hoje, você deve ser capaz de compartilhar suas ideias pelo computador", diz Mitchel. E para os educadores brasileiros, essa influência freiriana não tem perspectivas de acabar. “Eu acho que tudo o que ele falava é muito atual e nunca vai ficar ultrapassado porque ele valoriza o ser humano. Trabalhar o ser humano também favorece o lado pedagógico”, conclui o professor Jayse.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Dia da Matemática vivenciado em Bom Jardim

EREM MOTA SILVEIRA FAZ INTERCÂMBIO

Hoje é o dia daquela disciplina que deixa alguns estudantes com “dor de cabeça” e sem saber onde pode ser aplicada, senão nos cursos da área de ciências exatas. Dia 06 de maio é o Dia Nacional da Matemática e dos profissionais que lidam todo dia com números, equações, fórmulas e cálculos. Muitos cálculos. A data foi instituída a partir do decreto de Lei nº 12.835, em 2013, visando estimular o interesse dos alunos pela disciplina, a partir da aplicação de metodologias de ensino, dinâmicas e didáticas por parte das escolas.
O dia 6 de maio foi escolhido como forma de homenagem a Júlio César de Mello e Souza, professor de matemática, engenheiro civil e escritor brasileiro que nasceu no dia 6 de maio de 1985, no Rio de Janeiro. O escritor é mais conhecido como Malba Tahan, pseudônimo que utilizou em quase todos os seus 120 livros de contos. O homem que Calculava é a obra de maior sucesso do autor, sendo traduzido para doze idiomas.
Nas escolas da Rede Estadual o dia está sendo comemorado desde a quinta-feira (4) como, por exemplo, na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Cardeal Dom Jaime Câmara, em Moreno, que teve uma programação cheia de atividades e ações voltadas para a matemática. Na EREM Santa Paula Frassinetti, localizada no bairro do Espinheiro, a sexta-feira (5) foi de muitas atividades lúdicas que auxiliam no ensino da disciplina, como a torre de Hanói, além de apresentações de paródias musicais utilizando o mundo matemático.
Na EREM Doutor Mota Silveira, no município de Bom Jardim, no Agreste do Estado, os estudantes realizaram oficinas de matemática em duas escolas municipais para os estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental. Com esse intercâmbio, a escola visa mostrar como o ensino da disciplina pode ser atrativo através de jogos e palestras.


E tem escola que só vai comemorar a data na próxima segunda-feira (8), como é o caso da EREM Nóbrega, localizada no bairro da Encruzilhada. A organização programou um dia com vários jogos e atividades que incluem teatro, dança, música e apresentações científicas. Além disso, os estudantes ainda farão uma exposição com figuras geométricas fazendo referência ao Cubismo, movimento artístico no século XX.
Fonte:educacao.pe.gov.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Colégio Sant'Ana adere a Greve Geral

 Direção do Colégio Sant'Ana (Bom Jardim) publicou comunicado avisando aos pais que nesta sexta-feira, 28 de abril de 2017,  não haverá aulas devido a mobilização nacional. Confira o texto.
Fonte: Facebook do Colégio.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 18 de abril de 2017

Malala: "Se quisermos um futuro desenvolvido, precisamos investir na Educação para as garotas"


Malala Yousafzai (Divulgação)

Malala Yousafzai acaba de se tornar a mais jovem Mensageira da Paz da ONU. Nomeada pelo secretário-geral António Guterres, a paquistanesa de 19 anos e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2014 terá a função de chamar a atenção do mundo para um problema que afeta milhões de meninas: a falta de acesso à Educação. Segundo a Unesco, 16 milhões de garotas nunca terão a chance de frequentar a sala de aula.
Guterres vê Malala como "um símbolo da Educação para todos, uma inspiração global e campeã da Educação para meninas". Após a nomeação, ocorrida na última segunda-feira em Nova York, Malala concedeu entrevista à ONU News. Veja a conversa na íntegra:
ONU News: Mensageira da Paz da ONU é um título que impressiona. Como você se vê neste papel?
Malala Yousafzai: Estou honrada com a nomeação e, para mim, significa mais responsabilidade com algo que eu já tinha, a de defender a Educação para meninas, aumentar a conscientização sobre o tema e pedir aos líderes mundiais para investirem mais em Educação. E vou continuar fazendo isso, mas, como Mensageira da Paz da ONU, terei ainda mais força e vou me manter mais forte, além de ter uma plataforma maior para espalhar minha mensagem.
ON: Qual foi a maior lição que você aprendeu nesses anos sendo uma referência em Educação para meninas?
MY: Tenho lutado pela Educação das meninas desde que eu tinha 10 ou 11 anos, quando o terrorismo começou no Vale do Swat, no Paquistão, e as garotas não podiam ir para a escola. Aprendi muito em quase 20 anos de vida, vendo o terrorismo, o extremismo, por ter sofrido um atentado aos 15 anos e agora em um palco global lutando pelo direito das meninas à Educação. O que aprendi foi que a geração futura precisa de Educação, de Educação de qualidade. Se quisermos ver um futuro brilhante e desenvolvido, se quisermos ter uma vida melhor, precisamos investir na Educação para as garotas. Isso é crucial. Não podemos ignorar. Às vezes eu penso: por que será que os líderes mundiais ignoraram o problema por tanto tempo? O que aprendi com minha própria experiência em 19 anos eles ainda não aprenderam em 50, 60 anos ou mais. Então essa é a minha mensagem: garantir que eles percebam que o investimento em Educação pode mudar o mundo.
ON: Seu pai esteve com você na cerimônia de nomeação e foi fundamental para que você frequentasse a escola. O que homens e meninos podem fazer para garantir que meninas e mulheres tenham acesso à Educação?
MY: Eu comecei falando sobre o assunto, mas não poderia ter continuado sem o meu pai, sem os meus pais. Haviam tantas outras garotas que queriam se pronunciar sobre a questão, mas seus pais, seus irmãos não permitiam. Então o papel dos homens é crucial, porque se os homens impedirem as mulheres de falarem, elas não conseguem ir para a frente. É importante que os homens permitam às mulheres seguir seus sonhos e conquistá-los. Como meu pai disse, você não precisa fazer algo extra pelas mulheres – apenas não corte suas asas, deixe-as voar. Deixe-as avançar. Os homens precisam ser feministas orgulhosos, defender as mulheres, e quando você empodera as mulheres, você as ajuda e empodera toda a sociedade. Existem benefícios econômicos, sociais… os benefícios são incontáveis.
Os homens não precisam fazer algo extra pelas mulheres – apenas não cortem suas asas, as deixem voar, avançar
ON: Todos sabem da sua história e acho que as pessoas pensam que realmente te conhecem. Mas como você mencionou, você só tem 19 anos. Qual seria uma das ideias erradas que as pessoas têm de você?
MY: Muitas vezes, as pessoas pensam que eu sou super alta, mas na verdade eu sou muito, muito baixa e pequena. Eu tenho mais ou menos 1,53 metro e daí eu uso salto para ficar mais alta, mesmo assim não resolve. Eu sou muito baixa. E a segunda coisa é que as pessoas acham, não sei, que eu sou muito boa nos estudos, mas elas não sabem que eu também tenho momentos difíceis na escola. Eu tenho provas e às vezes eu tiro notas C ou D. Eu também tenho de estudar muito para entrar na faculdade. Eu não estou livre de testes de admissão. Eu tenho que fazer essas provas. Tenho que conseguir três As nos meus exames finais para conseguir entrar na universidade. Então eu passo pelas mesmas coisas que todos os estudantes. Eu sou normal. Prêmio Nobel da Paz e Mensageira da Paz da ONU não te ajudam muito! (risos)
ON: Você mencionou que precisa estudar como todo mundo. Quais são seus próximos passos em relação a sua própria Educação?
MY: Em nível universitário, eu quero estudar Filosofia, Política e Economia. Já me candidatei para algumas universidades, mas tudo depende das minhas notas finais, que saem em agosto. Estou trabalhando duro para isso. Depois, não sei que tipo de carreira eu quero ter. Uma coisa que eu tenho certeza é de que meu foco continuará sendo o direito das meninas à Educação. Por meio do Fundo Malala, vou continuar inspirando e incentivando mais garotas a falarem sobre o assunto, tentando ampliar as vozes dessas jovens.
ON: Malala, falando sobre inspirar pessoas: você vai viajar o mundo como Mensageira da Paz da ONU. Como você pretende inspirar jovens, especialmente aqueles que, pela região onde vivem, sentem que não há esperança, que não existe razão para ir à escola?
MY: Como tenho feito no último ano, visitei vários países como Líbano e Jordânia. Conheci meninas sírias refugiadas; conversei com garotas na Nigéria. E vou continuar fazendo isso nesse cargo de Mensageira da Paz. Estarei em países diferentes conhecendo meninas maravilhosas e inspiradoras. Vou fazer questão de dizer que a voz delas é importante, que isso pode mudar o mundo. Eu comecei falando no Vale do Swat e agora vocês podem ver que a voz de uma criança é mais poderosa do que as armas dos terroristas. É isso que elas precisam entender, todas as crianças, que sua opinião é importante para o mundo. E você não precisa esperar crescer, você pode contribuir agora com a mudança.
ON: Alguma mensagem final?
MY: Acredite em si mesmo. Mantenha-se confiante, com esperança em relação ao futuro. Coisas ruins vão acontecer, mas, se estivermos unidos, seremos mais fortes, podemos fazer o mundo melhor e contribuir para a mudança. Então vamos nos manter positivos e com esperança.

Entrevista concedida à Dianne Penn. Tradução: Leda Letra.
novaescola.org.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 15 de abril de 2017

Leitor pergunta e professor Pasquale explica: quando usar o gerúndio?


O leitor Miguel Aguilera perguntou à BBC Brasil sobre o gerúndio: quando se usa e quando não se usa?
Trata-se da raiz do verbo acrescida da terminação “ndo”. Exemplos: pegando, dormindo, estudando.
Neste terceiro vídeo da série sobre dúvidas de português, o professor Pasquale Cipro Neto lembra que o uso excessivo do gerúndio até ganhou um nome: o "gerundismo".
“Eu imagino que isso tenha surgido das traduções literais quando começou a importação, nos anos 90", conta.
"No Brasil até então pouco se importava, a gente não tinha aqui grande quantidade de produtos importados. Então vieram vários e vários produtos importados com os manuais traduzidos, sabe Deus por quem, ao pé da letra”, explica o professor.
O gerúndio em inglês foi então traduzido literalmente para o português, apesar de eles cumprirem papéis diferentes.
“O que em inglês é ‘I will be sending’, por exemplo, em português não é ‘Eu vou estar enviando’, é ‘Eu vou enviar’”, diz Pasquale.
“Alguém começou a traduzir isso ao pé da letra e, meu Deus do céu, isso infestou o teleatendimento, virou um inferno, né?”
De acordo com o professor, o gerúndio usado fora do lugar traz a ideia de uma “coisa que não vai ser resolvida nunca”.
Exemplo do que não se deve dizer: “O senhor vai ter que estar esperando”.
“Eu não posso só esperar?”, pergunta o professor.
Outro exemplo de gerúndio sem necessidade: “O senhor precisa estar pegando uma senha”.
O correto é: “O senhor precisa pegar uma senha".
De acordo com Pasquale, o gerúndio pode ser empregado em ações contínuas, que têm um curso. Exemplo: “Não me ligue nessa hora, porque eu vou estar dormindo”.
“Então nada de condenar o gerúndio por si só, coitado. Gerúndio maldito, você veio ao mundo para ser excomungado, amaldiçoado - nada disso”, afirma.
“O gerúndio é da língua, é perfeito, não há nenhum problema. Desde que ele faça o papel dele.”
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 8 de abril de 2017

32 respostas sobre a Base Nacional Comum Curricular



Até o fim do ano, o Brasil estabelecerá os conhecimentos e habilidades essenciais que deverão fazer parte dos currículos de todas as escolas, da Educação Infantil ao Ensino Médio. A chamada Base Nacional Comum Curricular (BNCC) tem gerado muitas dúvidas desde que começou a ser discutida em 2013. Como ela será implantada? O que muda no dia a dia das escolas? Qual a relação dela com a reforma do Ensino Médio? Selecionamos as principais questões que surgiram no Facebook de NOVA ESCOLA e respondemos abaixo. Se você ainda ficar com alguma dúvida, mande para nós nos comentários, no final da página.  
1 - O que é a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)?A Base Nacional Comum Curricular é um documento que determina os conhecimentos essenciais que todos os alunos da Educação Básica devem aprender, ano a ano, independentemente do lugar onde moram ou estudam. Todos os currículos de todas as redes públicas e particulares do país deverão conter esses conteúdos.2 - Qual é o objetivo deste documento?Como a BNCC define os conhecimentos essenciais para toda a Educação Básica e é obrigatória, ela ajuda a diminuir as desigualdades de aprendizado: todos os alunos terão a mesma oportunidade de aprender o que é fundamental.
Confira mais sobre os objetivos da BNCC no site do Movimento pela Base3 - Para quais etapas a BNCC será aplicada?Para todas as etapas da Educação Básica, da Educação Infantil ao Ensino Médio.4 - Onde consigo uma cópia do documento?O documento ainda não foi finalizado, mas você consegue acessar a terceira versão aqui. As duas primeiras versões estão acessíveis online, no portal da BNCC do MEC.5 - Como ela foi construída?A BNCC está sendo construída em um processo colaborativo e democrático, liderado pelo Ministério da Educação (MEC), que foi iniciado em 2015. A primeira versão do documento passou por uma consulta pública (entre setembro de 2015 e março 2016), quando recebeu mais de 12 milhões de contribuições. A segunda versão foi analisada por gestores, professores e alunos de todos os estados, em seminários organizados pela União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Mais de 9 mil recomendações foram sistematizadas. A partir delas, o MEC finalizou a terceira e última versão, que seguirá para um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), para, então, ser homologada.Confira no portal da BNCC do MEC informações sobre o processo de construção, as consultas públicas e as versões 1 e 2 na íntegra.Confira as etapas de construção e as leituras críticas de cada versão feitas por especialistas do Movimento pela Base.6 - Quando ela começa a funcionar?A fase de implementação começa após a homologação do documento pelo MEC, o que deve ocorrer no segundo semestre deste ano para as etapas da Educação Infantil e Ensino Fundamental e para o Ensino Médio, em 2018. A implementação envolve várias frentes de ação (que serão planejadas pelos estados e municípios, com apoio do MEC):
  • Adequação dos currículos das redes e dos projetos políticos pedagógicos das escolas à BNCC.
  • Formação continuada dos professores e adequação dos materiais didáticos.
O MEC calcula que a fase de implementação dure cerca de dois anos a partir da homologação.Conheça as principais etapas da implementação realizadas por outros países.7 - Preciso fazer meu planejamento de 2017 respeitando a Base?Não. A BNCC ainda não foi aprovada.8 - Quais são os próximos passos para a conclusão da BNCC?A parte da Educação Infantil e do Ensino Fundamental da BNCC está sendo finalizada. Segundo o MEC, a versão final deve sair nos próximos meses. As etapas seguintes são:- Envio para o Conselho Nacional de Educação (CNE). Essa etapa já foi concluída.- Realização de audiências públicas pelo CNE.- Emissão de um parecer do CNE.- Homologação do documento pelo MEC.Já a parte do Ensino Médio da BNCC, que passou pelas mesmas etapas de consultas públicas (nas duas primeiras versões), foi suspensa durante as votações do novo Ensino Médio no Congresso e será retomada pelo MEC a partir das diretrizes da reforma recém-aprovada, e das contribuições dos seminários estaduais. Depois de finalizado pelo MEC, o documento deve passar pelas mesmas etapas que a parte da Educação Infantil e Fundamental.Confira 13 respostas sobre o Novo Ensino Médio9 - Diferenças regionais, como linguagem e cultura, vão dificultar a implantação da Base?Não. Cada rede e cada escola poderá incluir em seus currículos e PPP as especificidades regionais. Vale lembrar que a Base orienta os currículos com o que ensinar, ou seja, os conhecimentos e habilidades essenciais para todos os brasileiros O como ensinar fica a cargo de cada rede e cada unidade escolar. Assim, o direito a um aprendizado de qualidade para todos fica garantido, e as diversidades regionais e a autonomia do professor também.10 - Os municípios poderão definir a sua base curricular?Cada município deve definir seu currículo. A BNCC trará o essencial que todos os currículos, de todas as redes, deverão ensinar. Cada rede poderá incluir, além do que determina a BNCC, os conhecimentos regionais que julgarem pertinentes.11 - Como trabalhar a Base nas escolas, levando em consideração a realidade de cada comunidade?A BNCC não determina como ensinar, mas o que ensinar. Cada escola e cada rede deverá, dentro de seu currículo e PPP, definir como irá trabalhar as diversidades locais.12 - Os estados e municípios vão acompanhar a construção dos currículos e do PPP das escolas?Os estados e municípios serão, com apoio técnico do MEC, os responsáveis pela elaboração e adequação dos currículos das redes de acordo com a BNCC. Segundo o MEC, as estratégias para a implementação da Base – que envolvem, além dos currículos, a capacitação dos professores em serviço e a adequação dos materiais didáticos – deverão ser definidas em conjunto com as redes de ensino.13 - O que, afinal, será componente obrigatório ou não?No documento que diz respeito ao Ensino Fundamental, todas as atuais disciplinas (Língua Portuguesa, Educação Física, Arte, Língua Estrangeira Moderna, Matemática, Ciências, História e Geografia) serão mantidas. Com a reforma do Ensino Médio, que prevê a flexibilização do currículo, por ora, apenas Matemática, Língua Portuguesa e Inglesa são obrigatórias. Além disso, o Novo Ensino Médio também contempla “estudos e práticas” de Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia. Os outros componentes obrigatórios da etapa de ensino ainda deverão ser debatidos pela BNCC.14 - Qual a diferença entre a Base e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e as diretrizes curriculares (DCN) que existiam antes?A BNCC foi elaborada à luz do que diz os PCNs e as DCN. No entanto, a Base é mais específica, determinando com mais clareza os objetivos de aprendizagem de cada ano escolar. Ela será obrigatória em todos os currículos de todas as redes do país, públicas e particulares, ao contrário dos documentos anteriores, que devem continuar existindo, mas apenas como documentos orientadores não obrigatórios.15 - Os livros didáticos vão mudar?Sim. Todos os materiais didáticos deverão passar por revisões, para garantir que seus conteúdos contemplem o que pede a BNCC. Essa é uma importante etapa para que a Base, de fato, chegue às salas de aula. 16 - Ainda dá tempo de participar da construção da Base?Sim. O documento da Educação Infantil e Ensino Fundamental da BNCC passará ainda pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), que deve realizar consultas públicas em todas as regiões do país. Os professores podem acompanhar e participar dessas audiências, como também participar do processo de adequação de currículo de sua rede ou escola, após a homologação da Base.17 - Quais mudanças e avanços poderemos esperar para a Educação Infantil e Ensino Fundamental?A BNCC ainda não está pronta e precisamos esperar a publicação da versão final para avaliar mudanças e avanços. Mas, em janeiro, o MEC mostrou algumas alterações que estão sendo feitas na última versão, a partir das recomendações feitas nos seminários estaduais. No geral, pode-se esperar orientações muito mais claras sobre o que ensinar em sala de aula e uma visão mais transparente da progressão dos aprendizados ao longo das etapas escolares. Na Educação Infantil, a introdução dos campos de experiência e expectativas de desenvolvimento de acordo com faixas etárias específicas são os principais avanços.Veja o relatório que especialistas fizeram sobre a educação infantil da segunda versão da BNCC.Confira a etapa de Educação Infantil da segunda versão da BNCCConfira a segunda versão da BNCC completaVeja as recomendações dos seminários estaduais para a segunda versão da BNCC.18 - Qual é o impacto para escolas em tempo integral?O impacto será igual para todas as escolas de Educação Infantil e Ensino Fundamental, independentemente da carga horária: os currículos e PPPs deverão incluir obrigatoriamente os aprendizados determinados pela BNCC. O documento foi elaborado levando-se em consideração a carga horária regular.19 - Como a Base se relaciona com o Novo Ensino Médio?A parte do Ensino Médio da BNCC irá orientar o currículo desta etapa. O documento, que ainda será finalizado pelo MEC, trará os conhecimentos essenciais que todos os alunos devem aprender nessa etapa. Como um das propostas da reforma do Ensino Médio é a flexibilização do currículo, as disciplinas obrigatórias ocuparão 60% do total da carga horária, com aprendizados que serão comuns a todos os alunos. Os 40% restantes serão optativos: os alunos escolherão o itinerário que mais interessar.20 - O que vai acontecer com as crianças que não acompanharem o ritmo do restante da sala?A BNCC a não traz práticas didáticas ou indica procedimentos específicos a serem adotados pelas escolas nas salas de aula. Isso ficará a cargo da equipe pedagógica de cada rede e unidade escolar.21 - Há alguma indicação para a inclusão de alunos com deficiência?Não há determinações de procedimentos ou práticas didáticas para trabalhar com alunos com deficiência. Isso ficará sob responsabilidade das redes e de cada unidade escolar.22 - A Base fala algo sobre a relação da escola com a família?Não. A BNCC trata dos conhecimentos essenciais que todos os alunos têm o direito de aprender e que deverão constar, obrigatoriamente, em todos os currículos, de todas as escolas públicas e privadas do país.23 - Como coordenadores pedagógicos e diretores podem ajudar os professores no dia a dia para a implementação da Base?A equipe gestora será a responsável por apresentar a BNCC para o corpo docente, ajudando-o a interpretar o documento e pensar conjuntamente como transformar os conteúdos da Base e as propostas curriculares das redes em um currículo que esteja de acordo com a realidade da unidade, além de reformular o PPP e auxiliar na estruturação do planejamento diário dos professores de acordo com as novas diretrizes. Dentro desse contexto, outro campo de atuação do coordenador pedagógico serão as formações continuadas dos professores para colocar em prática a BNCC e os ajustes necessários no planejamento docente. Os gestores também precisarão desenhar ações e estratégias para apoiar os alunos com defasagem em relação ao que será exigido como conhecimento mínimo para aquela série de acordo com a Base.24 - Haverá aumento de carga horária por causa da Base?Não. A BNCC foi elaborada respeitando a carga horária regular atual, que é de, no mínimo, quatro horas diárias. No Ensino Médio, a BNCC deverá ocupar 60% da atual carga horária.25 - Todas as escolas vão ensinar as mesmas disciplinas?No Ensino Fundamental, todas as disciplinas atuais estão mantidas e elas são comuns a todas as escolas. No Médio, a BNCC define os conhecimentos essenciais que todos os alunos, de todas as escolas, precisam aprender, ao longo dessa etapa. Esses conhecimentos são comuns e obrigatórios em todas as escolas e ocuparão 60% do total da carga horária. Os outros 40% serão optativos, dentro de itinerários estabelecidos pelas escolas.26 - Haverá disciplinas optativas, que poderão ser escolhidas pelos alunos?Sim, mas só no Ensino Médio. A parte do Ensino Fundamental da BNCC determina objetivos de aprendizagem para todos os componentes curriculares obrigatórios atuais. Nenhum foi excluído ou incluído. Já a reforma do Ensino Médio prevê a flexibilização do conteúdo, com 60% do currículo obrigatório definido pela BNCC e 40% do currículo optativo.27 - Alguma disciplina será excluída?No Ensino Fundamental nenhum disciplina será excluída. Já com a reforma do Ensino Médio ficaram definidas apenas Matemática, Língua Portuguesa e Inglesa como obrigatórias. Além disso, o Novo Ensino Médio também contempla “estudos e práticas” de Artes, Educação Física, Filosofia e Sociologia. Os outros componentes obrigatórios da etapa de ensino ainda deverão ser debatidos pela BNCC. 28 - Quais as indicações e os objetivos para a disciplina de Arte?O MEC ainda está finalizando a terceira versão da BNCC, fazendo alterações indicadas nos seminários estaduais e por pareceres de especialistas e entidades. Sabemos, por enquanto, que os objetivos de aprendizagem estão sendo revistos, alguns cortados e outros reescritos.Confira os objetivos de Artes da segunda versão da BNCC29 - Em que momento a Base indica que a alfabetização comece?A terceira versão da BNCC indica o início da alfabetização no 1º ano do Ensino Fundamental, mas diz também que, na Educação Infantil, as crianças precisam entrar em contato com elementos da linguagem oral e escrita, o que pode acontecer, por exemplo, com a leitura de histórias. Segundo a BNCC, as crianças devem estar plenamente alfabetizadas no final do 2º ano.Confira aqui a educação infantil da segunda versão da BNCCConfira aqui a leitura crítica que especialistas fizeram da educação infantil da segunda versão da BNCC30 - Há alguma indicação sobre a interdisciplinaridade?Na segunda versão do documento, fala-se na promoção da interdisciplinaridade e na elaboração dos currículos sob uma perspectiva interdisciplinar. É muito importante que, em sua versão final, a Base tenha uma estrutura que permita uma integração entre as disciplinas. Mas como a interdisciplinaridade será colocada em prática será determinado pelos currículos e pelos projetos pedagógicos das escolas.31 - E como os temas transversais serão abordados?Na segunda versão da BNCC, esses temas foram classificados como áreas especiais, como culturas indígenas e africanas, Educação financeira, Educação ambiental.
Confira outros e como esses temas são tratados na BNCC
32 - Como fica o Ensino Religioso na BNCC?Na segunda versão da BNCC, o Ensino Religioso constituía uma área. No entanto, na terceira versão essa área foi excluída. A justificativa dada pelo texto é que, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o Ensino Religioso deve ser oferecido em caráter optativo e a decisão de incluí-lo ou não na grade é das redes de ensino. Portanto, não cabe a União estabelecer uma base comum para a área.

Fonte:Nova Escola
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 25 de março de 2017

300 dias para mudar sua vida


NOVA ESCOLA lançou seu primeiro número em março de 1986. Naquela edição, um passeio pelas reportagens e seções revelava um cardápio de dificuldades tão rico quanto recorrente: “jornadas excessivas”, “remuneração insuficiente”, “crianças agitadas” e “famílias com poucos recursos”. Soa familiar?
Provavelmente, sim. Apesar dos inegáveis avanços em termos de acesso à escola e mesmo de alguma evolução quanto à qualidade do ensino, a Educação brasileira continua sendo fonte das mesmas queixas dos professores. Durante o mês de janeiro passado, realizamos uma enquete no Facebook: “Educador, qual problema tira seu so- no?”. Algumas das dificuldades mais lembradas foram falta de tempo, salário baixo, indisciplina e famílias desestruturadas.
Mudou a forma de se referir às dificuldades. Mas, se você reparar bem, são exatamente os mesmos obstáculos que apareceram em nossa edição inaugural. A diferença – para pior – é que agora eles vêm acompanhados de outras reclamações que não eram tão comuns em 1986. O desafio da inclusão. Relação conflituosa com os chefes. Alu- nos desinteressados no que você tem a dizer.
Não vamos minimizar as barreiras. Muitas dessas dificuldades são consequência da desvalorização da carreira docente e da falta de investimento e de planejamento por parte dos governos. Mas também não vamos ficar só nas queixas, comparando o presente com o passado.Nossa proposta é aproveitar esta edição 300 para refletir sobre como nosso futuro pode ser melhor. Há pequenas revoluções possíveis de incorporar no dia a dia da escola, da sala de aula e em sua rotina pessoal. Esta reportagem é sobre elas.
Dessa vez, juntamos o conhecimento de profissionais de Educação a uma nova metodologia de desenvolvimento pessoal: o coaching – palavra de origem inglesa que indica um percurso de formação em que um parceiro mais experiente ajuda outro a evoluir em alguma área da vida.
A ideia desse método é que você consiga resolver problemas complicados ou realizar sonhos ambiciosos. Para chegar lá, entram em jogo técnicas e ferramentas de diferentes áreas: gestão de pessoas, planejamento estratégico, Psicologia, Neurociências e Administração.
Com esse aporte, o coach (quem instrui, o nosso papel nesta reportagem) e o coachee (quem está sendo instruído – aqui é você) traçam metas graduais e planejam tarefas de curto, médio e longo prazo. Também preveem avaliações periódicas para garantir que continuam no caminho certo. Pouco a pouco, essas ações vão produzindo mudanças pessoais e no trabalho. Assim, você fica cada vez mais perto da linha de chegada.
O trajeto que convidamos você a percorrer junto conosco é bem didático. Está dividido em primeiros passos, ações práticas, recursos úteis, avaliação e indicações de materiais. O calendário sugerido prevê um prazo de 300 dias – ou seja, de agora até o fim do ano. É tempo suficiente para colocar em prática sua revolução pessoal. Convide os colegas para encarar o desafio. Vamos nessa?

Primeiros passos

Antes de dormir ou ao acordar, liste todas as atividades do seu dia. Isso vai dar uma noção geral da quantidade de trabalho e do que deve ser priorizado. Estipule prazos para o fim de cada tarefa e tente reduzi-los ao longo dos dias. Se ajudar, cronometre o tempo e vá marcando o que já foi feito.

Recursos úteis

O método bullet journal é um tipo de organização que reúne em um só lugar todos os aspectos da vida. Pegue um caderno e siga as dicas:
  • Abra o caderno e, na página da esquerda, anote o nome do mês em questão. Numere todos os dias. Marque reuniões, aniversários e outros eventos já programados.
  • Na página da direita, faça a lista de todos os afazeres que você já sabe que terá que cumprir naquele mês, mas que ainda não têm data. Por exemplo: “marcar dermatologista”.
  • Em cada uma das folhas seguintes, insira três dias – já com a lista de eventos programados e afazeres (que passam a ter data certa). Crie quadrinhos para lembretes do tipo “beber mais água”.
  • Em uma página em branco, liste o que foi cumprido (v), cancelado (x) ou adiado (>) e prioridades (*).
  • Pense em outras seções que ajudem na organização: livros para ler, ideias de projetos e lugares para visitar, por exemplo.

Ações práticas

Planeje mais rápido

Otimize essa tarefa, que geralmente toma muito tempo, ao contar com a parceria dos colegas. Para isso, use o período garantido pela Lei do Piso às atividades extraclasse para se reunir com os docentes da mesma disciplina ou série que você e elaborar o semanário. As atividades planejadas por um podem ser usadas e adaptadas pelo outro.

Use ferramentas de organização

Papel, planilha ou aplicativo. Não importa o suporte desde que ele funcione para você organizar o seu dia. O ideal é que seja de fácil acesso para você ter a agenda à mão sempre que preciso.

Avaliação do processo

Precisa ser diária! O monitoramento é contínuo,já que a ideia é você verificar se está dando conta do que planejou. Toda noite, faça os ajustes necessários para conseguir cumprir as metas.

Saiba mais

Atenção

O planejamento deve levar em conta expectativas reais. Pode parecer óbvio, mas se você colocar um grande número de tarefas e não conseguir realizá-las, logo vai se frustrar e deixar de lado a organização à qual se propôs. Por isso, no caso de atividades complexas, divida-as em diversas menores.

Primeiros passos

Há dois jeitos de ganhar mais: aumentando o salário ou gastando menos. Registre seus planos para daqui cinco anos: o que você gostaria de estar fazendo? Qual salário imagina ganhar? No que poderia economizar? Anote o que você pode fazer para atingir os objetivos. Estabeleça uma escala do que é de curto, médio e longo prazo. Na semana seguinte, mapeie oportunidades para cumprir as de curto prazo, como cursos.

Avaliação do processo

Defina um dia e um horário por semana para retomar o cronograma e colocar uma ação em andamento. Neste momento, já programe qual passo você vai querer dar na semana seguinte e, com base no seu desenvolvimento, reavalie se:
  • A meta segue sendo atingível.
  • O prazo estipulado ainda é factível.
  • Você está satisfeito com ela.
Não tem problema se as respostas forem não. O essencial é o planejamento guiá-lo na direção certa.

Recursos úteis

Controlar os gastos é uma forma de tentar fazer com que sobre uma grana no fim do mês. Há diversas planilhas disponíveis gratuitamente na internet. Nelas, normalmente, a divisão é entre receitas e despesas, sendo que esta última contém as seguintes categorias:
  • Habitação
  • Transporte
  • Saúde
  • Educação
  • Impostos
  • Lazer
  • Vestuário
  • Extras
Outra opção são os aplicativos. Um deles, o GuiaBolso, captura os dados diretos da conta bancária e faz a categorização automaticamente. Ele ainda permite que você adicione metas de gastos por serviço, facilitando o planejamento.

Ações práticas

Liste oportunidades na sua rede

  • Em quase todos estados e municípios, professores que se qualificam têm aumento de salário. Outras iniciativas, como provas de mérito, também rendem pontos na carreira dos educadores que atingem as metas.

Invista em sua formação

  • Busque cursos na região ou pela internet, e que se encaixem no seu orçamento. Prefira os que desenvolvam habilidades que o diferenciem dos demais. Vale conversar com ex-alunos para saber o impacto da formação na carreira.

Faça a autoavaliação

  • Registros reflexivos permitem um avanço contínuo em direção a propostas mais eficazes.
Embora tenham que respeitar o piso nacional, cada rede estabelece seu próprio salário-base e plano de carreira. Isso significa que uma cidade vizinha à sua pode pagar mais para o professor. Veja se esse é o caso e se vale prestar concurso em outro município.

Atenção

Organizações sindicais costumam ter poder de mobilizar a classe e de negociar com os governos. O reajuste salarial é um exemplo do esforço das associações coletivas. Ao unir-se a elas, você contribui com essas conqusitas.

Saiba mais

A matéria de capa de março de 2016 da NOVA ESCOLA apresenta prós e contras de nove modalidades de formação continuada. Leia sobre elas.

Primeiros passos

Organize um inventário de motivação dos alunos. Registre os momentos em que eles se mostram engajados e também quando estão desinteressados. Assim, é possível refletir sobre o que não dá certo e recorrer, quando necessário, às estratégias mais mobilizadoras.

Avaliação do processo

Responda ao seguinte questionário:
  • Dou oportunidade para que os alunos decidam e façam escolhas sobre a rotina do dia?
  • Promovo atividades em grupo com frequência?
  • Minhas aulas permitem discussões para que apresentem ideias sobre os temas?
  • Utilizo diferentes metodologias nas aulas?
  • Solicito a participação dos alunos? Se sim, de todos, sem distinção?
  • Faço as correções registrando para mim mesmo onde estão as principais dificuldades dos estudantes?
Ao lado das questões coloque números de 0 a 5, onde 0 é “não fiz isso ainda” e 5 é “faço sempre”. Em junho, mais da metade das respostas devem receber ao menos a nota 3. Em novembro, nenhum tópico pode ter menos que 2 e cinco deles devem ter nota 5.

Ações práticas

Compartilhe os objetivos

Registrar na lousa a agenda do dia e os objetivos de aprendizagem. Assim, os alunos conseguem acompanhar o próprio progresso e se mobilizam para cumprir as expectativas.

Valorize (mesmo) o saber de seus alunos

Semanalmente, abra inscrição para que três estudantes contem aos colegas sobre o que gostam de fazer e deem dicas de filme, música, livro ou game. Registre as sugestões que, depois, podem ser incorporadas nas aulas.

Inove

Experimente a Rotação por Estações de Aprendizagem, na qual o professor organiza diferentes cantos na sala, cada um com uma atividade diferente do mesmo tema. Divididos em pequenos grupos, os alunos fazem um rodízio até completarem o circuito.

Saiba mais

Atenção

  • Vale insistir em uma ação que, de primeira, pode não ter dado certo. Na maioria das vezes, as mudanças demoram a acontecer.
  • Fique atento para ver se a estratégia está sendo bem planejada. Peça ajuda para o coordenador pedagógico para encontrar erros no processo e sugerir ações mais efetivas.

Primeiros passos

Repense as regras. Foque nas que importam. Proibir o boné é realmente importante? Quando os alunos acham as normas injustas ou aleatórias não veem razão para cumpri-las.

Avaliação do processo

Os alunos devem responder ao seguinte questionário:
  • Peço desculpas quando agi mal com alguém?
  • Digo a verdade se fiz algo errado?
  • Tento cumprir as regras combinadas?
  • Respeito a vez do colega para falar ou brincar?
  • Controlo a raiva sem explodir nem bater em ninguém?
  • Não participo de gozações e brincadeiras que possam deixar um colega chateado?
  • Defendo um colega quando ele está sendo maltratado?
  • Se o professor quer silêncio ou que todos fiquem sentados, eu respeito o pedido?
  • Procuro conservar limpo os ambientes da escola?
As respostas podem ser anônimas, com notas de 0 a 3, sendo que 0 é nunca e 3 é sempre. Tabule os dados e veja quais os pontos precisam de mais atenção. Reaplique-o em junho e em novembro para avaliar se as ações têm sido efetivas.

Ações práticas

Reveja as sanções

  • Castigos costumam agir sobre a pessoa, para causar sofrimento, e não sobre o comportamento. Para conscientizar, busque reparações ligadas à falta. No caso de uma criança estar atrapalhando uma atividade em grupo, vale tirá-la temporariamente da atividade, após alguns alertas.

Organize assembleias

  • Estabeleça momentos quinzenais para os alunos discutirem a qualidade das relações e sugerirem formas não violentas de resolver os conflitos. Invista em outras ações como a mediação de conflitos e o professor tutor. Leia mais sobre elas.

Entenda os problemas

  • Quando uma situação foge do controle, a primeira reação é mandar os alunos para a diretoria. Em vez disso, dialogue com os alunos, ouvindo o que eles têm a dizer e demonstrando respeito pelos valores de cada um. Ao identificar os geradores de conflito, é mais fácil encontrar formas de preveni-los.

Saiba mais

O livro Bullying: Quem Tem Medo?, de Luciene Tognetta, traz uma proposta de um programa de convivência para ser implantado na escola. A ideia é que as ações sugeridas na obra previnam todo o tipo de conflito que surja no ambiente escolar – não só o do título do livro.

Atenção

  • Diante de um conflito, tenha calma e controle suas reações. Você não precisa dar conta dele de imediato: o improviso pode levar a atitudes que pioram o problema.
  • Indisciplina não se resolve com base no senso comum. É preciso entender como funciona o desenvolvimento moral e ético das crianças, como elas aprendem e quais sanções são mais adequadas. Que tal entrar ou criar um grupo de estudo sobre o tema?

Primeiros passos

Saiba o que você quer – e o que seu chefe quer. Muitas vezes, as relações se desgastam porque as expectativas do professor em relação ao diretor (e vice-versa) são diferentes do que ocorre na prática. A solução? Manter uma comunicação clara e transparente. Se a iniciativa não parte do gestor, proponha você mesmo uma conversa para saber o que ele espera do seu trabalho e quais indicadores podem ser definidos para as metas.

Saiba mais

No canal de GESTÃO ESCOLAR no YouTube, você encontra uma série de vídeos sobre as relações entre professores e gestores na escola.

Ações práticas

Sugira um comitê de clima

  • A estratégia serve não só para melhorar a relação com os gestores mas também a de toda a comunidade. Seus membros são responsáveis por realizar a cada quatro meses um questionário com todos os segmentos, pensar em conjunto em ações, monitorar se elas estão sendo desenvolvidas e se os canais de comunicação têm sido eficientes.

Analise seus erros

  • Às vezes, você nem percebe, mas seu comportamento pode ajudar a criar um mal-estar com os gestores. Para identificar isso, peça para três pessoas da sua maior confiança para que listem suas principais qualidades e defeitos. Analise as respostas, peça exemplos quando achar necessário e liste possíveis caminhos para corrigir os pontos negativos.

Crie espaços de integração

  • Confraternizações e momentos de conversa informal permitem que as pessoas se conheçam melhor, descubram afinidades e estreitem os laços de confiança. Vale até criar um momento, na sala dos professores, em que a cada semana alguém divida com os colegas histórias pessoais e profissionais.

Avaliação do processo

Responda ao seguinte questionário:
  • Fico estressado com o volume de demandas que a direção exige.
  • Penso em me transferir para outra escola.
  • Quando tenho problemas com a minha classe, os gestores não tomam a iniciativa de discuti-los.
  • As decisões que dizem respeito ao meu trabalho são tomadas sem a minha participação.
  • O diretor não esclarece para os professores o que é esperado do nosso trabalho.
  • A gestão dá pouca ou nenhuma importância ao nosso bem-estar.
  • Não me sinto estimulado pelos gestores a melhorar o meu trabalho em sala de aula.
  • Não há momentos para discussões coletivas.
Estabeleça uma pontuação para cada questão, tendo 0 como o pior indíce da escala e 4 como o melhor. Depois de seis meses, todas as repostas precisam ter tido um aumento de ao menos 50% na nota.

Atenção

Ao detectar os problemas de relação na equipe, seja propositivo. Em vez de chegar com críticas e reclamações, sugira maneiras dos conflitos serem resolvidos, não se excluindo da sua responsabilidade por eles.

Primeiros passos

Conheça as famílias e a realidade delas. Uma das opções é realizar visitas domiciliares para saber como é o aluno em casa, o que gosta de fazer e como vive e orientar a família sobre como acompanhar melhor a aprendizagem. Como isso nem sempre é viável, vale criar momentos para que cada estudante apresente o bairro, a família, o que gosta de fazer junto com os pais, no que gostaria que eles fossem mais presentes. São informações que podem basear ações de aproximação com Wos responsáveis.

Avaliação do processo

É importante estabelecer metas de participação da família – quantitativas e qualitativas. Exemplos: terminar o primeiro semestre com 40% das famílias participando dos encontros, número que deve subir para 75% no segundo semestre; e, no fim do ano, ter conseguido que dois pais, daqueles considerados mais ausentes, tenham se envolvido em alguma proposta, como compartilhar a história do processo migratório da sua familía com a turma.

Recursos úteis

Envie o seguinte questionário aos pais:
  • Você se sente respeitado pelas pessoas que trabalham na escola?
  • Quando pede informações sobre seu filho, é atendido com atenção?
  • Você conhece a proposta do professor para o trabalho com os alunos?
  • Você sabe o que seu filho deve aprender ao longo deste ano?
  • Você já foi chamado na escola para receber elogios sobre seu filho?
  • Há espaço para discutir ou fazer sugestão de propostas?
Em quadradinhos, as famílias deverão atribuir cores: verde para sim, amarelo quando for às vezes e vermelho para não. Deixe espaço para que elas comentem o porquê das escolhas e proponham mudanças. Exponha o resultado em um mural, junto com as ações que estão sendo feitas para reverter a situação para que a família veja que sua participação é reconhecida e valorizada.

Saiba mais

A pesquisa Família, Escola, Território Vulnerável, do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), está disponível.

Ações práticas

Repense as reuniões

  • Em vez de encontros focados em críticas, promova momentos de integração. Descubra as potencialidades dos estudantes e convide os pais para apresentações nas quais possam ver os filhos de forma positiva. Valorize também os saberes das famílias. Pergunte aos alunos o que os pais sabem fazer e chame-os para dividir suas experiências com a garotada.

Encontre aliados

  • Convide os pais mais participativos para serem mobilizadores dos demais.

Atenção

A expectativa de presença das famílias pode não corresponder à realidade delas. É comum que os pais que deveriam estar mais presentes sejam os mais ausentes. Isso ocorre porque são eles os mais distantes do universo cultural da escola por terem estudado pouco ou nada. Ao acolher bem o aluno e conhecer seu universo, a escola facilita a aproximação da família, que abandona a postura defensiva.

Primeiros passos

Antes de tudo, convide as famílias dos alunos com deficiência para uma conversa. São elas que mais podem colaborar com informações – o laudo não define a criança. Cobre que o gestor implante o AEE. Como você vai ver abaixo, o atendimento educacional especializado é um parceiro essencial para auxiliar no dia a dia de quem tem alunos com deficiência. Sem ele, tudo fica muito mais difícil.

Avaliação do processo

Estabeleça indicadores individuais, lembrando que o avanço de cada aluno só pode ser considerado em relação a ele mesmo e nunca em comparação com outros. Para crianças com deficiência mental, por exemplo, pense em metas como o conhecimento e a incorporação de regras sociais e de habilidades ligadas à oralidade.

Recursos úteis

O plano educacional individualizado (PEI) é o instrumento norteador do trabalho a ser desenvolvido pelo professor da sala regular e do AEE com cada aluno com deficiência. Entre os tópicos que devem ser contemplados estão:
  • Histórico escolar
  • Perfil
  • Estratégias para o processo de aprendizagem
  • Metas específicas
  • Avaliação

Ações práticas

Converse com a gestão

  • É o diretor quem pode cobrar a secretaria para adaptar o espaço físico e contratar auxiliares. Para isso, no entanto, ele precisa ter clareza das necessidades dos professores e suas turmas – é aí que você entra.

Busque a parceria do AEE

  • Procure ajuda do profissional do atendimento educacional especializado para encontrar soluções específicas para cada aluno. Ele tem conhecimento para pensar em materiais alternativos, como o engrossador de lápis para quem tem mobilidade reduzida.

Reforce sua formação

  • O MEC, junto com universidades públicas, oferece cursos gratuitos na área. Um deles é o Tecnologia Assistiva, Projetos e Acessibilidade: Promovendo a Inclusão, da Unesp. Busque também oportunidades na rede.

Saiba mais

Atenção

Caso o AEE ainda não esteja estabelecido na rede ou na escola, procure orientações em entidades especializadas como a Apae, que está presente em todos os estados.

Fontes: Ângelo de Souza, professor do Núcleo de Políticas Educacionais da Universidade Federal do Paraná, Luciene Tognetta, líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Moral, Marília Dias, coordenadora da Comunidade Educativa Cedac, Tania Resende, pesquisadora do Observatório Família-Escola, Maria Carolina Nogueira, coordenadora de projetos da Fundação Lemann, Joe Garcia, professor da pós-graduação em Educação da Universidade Tuiuti do Paraná, Carlota Moraes, gerente de desenvolvimento da OD&M Consulting, Caio Polizel, coordenador de consultoria da Hoper Educação e Felipe Maluf, consultor da YCoach.
Ilustrações: Camila Marques
Professor Edgar Bom Jardim - PE