sexta-feira, 10 de julho de 2020

Governo libera R$ 3 bilhões para setor cultural ainda sem prazo para pagamento



Lei Aldir Blanc garantiu o pagamento de R$ 600 aos trabalhadores do setor e aguardava a liberação do crédito para poder ser regulada

O presidente Jair Bolsonaro editou, nesta sexta-feira 10, uma Medida Provisória que abre crédito extraordinário de R$ 3 bilhões direcionados ao setor cultural por meio da Lei Aldir Blanc, sancionada no dia 29 de junho.

A lei, que foi um projeto da deputada federal Benedita da Sila (PT-RJ), autoriza que artistas independentes recebam três parcelas de R$ 600 de suporte aos moldes do Auxílio Emergencial, programa que contemplou pessoas de baixa renda, desempregadas ou já pertencentes aos programas sociais federais.

São mais de 5 milhões os trabalhadores do setor que foram afetados pela pandemia e, até então, estavam sem auxílio específico para o período.

Na MP publicada hoje, há a determinação de que o valor seja repassado para os entes em uma parcela única e que está sob a tutela do Ministério do Turismo, pasta que abriga a Secretaria Especial de Cultura.

Os recursos destinados pela Lei, determina o texto, “serão executados de forma descentralizada, mediante transferências da União aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal, preferencialmente por meio dos fundos estaduais, municipais e distrital de cultura ou, quando não houver, de outros órgãos ou entidades responsáveis pela gestão desses recursos”.

Com informações de Carta Capital

Foto: Edgar S. Santos

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pastor Milton Ribeiro será o novo ministro da Educação




Ele é o quarto nome a liderar o MEC no governo Bolsonaro. Ministério está desde o dia 18 de junho sem um comandante

O pastor Milton Ribeiro será possivelmente o quarto ministro da Educação no governo Bolsonaro. O convite para assumir a pasta, feito pelo presidente, foi aceito nesta sexta-feira 10, data em que a pasta completa 22 dias sem um mandatário, após a saída de Abraham Weintraub no dia 18 de junho.

Segundo dados da plataforma Lattes, Ribeiro é graduado em Teologia e Direito, tem mestrado em Direito e doutorado em Educação pela Universidade de São Paulo. Ainda é membro do Conselho Deliberativo do instituto Presbiteriano Mackenzie, entidade mantenedora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Também atuou como reitor em exercício e vice-reitor da instituição.

Ainda de acordo com seu currículo, atualmente é relator da Comissão de Assuntos Educacionais do Mackenzie e Diretor Administrativo da Luz para o Caminho, instituição que cuida da área de mídias da Igreja Presbiteriana do Brasil. Também é membro da Administração Geral da Santa Casa de Santos, instituição pública, como irmão mantenedor.

O novo ministro da educação foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro, em maio de 2019, para a Comissão de Ética Pública ligada à Presidência da República, órgão que tem como objetivo investigar ministros e servidores do governo. Sua nomeação foi a primeira feita pelo presidente ao colegiado. O mandato de Ribeiro na Comissão termina em 2022, mas ele se mostrou disposto a abdicar do cargo para assumir o Ministério da Educação.

A nomeação de Milton Ribeiro acontece depois da saída do ministro Carlos Decotelli que ficou somente cinco dias à frente do ministério da Educação. Ele foi nomeado no dia 25 de junho e pediu demissão no dia 30 do mesmo mês. Decotelli não chegou a ter uma cerimônia de posse, devido a controvérsias envolvendo o seu currículo acadêmico.

As universidades de Rosario, na Argentina, e de Wüppertal, na Alemanha, negaram que ele tivesse títulos de doutor e pós-doutor, respectivamente, pelas instituições. Diante às manifestações, Decotelli alterou o currículo. A sua tese de mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV) também foi alvo de denúncia de plágio, que passou a ser investigada pela instituição.

Com a sua breve passagem, Bolsonaro chegou a anunciar o secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, para o cargo, mas a nomeação não foi efetivada. A sugestão do presidente não teria agradado à ala olavista e os militares, que o pressionaram para rejeitar o secertário como possível chefe da pasta.

Os olavistas se incomodaram com a ligação de Feder ao chamado “centrão”, por ser funcionário do governo de Ratinho Júnior (PSD). Conforme mostrou CartaCapital, o PSD foi um dos partidos que abocanharam cargos após a aproximação com o chefe do Palácio do Planalto. Já os militares veem inexperiência em Feder. Líderes evangélicos também não se agradaram com o nome.

 Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Hidroxicloroquina está vetada em hospitais nos EUA


Bolsonaro bebendo águaDireito de imagemREPRODUÇÃO
Image captionEm vídeo, presidente aparece tomando e elogiando hidroxicloroquina

Antes mesmo de ser diagnosticado com covid-19, no último dia 7, o presidente Jair Bolsonaro já tomava doses de hidroxicloroquina. Nos últimos dias, seu entusiasmo pelo medicamento só aumentou e ele divulgou um vídeo em que sorvia uma pílula branca com água e dizia: "estou tomando aqui a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me sentindo muito bem, estava mais ou menos no domingo, mal segunda-feira. Hoje, terça (dia 8), eu já estou muito melhor do que sábado. Então, com toda certeza, está dando certo".

Apesar disso, nos Estados Unidos, o país que catapultou a hidroxicloroquina globalmente como uma possibilidade de tratamento aos infectados com o novo coronavírus, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e o Instituto Nacional de Saúde do país retiraram o medicamento, originalmente criado para combater malária, do coquetel de drogas recomendados contra a covid-19.

E, há quase um mês, a agência reguladora de medicamentos e alimentos (FDA, na sigla em inglês), revogou a autorização de uso emergencial, dada em março, para que os hospitais americanos ministrassem hidroxicloroquina aos pacientes com covid-19.

"Com base em análise contínua de dados científicos emergentes, a FDA determinou que é improvável que a cloroquina e a hidroxicloroquina sejam eficazes no tratamento da covid-19. Além disso, à luz dos eventos adversos cardíacos graves e de outros efeitos colaterais sérios, os benefícios conhecidos e potenciais de cloroquina e hidroxicloroquina não superam os riscos conhecidos e potenciais do seu uso", afirmou o órgão, em um comunicado no último dia 15 de junho.

O órgão foi além e, há dez dias, publicou uma revisão dos casos de efeitos colaterais graves em pacientes com coronavírus que receberam doses da medicação.

As reações incluem graves arritmias cardíacas, problemas no sistema sanguíneo e linfático, falência do fígado e lesões nos rins. No relatório da FDA, dos 347 pacientes com covid-19 que apresentaram resposta adversa no uso da hidroxicloroquina, 77 morreram. No caso da cloroquina, dos 38 pacientes com reações graves, dez não sobreviveram.

Trump como primeiro garoto propaganda

O status atual da cloroquina nos Estados Unidos é o desfecho oposto do imaginado pelo presidente americano Donald Trump, o primeiro e mais importante garoto propaganda da suposta solução.

Em 21 de março, Trump tuitou: "HIDROXICLOROQUINA E AZITROMICINA, juntos, têm uma chance real de transformar a história da medicina. Espero que ambos sejam colocados em uso IMEDIATAMENTE. AS PESSOAS ESTÃO MORRENDO, MOVAM-SE RAPIDAMENTE E DEUS ABENÇOE A TODOS!".

A manifestação do presidente foi o suficiente para que as prescrições para uso doméstico da hidroxicloroquina aumentassem 46 vezes, de acordo com levantamento publicado pelo jornal The New York Times.

Trump falando no microfoneDireito de imagemWIN MCNAMEE/GETTY IMAGES
Image captionTrump foi um dos primeiros a promover uso da cloroquina

O entusiasmo desembarcou no Brasil pouco depois. Em vídeo postado no dia 29 de março, Bolsonaro afirmava: "Aquele remédio lá, hidroxicloroquina, está dando certo em tudo quanto é lugar, certo? Um estudo francês chegou para mim agora".

A insistência de Bolsonaro em liberar a prescrição da droga contra covid-19 no Brasil custou, ao menos parcialmente, a demissão de dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Interino no comando da pasta, o general Eduardo Pazuello assinou a liberação do uso da hidroxicloroquina para coronavírus assim que assumiu o cargo.

Convencido da eficácia da medicação, Trump também pressionou os órgãos de controle sanitário e médico dos Estados Unidos para incluir a droga no coquetel de remédios dados aos americanos infectados na pandemia. As gestões de Trump levaram o CDC a publicar, no início de abril, um endosso incomum à medicação. Em sua seção online intitulada "Informações para Clínicos sobre Opções Terapêuticas para Pacientes com a covid-19", o CDC dizia: "Embora a dosagem e duração ótimas da hidroxicloroquina no tratamento para a covid-19 sejam desconhecidas, alguns clínicos dos EUA têm reportado (o uso)".

