sexta-feira, 27 de março de 2020

Loucura:em cinco estados brasileiros, é anunciada a reabertura do comércio



Movimentação no comércio
Movimentação no comércioFoto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco
Enquanto o governo de São Paulo avalia que as medidas de distanciamento surtiram efeito para reduzir a proliferação do novo coronavírus, Santa Catarina,  Rondônia, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Roraima anunciaram a reabertura de atividades econômicas e serviços.

A partir de segunda-feira (30) os estados terão o comércio funcionando, apenas em Santa Catarina a reabertura está programada para a quarta-feira (1°). Com a decisão, academias e shoppings estarão em funcionamento. Bares e restaurantes também poderão atender ao público. Até o setor hoteleiro, que não podia receber novos hóspedes, estará autorizado a funcionar.

Os estados afirmam que as medidas podem ser adotadas desde que respeitadas determinações, entre elas a limitação da entrada de pessoas em 50% da capacidade do local e o respeito à distância mínima de 1,5 metro entre as pessoas.
O anúncio foi recebido com carreata em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, na noite de quinta-feira (26). A prefeitura da cidade chegou a usar guardas para pedir que banhistas deixassem a faixa de areia da praia e evitar aglomeração.

No Rio de Janeiro, o prefeito Marcelo Crivella liberou a abertura de lojas de material de construção e lojas de conveniência em postos de gasolina na cidade do Rio de Janeiro. Também podem funcionar, mas sem venda para consumo imediato no local, mercearias, mercados, supermercados, hortifrutis, padarias, confeitarias, açougues, depósitos, distribuidoras, transportadoras, postos de combustível, comércio de gás GLP, de insumos agrícolas e medicamentos veterinários.

O movimento de reabertura coincide com a campanha do governo federal com o mote "O Brasil não pode parar", contrariando o que a literatura científica recomenda. O prefeito de Milão, na Itália, chegou a se desculpar por uma campanha que incentivou manter a normalidade. O número de mortos pela Covid-19 saltou para mais de 4.000 apenas naquela região.

Apesar de ter se declarado estarrecido com o discurso de Jair Bolsonaro que incentivou a retomada das atividades e comparou o novo coronavírus a uma gripezinha, o governadores recuaram nas medidas de restrição de comércio e serviço.
Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Coronavírus: saiba as regras aprovadas pela Câmara para acessar o auxílio emergencial de R$ 600


Ilustração com gráficos de barra e ícones representando o coronavírusDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCâmara aprovou texto que busca proteger os segmentos de trabalhadores mais vulneráveis à crise econômica decorrente do coronavírus
(Texto atualizado às 16h02 de 27 de março de 2020.)
A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira um auxílio emergencial de R$ 600 por mês para trabalhadores autônomos, desempregados e microempreendedores de baixa renda, com objetivo de proteger segmentos mais vulneráveis em meio à crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus.
Para que o benefício entre em vigor, no entanto, a proposta ainda precisa ser aprovada pelo Senado e receber sanção do presidente Jair Bolsonaro. A previsão é que os senadores votem a matéria na segunda-feira (30/3). Em seguida, o governo editará um decreto sobre como será o pagamento.
O texto aprovado pelos deputados prevê que o auxílio emergencial terá duração inicial de três meses, podendo ser prorrogado por mais três meses.
A proposta também estabelece que até dois membros da mesma família poderão receber o benefício, somando uma renda domiciliar de R$ 1.200. Já mulheres que sustentam lares sozinhas poderão acumular dois benefícos individualmente.
A proposta inicial do governo Bolsonaro, anunciada na semana passada, era conceder R$ 200 por trabalhador autônomo. No entanto, parlamentares passaram a defender um benefício maior, a partir de R$ 500. Antes da votação, o Palácio do Planalto concordou em elevar o auxílio para R$ 600.
Segundo o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, o valor maior é necessário para permitir que os brasileiros deixem de trabalhar e fiquem em casa, contribuindo para reduzir a transmissão do coronavírus na população.
"A proposta (inicial) do governo é pequena para aquilo que a população precisa. Eu entendo o governo, que ainda trabalha com a questão do impacto fiscal, mas, neste momento, não é o mais importante. O importante é que todos nós, em conjunto, possamos gerar as condições mínimas para que os brasileiros possam manter a determinação do Ministério da Saúde, da OMS (Organização Mundial de Saúde), dos Estados e das prefeituras (de ficar em isolamento)", defendeu Maia, antes do governo aceitar o benefício maior.
A previsão do governo é que o auxílio atenda mais de 24 milhões de pessoas, o que representará um gasto de ao menos R$ 14,4 bilhões por mês.
Entenda a seguir as regras aprovadas pela Câmara.

