sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Vacinação contra a covid-19: no ritmo atual, Brasil demoraria mais de quatro anos para alcançar imunidade de rebanho


Ampola da vacina CoronaVac
Legenda da foto,

Se considerarmos que a campanha começou no país há 12 dias e 1.129.885 brasileiros receberam a primeira dose, a média é de 94.157 pessoas vacinadas por dia.

Desde que a enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19 no dia 17 de janeiro, outros cerca de 1,5 milhão de brasileiros foram imunizados.

O número pode até parecer alto, mas está bem abaixo das expectativas e da capacidade de nosso sistema de saúde, de acordo com especialistas ouvidos pela BBC News Brasil.

"O ritmo de vacinação no país está simplesmente péssimo. Nós já deveríamos ter utilizado pelo menos todo esse primeiro lote de 6 milhões de doses da CoronaVac, do Instituto Butantan e da Sinovac", analisa o epidemiologista Paulo Lotufo, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

Falta de planejamento, desafios de comunicação, problemas na coleta das informações e falhas no sistema do Ministério da Saúde ajudam a explicar essa lentidão.


Mas quais são as metas de vacinação? E como será possível atingir a imunidade de rebanho no país?

Vacina como bem coletivo

Por mais que todos pensemos em proteger a própria saúde quando tomamos uma vacina, o efeito dela ultrapassa as barreiras individuais.

Isso porque a imunização em larga escala permite proteger toda a comunidade, mesmo aquelas pessoas que, por um motivo ou outro, não podem tomar as doses.

Esse fenômeno é conhecido popularmente como imunidade de rebanho, embora os cientistas prefiram o termo imunidade coletiva.

De forma simplificada, para cada doença infecciosa prevenível por vacina há uma porcentagem da população que precisa ser protegida para que o vírus ou a bactéria deixe de circular naquele local.

Esse limiar de imunidade de rebanho varia de acordo com vários fatores, entre eles o quanto aquela enfermidade é contagiosa, a forma de transmissão da doença e a eficácia das vacinas disponíveis.

Vamos a alguns exemplos práticos. Para controlar o sarampo em determinada região, é necessário que mais de 95% das pessoas estejam vacinadas. Já na gripe, essa taxa fica na casa dos 50%.

Em outras palavras, se 95 pessoas são efetivamente vacinadas contra o sarampo, aquelas cinco que não podem tomar suas doses ficam protegidas por tabela, pois o vírus não encontra indivíduos vulneráveis para iniciar cadeias de transmissão e um surto local.

E na pandemia atual?

Ainda não se sabe ao certo qual é a porcentagem de vacinação necessária para atingir a imunidade de rebanho contra a covid-19.

Atualmente, os cientistas calculam que essa taxa deve ficar entre 70% e 90%.

Em dezembro, o imunologista americano Anthony Fauci, líder da força-tarefa de resposta à pandemia nos Estados Unidos, admitiu que será preciso vacinar mais de 90% da população para conseguir controlar de vez os números de casos e mortes.

Enfermeira Monica Calazans tomando a primeira dose da CoronaVac
Legenda da foto,

A enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19 no dia 17 de janeiro

Esses indícios já mostram que a aplicação de doses aprovadas no Brasil precisa ser acelerada com urgência, uma vez que atingimos apenas 0,68% da população, segundo o banco de dados Our World in Data atualizados até 28 de janeiro (para efeitos comparativos, Israel, um país pequeno, mas o mais avançado na vacinação até agora em relação ao tamanho de sua população, já imunizou 4,56 milhões de pessoas).

Se considerarmos que a campanha começou no Brasil há 12 dias e, de acordo com Our World Data, 1,45 milhão de brasileiros receberam a primeira dose até quinta-feira (28), isso dá uma média de 120 mil pessoas vacinadas por dia.

Se precisarmos imunizar até 90% da população para eventualmente atingir a imunidade coletiva, no Brasil esse total corresponde a 188,5 milhões de pessoas vacinadas.

Mas, se continuarmos no ritmo atual de 94 mil doses por dia, demoraremos 1.570 dias (ou pouco mais de quatro anos) para atingir o limiar de 90%.

Lembrando que, para a maior parte das vacinas contra o coronavírus (incluindo a CoronaVac e a AstraZeneca, as duas disponíveis aqui até agora) são necessárias duas doses do imunizante.

Exemplo que vem do passado

A epidemiologista Carla Domingues foi coordenadora do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde por quase dez anos, entre 2011 e 2019.

De acordo com sua experiência, o Brasil tem total capacidade de acelerar seu plano e vacinar um número bem maior de pessoas contra a covid-19.

"Nas campanhas de vacinação contra a gripe, que acontecem todos os anos, nós conseguimos imunizar 80 milhões de brasileiros em apenas 90 dias", compara.

Domingues acrescenta que o país tem cerca de 30 mil profissionais de saúde contratados para fazer a vacinação.

"Cada um deles consegue atender de 20 a 30 pessoas por dia. Portanto, não é exagero dizer que podemos imunizar 900 mil ou até 1 milhão de indivíduos no país diariamente", pontua.

O PNI também traz ótimas lembranças de outras campanhas de imunização que, ao longo de anos, foram capazes de controlar e até eliminar algumas doenças do país (pelo menos temporariamente), como a poliomielite, a varíola e o sarampo.

Exemplo que vem de fora

Com a aprovação das primeiras vacinas contra a covid-19, Israel logo despontou como o modelo de rapidez e eficiência na aplicação das doses.

Com o início da campanha em 19 de dezembro, o país conseguiu em pouco mais de um mês proteger metade da sua população.

Dados divulgados recentemente pelo governo israelense indicam uma queda significativa nas notificações de novos casos de infecção e na taxa de hospitalização.

É claro que as escalas são incomparáveis: Israel possui um território pequeno, com fronteiras bem controladas e apenas 8,8 milhões de habitantes.

Mas a experiência por lá sinaliza que a pandemia pode ser controlada se o planejamento for rápido e bem coordenado.

Outras nações que já avançaram bastante na vacinação são Emirados Árabes Unidos (29% da população vacinada), Reino Unido (11%) e Bahrein (8%).

Situação exige agilidade

Além da vacinação representar a única saída possível (e segura) desta pandemia, é preciso lembrar outro fator que está preocupando os cientistas: a descoberta de mutações do coronavírus.

Por ora, as três que chamaram mais atenção foram detectadas no Reino Unido, na África do Sul e no Brasil, mais precisamente em Manaus.

Com a alta circulação da doença, há o risco de aparecerem mutações que diminuem a eficácia das vacinas já testadas e aprovadas.

Por isso, é urgente agir com rapidez para quebrar as cadeias de transmissão do coronavírus e evitar que essas novas variantes se espalhem e tomem conta do pedaço.

"Também não sabemos quanto tempo de imunidade as vacinas conferem. Pode ser que, no futuro, precisaremos vacinar de novo os grupos prioritários sem ter dado a primeira dose para todo mundo", antevê o médico virologista Amilcar Tanuri, professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O que acontece na prática?

Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil apontam que a campanha de vacinação contra a covid-19 no Brasil está sofrendo com falhas nos sistemas de informação.

"Nas campanhas anteriores, os profissionais de saúde precisavam apenas transmitir os números de vacinados de cada público-alvo. Ao final do período, eles basicamente passavam às centrais municipais e estaduais informações do tipo 'hoje eu vacinei 50 idosos, 20 indivíduos com doença cardíaca, 10 com doença renal…'", exemplifica Domingues.

Na campanha contra a covid-19, esse processo se tornou bem mais complexo. Agora, é necessário preencher nome, endereço, CPF, número do cartão do SUS, dose da vacina, qual lote ela pertence, o fabricante…

Essa exigência existe porque temos duas vacinas aprovadas no país até o momento: a CoronaVac (Instituto Butantan/Sinovac) e a CoviShield (FioCruz/Universidade de Oxford/AstraZeneca).

Ambas exigem as duas doses para conferir proteção, mas o tempo entre a primeira e a segunda aplicação é diferente.

A segunda dose da CoronaVac é dada de 14 a 28 dias depois da primeira. Já na CoviShield, esse intervalo sobe para um a três meses.

Outro ponto de atenção: um indivíduo deve receber duas doses da mesma vacina. Não dá pra aplicar uma da CoronaVac e depois a outra da CoviShield, por exemplo.

Todas essas recomendações e cuidados exigem, portanto, um tipo de cadastro mais completo para que não ocorram confusões. O problema é que esse processo toma muito tempo e está sendo feito na hora da vacinação.

Mulher recebe dose da vacina CoviShield
Legenda da foto,

Brasil tem capacidade de vacinar 900 mil pessoas por dia

"Sabendo que a campanha iria começar e alguns grupos tomariam a vacina primeiro, o Ministério da Saúde poderia já ter começado a fazer esse cadastro com antecedência lá nos meses de setembro ou outubro", lamenta Domingues.

Além de todo o trabalho no preenchimento dos dados, técnicos e enfermeiros estão relatando falhas e lentidão do sistema informatizado do Ministério da Saúde.

Em alguns locais sem internet, os profissionais precisam preencher as informações à mão, num papel, para só depois digitar tudo num computador.

Portanto, é possível que o número real de vacinados seja maior do que as estatísticas oficiais apontam.

O outro lado

Procurado pela reportagem da BBC News Brasil, o Ministério da Saúde respondeu por meio de uma nota encaminhada pela assessoria de imprensa.

O ministério informa que o plano de vacinação é dinâmico e pode sofrer ajustes necessários nas fases de distribuição das vacinas, "considerando a indicação de uso apresentada pelo fabricante, o quantitativo de doses entregues e os públicos prioritários já definidos".

Na nota, também fica claro que o cronograma de vacinação e como será feita a convocação dos públicos-alvo depende da disponibilidade das doses da vacina, que são entregues pelas fabricantes de forma gradativa.

"Atualmente o Brasil tem 354 milhões de doses de vacinas garantidas para 2021, por meio dos acordos com a Fiocruz (212,4 milhões de doses), Butantan (100 milhões de doses) e Covax Facility (42,5 milhões de doses)."

Se esse número for realmente confirmado (uma vez que a grande maioria dessas doses sequer foi fabricada), essas 354 milhões de doses atenderiam até 177 milhões de brasileiros.

De acordo com os cálculos feitos pelo ministério, 77 milhões de brasileiros fazem parte dos 27 grupos prioritários definidos no plano de vacinação contra a covid-19.

Esses grupos são divididos por faixas etárias (acima de 80 anos, entre 75 e 79, de 70 a 74 e assim por diante), por condições (indivíduos com diabetes, doenças cardíacas, deficiências…) e por categoria laboral (profissionais da saúde, trabalhadores da educação, forças de segurança, funcionários do sistema prisional…).

"Lavajatismo vacinal"

Na opinião de Lotufo, outro fator que tem atrapalhado o andamento da campanha de vacinação contra a covid-19 é o excesso de polêmicas com as pessoas que aproveitam cargos e posições de prestígio para tomarem suas doses mesmo quando não fazem parte dos grupos prioritários.

Em algumas cidades, como Manaus, a vacinação chegou a ser paralisada para que fossem apurados desvios e o "sumiço" de doses.

"Estamos acompanhando uma espécie lavajatismo vacinal, em que se presta mais atenção nos casos dos fura-filas, que logicamente estão errados, do que no problema sistêmico da falta de dados e de informações das secretarias estaduais e municipais de saúde", diz.

O epidemiologista faz alusão à Operação Lava-Jato, o conjunto de investigações de corrupção da Polícia Federal que culminou na prisão de políticos e empresários e contou com ampla cobertura da imprensa nos últimos anos.

"Muitos secretários de Saúde só sabem tirar fotos. Eles precisam ser cobrados sobre o que estão fazendo para que mais pessoas sejam vacinadas logo", opina.

  • André Biernath
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Rufino Filho, Secretário de Esportes, Cultura e Turismo marca presença na 2ª Bienal BJ Arte no Museu de Bom Jardim



"Hoje a tarde visitei o Museu de Bom Jardim acompanhado de seu idealizador Prof. Edgar e sua equipe. Ambiente extremamente agradável dispondo de várias peças memoráveis retratando um pouco da história de nossa cidade além de várias obras de artes de grandes artesãos Bonjardinenses assim como outros de cidades vizinhas. Vale a pena conferir," publicou Rufino Filho no seu perfil do Facebook
 Rufino Filho, Secretário de Esportes, Cultura e Turismo do Bom Jardim na 2ª Bienal BJ ARTE

Espaço Coletivo do Artesanato

Fonte: 
https://www.facebook.com/photo?fbid=3563814123735371&set=pcb.3563815437068573
https://www.facebook.com/photo?fbid=3563814843735299&set=pcb.3563815437068573

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Prometeram proteger sua privacidade. Agora vazaram suas informações.

serasa

Ilustração: Rodrigo Bento/The Intercept Brasil



Temer e Bolsonaro te obrigaram a ceder suas informações para bancos e corretoras de dados. Mesmo que você saia, já está tudo à venda.

SE VOCÊ É BRASILEIRO e tem um CPF, provavelmente seus dados pessoais estão à venda em fóruns na deep web para qualquer um que tenha bitcoins suficientes para comprá-los. Tem de tudo: informações de trabalho, salário, histórico de pagamentos, fotos, perfil em redes sociais, perfil de consumidor e mais um monte de coisas.

No maior vazamento de dados que se tem notícia por aqui, alguém teve acesso a uma base de dados de 222 milhões de brasileiros (incluindo mortos) e está ganhando dinheiro com a venda dessas informações. Elas incluem, além do que mencionei, também dados comportamentais das pessoas, classificadas em perfis que vão de “consumidores indisciplinados” a “aposentadoria dos sonhos”. Essas categorias são criadas pelo serviço Mosaic, da Serasa Experian, que faz a segmentação do público para fins de marketing. É por isso que se suspeita que tenha sido a empresa a origem do vazamento – ou de pelo menos parte dele. Ela nega.

Questionada, a Serasa me mandou a mesma nota protocolar que enviou a outros veículos: “conduzimos uma extensa investigação e neste momento nenhum dos dados que analisamos indicam que a Serasa seja a fonte. Muitos dos dados analisados incluem elementos que não temos em nosso sistema e os dados atribuídos à Serasa não correspondem aos dados em nossos arquivos”.

Ok. A minha pergunta, no entanto, não foi respondida: a base de dados inclui a classificação comportamental do serviço Mosaic, oferecido pela Serasa. Ainda assim, a Serasa nega que tenha sido a fonte. Que outras empresas e serviços, então, têm acesso à base de dados da Serasa? A Serasa comercializa ou cede essa base para terceiros?

A Serasa respondeu outra coisa: afirmou que não há correspondência entre as pastas na web e os campos de seus bancos de dados e que a base vazada inclui elementos que não estão em seu sistema. Mais tarde, enviou uma terceira nota afirmando que o vazamento ter tido como fonte a Serasa é “infundada”. A minha pergunta sobre quem teve acesso às informações do Mosaic não foi respondida.

Enquanto espero, vou contar como a gigante do crédito conseguiu acumular todas as informações possíveis sobre todos os brasileiros e transformar isso em um império de dados, com um apoio generoso dos governos Temer e Bolsonaro. Essa ajuda tem um nome: Cadastro Positivo.

A SERASA EXPERIAN é uma das empresas que operam como data brokers – vendedores de dados – cujo modelo de negócio se baseia na coleta, análise e venda de informações sobre as pessoas. Você certamente a conhece por causa do cadastro negativo, aquele em que somos colocados se não pagarmos uma conta. Mas provavelmente não sabe que ela conhece muito mais segredos sobre você além dos seus boletos atrasados. Com diferentes bases de dados de diferentes fontes, cruzadas, a Serasa consegue fazer análises de crédito, de perfis de consumidores e traçar estratégias para expandir negócios de empresas. No ano final de 2020, a empresa foi investigada por colocar à venda um mailing com dados de 150 milhões de brasileiros. Cada pessoa custava R$ 0,98 na lista, que poderia ser personalizada com dados como localização, perfil financeiro, poder aquisitivo e classe social dos contatos à venda.

Desde 2019, o volume de informações que a Serasa e outros data brokers coletam saltou consideravelmente. Com a aprovação das mudanças no Cadastro Positivo, todos nós fomos obrigados a entrar no enorme catálogo de brasileiros que visa mostrar aos bancos e outros operadores de crédito quem são os bons – e os maus – pagadores do país. O Cadastro Positivo foi criado em 2011 por Dilma Rousseff – mas, na época, ele era no sistema opt in. Se você costumava ter as contas em dia, podia pedir para entrar, concordava em ceder seus dados bancários e de transações financeiras e isso, em tese, facilitaria o seu acesso a crédito (como se o superendividamento não fosse um problema no Brasil, mas essa é outra história). Mas o Cadastro Positivo voluntário teve pouca adesão (por que será?).

Em 2017, no entanto, um projeto de lei do Senado propôs mudar esse sistema: ele tornaria o cadastro compulsório – todos os brasileiros com CPF seriam automaticamente incluídos nele. Quem quisesse, precisaria pedir para sair. O projeto foi apoiado ostensivamente pelo governo Temer e pelos bancos, que argumentavam que ele ajudaria a reduzir os juros e facilitar o acesso a crédito. Na época de sua tramitação, o projeto já levantava críticas por concentrar muitos dados nas mãos de poucas empresas, os chamados birôs de crédito (o Serasa e o SPC estão entre eles) e por oferecer riscos potenciais à privacidade dos consumidores.

Mas a pressão do setor bancário foi forte: a Febraban, a federação que representa os bancos, condicionou a redução dos juros cobrados ao consumidor (e seus lucros) à aprovação do Cadastro Positivo. Também entrou com afinco na discussão da Lei Geral de Proteção de Dados, que seria estorvo para o Cadastro Positivo. Em uma carta aberta, a Febraban alegou que a LGPD iria, na prática, “extinguir” o cadastro de crédito e reduzir a oferta de dinheiro no mercado. No fim, a LGPD acabou aprovada e sancionada com a “proteção ao crédito” entre as finalidades previstas para uso de dados pessoais – algo único no mundo. Assim, os dados poderiam ser recolhidos sem o consentimento do usuário.

Em 2019, o caminho estava finalmente aberto para a sanção do Cadastro Positivo, assinado por Bolsonaro em abril de 2019. Naquele ano, o governo autorizou empresas a criarem o banco de dados com informações pessoais e hábitos de pagamento de todos os brasileiros, alimentado por faturas de cartão de crédito e contas, disponível para ser consultado por comércios e empresas financeiras. O histórico é usado para compor o score de crédito, a nota dada pelos birôs de crédito para classificar as pessoas como bons ou maus pagadores.

“A cada momento que o usuário pagar a prestação, essa conta e o score serão atualizados e vinculados ao seu histórico”, disse na época Vanessa Butalla, diretora jurídica da Serasa Experian, ao Estadão. “O cadastro pode beneficiar 130 milhões de pessoas, incluindo 22 milhões que estão hoje fora do mercado de crédito”, comemorou o secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa.

‘Me pergunto: quem teria motivos e legitimidade para ter tanta informação sobre tanta gente?’

Com a aprovação do Cadastro Positivo, o governo também deu o sinal verde para os birôs de crédito engordarem suas bases com todos os brasileiros. Em um decreto de julho de 2019, Bolsonaro criou as regras para atuação das empresas responsáveis por coletar e analisar os dados usados para criar o Cadastro Positivo. Patrimônio líquido de R$ 100 milhões e avisar as autoridades em casos de vazamentos são duas delas. Quatro data brokers se qualificaram para operar os bancos de dados: Serasa, SPC Brasil, Boa Vista e Quod, uma empresa criada pelos cinco principais bancos só para isso.

Apesar de a lei do Cadastro Positivo ser rígida sobre que tipo de informação pode ser vendida – só o score, ou seja, a nota final –, ter um cadastro com todos os brasileiros, que inclui o perfil de consumo, dá a essas empresas um poder imensurável sobre os cidadãos. Elas combinam o cadastro com outras informações, que podem incluir até perfis de redes sociais, e escolhem quem pode ou não alugar um apartamento, conseguir um empréstimo, passar em um processo seletivo. Também têm informações de consumo muito valiosas para qualquer departamento de marketing. E têm uma responsabilidade imensa, já que dados como endereço, salário, histórico de pagamentos podem ser devastadores nas mãos de criminosos.

Chegamos a 2021. E o que aconteceu? O megavazamento. Uma dessas bases de dados está à venda para possíveis criminosos. Na época da discussão do Cadastro Positivo, a possibilidade disso acontecer foi levantada mais de uma vez, mas o governo, os bancos e as empresas interessadas garantiriam que todo o sistema seria seguro. Não é, como provou o vazamento classificado por Bruno Bioni, diretor da ONG Data Privacy Brasil, como o “mais lesivo do Brasil“. Não se sabe exatamente de onde partiu o vazamento, mas está claríssimo que veio de alguma empresa que retém essa enormidade de informações.

“O tamanho do banco de dados e a natureza dele leva a crer que é o problema mais volumoso que já tivemos no Brasil”, me disse o advogado Danilo Doneda, doutor em Direito Civil e membro indicado pela Câmara dos Deputados para o Conselho Nacional de Proteção de Dados e Privacidade. “É uma quantidade imensa de pessoas e um detalhamento assustador”. Para ele, a vastidão dos dados leva a crer que o vazamento tenha partido de um data broker. “O problema não é somente quem vazou os dados”, diz Doneda. “Me pergunto: quem teria motivos e legitimidade para ter tanta informação sobre tanta gente?”

Sabe o que pode acontecer? Criminosos podem usar os seus dados para criar contas falsas. Pedir cartão de crédito em seu nome. Fazer compras. Também podem roubar suas contas: terão todos os dados para isso. Mesmo se você tiver autenticação em dois fatores, eles terão o seu celular – que pode ser clonado para que o SMS de confirmação seja interceptado. Também podem aplicar golpes usando suas informações pessoais – eles saberão tudo sobre você e podem ligar se passando por um atendente de uma empresa e terão todo o seu histórico para confirmar. Tudo isso sem mencionar o risco que correm pessoas públicas, políticos, ativistas e comunicadores ameaçados. Suas fotos, endereços, salários: está tudo exposto.

E essa nem foi a primeira vez. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios está investigando outro possível vazamento de dados do Cadastro Positivo – desta vez, do Boa Vista SCPC. Na base vazada há informações de pagamentos e dados pessoais dos clientes.

O pior de tudo é que nós fomos obrigados a entrar nesse banco de dados. Bancos e governos podem argumentar: mas você podia pedir para sair! Podia, sim. “O que você perde ao excluir sua conta da Serasa” é o nome da página que ensina o consumidor a fazer isso. Depois que você exclui, bem, é preciso ir a todos os outros três birôs, criar um cadastro – alguns, como o Quod, exigem até foto do seu documento e uma selfie sua – e só depois é possível pedir para sair. Sim, foi isso que você leu: é preciso fornecer informações pessoais e documentos para pedir que seus dados sejam excluídos dessas bases.

Agora, porém, mesmo que você queira sair, já é tarde: seus dados já foram vazados por incompetência de quem deveria cuidar deles.

Com o estrago feito, resta à Autoridade Nacional da Proteção de Dados, o órgão que, segundo a LGPD, deve atuar nesse tipo de caso, investigar os responsáveis. A boa notícia: a ANPD está (ao menos teoricamente) funcionando desde o fim do ano passado. A má notícia: demorou quase uma semana para que ela se manifestasse sobre o caso. A Secretaria Nacional do Consumidor, a Senacon, vinculada ao Ministério da Justiça, e o Procon-SP já anunciaram que notificariam a Serasa. Depois de dias sendo questionada por vários veículos, na quarta-feira, 27, a ANPD finalmente avisou que está “apurando tecnicamente” o caso. É a prova de fogo para a LGPD, que prevê punições para esse tipo de vazamento. “Se a lei de proteção de dados não ajuda a gente numa hora dessas, ela vai servir pra que?”, questiona Doneda.

Resumo da história: deixaram que algum incompetente reunisse uma quantidade de dados devastadora sobre nós, com um empurrarão do Cadastro Positivo, prometeram que cuidariam da sua privacidade e falharam miseravelmente, e agora está nas mãos desse mesmo governo agir para investigar e punir os responsáveis. Da próxima vez que sua privacidade for rifada por um suposto benefício, desconfie. Eles provavelmente estão mentindo para você.

O que fazer depois do estrago

O especialista em segurança da informação e líder de comunidade do Projeto Tor Gustavo Gus compara o vazamento à Chernobyl: os efeitos serão sentidos por muito, muito tempo. Dá para minimizar o dano? Difícil, mas dá. Pedimos a ele uma lista do que você pode fazer para se proteger:

  • Fique mais desconfiado – sua segurança depende disso. Informações que você achava que eram privadas não são mais. Seu CPF, por exemplo. Fique atento com contatos comerciais, mesmo que eles usem seus dados para confirmar sua suposta idoneidade.
  • Cuide de suas senhas – especialmente as que estão atreladas ao seu CPF. Procure os sites onde você informou esses dados, porque eles agora podem ser públicos, e troque todas as senhas.
  • Coloque autenticação de dois fatores em suas contas – no WhatsApp, por exemplo. Com isso, mesmo com sua senha ou CPF, é preciso digitar um código gerado no seu celular para acessar o serviço. Só isso não garante a segurança, mas é mais uma barreira para evitar ataques.
  • Esses cuidados devem ser mantidos por muito tempo – talvez anos. Uma vez cedidos, os dados não podem ser recuperados. E não se sabe quem teve acesso a essas informações.

Atualização: 28 de janeiro, 8h57
O texto foi atualizado para incluir a manifestação da ANPD sobre o caso.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A buceta e os pretos: trabalhadores de obra de arte não são escravos, são fruto da abolição precária

Foto: Divulgação/Juliana Notari


Ao classificar homens negros que trabalham em obras de arte como “escravos”, desumanizamos duplamente pessoas que precisam trabalhar e viver dentro de um sistema capitalista cuja gênese já é racista.

UMA ARTISTA CRIA, em um país misógino no qual um estupro é cometido a cada 8 minutos, uma obra gigante representando uma vulva/ferida.

Uma artista branca cria, com a ajuda de mais de uma dezena de homens negros, uma obra gigante representando uma vulva/ferida.

Uma artista branca cria (com a ajuda de mais de uma dezena de homens negros), em um país racista e misógino onde homens pretos são 75% dos mortos pela polícia e no qual um estupro é cometido a cada 8 minutos, uma obra gigante representando uma vulva/ferida.

Cabem outras várias combinações acima: podemos inserir as variantes Nordeste, usina, canavial, patriarcado, branquitude, desmatamento, monocultura, machismo, classe, exclusão, exploração, arte, mercado, cisgeneridade, emprego, desemprego, feminismo, etc.

A fotografia publicada pela artista Juliana Notari, na qual ela aparece em primeiro plano e uma série de homens negros ao fundo, é um registro sobre a história do Brasil.

Talvez mais ferida que buceta.


Um fato me chamou atenção em toda a discussão: a grita, principalmente nas redes sociais, justamente sobre os rapazes trabalhando na obra. No Brasil do racismo, da covid-19 e do desemprego – características ainda mais sublinhadas pela gestão terrorista-patética do governo federal –, a questão trabalho, raça e sobrevivência é mais que eloquente.

Preto, trabalhador/artista, o músico Graxa escreveu em suas redes sociais um texto que me fez refletir ainda mais. Segue um trecho:

“Esses dias a artista Juliana Notari fez um vaginão gigante e a turma descobriu que a maioria da mão de obra era composta por gente preta. Essa galera vive onde, meu anjo do mar? Pagou direito, valorizou meu trabalho, então tá tudo em casa.”

Teve mais combustível para analisar o encontro arte + raça + trabalho: dias depois da viralização da obra de Notari, o artista branco Delson Uchoa publicou em sua conta no Instagram a foto de um dos seus trabalhos, vários deles em grande escala, repletos de detalhes e feitos a várias mãos – a maioria delas de homens negros. Um comentário de uma seguidora, uma artista branca, apareceu momentos depois: “os escravos”, escreveu ela. Uchoa respondeu que sua equipe era contratada e que assinava a carteira dos funcionários.

O comentário da artista, apagado momentos depois pela própria, mostra como, em nome de realizar atos de repúdio a situações racistas ou supostamente racistas, terminamos produzindo outra. Assim, reiteramos a desumanização que qualquer ato como este comporta. Isso também aconteceu nas críticas (várias delas preciosas) da obra “Diva”, quando muita gente disse que os homens presentes na escavação da vagina/ferida foram “usados”.


Mas o que pensam esses homens pretos e o que estes trabalhos significam material e simbolicamente para eles?

André dos Santos, 39 anos, trabalha há 15 com Delson Uchoa e surge em diversas das imagens que o artista, vindo de uma família abastada alagoana, posta. Antes, André trabalhava como pintor de paredes, por empreitada, e não tinha carteira assinada. Com um salário mínimo e meio por mês mais a renda de sua companheira Marineide, cabeleireira, está terminando de construir uma casa maior e mais confortável. Seus primos Jedival e José também trabalham, por diárias, com o artista, que chegou a contratar cinco pessoas da família de André com carteira assinada até a chegada da covid-19.

André tem consciência do que sua cor representa: “a gente sente que te olham diferente em muito lugar onde você passa quando você é preto, quando é pardo. Mas só trabalho onde sei que há respeito e confiança pelo outro. Por onde passei, foi assim.”

Filipe Firmino, 29, foi um dos 12 homens que ajudaram a esculpir a vagina/ferida em uma encosta da Usina Santa Terezinha, na mata sul pernambucana. O trabalho começou em 2019 e não parou, como deveria, durante a pandemia em 2020, o que revela a manutenção de uma lógica de exploração no campo da arte. Foram cerca de oito horas diárias de trabalho na usina, localizada na Mata Sul pernambucana, região canavieira que sustentou, ao custo da escravidão, muitas famílias que seguem no topo da elite econômica nordestina.

A repercussão do caso, que foi parar em vários veículos no exterior do país, não espantou Filipe. “Uma obra daquela proporção é uma ousadia. De longe, a gente olha e pensa que é uma pintura, um quadro, uma escultura, um banner gigante. Fiquei orgulhoso, foi um trabalho novo pra gente.”

Filipe sabe que também fez arte. André me diz que a “executa”.

Arquivo Pessoal/André dos Santos, Filipe Firmino


Homem preto que já trabalhou em banca de feira, montando exposição, escritor, professor e poeta, Allan da Rosa observa a manutenção, também no campo da arte, da desqualificação do trabalho braçal, da separação entre quem pensa e quem executa. Mas a mão preta também é mão pensante, ele diz.

“Desses trabalhadores pretos, as mãos que constroem a performance, o happening, a obra: quantos estão estagiando, quantos também gostariam de assinar os trabalhos? Eles existem? Como eles olham para as obras que eles mesmos fazem? A camada que dá as cartas no circuito da arte contemporânea está bem longe de compreender o que é a presença negra – e especificamente a presença preta do homem – em sua história”.

Sem perder isso de vista e passando pelos constrangimentos impostos por muitos brancos “bem intencionados” – depois da pandemia, Allan já recebeu mais de 40 convites para participar de graça de eventos em nome de “representatividade” –, ele chama atenção para as diferenças entre as condições de escravidão e a de trabalhadores registrados, esta gente inserida em um contexto capitalista que tudo engole e assimila. Gente que precisa manter casa e comida e circular dentro da boca do dragão.

Mas quando mira as fotografias de Notari e Uchoa, muita gente – e muita gente branca – faz simplesmente a rápida conexão entre elas e os quadros do pintor francês Jean-Baptiste Debret, que esteve no Brasil no começo do século 19 e registrou situações cotidianas da então colônia.


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Sim: a imagem da mulher branca servida por pessoas escravizadas repercute simbolicamente, no Brasil do século 21, não só nos trabalhos de Notari e Uchoa, mas na maioria das relações trabalhistas do país onde, por exemplo, 95% dos quadros de lideranças das 500 maiores empresas são ocupados por pessoas brancas.

Mas nem André, nem Filipe ou outras pessoas negras trabalhando nesse Brasil de 15 milhões de desempregados são escravas: são antes de tudo fruto de uma abolição precária, de um estado que instalou uma política de branqueamento social e que lançou a pele escura para as periferias e o subemprego. São fruto de um país que durante décadas impediu seus acessos às universidades, que concentra renda como poucos no mundo e que continua dizimando principalmente homens pretos jovens. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 10 pessoas mortas pela polícia em 2019, oito eram homens negros.

Estas pessoas não são escravas e não deveriam, antes de tudo por respeito às suas humanidades, serem classificadas assim.

Entender isso não é liberar pessoas brancas, muitas delas empregadoras de pessoas negras, de suas obrigações não só trabalhistas, mas sobretudo éticas e, deveriam, antirracistas. Não tenho a menor dúvida que a própria lógica capitalista, que se funda na escravização de pessoas, seja uma grande responsável por essa desumanização – mas se é dentro dela que a roda gira hoje, então que negras e negros recebam as benesses diariamente ofertadas como se fossem “para todos”.

Se isso é impossível dentro desse sistema, então é inconcebível mantê-lo.

Na periferia do poder, é preciso manter-se vivo para tentar chegar até o coração dele.

Há outro aspecto crucial que irmana as imagens dos quadros de Debret e os homens negros trabalhando nas obras de Juliana Notari e Delson Uchoa: os pretos e pretas ali expostos são pouco chamados para falar sobre si nos momentos em que suas presenças estão sendo debatidas. Se no século 19 isso foi realidade por questões da escravidão, hoje a questão seria, me parece, de raça, de classe e de uma notável predisposição branca ao “salvacionismo”.

Percebam que, historicamente, contou-se a história de negros escravizados sem se dar relevância para suas lutas e estratégias – suas agências e sua autonomia de pensamento, no final das contas. Isso porque sublinhar estes aspectos seria também sublinhar a enorme inteligência e capacidade destas pessoas, cujo maltrato histórico e todas as tentativas de apagamento jamais – JAMAIS – conseguiram prosperar.

Nessas estratégias, diversos pactos foram firmados, todos eles em nome de garantir a sobrevivência, fosse física, fosse simbólica. É preciso deixar evidente que não se pode romantizá-los, na medida em que eles não significaram o fim da exploração ou mesmo da morte. Também é vital compreender que tais acordos, por outro lado, não se traduziam em docilidade dos negros e negras em relação aos seus proprietários/empregadores. O rolê era – e ainda é – outro.

Mas foi, por exemplo, através destes pactos sempre tensos, que populações de pessoas super exploradas desenvolveram uma série de atos de enorme força e que se tornaram expressão de beleza, de porrada, de resistência.

O maracatu rural, pensando a partir da arte, da criação, é um desses exemplos: nascido nos canaviais (eles de novo) pernambucanos no início do século 20 também por pessoas recentemente escravizadas, ele é síntese das contradições ainda fortes entre capital, trabalho e cultura popular; é síntese de ação coletiva e de manutenção da vida.

É isso o que observa Roseana Medeiros em sua pesquisa “Maracatu rural: luta de classes ou espetáculo?”. “Não se pode deixar de considerar que o maracatu rural, como manifestação cultural, emerge no seio de uma sociedade de classes bem nítida e se trata também e sobretudo de uma expressão política, ideológica, uma maneira de contestar a realidade opressora.”

No trabalho de Roseana, um cortador de cana, explicando as origens do maracatu, diz: “Porque o senhor de engenho humilhava muito o trabalhador, ele ficava muito revoltado, porque o salário era pouco, ele não dá o que ele tem, então vamos humilhar o morador”.

O maracatu rural era e é, também, uma estratégia de “hackeamento” produzido com beleza e tensão pela pobreza, uma maneira de gozar e de contestar. Na periferia do poder, é preciso ser ligeiro. Na periferia do poder, é preciso manter-se vivo para tentar chegar até o coração dele.

É ali que a festa, que é revolução, pode – e deve – acontecer.

Pode parecer muito louco para quem curte sempre tutelar os outros – um ato de vaidade e, porque não, racismo –, mas pessoas negras, mãos que fazem e pensam, falam e agem por si mesmas.

Trabalharam e criaram a obra “Diva”, de Juliana Notari

Alexsandro da Silva Santos
André Fillipe Firmino dos Santos
Weivisson Ivanildo da Silva
José Ricardo da Silva
José Lindemberg Pereira
Lorival José da Silva
Jackson Oscar da Silva
Elias Miguel da Silva
Orlando Sisinato da Silva
Carlos Miguel da Silva
José Renildo Lourenço

Trabalham e criam com o artista Delson Uchoa

André dos Santos
José Anildo dos Santos
Gedival João dos Santos

Atualização, 27 de janeiro, 12h45
Os títulos do texto foram atualizados. A expressão entre aspas “escravos” foi suprimida para não gerar uma confusão na interpretação do texto da colunista que condena seu uso.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Bruno Anderson: "A valorização de um povo e sua cultura reunidas em um excelente espaços aberto ao público"


Hoje tive o prazer e oportunidade de visitar o museu de Bom Jardim na companhia de
Maria França
, no qual tínhamos como guia o professor
Edgar S. Santos
(fundado do museu e proprietário).
Foi tudo muito simples, mas de grande aprendizado para a nossa história. A valorização de um povo e sua cultura reunidas em um excelente espaços aberto ao público.
Parabéns
pela iniciativa e espero volta em breve para contemplar um pouco mais da arte dos artistas bonjardinenses e de cidades vizinhas... *(Bruno Anderson )

Cheia de 1960 - Rua Israel Fonseca - Acervo Fotográfico do Museu de Bom Jardim .


Exposição de Esculturas e Design de Mobiliário 


Banner 2ª Mostra BJ ARTE


Professor Edgar Bom Jardim - PE