Apenas 72 horas depois, o órgão voltou atrás e retirou o comentário do ar.

Quase 100 milhões de doses sem destino

Apesar das dúvidas sobre a eficácia e os riscos da hidroxicloroquina e da cloroquina no combate à covid-19, o estoque de medicamentos federal dos EUA foi reforçado com quase 100 milhões de doses, das quais pouco mais de 30 milhões foram repassadas aos Estados. Alguns deles, no entanto, também fizeram suas próprias compras. Ohio, por exemplo, adquiriu 2 milhões de doses.

CloroquinaDireito de imagemMARCELO CASAL/AGENCIA BRASIL
Image captionBrasil tem milhares de doses do medicamento sem destino

O destino final de todo esse material, que não pode ser comercializado e cuja validade não ultrapassa muito os 24 meses, era desconhecido quando, em meados de junho, a FDA retirou a autorização de uso hospitalar dos medicamentos.

Consultado pela BBC News Brasil, o Departamento de Saúde americano não informou até o fechamento desta reportagem o que será feito com as pílulas.

Duas semanas antes de publicadas as novas diretrizes da FDA, no entanto, em 31 de maio, os Estados Unidos enviaram 2 milhões de doses do remédio ao Brasil. O comunicado conjunto dos países sobre a doação informa que o Brasil usará a hidroxicloroquina na profilaxia à doença, especialmente para os profissionais de saúde, e no tratamento de pacientes. Novas doações podem ocorrer.

Uso doméstico ainda pode acontecer nos EUA

Atualmente, tanto o CDC quanto a FDA recomendam o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina apenas em ensaios clínicos de pesquisas científicas. Há pelo menos 59 delas em andamento hoje no país.

De acordo com os órgãos de controle, pelo acompanhamento e monitoramento minucioso dos pacientes em protocolos de pesquisa, especialmente em relação aos sinais cardíacos, essa seria a única maneira relativamente segura de uma pessoa infectada por coronavírus poder tomar a hidroxicloroquina nos Estados Unidos.

Testes em laboratórioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAtualmente, tanto o CDC quanto a FDA recomendam o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina apenas em ensaios clínicos de pesquisas científicas.

Mesmo antes das mais recentes decisões, a FDA não recomendava que as drogas fossem usadas como o presidente Bolsonaro tem feito, fora de ambiente hospitalar.

Apesar das indicações, no entanto, a FDA não tem poder de impedir que médicos prescrevam a hidroxicloroquina para uso doméstico em pacientes com covid-19. Adotada no tratamento contra lúpus e artrite reumatoide, além de malária, a droga é vendida em farmácias e pode ser comprada por qualquer um que possua uma receita médica.

O próprio presidente Donald Trump, em maio, tomou pílulas de hidroxicloroquina mesmo sem ter sido diagnosticado com covid-19. Ele afirmou empregar o remédio para prevenção ao contágio, uso jamais endossado pela FDA ou pelo CDC. "Estou perfeitamente bem", afirmou Trump, ao anunciar que tomava o medicamento, prescrito pelo médico do presidente.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 9 de julho de 2020

CONVITE:Reunião sobre a implementação da Lei Aldir Blanc acontecerá nesta quinta (9), às 19h, em uma sala virtual do Google Meet, com transmissão pelo canal Cultura-PE no Youtube


Pernambuco receberá, do Governo Federal, em torno de R$ 150 milhões para aplicar em ações emergenciais para a cultura. O valor será repartido, meio a meio, entre governos estaduais e municípios. Os recursos fazem parte de um montante total estimado em R$ 3 bilhões, que serão destinados a todos os municípios e estados brasileiros. O benefício é uma conquista da recém-sancionada Lei Aldir Blanc, fruto de uma ação coletiva de parlamentares, gestores públicos e sociedade civil que conseguiu a liberação dos recursos do Fundo Nacional de Cultura (FNC) para o auxílio de toda cadeia criativa da cultura.

Para uniformizar um conjunto de informações já existentes sobre a Lei – por exemplo, a distribuição dos recursos e o papel de cada ente (estado e municípios) na divisão das competências – a Secretaria de Cultura de Pernambuco e a Fundarpe, em parceria com os conselhos estaduais de Cultura, farão uma nova webconferência nesta quinta (9), às 19h.

Diálogo e integração deverão dar o tom do encontro, que tem como propósito esclarecer, tirar dúvidas e atualizar a sociedade sobre os encaminhamentos da Lei. Também está na pauta da reunião a criação de uma nova agenda de webconferências específicas para todas as macrorregiões do Estado. Além de artistas, produtores e conselheiros de cultura, é esperada a participação de representantes dos órgãos de cultura dos municípios.

O encontro será aberto ao público, com limite de inscrição na sala virtual, que tem capacidade para até 250 pessoas. Para se inscrever, é preciso acessar o link abaixo e preencher os dados solicitados: docs.google.com/forms/d/1G-fuWmz7-TNEpqMxx2DFjkdv4k1JDLp_lrEoBOdzzdo/viewform?edit_requested=true.

O limite de participantes não impedirá que os demais interessados acompanhem as discussões. Quem não conseguir ter acesso à sala na plataforma Google Meet, poderá ver e ouvir a reunião pelo canal da Secult-PE/Fundarpe no YouTube (www.youtube.com/secultpe).

A reunião será aberta pelas falas do secretário de Cultura de Pernambuco Gilberto Freyre Neto, seguida por José Patriota, presidente da Amupe  (Associação Municipalista de Pernambuco); Jocimar Gonçalves, presidente do Conselho de Politica Cultural; Alexandre Santini, gestor cultural e um dos coordenadores da Articulação Nacional da Lei de Emergência Cultural; Silvana Meireles, secretária-executiva de Cultura de Pernambuco; e Pedro Vasconcellos, coordenador do Fórum de Gestores de Cultura da Associação Brasileira de Municípios. Os demais participantes também poderão se inscrever para fazerem perguntas.

CONSTRUÇÃO – Para tratar especificamente da Lei Aldir Blanc, a equipe da Secult/Fundarpe já participou de quase uma centena de reuniões e encontros, sejam entre Grupos de Trabalho da própria instituição, de abrangência estadual, GTs do Fórum Nacional de Dirigentes de Cultura, videoconferências, lives e grupos de discussão com gestores e coletivos culturais. O objetivo deste amplo diálogo é fazer com que a lei seja executada de forma plena e atinja seu maior objetivo: chegar aos que mais necessitam, sejam artistas, técnicos, produtores, equipamentos culturais e todo tipo de profissional cuja renda, oriunda de atividade artística, tenha sido prejudicada pela pandemia do Covid-19.

Ainda na fase de aprovação da Lei, a Secult-PE/Fundarpe realizaram uma webconferência, em parceria com o Conselho Estadual de Política Cultural, que abriu um canal de diálogo com deputados, gestores estaduais e municipais, Amupe e sociedade civil. Participaram, ainda, da articulação com os parlamentares pernambucanos durante a votação no Congresso Nacional e, desde então, ao lado do Conselho de Política Cultural, vêm promovendo encontros virtuais para discussão da lei.

Na mais recente, ocorrida na última quinta-feira (2), o secretário Gilberto Freyre Neto, o presidente da Fundarpe Marcelo Canuto e a secretária-executiva Silvana Meireles, entre diversos outros gestores estaduais, dialogaram por mais de cinco horas com membros dos três conselhos estaduais de Cultura de Pernambuco e dezenas de artistas, produtores e demais trabalhadores e trabalhadoras da cultura no Estado. Entraram na pauta os desafios para a execução da lei no Estado, na expectativa de contar com a fundamental participação de toda a sociedade. Com uma média de 120 pessoas presentes na sala virtual, o pico de audiência alcançou 151 participantes.

Os participantes também tiveram acesso a um estudo preliminar, produzido com a participação da Secult-PE, que trata dos impactos da pandemia no setor cultural e que faz uma projeção do número de pessoas físicas e jurídicas que podem ter acesso ao benefício em Pernambuco.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 8 de julho de 2020

MEC anuncia data das provas do ENEM



O MEC (Ministério da Educação) anunciou nesta quarta-feira (8) as datas do Enem 2020. As provas em papel vão ocorrer nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021 e, no computador, em 31 de janeiro e 7 de fevereiro de 2021. O Enem ocorreria inicialmente em novembro deste ano. O ex-ministro Abraham Weintraub era contra o adiamento e só mudou de ideia com iminente derrota sobre o tema no Congresso.

O Senado chegou a aprovar texto exigindo a mudança de data por causa dos reflexos da pandemia de coronavírus.Weintraub então insistiu na realização de uma consulta com os inscritos, e afirmou que o resultado seria respeitado pelo governo. A maioria votou pela realização da prova em maio, mas, agora já sem ministro, o MEC ignorou essa posição.

O resultado da pesquisa foi divulgado após a saída de Weintraub. Técnicos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) informaram à reportagem esta semana que o órgão aguardava o anúncio do novo ministro para definição das datas.
Mas, como a escolha do ministro já demora quase um mês (Weintraub foi demitido dia 18 de junho), o MEC entendeu ser importante não atrasar ainda mais a definição dessas datas. O exame tem 180 questões e é aplicado em dois dias. Esta será a primeira edição com uma aplicação em computador para parte dos candidatos, em caráter de teste.

Principal porta de entrada para o ensino superior público, o Enem recebeu neste ano 5,8 milhões de inscritos. s resultados também dão acesso a bolsas do ProUni (Programa Universidade Para Todos) e contratos do Fies (Financiamento
Estudantil).

Para decidir, o órgão ouviu entidades que representam secretarias de Educação, o ensino superior público e privado sobre as datas. Secretários estaduais de Educação cobravam o MEC pelo adiamento do exame por causa do fechamento de escolas em decorrência da pandemia de coronavírus. O Consed, que representa os dirigentes, apoia as novas datas.

O argumento para não realizar o exame em maio, como queria os estudantes, é que isso atrasaria muito o calendário das universidades e também dos programas como ProUni e Fies. O que também teria impacto negativo na desigualdade. A maior preocupação dos estados, que concentram a maioria das matrículas de ensino médio, é com o impacto que o fechamento de escolas vem causando para os alunos de escolas públicas, sobretudo os mais pobres.

Em maio, a Folha de S.Paulo mostrou que 3 em cada 10 concluintes do ensino médio em escolas públicas no exame de 2018 não tinham acesso à internet. Na escola privada, 3,7% disseram não ter conexão residencial. Diante dos impactos do coronavírus, o CNE (Conselho Nacional de Educação) aprovou nesta terça-feira (7) um parecer que recomenda às redes de ensino evitar reprovações de estudantes neste ano.

O documento ainda precisa ser homologado pelo MEC. Ele sugere que as redes reorganizem os calendários de 2020 e 2021, considerem atividades remotas também no próximo ano e façam ajustes nas avaliações. "O CNE recomenda fortemente a adoção de medidas que minimizem a evasão e a retenção escolar neste ano de 2020, reconhecendo, no entanto, que as decisões acerca dos critérios de promoção são de exclusiva competência dos sistemas de ensino", diz o texto.

O órgão aprovou em abril outro parecer com diretrizes para reorganização escolar nesse período. O texto ainda sugeria que a definição de cronogramas de avaliações, como Enem, considerasse a interrupção de aulas. O MEC homologou esse parecer, mas impôs uma exceção exatamente no trecho que falava das avaliações. O objetivo do governo foi deixar em aberto a possibilidade de fazer a prova ainda neste ano.
Com Folha de PE
Professor Edgar Bom Jardim - PE

O que se sabe sobre a derrubada de páginas ligadas a bolsonaristas no Facebook




Ícone do Facebook em telaDireito de imagemDADO RUVIC/REUTERS
Image caption'A atividade (da rede) incluiu a criação de pessoas fictícias fingindo ser repórteres, publicação de conteúdo e gerenciamento de Páginas fingindo ser veículos de notícias', comunicou o Facebook sobre retirada de páginas

O Facebook tirou do ar na tarde desta quarta-feira (08) uma rede de perfis, páginas e grupos ligados a partidários do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Segundo a empresa, a rede estaria sendo usada para espalhar conteúdo falso.

Entre os operadores da rede estariam servidores dos gabinetes dos filhos do presidente: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O assessor especial da Presidência da República, Tércio Arnaud, também estaria ligado a algumas das páginas removidas.

Em comunicado, a empresa disse que foram removidos 35 perfis, 14 páginas e um grupo no Facebook. Também foram removidas 38 contas no Instagram, outra rede social pertencente ao grupo. Segundo o Facebook, a rede de páginas usava uma "combinação de contas duplicadas e contas falsas" para burlar as regras de uso da empresa.

"A atividade (da rede) incluiu a criação de pessoas fictícias fingindo ser repórteres, publicação de conteúdo e gerenciamento de páginas fingindo ser veículos de notícias. Os conteúdos publicados eram sobre notícias e eventos locais, incluindo política e eleições, memes políticos, críticas à oposição política, organizações de mídia e jornalistas, e mais recentemente sobre a pandemia do coronavírus", diz o comunicado do Facebook.

A empresa também disse que os responsáveis estavam ligados ao Partido Social Liberal (PSL), antigo partido de Jair Bolsonaro; e também a funcionários dos gabinetes dos deputados estaduais fluminenses Anderson Moraes (PSL) e Alana Passos (PSL), além de Eduardo, Flávio e do presidente da República.

