sexta-feira, 10 de abril de 2020

'Durmo no terraço para não infectar minha mãe', diz técnico em enfermagem que ganha R$ 80 por plantão de 12 horas


Montagem de Joseildo e foto da cama no chão na parte de fora de casaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionO técnico em enfermagem Joseildo dorme no chão do lado de fora de casa com medo de contagiar a mãe; ele não tem dinheiro para pagar um quartinho
Às vezes, ele tem vontade de dar um abraço ou um "cheiro" na mãe, mas Joseildo sabe que não pode. Por causa do coronavírus e porque não tem dinheiro para alugar um quarto, o técnico em enfermagem passou a dormir no terraço da casa, revezando entre um colchão no chão gelado e uma rede. Ele tem medo de contagiar a mãe, de 74 anos, que tem asma, pressão alta e, há um mês, sofreu um infarto.
"Quando soube que poderia transmitir para ela, pensei: 'para onde eu vou?' Com o salário que a gente ganha, não dá para alugar um quartinho. Eu não quero, casa, hotel, só quero um quarto para poder ficar tranquilo e exercer minha profissão sem medo de machucar a minha mãe, meu bem maior", diz Joseildo da Silva Batista, de 33 anos, que trabalha em uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Campina Grande, na Paraíba.
Pelo trabalho de 13 plantões mensais de 12 horas (divididos entre seis de 24 horas e um de 12), ele recebe o salário mínimo: R$ 1.045, ou R$ 946 líquidos. Ou seja, R$ 80 por cada plantão de 12 horas.
Usa o dinheiro para pagar pensão para o filho de sete anos e ajudar a mãe em casa, onde moram também duas irmãs e duas sobrinhas. Antes, ele, a mãe e uma irmã dormiam no mesmo quarto, por falta de espaço na casa. Agora, diz passar um pouco de frio no terraço - Campina Grande fica na serra - mas nada que o impeça de "seguir a vida".
A Secretaria de Saúde de Campina Grande informou, nesta sexta (10), que disponibilizou hospedagem para profissionais de saúde que precisem ficar isolados de familiares, incluindo Joseildo, em um hotel da cidade.
Joseildo trabalha na linha de frente: casos suspeitos chegam na UPA e depois são encaminhados ao hospital. Na cidade dele, há três casos confirmados até agora. Em todo o Estado da Paraíba, eram 79 até esta sexta (10).
Como Joseildo, profissionais de enfermagem de todo o país recebem salários baixos para trabalhar longas horas e exercer um trabalho fundamental na linha de frente ao combate desta pandemia. De todos os profissionais de saúde, eles são os que mais têm contato com pacientes com covid-19, a doença causada pelo vírus.
Muitos têm trabalhado sem equipamento de proteção necessário, como máscaras de proteção, luvas e aventais adequados, escasso em diversos hospitais públicos e privados pelo Brasil. Expostos, estão praticamente arriscando a vida. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) já contabiliza 17 mortes de profissionais de enfermagem no Brasil que tiveram suspeita ou confirmação de covid-19.
Joseildo e a mãe, SofiaDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionJoseildo cuidou mãe, Sofia, na UPA, quando ela sofreu infarto e diz que todos os dias ia chorar escondido: "meu coração desmanchava"
Por causa dos salários baixos, grande parte dos profissionais acumula mais de um emprego - às vezes um no setor público e outro no privado, segundo Manoel Neri, presidente do Cofen. "É uma sobrecarga muito grande que pode interferir na qualidade de assistência e que leva à falta de tempo para se aperfeiçoar e para estar com a família", diz. Há casos de concursos para técnicos de enfermagem oferecendo salário mínimo, como no caso de Joseildo, ou até menos que isso. A categoria não tem piso salarial.
Na Alemanha, enfermeiros agradeceram as rodadas de aplausos da população durante esta pandemia do coronavírus, mas reivindicaram também aumento salarial. Um abaixo-assinado com o pedido angariou 350 mil assinaturas até o final de março, segundo reportagem da Deutsche Welle.
No Brasil, profissionais de saúde desabafam nas redes sociais sobre a desproporção entre o risco que correm e o salário que recebem: "os aplausos são lindos, mas reconhecimento poderia vir um pouco no salário também, afinal, todos precisamos para viver", comentou uma enfermeira em uma postagem com a história de Joseildo.
Em outra publicação, uma enfermeira reclamava de ter recebido a oferta para fazer plantões de triagem de pacientes com sintomas de covid-19. Por plantões de 12 horas, receberia R$ 80, o mesmo valor que Joseildo recebe. "Homenagens batendo palmas na janela não pagam nossos boletos, o sustento dos nossos filhos. Estudamos demais para isso", desabafou.

Leito do paciente

Hoje, o Brasil tem um total de 2,2 milhões de profissionais da área, entre enfermeiros, técnicos em enfermagem, auxiliares de enfermagem e obstetrizes. Uma pesquisa conduzida pelo Cofen e a Fiocruz em 2014 mostrou que 10% desses profissionais estavam desempregados.
A pesquisa também traçou um perfil dos profissionais de enfermagem do Brasil: são mulheres, em sua maioria (85,1%), com crescente aumento de participação masculina. A maioria dos profissionais são pretos ou pardos (53%), seguido de brancos (41,5%). Há uma concentração de profissionais na região Sudeste, enquanto Norte e Nordeste sofrem com uma carência deles.
Segundo a pesquisa, 17,8% da categoria recebiam "subsalários", ou menos de R$ 1 mil mensais na época do estudo, produzido em 2016 com dados de 2014.
Para Neri, a renda dos profissionais de enfermagem deveria levar em conta fatores como o risco, "não só agora em período de pandemia". "Não só o trabalho insalubre, como o penoso. O profissional trabalha em plantões noturnos, no fim de semana, feriados. Muitos trabalham em plantões de até 24 horas seguidas", observa.
Enfermeira Bruna Costa, 30Direito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionEnfermeira Bruna Costa diz que enfermeiros deixam de comer e ir ao banheiro para dar conta de todo o serviço em 12 horas de plantão
Ele diz que os profissionais também têm "uma grande importância social para a saúde" porque "são os que ficam na cabeceira do leito do paciente durante 24 horas para fazer seus cuidados - desde os mais simples, como o banho -, até os de alta complexidade, na UTI".
A pesquisa do Cofen e da Fiocruz também registrou que 64,2% dos auxiliares e técnicos consideravam sua atividade desgastante.
"A enfermagem recebe muito pouco pela responsabilidade que temos, nossas habilidades, nossa formação e a dedicação que temos em relação aos nossos pacientes. É uma sobrecarga para uma remuneração muito pequena", diz Bruna Costa, 30, coordenadora de plantão em uma unidade básica de saúde em Bom Jesus do Amparo, Minas Gerais.
"Às vezes, deixamos de comer, de ir ao banheiro, e 12 horas acaba sendo pouco para o tanto de serviço que temos para fazer. Não paramos em nenhum momento para dar conta de tudo o que está acontecendo. Nós gerenciamos a unidade, cuidamos dos pacientes. Se tem pia quebrada, teto pingando, é a enfermagem que tem que resolver."
Marcelo, enfermeiro que trabalha na região do Vale do São Francisco, trabalha em dois locais. No setor privado, recebe R$ 2 mil, trabalhando 144 horas mensais. Na rede pública, R$ 2.600, trabalhando mais 156 horas mensais.
Agora, afastado por apresentar sintomas da covid-19 após trabalhar sem equipamento de proteção adequado, não recebeu auxílio de nenhuma das unidades de saúde para fazer o teste e saber se está com a doença. Tirou dinheiro do próprio bolso para pagar um exame e saber quando poderá voltar ao trabalho. Seu nome foi modificado para proteger sua identidade.
Marcelo, nome fictício, com avental usado no trabalho no Vale do São Francisco; tipo correto para manejo de pacientes com coronavírus deveria ser impermeávelDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionMarcelo, nome fictício, com avental de TNT usado no trabalho no Vale do São Francisco; tipo correto para manejo de pacientes com coronavírus deveria ser impermeável
Joseildo, o técnico em enfermagem forçado a dormir no terraço de casa para não contaminar a mãe, também tem que fazer bicos para complementar a renda. Trabalhava às vezes como segurança, mas, com a pandemia, já não pode mais.
A boa notícia, contudo, é que, poucas horas depois de compartilhar seu drama em um comentário no Instagram, recebeu ajuda. Uma empresa de vaquinha online viu o pedido e ofereceu divulgá-lo. Em só dois dias, foram arrecadados R$ 34 mil.
"Eu não quero para mim. Tirando o dinheiro para alugar um quartinho, vou fazer doações na minha cidade, porque tem muita gente precisando, e as pessoas vão passar por dificuldades. Já que estou sendo agraciado, tenho que agraciar mais pessoas", diz.
O que ele gostaria, no entanto, é que os profissionais de enfermagem fossem mais valorizados. "Recebo praticamente menos do que o salário mínimo. Não digo que é constrangedor porque não trabalho pelo dinheiro. É por amor. Mas a gente está na linha de frente o ano todo, estamos lidando com a vida e a morte das pessoas. Os governantes poderiam olhar para nós com um olhar diferente."

Salário e desemprego

A carreira de enfermagem é dividida em três categorias:
- Enfermeiro: é o profissional com bacharelado, graduado em um curso de 5 anos. É o que tem a maior formação e está apto a fazer todos os cuidados da enfermagem, inclusive os de média e alta complexidade. Está a apto a prescrever medicamentos e requisitar exames mediante protocolos. O Brasil tem cerca de 540 mil enfermeiros
- Técnico em enfermagem: profissional que fez curso de técnico que auxilia enfermeiro em cuidados de média e alta complexidade sob supervisão do enfermeiro. Representa o maior número de trabalhadores do setor: 1,2 milhões
- Auxiliar de enfermagem: faz os cuidados mais simples de enfermagem; cursos técnicos têm diminuído muito e profissão está em rota de extinção no Brasil. Há 400 mil auxiliares de enfermagem no país
Não há piso salarial para profissionais de enfermagem, algo reivindicado pela categoria. Um projeto de lei foi apresentado na Câmara no ano passado, mas ainda não passou por comissões para ser analisado. De autoria do deputado Mauro Nazif (PSB - RO), estabelece o piso do salário para enfermeiros em R$ 4.650,00 (a ser reajustado). Para técnicos de enfermagem, 50% do valor e, para auxiliares, 40%.
Os valores oferecidos atualmente diferem muito disso, e órgãos regionais do conselho de enfermagem constantemente emitem notas rejeitando salários oferecidos em concursos para a categoria. Em 2019, o município de Araruama, no Rio, por exemplo, abriu concurso para enfermeiros (20h semanais) e técnicos de enfermagem (44h semanais), oferecendo um salário de R$ 998 - salário mínimo do ano passado. O conselho regional de Pernambuco já reclamou com o município de Sirinhaém por abrir um concurso, em 2017, que previa o salário de R$ 500 para enfermeiros.
No geral, segundo a pesquisa da Cofen e Fiocruz, quase metade dos profissionais da categoria recebiam entre R$ 1.000 e R$ 3.000.
UTIDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionConselho Federal de Enfermagem teve o dobro de registros em março por causa de demanda de trabalho da enfermagem

Número alto de profissionais, mas condições ruins de trabalho

Durante a pandemia do coronavírus, o Cofen tem registrado dois movimentos diferentes, segundo Neri. Por um lado, há profissionais que têm pedido demissão de um dos empregos com medo de se contaminar ou levar a contaminação para a família, por falta de equipamento de proteção adequado.
Por outro, por causa da grande demanda gerada nos sistemas de saúde, apenas no mês de março, 23 mil profissionais fizeram registro (necessário para poderem trabalhar na profissão) no Cofen, dobrando a média mensal. A categoria tem ociosidade de profissionais, já que há muitos formados desempregados que não conseguem engatar na carreira porque falta de experiência - algo que pode mudar durante a crise do coronavírus.
O relatório "O estado da enfermagem no mundo 2020" da OMS (Organização Mundial de Saúde), lançado nesta semana, apontou um déficit de 5,9 milhões de profissionais em todo o mundo. O Brasil, contudo, tem uma proporação acima da média mundial, equivalente a de países ricos.
"Infelizmente, nós temos uma faixa de 10% de profissionais de enfermagem desempregados no Brasil. São mais de 200 mil profissionais", diz Neri. "Por isso, o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem reserva de profissionais que podem ser contratados agora nesse momento de crise. A maioria dos países não tem."
Isso se deu por causa de uma política de expansão da formação, principalmente nas mãos de instituições privadas. Elas formaram 57,4% dos enfermeiros e 72% dos técnicos e auxiliares, segundo a pesquisa de 2016.
Mas o relatório da OMS também apontou problemas. Na categoria das regulações e condições de trabalho, o Brasil ficou com dois pontos em um índice de um a seis, equivalente ao desempenho da Índia e do Camboja. O indicador avalia questões como segurança no trabalho, horas de trabalho, proteção social, contratos temporários e plano de carreira.
"Nesse período de pandemia, a sociedade brasileira está começando a olhar para os profissionais de enfermagem de forma diferente", diz Neri. "É preciso valorizá-los e melhorar suas condições para que possam trabalhar e viver com dignidade."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Apresentador do SBT sugere ideia nazista para o presidente tratar pacientes com coronavírus




O jornalista Marcão do Povo, que apresenta o programa Primeiro Impacto, no SBT, foi suspenso pela emissora nesta quarta-feira 8, após sugerir campos de concentração para pessoas com sintomas ou contaminadas por coronavírus. As informações são da coluna do jornalista Mauricio Stycer, no UOL. O apresentador será substituído por Dudu Camargo e Márcia Dantas.


Ainda de acordo com a coluna, a diretoria do SBT se pronunciou em nota e pediu desculpas pelo comentário de Marcão do Povo, que causou forte reação nas redes sociais. “Sinceramente lamentamos que o apresentador tenha usado nossa plataforma de modo que contraria tão profundamente os nossos princípios. A todos que de alguma forma possam ter se ofendido ou mesmo se indignado com as opiniões pessoais do apresentador, nossas mais sinceras desculpas.”

Entenda o caso

Durante seu programa ao vivo, o apresentador sugeriu que o presidente Jair Bolsonaro pensasse em um campo de concentração para alocar as pessoas com sintomas ou já confirmadas para coronavírus. “Não seria interessante que o Exército, a Marinha e a Aeronáutica montassem um campo de concentração, de cuidados, com equipamentos mais sofisticados, com os melhores profissionais e colocar essas pessoas com problemas?”
Olha como pensa o cidadão de bem. Ao vivo, em rede nacional, o apresentador de um telejornal do @SBTonline sugere um campo de concentração para isolar todos os casos confirmados de coronavírus. UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO.
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O apresentador ainda orienta que a medida seja feita por decreto, pelo presidente, que deveria colocar as forças nacionais na rua para prender, por exemplo, governadores que descumprirem a medida. “Aí o comércio abre e todo mundo vai trabalhar normalmente”, complementa.
As ideias do cidadão que tem um programa de TV em rede nacional. Marcão do Povo sugeriu um campo de concentração (!) pra isolar todos os casos confirmados de Coronavírus. Na visão dele, dessa forma, o resto do povo pode voltar à normalidade e trabalhar sem maiores problemas.
Na continuação do vídeo, Marcão do Povo também sugere que Bolsonaro dê uma canetada e coloque exército nas ruas e prenda os governadores de estados que não tem tantos casos comprovados de Covid-19. Ele seguiu defendendo a ideia de campo de concentração pra quem tem sintoma...
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Segundo o âncora, essa seria a forma para não propagar o vírus, evitar gastos excessivos e não parar as cidades. “Isso acaba, senhor presidente, com esse negócio de ter que espalhar dinheiro para os estados. Tem estado que quase não teve nada, um caso lá, nem sequer foi comprovado, a pessoa nem está internada, e o estado decretou calamidade”.
O jornalista ainda cita o estado de Tocantins e diz que o território tem apenas um caso. No entanto, embora não haja registro de mortes no estado, há 19 casos confirmados de coronavírus na região, segundo balanço recente do Ministério da Saúde.

A resposta do SBT

Confira abaixo a íntegra do comunicado do SBT sobre o caso:
Ontem, durante a exibição do programa jornalístico Primeiro Impacto, o apresentador Marcos Paulo Ribeiro de Morais, popularmente conhecido como Marcão do Povo, se utilizou do espaço em nosso jornal para expressar uma opinião de cunho pessoal que dizia respeito ao tema tão delicado que o mundo e nosso país atravessam: a COVID-19.
Gostaríamos de esclarecer ao público, às autoridades, àqueles que estão na linha de frente ao combate incessante da pandemia e, em especial, às pessoas vitimadas, que de forma alguma a opinião expressada pelo apresentador reflete o pensamento, a atitude e o respeito que a emissora tem pelo momento atual. Temos total consciência da relevância do assunto e temos, a todo momento, nos preocupado em informar e esclarecer de forma isenta e imparcial os acontecimentos e as providências que as autoridades e todos brasileiros estão adotando para vencermos essa enorme crise de saúde já presente, e a econômica que se avizinha.
Desta forma, sinceramente lamentamos que o apresentador tenha usado nossa plataforma de modo que contraria tão profundamente os nossos princípios. A todos que de alguma forma possam ter se ofendido ou mesmo se indignado com as opiniões pessoais do apresentador, nossas mais sinceras desculpas.
Nossos profissionais de Jornalismo seguirão na dura missão de bem informar, sempre preocupados com o bem estar de todos os brasileiros.
O apresentador foi suspenso de suas funções.
Respeitosamente,
A Diretoria

Com informação de Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Bolsonaro volta a defender cloroquina, droga que provoca arritmia cardíaca e possíveis danos à visão e à audição.



O presidente da República Jair Bolsonaro grava pronunciamento no PlanaltoDireito de imagemCAROLINA ANTUNES / PR
Image captionBolsonaro adotou tom comedido em seu quinto pronunciamento desde o início da crise
Em pronunciamento na noite desta quarta-feira (08/04), o presidente da República Jair Bolsonaro voltou a defender o uso do medicamento hidroxicloroquina no tratamento da doença covid-19, provocada pelo novo coronavírus. Este é o quinto pronunciamento de Bolsonaro desde o começo de março, quando a epidemia se intensificou no Brasil.
A hidroxicloroquina é um medicamento utilizado no Brasil desde os anos 1950. É indicada para o tratamento de várias doenças, como artrite reumatóide, lúpus e malária.
A droga vem sendo usada de forma experimental em outros países, apesar de não existirem testes clínicos suficientes para garantir que ela seja eficaz ou segura no tratamento da covid-19. Os efeitos colaterais podem incluir arritmia cardíaca e possíveis danos à visão e à audição. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a droga deve ser usada com muito cuidado, pois pode ser letal em algumas circunstâncias.
O pronunciamento de hoje também foi o primeiro no qual Bolsonaro começou sua fala prestando solidariedade às famílias das vítimas da doença. Nesta quarta-feira, o Brasil atingiu a marca de 800 mortos pela doença.
A fala do presidente da República foi acompanhada de "panelaços" em protesto contra o governo em algumas capitais brasileiras, como São Paulo (SP).
Bolsonaro falou por quase cinco minutos em rede nacional de rádio e TV. Além da cloroquina, o presidente voltou a frisar sua preocupação com a economia — ele teme os efeitos prejudiciais do fechamento do comércio e do distanciamento social imposto em vários Estados brasileiros.
Sombras de duas pessoas em apartamentos diferentes batendo panela da varandaDireito de imagemEPA/THIAGO BERNARDES
Image captionPanelaços têm sido constantes desde os primeiros pronunciamentos do presidente
"Sempre afirmei que tínhamos dois problemas a resolver: o vírus e o desemprego. Que deveriam ser tratados simultaneamente. Respeito a autonomia dos governadores e prefeitos. Muitas medidas, de forma restritiva ou não, são de responsabilidade exclusiva dos mesmos. O governo federal não foi consultado sobre sua amplitude ou duração. Espero que, brevemente, saiamos juntos e mais fortes, para que possamos melhor desenvolver o nosso país", disse Bolsonaro.
O presidente aproveitou o pronunciamento ainda para agradecer ao primeiro-ministro da Índia, o conservador Narendra Modi, pelo envio ao Brasil de matéria prima para a fabricação de comprimidos de hidroxicloroquina. O material chegará ao Brasil até sábado, disse. "Agradeço ao primeiro ministro Narendra Modi e ao povo indiano por esta ajuda tão oportuna ao povo brasileiro", disse.
Bolsonaro também destacou que o governo começará amanhã os pagamentos de R$ 600 do auxílio emergencial a trabalhadores informais e desempregados.
Bolsonaro cita médico Roberto Kalil para defender cloroquina
Ao falar sobre a cloroquina, Bolsonaro disse que o medicamento pode ser usado no tratamento da doença "desde sua fase inicial" — o que contraria a recomendação atual do Ministério da Saúde, de que o medicamento seja usado por pacientes críticos ou internados em hospitais.
Bolsonaro também mencionou o caso do médico Roberto Kalil Filho, cardiologista de São Paulo que contraiu o novo coronavírus e usou a cloroquina em seu próprio tratamento, segundo Bolsonaro.
"Há pouco conversei com o doutor Roberto Kalil. Cumprimentei-o pela honestidade e compromisso com o juramento de Hipócrates, ao assumir que não só usou a hidroxicloroquina bem como a ministrou para dezenas de pacientes. Todos estão salvos. Disse-me mais. Que mesmo não tendo finalizado o protocolo de testes, ministrou o medicamento, agora, para não se arrepender no futuro", disse o presidente, dando parabéns ao médico.

Com informações da BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 8 de abril de 2020

João Lira e Paulo Câmara assinam termo de contrato para construção da nova ponte do catolé




Na tarde desta quarta-feira, 08/04/2020, por meio de  assinatura digital  do TERMO DE CONTRATO, firmado  entre o governador  de Pernambuco Dr. Paulo Câmara,  o Secretário de Planejamento e Gestão do Estado Dr. Adilson Gomes Filho e o prefeito de Bom Jardim, João Lira, celebram a CONSTRUÇÃO DA PONTE DO CATOLÉ. 
O valor para construir a citada ponte será de R$ 1.852.570,13 ( hum milhão oitocentos e cinquenta e dois mil, quinhentos setenta reais e treze centavos). O Estado de Pernambuco aportará R$ 1.317.230,13 e o município de Bom Jardim completará o restante com o valor de R$ 553.340,00, e mais o valor estimado com as desapropriações dos imóveis às margens do rio no valor de R$ 250.000,00, conforme laudo de engenharia.
Festejando em sua página do Facebook o prefeito escreveu: "Quando se tem ao nosso lado Deus, o povo, é as parcerias certas no caso com o governo de Pernambuco Dr. Paulo Câmara, quem sempre ganha é o povo. O apoio do deputado Joaquim Lira foi primordial para a realização deste projeto que a dezenas de anos nosso povo almejava. Em nome nome do povo bonjardinense, externo minha gratidão ao governador Dr. Paulo Câmara, ao deputado Joaquim Lira, ao secretário da SEPLAG Dr. Adilson Gomes Filho, e toda sua equipe que não mediram esforços para nos ajudar a realizar mais um grandioso sonho do nosso povo. Viva Nosso Senhor Jesus Cristo", 
Com informação do Faceboook do prefeito João Lira. 
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Pernambuco registra mais 12 mortes e 49 novos casos de Covid-19


Paciente sendo testado para coronavírus
Paciente sendo testado para coronavírusFoto: RIJASOLO / AFP
Passa de 400 o número de casos confirmados de coronavírus em Pernambuco. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), até o fim da manhã desta quarta-feira (8), mais 49 casos foram registrados, alcançando o total de 401. Também foram constatados mais 12 novos óbitos, o que totaliza até o momento 46 mortes. 

Os novos óbitos confirmados são de cinco homens e sete mulheres com idades entre 28 e 92 anos. A SES-PE informou que divulgará mais detalhes até o fim desta tarde, quando também será realizada entrevista coletiva com o secretário de Saúde, André Longo.

Neste boletim inicial, o número de curas clínicas, que até essa terça-feira (7) era de 32,  não foi divulgado.
Professor Edgar Bom Jardim - PE