Quais os requisitos para solicitar o auxílio?

Segundo o texto aprovado na Câmara, terá direito ao benefício quem for maior de 18 anos, não tiver emprego formal e não receber benefício previdenciário (aposentadoria) ou assistencial (como o BPC).
Os deputados estabeleceram também limites de renda para solicitação do auxílio. Não poderão receber o benefício pessoas cuja renda mensal total da família for superior a três salários mínimos (R$ 3.135) ou que a renda per capita (por membro da família) for maior que meio salário mínimo (R$ 522,50).
Além disso, não terá direito quem tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.

Que categorias de trabalhadores estão incluídas nesses critérios?

Pilhas de moedas com alturas diferentes, em cimas das quais estão bonequinhos representando pessoas com perfis diferentes: uma família, idosa, homem, mulher...Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionAuxílio emergencial valerá para quem for maior de 18 anos, não tiver emprego formal e não receber benefício previdenciário ou assistencial, entre outros critérios
Cumpridos os requisitos acima, o texto aprovado pelos deputados prevê que poderão solicitar o benefício inclusive trabalhadores registrados como microempreendedor individual (MEI) e trabalhadores por conta própria que contribuem de forma individual ou facultativa para o INSS.
Não poderão receber o auxílio trabalhadores com carteira de trabalho assinada e funcionários públicos, inclusive aqueles com contrato temporário.

Quem recebe Bolsa Família pode requisitar?

O novo auxílio aprovado pela Câmara não poderá ser acumulado com o Bolsa Família. No entanto, o beneficiário do programa poderá optar por receber o auxílio emergencial no lugar do Bolsa Família, já que o novo benefício tem valor maior.

Será preciso estar no Cadastrado Único?

A ideia é que o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) seja usado para facilitar a liberação do benefício, mas o texto aprovado na Câmara não estabelece o cadastro como exigência para solicitar o auxílio.
O Cadastro Único é um banco de dados do governo em que brasileiros precisam estar registrados para receber benefícios como o Bolsa Família e o BPC.

Como a renda será verificada?

A renda familiar que será considerada é a soma dos rendimentos brutos dos familiares que residem em um mesmo domicílio, exceto o dinheiro do Bolsa Família.
A renda média da família será verificada por meio do CadÚnico para os inscritos no sistema. Os não inscritos farão autodeclaração por meio de uma plataforma digital.
Segundo o deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), autor do projeto de lei que foi adaptado pelos deputados para criação do auxílio emergencial, o governo federal tem ferramentas para cruzar dados e checar se a renda do solicitante se enquadra nos limites do programa.

Como o benefício poderá ser solicitado?

Sentados e de perfil, Paulo Guedes e Jair Bolsonaro de máscaraDireito de imagemANDRE COELHO/GETTY IMAGES
Image captionO ministro Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro; previsão do governo é que auxílio atenda mais de 24 milhões de pessoas
O texto prevê que o governo federal deverá regulamentar como o benefício será concedido. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na semana passada que a ideia é usar a Caixa Econômica Federal para operacionalizar a distribuição do auxílio.
"A Caixa Econômica Federal tem 26 mil postos de atendimento. Já estão sendo preparados", afirmou, em entrevista ao portal de notícias Poder 360.
O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse nesta sexta-feira (27/3) que o banco ainda aguarda a aprovação do novo auxílio pelo Senado e a publicação do decreto do governo regulamentando como será o pagamento do benefício. Ele explicou que a ideia é escalonar o pagamento, assim como ocorreu quando houve liberação de saque do FGTS em 2019. Quem não tiver conta na Caixa poderá transferir o benefício para outro banco gratuitamente.
"A Caixa, como sempre, realizará pela agências (bancárias), pelas lotéricas, pelos correspondentes (bancários) e pelo celular a grande maioria desses pagamentos", disse ainda Guimarães.

Limite de benefício por família?