Segundo a rede social americana, as páginas derrubadas eram seguidas por 883 mil pessoas no Facebook, e por 917 mil no Instagram. Cerca de US$ 1,5 mil (R$ 8 mil) foram gastos para promover as páginas que integravam a rede de desinformação.

Em nota, Flávio Bolsonaro disse que os perfis são "livres e independentes", fruto do apoio espontâneo ao governo. "O governo Bolsonaro foi eleito com forte apoio popular nas ruas e nas redes sociais e, por isso, é possível encontrar milhares de perfis de apoio. Até onde se sabe, todos eles são livres e independentes", disse o senador.

"Pelo relatório do Facebook, é impossível avaliar que tipo de perfil foi banido e se a plataforma ultrapassou ou não os limites da censura", diz o texto. "Julgamentos que não permitem o contraditório e a ampla defesa não condizem com a nossa democracia, são armas que podem destruir reputações e vidas", prossegue a nota de Flávio Bolsonaro.

O PSL também publicou nota. A agremiação disse que as contas suspensas nada tinham a ver com a sigla. Estavam relacionadas a assessores de deputados do partido, sendo de responsabilidade individual dos parlamentares. Os políticos "na prática, já se afastaram do PSL há alguns meses com a intenção de criar um outro partido", disse a legenda.

A BBC News Brasil também procurou a Secretaria de Comunicação da Presidência da República e o gabinete de Eduardo Bolsonaro, e atualizará a reportagem se houver resposta.

Eduardo Bolsonaro e Flavio Bolsonaro de perfil, engravatados, em eventoDireito de imagemREUTERS/ADRIANO MACHADO
Image captionEntre os operadores de rede de conteúdo falso estavam servidores dos gabinetes de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP; na foto, à esquerda) e Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ)

Luiza Bandeira é pesquisadora do Atlantic Council, um centro de estudos que mantém parcerias com o Facebook e que foi em parte responsável pela investigação. Ela disse ter encontrado ligações das páginas derrubadas com assessores de Jair Bolsonaro e seus filhos, via Tércio Arnaud, assessor do presidente e, segundo ela, ex-assessor de outro filho dele, Carlos Bolsonaro.

Ela diz ter encontrado conexões da rede de perfis derrubados com os deputados estaduais do PSL no Rio.

"A ligação que eu estabeleci (das páginas) foi com o Jair (Bolsonaro), pelo Tércio Arnaud, que é um assessor dele (...). Tércio foi assessor, antes, do Carlos Bolsonaro. O Eduardo Bolsonaro tem um assessor ligado a rede também, o Paulo Chuchu, de São Bernardo do Campo", diz ela.

"A Alana Passos costumava empregar o (militante) Leonardo Bolsonéas, cuja conta também foi retirada. Ele era assessor dela até pouco tempo. E o Anderson Moraes empregava no gabinete dele a namorada do Leonardo Bolsonéas, a Vanessa Navarro", diz Bandeira.

A BBC News Brasil está tentando contato com os deputados estaduais e atualizará esta reportagem quando eles responderem,

Os dados usados na pesquisa são públicos, diz Bandeira. Só o próprio Facebook tem acesso ao código-fonte da rede social. "A gente trabalha com open source, com dados abertos. Olhamos os registros dessas contas. Então no caso do Tércio Arnaud (...), a página de Instagram chamada 'Bolsonaro News' estava registrada em nome dele. Estava registrada com (a conta de) e-mail do Gmail dele. Então, está claramente vinculada a ele", diz.

Tércio Arnaud se aproximou de Jair Bolsonaro ainda durante a campanha eleitoral de 2018, e trabalha no Palácio do Planalto desde o começo do governo. Hoje, ocupa o cargo de assessor especial da Presidência da República e despacha no 3º Andar do Palácio do Planalto.

"No caso do Bolsonéas, ele é aberto sobre a conta ser dele. Mas, por exemplo, essa rede usava pelo menos duas páginas que diziam que eram jornais e eram, na verdade, sites superpartidários. Uma delas, chamada Jogo Político, foi registrado pelo Leonardo Rodrigues, o Leonardo Bolsonéas", explica ela.

Redes derrubadas em outros países

No comunicado da tarde desta quarta, o Facebook também disse ter retirado do ar outras três redes de desinformação em outros países.

Foram removidas, por exemplo, 72 contas e 35 páginas de Facebook na Ucrânia, voltadas para a política local. Outras 13 páginas de Instagram daquele país também foram tiradas do ar. A rede, diz o Facebook, foi particularmente ativa durante as eleições ucranianas de 2019.

Uma das maiores derrubadas de páginas aconteceu na terra natal do Facebook, os Estados Unidos. Foram 54 perfis e 50 páginas de Facebook derrubadas, e mais 4 páginas do Instagram. No caso dos EUA, a rede parecia estar desativada: foi usada principalmente no período de 2015 e 2016. A rede costumava publicar conteúdos sobre o operador político republicano Roger Stone.

Na América Latina, a "limpa" do Facebook encontrou páginas gerenciadas no exterior cujo alvo parecia ser influenciar a política interna de países do subcontinente.

Foram retirados 41 perfis e 77 páginas de Facebook, e 56 contas de Instagram. A rede era gerenciada a partir do Canadá e do Equador, mas tinha como alvo países como El Salvador, Argentina, Uruguai, Venezuela, Equador e Chile.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mary Trump: 5 revelações do livro da sobrinha do presidente dos EUA



Fotos dos pais de Donald Trump no Salão Oval da Casa BrancaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionFotos dos pais de Donald Trump no Salão Oval da Casa Branca

Um livro de memórias escrito pela sobrinha do presidente americano Donald Trump afirma que ele é um "narcisista" que ameaça a vida de todos os americanos.

O livro de Mary Trump, Too Much and Never Enough: How My Family Created the World's Most Dangerous Man (Demais e nunca suficiente: como minha família criou o homem mais perigoso do mundo, em tradução livre), descreve seu tio como uma fraude e alguém que intimida os outros.

A Casa Branca rechaça as alegações feitas no livro. Trechos da obra foram vazados para a mídia americana.

A família Trump processou a publicação para barrar seu lançamento no dia 14 de julho.

"Mais que narcisismo"

Mary Trump, de 55 anos, escreve que, para seu tio, "nada é suficiente" e que o presidente dos EUA exibe todas as características de um narcisista.

"Donald não é simplesmente fraco, seu ego é uma coisa frágil que deve ser reforçada a todo momento, porque ele sabe no fundo que não é nada do que afirma ser", escreve a sobrinha, que possui doutorado em psicologia clínica, sobre Trump.

Ela diz que o presidente foi influenciado por assistir a seu proprio pai, Fred Trump, intimidar o pai dela, Fred Trump Jr - que morreu de uma doença relacionada ao consumo de álcool quando ela tinha 16 anos.

Os irmãos da família TrumpDireito de imagemTRUMP CAMPAIGN
Image captionUma foto dos irmãos Trump, da esquerda para a direita: Robert, Elizabeth, Fred, Donald e Maryanne

Mary Trump escreve que seu avô era extremamente severo com o filho mais velho, Fred Jr, quem ele queria que assumisse o negócio imobiliário da família. Mas, como o pai de Mary se afastou dos negócios, o avô não teve escolha a não ser recorrer ao segundo filho, Donald.

Não foi uma escolha feliz, insinua a sobrinha. "Quando as coisas pioraram, no final da década de 1980, Fred não podia mais se separar da ineptidão brutal de seu filho; o pai não tinha escolha a não ser se comprometer", ela escreve sobre a atitude do avô em relação ao futuro 45º presidente dos EUA.

"Seu monstro havia sido libertado."

A Casa Branca rejeita a alegação de que o pai de Trump tenha sido rígido e duro, dizendo que o presidente "descreve o relacionamento que teve com seu pai como caloroso, e que seu pai era muito bom com ele".

"Tinha que derrubar Donald"

No livro, Mary Trump descreve como ela forneceu documentos fiscais ao jornal americano The New York Times, que os usou para publicar uma reportagem investigativa de 14 mil palavras sobre os "duvidosos esquemas fiscais de Trump durante os anos 90, incluindo casos de fraude descarada, que aumentaram bastante a fortuna que ele recebeu dos pais".

Mary Trump disse que foi abordada por jornalistas em sua casa em 2017 e inicialmente relutou em ajudar.

Donald e seu pai, Fred, em 1988 no Plaza Hotel em Nova YorkDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDonald e seu pai, Fred, em 1988, no Plaza Hotel em Nova York

Ela esperou um mês, assistindo a como "Donald destruiu normas, ameaçou alianças e pisou nos mais vulneráveis", antes de decidir entrar em contato com o repórter do New York Times.

Depois de contrabandear 19 caixas de documentos legais para fora do escritório de advocacia onde estavam guardadas, ela as entregou a repórteres. Ela descreve como os abraçou, chamando aquele de o momento "mais feliz que vivi em meses".

"Não me bastava ser voluntária em uma organização que ajuda refugiados sírios", ela escreve. "Eu tinha que derrubar Donald."

Trapaceiro da universidade

Mary Trump afirma que seu tio pagou um amigo para fazer o teste SAT para ele - um exame padronizado feito por estudantes americanos depois do ensino médio, que influencia a aceitação em universidades - porque ele estava "preocupado com o fato de sua média de notas, que o colocava longe do topo de sua classe, atrapalhar seus esforços para ser aceito".

Ele contratou "um garoto inteligente, com a reputação de ser bom em testes, para fazer os SATs por ele", escreve ela, acrescentando: "Donald, a quem nunca faltou dinheiro, pagou bem ao amigo".

Trump estudou na Universidade Fordham, em Nova York, mas depois foi transferido para a Escola de Negócios Wharton, na Universidade da Pensilvânia.

A Casa Branca nega que o presidente tenha trapaceado no vestibular.

Donald seria 'incapaz de experimentar emoções

Mary Trump culpa o patriarca da família Trump, Fred Trump, por grande parte da suposta disfunção familiar. Ela diz que o avô Trump, um magnata imobiliário de Nova York, "destruiu" Donald Trump, interferindo em sua "capacidade de desenvolver e experimentar todo o espectro das emoções humanas".

"Ao limitar o acesso de Donald a seus próprios sentimentos e tornar muitos deles inaceitáveis, Fred perverteu a percepção do filho sobre o mundo e afetou sua capacidade de viver nele", escreve ela.

"A suavidade era impensável", para o avô Trump, ela escreve, acrescentando que ele ficava furioso e zombava sempre que o pai dela - conhecido como Freddy - pedisse desculpas por qualquer erro.

O patriarca queria que seu filho mais velho fosse "matador", diz a autora.

Donald Trump, sete anos mais novo que seu falecido irmão, "teve muito tempo para aprender assistindo a Fred humilhar" seu filho mais velho, escreve Mary Trump.

"A lição que ele aprendeu, na sua forma mais simples, foi que era errado ser como Freddy. Fred não respeitava o filho mais velho, assim como Donald."

Problema com mulheres

Mary Trump escreve que seu tio pediu a ela que escrevesse um livro sobre ele, chamado "Art of the Comeback" (arte do retorno), e forneceu "um compêndio de mulheres que ele esperava namorar, mas que, ao recusá-lo, eram subitamente as piores, mais feias e gordas mulheres que ele já havia conhecido".

Mais tarde, ele mandou alguém demiti-la e nunca a pagou por seu trabalho, ela alega.

Ela diz que Trump fez comentários sugestivos sobre seu corpo quando ela tinha 29 anos, embora ela fosse sua sobrinha e Trump estivesse casado com Marla Maples, que foi sua segunda mulher.

Segundo ela, Trump disse a sua atual esposa Melania que sua sobrinha havia abandonado a universidade e consumido drogas na época em que a contratou para o projeto do livro. É verdade que Mary Trump deixou a faculdade, mas ela diz que nunca usou drogas e diz acreditar que seu tio inventou a história para se apresentar como seu "salvador".

"A história era para seu benefício tanto quanto para qualquer outra pessoa", escreve ela, que diz que "ele provavelmente já acreditava em sua versão dos eventos".

Quem é Mary Trump?

Mary Trump, 55 anos, é filha de Fred Trump Jr, irmão mais velho do presidente, que morreu em 1981 aos 42 anos.

Ele lutou com o alcoolismo durante grande parte de sua vida e sua morte prematura foi causada por um ataque cardíaco ligado ao consumo de álcool.

O presidente Trump citou os problemas pessoais de seu irmão como incentivo para a pressão de seu governo para combater a crise de saude ligada aos opioides nos EUA.

Em uma entrevista no ano passado ao Washington Post, Donald Trump disse que lamentava ter pressionado o irmão mais velho a ingressar no negócio imobiliário da família.

Mary Trump evitou amplamente os holofotes desde que seu tio se tornou presidente, embora ela tenha sido crítica a ele no passado.

Depois que Trump venceu as eleições, em 2016, ela descreveu a experiência como a "pior noite" de sua vida, segundo o Washington Post.

"Deveríamos ser julgados duramente", ela tuitou. "Eu lamento pelo nosso país."

BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE