sábado, 22 de janeiro de 2022

Derretimento do maior iceberg do mundo liberou quase 50 vezes consumo de água do Brasil por dia



Berg

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Largo, mas extremamente fino: no início, o A68 tinha uma espessura média de 235m

O gigantesco iceberg A68 despejou mais de 1,5 bilhão de toneladas de água doce no oceano todos os dias no auge de seu derretimento.

Para colocar isso em contexto, é cerca de 48 vezes a quantidade de água usada diariamente por todos os brasileiros (considerando-se que cada brasileiro consome 154 litros de água diariamente, totalizando cerca de 32 milhões de toneladas por dia).

O A68 foi, por um curto período, o maior iceberg do mundo.

Ele cobria uma área de quase seis mil quilômetros quadrados quando se soltou da Antártida em 2017. Mas no início de 2021, ele já havia desaparecido.

Um trilhão de toneladas de gelo derreteram.

Pesquisadores estão atualmente tentando avaliar o impacto que o A68 teve no meio ambiente.

E uma equipe liderada pela Universidade de Leeds revisou todos os dados de satélite para calcular as dimensões do gigantesco iceberg à medida que ele se deslocava para o norte da Antártida, através do Oceano Antártico e para o Atlântico Sul.


Isso permitiu que o grupo avaliasse as taxas de fusão variáveis durante os três anos e meio de existência do iceberg.

Um dos períodos-chave foi no final, quando o A68 se aproximou dos climas mais quentes do Território Ultramarino Britânico da Geórgia do Sul.

Por um tempo, houve temores de que o bloco gigante pudesse encalhar nas águas rasas ao redor, bloqueando as rotas de milhões de pinguins, focas e baleias.

Mas isso nunca aconteceu porque, como a equipe pode mostrar agora, o A68 perdeu profundidade suficiente para permanecer flutuando.

"Parece que ele tocou brevemente a plataforma continental. Foi quando o iceberg fez uma curva e vimos um pequeno pedaço se partir. Mas não foi suficiente para derrubar o A68", disse Anne Braakmann-Folgmann, de Leeds, à BBC News.

"E acho que você pode ver o porquê nas estimativas de espessura", disse Andrew Shepherd, co-autor do estudo. "Aquela altura, a quilha do iceberg era de 141m, em média, e as cartas de batimetria (profundidade) na área mostravam 150m. No final, foi por pouco."

Em abril de 2021, o A68 havia se quebrado em inúmeros pequenos fragmentos que não podiam ser rastreados. Mas seus impactos no ecossistema terão uma vida muito mais longa.

Os icebergs gigantes, ou de topo plano, são agora reconhecidos por terem uma influência considerável onde quer que passem.

O derretimento desses pedaços enormes de água doce vai alterar as correntes locais. E todo o ferro, outros minerais e até matéria orgânica apanhados ao longo de suas vidas e posteriormente lançados no oceano entrarão na produção biológica.

O British Antarctic Survey conseguiu colocar alguns planadores robotizados nas proximidades do A68 para monitorar as condições antes que a massa de gelo se desfizesse totalmente.

Os dados recuperados desses e de outros instrumentos, embora ainda não totalmente analisados, revelam algumas características interessantes, segundo o oceanógrafo biológico Geraint Tarling.

"Achamos que há um sinal muito forte na mudança da flora das espécies de fitoplâncton em torno de A68, e também na deposição real de material nas partes mais profundas do oceano. O sensor de partículas no planador estava captando alguns sinais muito fortes de deposição vindo do iceberg", disse ele à BBC News.

Detalhes da mudança de forma e fluxos de água doce do A68 estão contidos em um artigo publicado na revista Remote Sensing of Environment.

  • Jonathan Amos
  • Repórter de Ciência da BBC News

Você também irá gostar de conhecer: https://museudebomjardim.blogspot.com/
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

5 dados que mostram como brasileiros ricos passam bem pela pandemia


Casal brindando com champanhe em avião particular

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Recorde nas vendas da Porsche, fila para compra de helicópteros. Com viagens internacionais restritas, o andar de cima faz 'poupança forçada' e gasta em luxos no mercado nacional

Eles representam cerca de 2% da população brasileira, mas seus gastos são equivalentes a quase 20% do consumo nacional.

Em meio à pandemia, enquanto a maior parte do país sofria com perda de renda, em meio ao avanço do desemprego e da inflação, os brasileiros mais ricos se viram impedidos de gastar em viagens internacionais e em compras nas principais capitais do consumo do mundo.

Com uma "poupança forçada" pela mudança de hábitos, eles gastaram em luxos no mercado nacional e investiram volume recorde de dinheiro no exterior.

Assim, enquanto parte da população fazia fila para receber ossos no açougue, em meio aos preços recordes da carne e ao avanço da fome, outra parcela — bem menor — aguardava na fila para comprar um helicóptero.

Segundo um fabricante ouvido pela BBC News Brasil, a espera por uma aeronave nova chegou a 20 meses, dependendo do modelo, em meio a um salto de demanda.


A fabricante de carros de luxo Porsche bateu recordes de vendas no país em 2020 e 2021, enquanto o setor imobiliário de luxo e super luxo — de apartamentos acima de R$ 1 milhão e R$ 2 milhões, respectivamente — registrou um crescimento de mais de 80% nos lançamentos e de 47% nas vendas.

Confira esses e outros dados que mostram como o "andar de cima" está passando muito bem pela pandemia.

2% da população, 20% do consumo

Segundo a empresa de pesquisa de mercado Euromonitor, a chamada "classe A" brasileira representava 2% da população em 2021.

São pessoas com renda familiar anual acima de US$ 45 mil (R$ 248 mil ao ano ou cerca de R$ 21 mil por mês, ao câmbio atual), cujos gastos equivaleram no ano passado a 19,4% do consumo nacional.

Mulher glamorosa bebendo champanhe ao lado de veículos

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Classe A representava 2% da população brasileira em 2021. São pessoas com renda familiar anual acima de US$ 45 mil, pelo critério da Euromonitor

Embora a classe A tenha diminuído após dois anos de pandemia (ela representava 2,7% da população em 2019, segundo a Euromonitor), o consumo dessa parcela de maior renda foi bem menos afetado pela crise sanitária do que o restante da população.

"Os consumidores ricos acumularam reservas involuntárias importantes por conta das opções de lazer reduzidas e das limitações sociais impostas pela pandemia", observa Guilherme Machado, gerente de pesquisa da Euromonitor International.

"A maioria dos brasileiros desses grupos de maior renda está acostumada a viajar para o exterior e comprar itens de luxo nos principais centros globais de consumo, como Nova York, Paris e Londres. Mas, com o fechamento de fronteiras, esses consumidores têm buscado o prazer no mercado de luxo local, resultando em níveis de faturamento sem precedentes para algumas marcas de luxo", destaca o pesquisador.

Porsche bate recorde de vendas no Brasil em 2020 e 2021

Uma dessas marcas foi a Porsche. Enquanto a venda de automóveis de passageiros em geral no Brasil despencou 28% em 2020 e caiu mais 3,6% em 2021, em meio a paradas de produção provocadas por uma escassez global de semicondutores, a marca de luxo bateu recordes de vendas no país nos dois anos da pandemia.

Porsche 911 Carrera S (2018)

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Porsche vendeu 3.079 veículos no Brasil em 2021, alta de 24% em relação a 2020 e recorde para a marca


Os compradores têm enfrentado filas de espera superiores aos 3 a 6 meses normalmente necessários para a customização dos carros que são sinônimo de ostentação.

"Em 2021, nós vendemos 3.079 veículos aqui no Brasil, um crescimento de 24% em relação a 2020, quando havíamos vendido 2.487 unidades", conta Leandro Rodrigues, gerente comunicação e relações públicas da Porsche no Brasil.

"2020 era o nosso recorde anterior, batemos recordes em 2020 e 2021", destaca, lembrando que a empresa passou a operar diretamente no Brasil em 2015 e tem crescido a uma média de 27% ao ano desde então. A trajetória de alta não foi abalada pela pandemia.

"Quando você tem clientes que tinham uma parcela grande de consumo no exterior e de repente esse consumo não acontece, naturalmente eles têm recursos disponíveis para a compra de produtos aqui no Brasil", avalia Rodrigues.

O executivo destaca ainda as restrições de opções de lazer mesmo dentro do país como outro fator que explica o impulso nas vendas.

"Naturalmente, alguns clientes buscaram outras maneiras de se manterem entretidos e realizarem seus sonhos e suas vontades. Isso são fatores que ajudam a explicar essa demanda", conclui o executivo.

Os consumidores não se abalaram nem com o efeito do câmbio sobre o preço dos carros. Com fábrica na Alemanha, a operação da Porsche no Brasil foi impactada pela valorização de 40% do euro em relação ao real desde o período anterior à pandemia.

"Parte dessa alta precisou ser repassada aos preços", diz o porta-voz. O Porsche 911, modelo mais vendido pela montadora, tem valores que variam de R$ 800 mil a mais de R$ 1 milhão.

Espera para compra de helicópteros chega a 20 meses

Em meio a um salto de demanda, o mercado brasileiro de helicópteros e jatos executivos viu a fila de espera pelos produtos chegar a até 20 meses durante a pandemia.

"O mercado vinha represado há um tempo devido aos problemas econômicos brasileiros. Com o advento da covid e do lockdown, houve uma demanda maior, principalmente em helicópteros na área VIP e o que chamamos de 'para público', como polícia e bombeiros", diz Rubens Cortellazzo, gerente de vendas da fabricante italiana Leonardo Helicópteros.

Casal e piloto em frente a um helicóptero

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'Com o advento da covid e do lockdown, houve uma demanda maior, principalmente em helicópteros na área VIP', diz executivo da fabricante italiana Leonardo Helicópteros

"Área VIP são operadores civis, como empresas de grande porte, empresários e táxi aéreo", explica o executivo, sobre o sentido no mercado de helicópteros da sigla que em inglês quer dizer "very important person" (pessoa muito importante, em português).

Segundo Cortellazzo, as vendas para o segmento privado foram impulsionadas pelo medo de contágio e pela redução na oferta de voos comerciais durante a pandemia.

Conforme o executivo, o mercado brasileiro civil de helicópteros monoturbina e biturbina de médio porte cresceu 26% em número de entregas em 2021, em relação a 2020.

"Muitos clientes ficaram com recursos represados. Com a restrição de viagens internacionais e o medo da pandemia, houve mais apetite para investir em equipamentos para utilizar no mercado local", conta o gerente.

"A espera para compra, que antes era de 12 meses, chegou a 15 ou 16 meses, dependendo do modelo. Tem modelo em que estamos falando já em 20 meses de espera."

Cortellazzo diz que os compradores usam os helicópteros principalmente para trabalho.

"A gente brinca que o helicóptero é uma 'máquina do tempo'. Você economiza muito tempo no deslocamento de uma reunião para outra, de São Paulo para o interior, de uma capital a outra. Então o helicóptero é uma ferramenta muito interessante para esses empresários."

A aeronave de entrada da Leonardo (isto é, seu modelo mais básico), chamada AW119 Koala, tem preço médio de 4,3 milhões euros (cerca de R$ 27 milhões).

Para o mercado VIP, que vai até aeronaves de médio porte, o valor pode chegar a 15 milhões de euros (cerca de R$ 94 milhões).

Mercado imobiliário de luxo cresce 81% em lançamentos

As vendas de apartamentos de luxo e super luxo bateram recorde nos primeiros nove meses de 2021.

São empreendimentos com três ou quatro suítes, metragens amplas acima dos 100 m², janelas e pés direitos generosos e grande número de vagas na garagem.

Sala ampla de um imóvel de alto padrão com grandes janelas

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Vendas de apartamentos de luxo e super luxo bateram recorde nos primeiros nove meses de 2021

Em janeiro e setembro do ano passado, os lançamentos neste mercado chegaram a 7,6 mil unidades, alta de 81% em relação a igual período de 2020. No mercado imobiliário brasileiro em geral, os lançamentos cresceram 30% na mesma base de comparação.

Em vendas, o avanço do mercado de luxo e super luxo foi de 47% nos nove primeiros meses de 2021, com mais de 10 mil unidades comercializadas, superando R$ 15,4 bilhões em valor geral de vendas, segundo dados da Brain Inteligência Estratégica, consultoria especializada no mercado imobiliário.

Para Marcos Kahtalian, sócio fundador da Brain, um dos fatores que impulsionou as vendas no mercado imobiliário de alto padrão no período recente foi a taxa de juros em nível baixo — a Selic (a taxa básica, determinada pelo Banco Central) começou 2021 em 2%, menor percentual da história.

"Isso injetou uma grande liquidez no mercado e atraiu recursos ao setor imobiliário, já que outros investimentos estavam com retornos muito baixos", diz Kahtalian.

"Outro fator, foi comportamental: em função da pandemia, houve uma busca intensa — para aquelas pessoas que tinham renda, evidentemente — por moradias maiores, mais amplas, mais confortáveis, tanto nas capitais, quanto fora delas. Houve um movimento em busca de espaço e qualidade", observa o consultor.

São Paulo e Rio de Janeiro são os dois principais mercados para os empreendimentos de luxo, com destaque para bairros como Jardins, Vila Nova Conceição e Moema na capital paulista e Zona Sul e Barra da Tijuca na metrópole fluminense.

Nas cidades do interior, se destaca a busca por empreendimentos horizontais, como condomínios de lotes ou condomínios fechados de casas de alto padrão.

Em 2022, a alta de juros pode desacelerar um pouco esse mercado, acredita Kahtalian.

"Para o mercado de luxo, a alta de juros faz menos diferença do que para a classe média, mas faz alguma diferença", diz o consultor.

"Faz menos diferença porque normalmente o comprador não financia o imóvel, ou financia pouco. Mas faz alguma diferença porque há uma atratividade para o capital ser investido de outra forma", afirma, citando como exemplo os investimentos de renda fixa, como títulos públicos, que têm baixo risco e se tornam mais interessantes com a Selic próxima dos 10%.

Também esse ano, devido à forte alta recente dos preços no mercado imobiliário, a definição de luxo e super luxo deve ser revista, subindo para empreendimentos a partir de R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões, respectivamente.

"O mercado de luxo e super luxo é pouco representativo em unidades — cerca de 7% do total nos últimos nove meses. Mas é mais ou menos 33% do valor lançado e 40% do valor total vendido. Ou seja, é um mercado de menos volume, mas de muito valor", diz o sócio da Brain.

Investimento financeiro brasileiro no exterior é recorde

Por fim, um último dado que mostra como o chamado andar de cima passou com tranquilidade pela pandemia vem do mercado financeiro.

Segundo dados do Banco Central, o investimento financeiro brasileiro no exterior superou os US$ 18 bilhões (R$ 100 bilhões) entre janeiro e novembro do ano passado, alta de 76% em relação a igual período de 2020 e recorde da série histórica iniciada em 1995.

Conforme Claudia Yoshinaga, coordenadora do Centro de Estudos em Finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas), isso se deve à maior facilidade atual para investir em produtos internacionais e à forte alta recente do dólar em relação ao real, que leva investidores a buscarem a segurança de ter parte do seu dinheiro fora dos riscos da economia brasileira.

"Esse tipo de investimento se popularizou de alguma maneira, saiu daquele cliente 'private' com milhões de reais. Mas ainda não é um produto que qualquer brasileiro tem, estamos falando das camadas mais ricas, de um segmento de varejo de alta renda", diz a professora.

"É um público que tem o dólar como uma moeda importante no seu dia a dia, em viagens de férias ou hábitos de consumo atrelados ao dólar, como itens de luxo e vinhos. Então, para essas pessoas, ter uma parte do seu investimento em moeda forte ajuda, como uma forma de diversificar e de se proteger de altas de preços", observa a especialista em finanças.

"São pessoas que em sua maioria não perderam renda na pandemia e reduziram suas despesas, porque gastam muito com restaurantes, entretenimento e viagens de férias no exterior. Com o distanciamento, essas pessoas conseguiram guardar mais dinheiro."

Para Yoshinaga, apesar de a alta do dólar deixar os investimentos no exterior mais caros e a alta de juros no Brasil tornar os investimentos locais mais atrativos, a volatilidade do ano eleitoral deve continuar estimulando brasileiros a buscar investimentos no exterior, como uma forma de diminuir sua dependência do que acontece na economia nacional.

  • hais Carrança - @tcarran
  • Da BBC News Brasil em São Paulo

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 20 de janeiro de 2022

Imprensa internacional repercute morte de Elza Soares: 'Cantora mítica'


A artista morreu em casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais, segundo a família.


A morte da cantora Elza Soares nesta quinta-feira repercutiu na imprensa internacional, que a classificou como "mítica" e "ícone da música brasileira". A artista morreu em casa, no Rio de Janeiro, por causas naturais, segundo a família.

Garrincha, marido de Elza entre 1966 e 1982 e grande amor da vida da cantora, também morreu num dia 20 de janeiro, no ano de 1983. A artista tinha 91 anos.

Os argentinos La Nación e Infobae destacaram que a "mítica cantora brasileira Elza Soares morreu aos 91 anos por causas naturais".

Matéria sobre a morte da cantora Elza Soares do jornal argentino InfobaeMatéria sobre Elza Soares no jornal argentino Infobae

O portal português Diário de Notícias entitulou: "Elza Soares, ícone da música brasileira, morreu aos 91 anos". A publicação também ressalta que ela era considerada "uma das maiores cantoras" do país e que "esteve na sombra durante alguns anos", mas "depois renasceu".

O também português Público destacou que além de ícone da música brasileira, a artista, "na década de 60 fez-se sambista, diva da 'bossa negra'"

O espanhol El Mundo escreveu que Elza era uma "das mais populares e queridas do país". A publicação pontuou que a cantora teve uma vida "marcada por êxitos, mas também pela superação da fome e do racismo".

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Ensino Médio em 2 anos é no Travessia da Escola Raimundo Honório




URGENTE!  Quem tem acima de 16 anos de idade  e necessita concluir  o 2º Grau ou  Ensino Médio ( Ensino Básico) deve procurar fazer sua matrícula na Escola de Referência Raimundo Honório. As pessoas interessadas devem se dirigir até a escola acompanhado de um responsável no caso de menor de idade, também deve levar comprovante de que concluiu o 1º Grau,   RG, CPF, Certidão de Nascimento, NIS, Cartão de Vacinação , foto 3x4, documentação dos pais e  comprovante de residência. A escola está aberta durantes os dias da semana ( segunda a sexta) no horário da manhã e tarde. 



ATENÇÃO! Você já  que passou dos 20 anos , 30 anos ou mais e quer fazer o ensino médio, também pode fazer sua matrícula. Leve os documentos acima citados e  seu comprovante de conclusão do 1º Grau. Não perca tempo! Vagas limitadas. Você receberá fardamento, material escolar, merenda, transporte escolar, curso QUALIFICA, participará de diversas atividades pedagógicas, metodologia inovadora, ótimos professores, opção de horário noturno, ensino diferenciado, conclusão do curso em 2 anos.  GARANTA SUA VAGA NO MUNDO DO TRABALHO, VIVA COM INTENSIDADE A CIDADANIA. 



Mais informações na Escola Raimundo Honório e na GRE - Limoeiro. 


 

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O desejo sexual realmente desaparece com o envelhecimento?




Mãos de idosos entrelaçadas

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Claudia e Luis se conheceram muito jovens. E logo souberam que haviam sido feitos um para o outro.

O começo do relacionamento foi arrebatador, eles não conseguiam parar de pensar um no outro, de se idealizar, e seus corpos se excitavam só de encostar um no outro. Precisavam fazer amor com frequência.

Eles passaram uma vida inteira juntos. Embora tenha havido alguns problemas de saúde, eles estão bem de uma maneira geral e não dependem de ninguém.

Passam algum tempo no centro do bairro durante o dia, fazem caminhadas e dividem as tarefas domésticas. De vez em quando, cuidam dos netos. E ainda se sentem atraídos um pelo outro! Agora de maneira diferente, apreciando seu carinho e seus corpos. É um amor de companheiros, de estar com quem se ama e aproveitar.

A sexualidade e a sensualidade são aspectos diferenciais e inclusivos do ato sexual humano. Presentes ao longo de toda a vida, se aprende e modela no sentido do prazer do cotidiano, do corpo, da vontade e do prazer mútuo, do amor de companheiros.


Os idosos têm basicamente as mesmas necessidades de obter prazer e bem-estar que crianças, adolescentes, jovens e adultos — e, embora estas necessidades tendam a ser menos bem atendidas, sobretudo no caso daqueles que vivem internados em instituições, não desaparecem com a idade.

Continuar sendo um ser sexual durante o processo de envelhecimento deve ser considerado um direito fundamental e um preditor importante de qualidade de vida. A maneira como cada pessoa se sente e se expressa como mulher ou como homem é um fato biográfico que dura a vida inteira, é sua sexualidade.

A expressão deste fato voltado para a obtenção do prazer, com a participação do corpo por meio dos sentidos, é sua sensualidade, que se alimenta de desejos e habilidades para atrair alguém, seu erotismo, e se manifesta em inúmeros comportamentos, ora compartilhados, ora solitários, sua vida amorosa.

O prazer não diminui com a idade

A maioria dos idosos permanece sexualmente ativo, o interesse pelo sexo e o prazer não diminuem com a idade.

Embora a idade, por si só, não seja motivo para mudar as práticas sexuais que foram desfrutadas ao longo da vida, podem ser necessárias adaptações, em alguns casos, dadas certas limitações físicas, efeitos de doenças ou medicamentos.

Estas mudanças serão menos pronunciadas e o erotismo sensual associado menos afetado quando a pessoa tiver sido sexualmente ativa. A imaginação, a estimulação sensorial e outros subsídios ambientais podem aumentar a receptividade ao prazer e ao encontro.

Casal idoso se beijando

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Idosos têm basicamente as mesmas necessidades de obter prazer e bem-estar que crianças, adolescentes, jovens e adultos

Pesquisando sobre estas ajudas externas, perguntamos em lojas de produtos eróticos sobre as demandas mais frequentes levantadas por idosos.

Entre os homens, questões relacionadas à ereção são as mais consultadas, desde cremes tópicos até anéis penianos.

No caso das mulheres, são aspectos relacionados à lubrificação e atrito durante as relações sexuais e estimuladores eróticos, como perfumes, lingeries, massageadores e brinquedos.

No entanto, é preciso levar em consideração que há adultos que optam por não participar de atividades sexuais, e isso também é normal.

O efeito da viuvez

Os fatores psicológicos e sociais que afetam a sexualidade à medida que se envelhece são muito importantes.

Em muitas culturas, o sexo está vinculado à juventude, e é possível que as pessoas idosas se sintam menos desejáveis, podendo afetar negativamente sua autoestima, o que, por sua vez, pode afetar seu desempenho sexual.

Por exemplo, ficar viúvo tem inúmeras implicações no que diz respeito à saúde emocional e sexual, uma vez que pessoas que estiveram em um relacionamento durante a maior parte de suas vidas podem não saber como administrar seus sentimentos sexuais no longo prazo.

Casal de mãos dadas

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Ficar viúvo tem inúmeras implicações no que diz respeito à saúde emocional e sexual

De acordo com informações obtidas entre os alunos do programa para pessoas mais velhas da Universidade de Castilla-La Mancha (UCLM, Albacete, 2020), a sexualidade é um componente muito importante para seu bem-estar (93%), e embora a prática de atividades sexuais genitais, como o coito, diminua, o desejo sexual se mantém ativo (71%) e se desfruta do afeto e erotismo (69%).

O que era um amor intenso, apaixonado, genitalizado, sob efeito da dopamina, agora é um amor de companheiros, de estar com quem se ama e aproveitar, com grande envolvimento dos sentidos e emoções, mediado por neurotransmissores (serotonina e oxitocina), cujos efeitos são mais tranquilos.

Desinibição e entrega ao prazer

Estas mudanças podem se refletir na abertura emocional durante as práticas sexuais (91%), na desinibição e entrega ao prazer durante os relacionamentos (7%) e na satisfação com seu estado de espírito após a atividade sexual (9%).

Levando em conta o gênero, encontramos diferenças na autopercepção, por exemplo, quanto à intensidade da excitação sexual (54% homens / 45% mulheres) ou no equilíbrio entre o que se dá e se recebe (63% homens / 36% mulheres) .

Casal mais velho se beijando

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A busca por prazer se mantém e se expande ao longo da vida

A busca por prazer se mantém e se expande ao longo da vida.

Não devemos esquecer que, se já não formos, todos seremos idosos em poucos anos e vamos desejar o que todos desejamos: prazer, dignidade, privacidade e o cuidado atento de uma pessoa, sem interferências impertinentes.

*Marta Nieto López e Rigoberto López Honrubia são professores do Departamento de Psicologia da Universidade de Castilla-La Mancha, na Espanha.

Este artigo foi publicado originalmente no site de notícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em espanhol).

Fonte: BBC 
  • Rigoberto López Honrubia e Marta Nieto López
  • The Conversation*
Professor Edgar Bom Jardim - PE