O texto aprovado prevê que até duas pessoas por família poderão receber o benefício, limitando o auxílio a R$ 1.200 por núcleo familiar. No entanto, mulheres que sustentam suas famílias sozinhas poderão acumular individualmente dois benefícios.

Duração do benefício?

A proposta aprovada na Câmara estabelece duração inicial de três meses, havendo possibilidade de o governo prorrogar por mais três meses durante o período de enfrentamento emergencial do coronavírus.

E o salário dos trabalhadores formais?

Com a paralisação de diversas atividades econômicas no país devido à quarentena imposta a boa parte da população, empresas terão forte redução de receitas e podem ter dificuldade para pagar salários. Por isso, o governo prepara regras emergenciais que permitirão a redução temporária de salários.
Bolsonaro chegou a editar uma Medida Provisória no domingo que permitia suspender salários de empregados com carteira assinada por até quatro meses, sem qualquer compensação aos trabalhadores. O presidente recuou da medida após fortes críticas e o Ministério da Economia trabalha em outra proposta em que o governo garantirá uma renda mínima às pessoas afetadas.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Coronavírus: a proposta de pesquisadores do Ipea para proteger os 30% mais pobres




Casas em Paraisópolis, com prédios ao fundoDireito de imagemROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL
Image captionRecomendação prevê que parcela mais pobre dos brasileiros terá renda mensal de pelo menos R$ 450 por família durante crise
Diante do impacto econômico das medidas para frear o avanço do novo coronavírus, pesquisadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fizeram uma recomendação de medidas que poderiam ser adotadas pelo governo federal para proteger os brasileiros mais vulneráveis.
A ideia é garantir que os 30% mais pobres da população brasileira contem com uma renda mensal de pelo menos R$ 450 por família durante o período de crise.
A proposta, assinada pelos pesquisadores Luís Henrique Paiva, Pedro Ferreira de Souza, Leticia Bartholo e Sergei Soares, aponta que a pandemia de covid-19 "traz desafios inéditos ao sistema brasileiro de proteção social" e que "uma nova recessão global é quase certa".
Veja, a seguir, as três recomendações do estudo, que aponta que "trabalhadores informais, desempregados e famílias pobres em geral estão particularmente expostas à combinação de pandemia e recessão".

1. Criar benefício temporário de R$ 450

A proposta sugere a criação de um benefício extraordinário temporário de R$ 450 por família a ser pago para todas aquelas que estão com dados atualizados no Cadastro Único e recebam até meio salário mínimo (R$ 522,50) por pessoa. Ele ficaria em vigor por seis meses e poderia ser prorrogado.
O benefício seria pago tanto para as famílias que já recebem o Bolsa Família quanto para as que não estão contempladas para o programa mas se enquadram no limite de renda.
Dessa forma, os 30% mais pobres da população receberiam, no mínimo, R$ 450 mensais por família. Aquelas que já recebem o Bolsa Família teriam, em média, uma renda mensal de aproximadamente R$ 690 por família.
Depois do fim do benefício temporário, as famílias vinculadas ao Bolsa Família passariam a receber, em média, cerca de R$ 240, que é 27% maior do que o valor pago atualmente.
Ladeira na região central de São Paulo com lojas fechadasDireito de imagemEPA/MARCELO MACHADO DE MELO
Image captionComércio fechado na região central de São Paulo; trabalhadores informais, desempregados e famílias pobres em geral estão particularmente expostas à combinação de pandemia e recessão.

2. Reajuste no Bolsa Família

Os pesquisadores também recomendam um reajuste de 29% nas linhas de elegibilidade e nos benefícios do Bolsa Família, de forma permanente.
O objetivo, segundo eles, é que as linhas de pobreza e extrema pobreza recuperem o mesmo valor real que tinham no início do programa, em janeiro de 2004.
"Como não há nenhuma indexação no PBF (Bolsa Família), o valor real das linhas de elegibilidade e dos benefícios depende de reajustes discricionários que, grosso modo, não têm ocorrido com ritmo e intensidade suficientes para manter o poder de compra", aponta o estudo.
A inflação acumulada desde o último reajuste, em 2018, já chega a quase 6%, segundo o texto.

3. Zerar a fila de espera pelo Bolsa Família

O estudo propõe zerar a fila de espera para receber o Bolsa Família, estimada em 1,7 milhão de pedidos. Isso permitiria que todas as famílias elegíveis fossem vinculadas ao programa de forma imediata, deixando os processos de revisão de cadastros suspensos até o fim da crise sanitária.
No dia 20/03, o Ministério da Cidadania publicou uma portaria com medidas emergenciais para o programa. Segundo o governo, haverá a suspensão, por 120 dias, de "bloqueios, suspensão e cancelamentos de benefícios e da averiguação e revisão cadastral".
O ministro da pasta, Onyx Lorenzoni, disse que a medida é capaz de "praticamente" zerar a fila do programa.

Qual seria o custo?

A despesa adicional, segundo os pesquisadores, não chega a 1,5% do PIB.
As mudanças gerariam um aumento de R$ 68,6 bilhões nos gastos com transferências assistenciais em 2020. A maior parte do custo adicional seria oriunda dos benefícios temporários. Por isso, o impacto em 2021 seria de R$ 11,6 bilhões (menos de 0,2% do PIB de 2019).
Os pesquisadores, no entanto, sugerem que o benefício seja prorrogado, se necessário.
"Caso a crise se estenda por um prazo maior do que o inicialmente previsto e/ou a recuperação econômica após a pandemia seja lenta, recomendamos fortemente que o benefício extraordinário seja prorrogado pelo tempo necessário para a superação da crise social", escreveram.
Os pesquisadores, que fizeram 72 simulações para chegar à proposta, apontam que, no momento de crise, é essencial que as soluções sejam rápidas de colocar em prática. No texto, eles apontam as dificuldades institucionais e operacionais de cada cenário.
"Qualquer resposta à COVID-19 que consista no suporte financeiro às famílias pobres e de baixa renda deve considerar dificuldades institucionais e operacionais, pois de nada adianta uma boa resposta que poderá ser operacionalizada em 3 ou 4 meses, deixando as famílias mais pobres sem recursos durante o período mais crítico da crise."

O que está no Congresso?

O Legislativo já discute um benefício extraordinário para trabalhadores devido à crise gerada pela pandemia. Ele tem, no entanto, pontos diferentes daqueles propostos no estudo do Ipea, como regras, valor e duração.
Integrantes da área técnica do governo apontaram que a proposta que tramita no Congresso não tem aplicação simples e rápida, já que depende de novas inscrições em sistemas do governo.
A Câmara dos Deputados aprovou na quinta-feira um auxílio emergencial de R$ 600 por mês para trabalhadores autônomos, desempregados e microempreendedores de baixa renda, com objetivo de proteger segmentos mais vulneráveis em meio à crise econômica gerada pela pandemia do coronavírus.
A proposta inicial do governo Bolsonaro, anunciada na semana passada, era conceder R$ 200 por trabalhador autônomo.
Para que o benefício entre em vigor, no entanto, a proposta ainda precisa ser aprovada pelo Senado e receber sanção do presidente Jair Bolsonaro.
Nesse caso, o texto aprovado pelos deputados prevê que o auxílio emergencial terá duração inicial de três meses, podendo ser prorrogado por mais três meses.
Segundo o texto aprovado na Câmara, terá direito ao benefício quem for maior de 18 anos, não tiver emprego formal e não receber benefício previdenciário (aposentadoria) ou assistencial (como o BPC).
Os deputados estabeleceram também limites de renda. Não poderão receber o benefício pessoas cuja renda mensal total da família for superior a três salários mínimos (R$ 3.135) ou que a renda per capita (por membro da família) for maior que meio salário mínimo (R$ 522,50). Além disso, não terá direito quem tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 em 2018.
O texto prevê que o benefício seja pago a quem já está inscrito no Cadastro Único, mas isso não é obrigatório. Não está claro, no entanto, como seria esse cadastro adicional para os que ainda não estão inscritos nesse banco de dados, mas cumprem os requisitos do benefício extraordinário.
Outra diferença é que o novo auxílio aprovado pela Câmara não poderá ser acumulado com o Bolsa Família. No entanto, o beneficiário do programa poderá optar por receber o auxílio emergencial no lugar do Bolsa Família, já que o novo benefício tem valor maior.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 26 de março de 2020

Pernambuco prevê aumento de casos da Covid-19 em abril e reforça pedido de isolamento


Secretário estadual de saúde, André Longo
Secretário estadual de saúde, André LongoFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco
Os gráficos do avanço da Covid-19 no mundo mostram cenários em comum. Consideradas as variações nos números de casos por países, uma consequência das medidas adotadas por cada nação, é certo que há uma tendência de explosão de infecções após os primeiros 30 dias - contados a partir da primeira notificação no local. 
O Brasil completou 30 dias desde a primeira notificação nesta quinta-feira (26), com quase três mil confirmações, porém com subnotificação real, admitida pelo Ministério da Saúde devido à falta de insumos necessários para testar todos os casos suspeitos. Por isso, somente os quadros graves e os grupos de risco estão tendo amostras coletadas.

Em Pernambuco, são 48 casos confirmados entre o dia 12 de março, quando foram anunciadas as primeiras notificações, até o início da noite desta quinta. A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), então, faz um alerta para o cenário que pode ser vivido nos próximos dias. "Temos procurado conversar com diversos especialistas que têm feito modelos matemáticos adaptados para a realidade do Estado. E há situações que nos preocupam se as medidas não farmacológicas que adotamos não forem seguidas”, explica o gestor da SES-PE, André Longo.

As medidas não farmacológicas citadas por ele são as restrições de mobilidade nos municípios do Estado, onde estão proibidas reuniões com mais de dez pessoas e funcionamento do comércio que não seja de serviços essenciais. Tais restrições, junto ao clamor do Governo de Pernambuco para que a população evite estar nas ruas, tem justificativa.
"Há perspectiva de termos um aumento grande de casos nos primeiros dias de abril caso as medidas não farmacológicas não sejam atendidas. Então, reforçamos a importância do isolamento social. É certo que o ápice da curva de epidemia vai chegar. Todo o nosso esforço é por retardá-lo enquanto tomamos todas as medidas para preparar nosso sistema”, diz Longo.

"Embora alguns devaneios sejam ditos por alguns, a recomendação mundial é de isolamento. A Organização Mundial de Saúde pede isolamento. As principais potências do mundo estão em isolamento. E precisamos seguir enquanto as recomendações forem essas. É certo que nenhuma autoridade governamental está satisfeita com essas medidas, mas elas são tomadas por técnicos, a partir da avaliação dos cenários”, completa.

Leia também:
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A dinâmica dos casos deve seguir o padrão atual, com quadros leves, moderados e graves. O que os especialistas avaliam é que, se o número de casos for muito elevado, a tendência é que a porcentagem de casos que podem evoluir de forma mais grave também sejam elevados. Sendo assim, o sistema de saúde não teria capacidade para dar assistência necessária a todos.

A Covid-19 é uma doença com potencial de cura, porém alguns precisam de suporte de ventilação mecânica por alguns dias para vencer o vírus. Se muitos adoecem ao mesmo tempo, há o risco de não haver estrutura para todos terem o tratamento adequado, o que gerará um índice alto de mortalidade.

"Quanto mais veloz a transmissão do vírus acontece em uma comunidade, mais rápido o número de casos aumenta, mais rápido o número de casos graves chega e menor fica a capacidade de atender. Temos visto isso em países ricos, como na Europa e nos Estados Unidos. Quando temos um número muito alto em pouco tempo, a perda de vidas é intensa. O aumento já está acontecendo. Em São Paulo já são mais de mil casos confirmados. Retardar esse início nos dará mais tempo para montar leitos para lidar com o aumento do número de casos”, ressalta o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.

"Morrer aos 60, 70 e até 80 anos é uma perda precoce para a expectativa de vida do brasileiro hoje. E tem que lembrar que jovens não estão imunes ao risco de casos graves. Tem registros disso. Hoje (quinta-feira) a OMS foi novamente categórica dizendo que a única forma de diminuir esse aumento é através de medidas restritivas. Todos os que afrouxaram se arrependeram porque os casos explodiram na sequência”, completa Correia.

“Aqui em Pernambuco e no Brasil, a gente espera trabalhar com números menores. Mas isso depende do comportamento da sociedade. Tão logo a gente tenha segurança de evoluir, a gente vai recomendar o distanciamento das restrições, mas o momento hoje é de um cenário que pode ser muito grave se a gente não mantiver essas medidas”, reforça Longo.

Acompanhe a cobertura em tempo real da pandemia de coronavírus

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 25 de março de 2020

Zé Maurício retira pré-candidatura a prefeito de João Alfredo




O ex-deputado estadual Zé Maurício Cavalcanti (PP) entrou em contato com várias lideranças e correligionários desta cidade na tarde desta quarta-feira (25), para anunciar que não será candidato a prefeito nas eleições programadas para outubro do corrente ano. A decisão, segundo o blog apurou, foi motivada pela falta de consenso entre vários integrantes do grupo político do “pé roxo”, liderado pelos Cavalcanti há décadas na Cidade Feliz. Desta forma, Zé Maurício continuará em suas funções na Casa Civil de Pernambuco, onde ocupa cargo de destaque.

Indagado se iria apoiar uma das pré-candidaturas ora expostas, Sebastião Mendes (PSD) ou Zé Martins (PSB), o ex-deputado fez questão de deixar seus correligionários à vontade para decidirem seus destinos políticos. Frisou que pessoalmente não subirá em nenhum dos citados palanques. Sabe-se que tanto o PSD quanto o PSB integram a Frente Popular de Pernambuco sendo, talvez, a razão deste secretário executivo do governador Paulo Câmara não querer tomar partido na disputa joãoalfredense. 

Desta forma, até o dia 4 de abril, quando será esgotado o prazo da justiça eleitoral para filiações partidárias de  quem desejar disputar, os atuais vereadores Erivaldo Vieira e Keinho, além de outros pré-candidatos à vereança, como Jairo de Socorro, filiar-se-ão ao PSD ou PSB. A tendência é que o vereador Erivaldo Vieira vá para o PSD, enquanto que Keinho e Jairo de Socorro marchem com o PSB. Os edis, no entanto, ainda não se decidiram a respeito. 

Esta será a terceira eleição consecutiva que o Progressistas (PP) não apresenta candidatura a prefeito em João Alfredo. A última vez foi em 2008, quando o ex-deputado federal Severino Cavalcanti, pai de Zé Maurício, disputou a prefeitura e venceu o hoje pré-candidato da situação Sebastião Mendes. Ainda não se sabe a reação do deputado federal Eduardo da Fonte, presidente estadual do PP, acerca da desistência de Zé Maurício de disputar o pleito deste ano. 

Apesar da dúvida recentemente levantada em relação à realização das eleições municipais neste ano, em virtude a pandemia provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), os palanques estão se consolidando na Cidade Feliz, prevendo-se uma acirradíssima disputa entre os pré-candidatos Sebastião Mendes (PSD) e Zé Martins (PSB). (Foto Alepe)

Por Dimas Santos

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mudanças em Pernambuco por causa do coronavírus




Governador Paulo Câmara
Governador Paulo CâmaraFoto: Aluísio Moreira/divulgação/SEI
Em meio à pandemia de coronavírus, várias atividades e serviços sofreram alterações em Pernambuco. Estão suspensas as aulas nas escolas estaduais, municipais e particulares de todo o Estado, assim como as atividades nas universidades públicas e particulares. Várias medidas de restrição foram impostas pelo Governo do Estado para tentar conter o avanço da Covid-19.

Confira as mudanças:

Eventos e reuniões
Reuniões com mais de 10 pessoas estão proibidas em Pernambuco por tempo indeterminado. Leia mais.

Universidades
Sete instituições públicas de ensino superior de Pernambuco - UFPE, UFRPE, IFPE, UPE, Ufape, IF-Sertão e Univasf -, além da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), estão com as atividades paralisadas desde segunda-feira (16). A medida vale até o fim de março e afeta todos os campi espalhados pelo Estado. Leia mais. A UFPE declarou que não irá adotar a medida proposta pelo Ministério da Educação que “dispõe sobre a substituição de aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a situação de pandemia”. Leia mais.

Escolas estaduais e municipais
Escolas estaduais e municipais de todo o Estado estão com as aulas suspensas, conforme determinação do Governo de Pernambuco. Leia mais.

Escolas privadasPelo menos metade das férias de julho das escolas particulares de Pernambuco serão antecipadas para abril por causa da pandemia do novo coronavírus. Segundo o acordo feito entre os sindicatos dos professores e das escolas anunciado nesta quarta-feira (25), o período de recesso terá início em 1º de abril e irá durar 15 dias. Leia mais.

Igreja Católica
A Arquidiocese de Olinda e Recife cancelou as missas com fiéis, inclusive na Semana Santa. Diversos eventos também foram suspensos. Leia mais.

Metrô do RecifeOs trens das Linhas Centro e Sul do Metrô do Recife circulam apenas nos horários de pico, entre 6h e 9h e 16h30 e 20h, desde o sábado (21). A operação da Linha Diesel (VLT) será suspensa. Leia mais.

Ônibus na RMRPortaria do Governo do Estado determina a circulação dos ônibus do transporte público da Região Metropolitana do Recife (RMR) preferencialmente com passageiros sentados. Também está proibida a aglomeração de pessoas nos Terminais Integrados (TIs). Segundo o governo, a fiscalização será intensificada nos TIs e nos principais corredores de ônibus. A Polícia Militar de Pernambuco dará apoio à ação. Leia mais.

Transporte intermunicipalConforme portaria do Governo do Estado, permanece com circulação com 10% da frota.

Polícia CivilA Polícia Civil de Pernambuco anunciou que está disponibilizando à população um serviço online para prestar queixas. A Delegacia pela Internet evita a necessidade de sair de casa para registrar ocorrências, diminuindo assim o fluxo de pessoas nas unidades. Leia mais.

Detran-PE
O Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (Detran-PE) elaborou plano de contingenciamento e, entre as ações está a prorrogação por 15 dias da data do vencimento de multas locais e identificação de condutor e por 20 dias para as as multas Registro Nacional de Infrações de Trânsito (Renainf). Leia mais.

Aeroporto de Fernando de NoronhaO Aeroporto de Fernando de Noronha está fechado por tempo indeterminado. Leia mais.

VEM IdosoAgendamento e atendimento para emissão do cartão VEM Idoso estão suspensos. A medida, a princípio, vale até 31 de março. Segundo o órgão, a iniciativa pretende evitar a aglomeração de pessoas idosas no posto de atendimento do VEM. Leia mais.

Shoppings centers
Determinação do Governo de Pernambuco para fechar todos os shoppings centers no Estado desde o sábado (21). Leia mais.

Comércio
Por determinação do Governo de Pernambuco, estabelecimentos comerciais estão fechados em todo o Estado desde o domingo (22), à exceção de serviços essenciais como supermercados, padarias, mercadinhos, farmácias, postos de gasolina, casas de ração animal, depósitos de água mineral e gás, além de obras, hospitais, abastecimento de água, gás, energia e internet. Leia mais

Serviços e construção civil
Por determinação do Governo de Pernambuco, serviços e obras de construção civil param em todo o Estado desde o domingo (22), à exceção de serviços essenciais como supermercados, padarias, mercadinhos, farmácias, postos de gasolina, casas de ração animal, depósitos de água mineral e gás, além de hospitais, abastecimento de água, gás, energia e internet. Obras contratadas pelo serviço público de todos os entes federativos e consideradas essenciais também não deverão ser suspensas.  Leia mais
Bares, lanchonetes e restaurantes
Conforme determinação do Governo de Pernambuco, funcionam só para entrega desde sábado (21). Leia mais 
Comércio na praia e salões de beleza
Conforme determinação do Governo de Pernambuco, não funcionam. Leia mais
Clubes sociais
Conforme determinação do Governo de Pernambuco, não funcionam. Leia mais
MototáxiConforme determinação do Governo de Pernambuco, teve a circulação suspensa. Leia mais.

CinemasDecreto do Governo do Estado suspendeu todas as sessões de cinema em Pernambuco. Leia mais.
Academias particularesAcademias particulares foram fechadas conforme determinação do Governo de Pernambuco. Leia mais.
Defensoria PúblicaA Defensoria Pública de Pernambuco suspendeu o atendimento presencial em todas as unidades do Estado até o dia 30 de abril. Leia mais.
BancosAlgumas agências funcionam em esquema de contingência e permitem a entrada de poucas pessoas por vez. O sindicato, no entanto, pede o fechamento imediato. Leia mais.

Agências do Trabalho
As Agências do Trabalho de Pernambuco, tanto as localizadas na Região Metropolitana do Recife, como no interior do Estado, vão suspender o atendimento por tempo indeterminado, a partir de segunda-feira (23). Leia mais.

Ciclofaixa de Turismo e Lazer
Ciclofaixa de Turismo e Lazer, que funciona no Recife aos domingos e feriados nacionais, está suspensa por tempo indeterminado. Leia mais.
Mercados públicos e feiras livres do Recife
De acordo com determinação da Prefeitura do Recife, os mercados públicos e as feiras livres da cidade funcionam agora só até as 15h. Leia mais

Fundação Altino Ventura
A Fundação Altino Ventura (FAV), anunciou a suspensão do funcionamento das cinco unidades. O serviço de urgência oftalmológica 24 horas e as cirurgias de urgência continuam funcionando normalmente. Leia mais.

Polícia FederalEstá suspenso todo o atendimento ao público por parte da Polícia Federal em Pernambuco. A suspensão vale para os atendimentos previamente agendados - apenas as situações consideradas de extrema necessidade terão atendimento e, ainda assim, dentro de condições pré-estabelecidas. Leia mais.

TJPEO Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) vai manter os serviços judiciais, mas suspender o funcionamento presencial nas unidades judiciais e administrativas de todo o Estado. Os atendimentos e funcionamento acontecerão de forma remota. Leia mais.
TerreirosTerreiros de matriz africanas localizados na Região Metropolitana do Recife suspenderam suas atividades. Apenas cultos essenciais estão mantidos. Leia mais.

Compaz Recife
Suspensas as atividades desde quarta-feira (17).

Academias da Cidade e do Recife
Suspensas as atividades desde quarta-feira (17).

Paixão de Cristo
A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, que aconteceria de 4 a 11 de abril, precisou ser adiada. A produção do espetáculo anunciou que um dos principais eventos do calendário cultural de Pernambuco acontecerá somente de 2 a 7 de setembro. Leia mais.
Equipamentos culturais do RecifeA Prefeitura do Recife fechou museus e galerias de arte geridos pela gestão municipal por tempo indeterminado. Leia mais.

MirabilandiaO Mirabilandia, que funciona ao lado do Centro de Convenções, em Olinda, suspendeu suas atividades até o dia 3 de abril, quando haverá uma reavaliação do cenário da pandemia do novo coronavírus. Quem tem passaportes comprados para o período pode revalidar o prazo para usar até outubro deste ano. Dúvidas podem ser tiradas no (81) 3366.2000 ou no site www.mirabilandia.com.br.

Parque Dois IrmãosO Parque de Dois Irmãos está fechado para visitação. Leia mais.

Cais do SertãoO Centro Cultural Cais do Sertão interrompeu todas as suas atividades interativas e de visitação. Leia mais.
Fundação Joaquim NabucoCinemas, museu, galerias e quaisquer outras atividades realizadas pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) estão suspensas por tempo indeterminado. Leia mais.

Chaves, um Tributo Musical
A apresentação do espetáculo "Chaves – Um Tributo Musical" foi cancelado e uma nova data ainda não foi marcada pela produção do evento, previsto inicialmente para os próximos dias 28 e 29 de março no Teatro RioMar. Leia mais.

Lenine no Teatro RioMar
O cantor e compositor pernambucano Lenine, que se apresentaria no Teatro RioMar no próximo dia 29 de maio, teve a data do show remarcada para 7 de agosto, no mesmo local. Leia mais.

Campeonato PernambucanoA Federação Pernambucana de Futebol (FPF) resolveu paralisar o Campeonato Pernambucano de Futebol por tempo indeterminado. Leia mais.

Copa do NordesteA Copa do Nordeste confirmou a suspensão da competição regional por conta da pandemia do novo coronavírus. A medida foi tomada após decisão envolvendo a Liga do Nordeste, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e os clubes que participam do torneio. A paralisação é por tempo indeterminado. Leia mais.

Futebol nacional
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou uma nota oficial neste domingo (15) na qual anuncia a decisão de suspender, a partir desta segunda-feira (16), por prazo indeterminado, as competições nacionais sob sua coordenação que estão em andamento. A medida afeta a partida de volta do Afogados contra a Ponte Preta na Copa do Brasil. Leia mais.

Eliminatórias da Copa e jogo do Brasil na Arena
As duas primeiras rodadas das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2022, no Catar, foram adiadas em virtude da propagação do coronavírus. A estreia da Seleção Brasileira estava programada para o dia 27 de março, na Arena de Pernambuco, contra a Bolívia. Após esse jogo, o próximo compromisso do Brasil seria contra o Peru, fora de casa, no dia 31. Leia mais.
Com informações de Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE