terça-feira, 19 de junho de 2018

'Lei do Cão,'como diria matuto sobre a imigração nos EUA


São quase oito minutos de áudio com choro e súplicas de crianças.
O site Propublica divulgou uma gravação em que é possível ouvir o sofrimento de meninos e meninas imigrantes da América Central, separados de seus pais após tentarem entrar ilegalmente nos Estados Unidos.
A gravação foi feita em um centro de detenção da Patrulha de Fronteira americana, na fronteira do país com o México.
Nela, as crianças não param de chorar e gritam, de forma inconsolável, "mamãe" e "papai".
"Eu não quero que detenham o meu pai. Não quero que deportem ele", diz uma delas, em espanhol, chorando.
Também em espanhol, um agente da fronteira faz piada diante da lamentação generalizada. Ele diz: "Bom, nós temos uma orquestra aqui. Faltava o maestro".
Outro homem grita, ao fundo, para que "não chorem!".
Menina sentada se prepara para comer em centro de detenção de imigrantes na cidade fronteiriça de McAllen, no Texas (EUA):Direito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCriança em centro de detenção de imigrantes na cidade fronteiriça de McAllen, no Texas (EUA): Milhares teriam sido separadas dos pais desde abril ao tentarem entrar ilegalmente nos Estados Unidos
Em seguida, são ouvidas vozes de funcionários consulares, trocando informações sobre "número de identificação" de alguém, perguntando de onde as crianças são, onde estão seus pais e se era com eles que estavam viajando.
As crianças que respondem são da Guatemala e de El Salvador.
Uma delas é Alison Jimena Valencia Madrid, uma menina de seis anos de idade, de El Salvador, que protagoniza boa parte da gravação.
Separada da mãe na semana passada, ela implora para que alguém ligue para sua tia, cujo número de telefone afirma saber de cor.
"Eu posso ir pelo menos com a minha tia? Quero que ela venha...", diz a menina. "Quero que a minha tia venha. Ela pode me levar para a casa dela."
Um homem afirma que alguém vai ajudá-la a fazer a ligação, se ela tiver o número.
No áudio é possível ouvir os agentes falando em distribuir comida no local. A menina então insiste sobre a ligação, perguntando se depois de comer podem chamar a tia para buscá-la.
"Eu tenho o número de cabeça", afirma Alison. "Você vai ligar para minha tia vir me buscar? (...) Minha mãe disse para eu ir com a minha tia e que ela vai me buscar lá (com a tia) o mais rápido possível", reforça, ainda chorando e em meio a vozes de outras crianças gritando, aos prantos, "papai" e "meu papai".
"Não chore. Olhe, ela vai explicar a você e vai lhe ajudar", diz o agente à menina em determinado momento da gravação, referindo-se à representante do consulado.
No final do áudio, uma oficial consular se oferece para ligar para a tia dela.

'Por favor, me tire daqui'

A Propublica, que se descreve como uma redação independente, com sede em Nova York, que produz jornalismo investigativo de interesse público conseguiu falar com a mulher depois.
"Foi o momento mais difícil da minha vida", disse ela. "Imagine receber um telefonema da sua sobrinha de seis anos. Ela está chorando e me implorando para ir buscá-la. Ela disse: 'Eu prometo que vou me comportar, mas, por favor, me tire daqui, estou completamente sozinha'."
Três meninos sobre colchões verdes, próximos a cobertores de alumínio em centro de detenção para imigrantesDireito de imagemADUANAS Y PROTECCIÓN FRONTERIZA DE ESTADOS UNIDOS
Image captionMeninos imigrantes em centro de detenção: Relatos apontam que alguns chegam a ficar separados dos pais por semanas e até meses
A tia, no entanto, afirmou, "com dor", que não podia fazer nada pela menina. A mulher emigrou há dois anos com a filha pequena, fugindo da violência em El Salvador, em busca de asilo nos Estados Unidos. Agora, tem medo de se colocar em situação de risco com a filha, ao tentar ajudar a sobrinha.
Ela disse que se mantém em contato com a criança, que foi transferida das instalações da Patrulha da Fronteira para um abrigo com camas. E que também pôde falar com a irmã, que foi levada para um centro de detenção de imigrantes perto de Port Isabel, no Texas.
Mãe e filha, no entanto, não puderam se comunicar.
Segundo a Propublica, o áudio foi gravado na semana passada dentro de um centro de detenção da Patrulha de Fronteira.
A pessoa que fez a gravação, que pediu para não ser identificada por medo de represálias, diz que "ouviu os gritos e o choro das crianças e ficou arrasada".
Essa pessoa estimou que as crianças teriam entre quatro e dez anos de idade.
Ponderou, ainda, que os funcionários do consulado tentavam tranquilizá-las conversando com elas e lhes dando comida e brinquedos, mas que as crianças não conseguiam se acalmar.

Por que as crianças estão sendo separadas de seus pais?

As crianças estão sendo separadas dos pais na fronteira entre os EUA e o México como resultado da política "tolerância zero" introduzida em maio pelo procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, e alvo crescente de críticas.
Essa política prevê que adultos que tentam atravessar a fronteira - muitos deles planejando pedir asilo - sejam colocados sob custódia e que enfrentem processos criminais por entrada ilegal no país.
Como resultado, quase 2 mil crianças foram separadas de seus pais depois de cruzarem ilegalmente a fronteira, de acordo com balanço divulgado na última sexta-feira.
Elas ficam abrigadas em centros de detenção, mantidas longe de seus pais.
O procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions,Direito de imagemREUTERS
Image captionO procurador-geral dos Estados Unidos, Jeff Sessions, afirma que quem entrar nos EUA de forma irregular será processado ​​criminalmente

Mudança

Sessions afirmou que aqueles que entrarem nos EUA de forma irregular serão processados ​​criminalmente. Até então, pessoas detidas tentando entrar ilegalmente no país eram acusadas de crimes de menor potencial ofensivo.
Os adultos processados são separados dos filhos que viajam com eles - estes, passam a ser considerados menores desacompanhados.
Defensores da medida apontam que centenas de crianças são retiradas de pais que cometem crimes nos EUA diariamente.
Como tal, elas são colocadas sob custódia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos e enviadas para um parente, lar adotivo ou um abrigo - os funcionários desses locais já estão com falta de espaço para abrigá-los.

Abrigos

Recentemente, uma antiga loja do Walmart no Texas foi transformada em centro de detenção para as crianças imigrantes.
Autoridades também anunciaram planos de erguer acampamentos para abrigar outras centenas delas no deserto do Texas, onde as temperaturas normalmente alcançam 40 graus.
O legislador local, José Rodriguez, descreveu o plano como "totalmente desumano" e "ultrajante". "(É um plano que) Deve ser condenado por qualquer um que tenha um senso moral de responsabilidade", disse ele.
Autoridades da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA (CBP, da sigla em inglês) estimam que cerca de 1,5 mil pessoas são presas por dia por cruzarem ilegalmente a fronteira.
Nas duas primeiras semanas de "tolerância zero", 658 menores - incluindo muitos bebês e crianças pequenas - foram separadas dos adultos que as acompanhavam, de acordo com o CBP.
Relatos apontam, no entanto, que mais de 700 famílias foram afetadas entre outubro e abril.
Em muitos dos casos, as famílias já foram reunidas, após os pais serem libertados da detenção. No entanto, há casos em que a separação teria durado semanas e até meses.

Trump

Trump culpou os democratas pela política, dizendo que "temos que separar as famílias" por causa de uma lei que "os democratas nos deram".
Não está claro, porém, a que lei ele se refere, pois não há lei aprovada pelo Congresso dos EUA que determine que as famílias migrantes sejam separadas.
Verificadores de fatos dizem que a única coisa que mudou foi a decisão do Departamento de Justiça americano de processar criminalmente os pais pela primeira vez ao cruzar a fronteira. Como seus filhos não são acusados ​​de um crime, eles não podem ser presos junto com eles.

O repúdio das primeiras damas

A polêmica sobre a política de imigração "tolerância zero" de Donald Trump só aumentou nos últimos dias, especialmente depois que foram conhecidas as condições em que se encontram muitas das mais de 2 mil crianças separadas de seus pais desde abril.
Jaula gigante cheia de imigrantes ilegaisDireito de imagemADUANAS Y PROTECCIÓN FRONTERIZA DE ESTADOS UNIDOS
Image captionImagen de imigrantes dentro de uma grande jaula, em centro de detenção, foi publicada por autoridades. Jornalistas afirmam terem visto crianças que chegaram desacompanhadas em condições semelhantes
Nas instalações onde estão detidas, existem grandes jaulas que, além de abrigar imigrantes adultos, seriam também destinadas a crianças cujos pais tentaram atravessar ilegalmente a fronteira sul com os Estados Unidos.
A medida levou a primeira-dama Melania Trump a romper seu habitual silêncio, no domingo, para criticar a situação.
Por meio de uma porta-voz, ela disse que "odeia ver crianças separadas de suas famílias" e que espera que Republicanos e Democratas "finalmente" trabalhem juntos para alcançar uma reforma imigratória bem-sucedida.
"Ela (Melania) acredita que precisamos ser um país que segue todas as leis, mas também um país que governa com o coração", acrescentou a porta-voz
Na segunda-feira, ex-primeiras-damas de governos democratas e republicanos também comentaram a questão, em repúdio público à política que Trump vem adotando na fronteira.
"Eu vivo em um estado fronteiriço. Entendo a necessidade de reforçar e proteger nossas fronteiras internacionais, mas essa política de tolerância zero é cruel. É imoral. E me parte o coração", escreveu a republicana Laura Bush em um artigo no The Washington Post e no Twitter.
Michelle Obama compartilhou o post em seu perfil no Twitter e escreveu junto à mensagem: "Às vezes, a verdade transcende os partidos".
Hillary Clinton, por sua vez, condenou a administração Trump pela medida e avaliou a situação como "uma afronta aos nossos valores".
Ela acrescentou, também no Twitter: "O que está acontecendo a essas famílias na fronteira é uma crise humanitária. Todos os pais que já carregaram um filho em seus braços, todo ser humano com senso de compaixão e decência, devem ficar indignados".
Com informações da BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Itamaraty espera denúncia sobre brasileiros que insultaram russa em vídeo

Em Moscou, os diplomatas da embaixada brasileira relatam já ter recebido emails criticando os autores do vídeo em questão, enquanto nas redes sociais circulam pedidos que aqueles homens sejam punidos e expulsos da Rússia.

Não é nada raro. Nas ruas de Moscou, torcedores enrolados nas bandeiras de seus países cercam jovens russas ou que não entendem a sua língua para gravar e postar vídeos de teor machista que estão despertando indignação nas redes sociais pelo mundo.

No episódio mais comentado até o momento, um grupo de brasileiros cerca uma mulher russa cantando "essa é bem rosinha", em alusão à cor de seu sexo. Sem saber do que se trata, ela canta junto na cena que acabou viralizando e provocou comentários de repúdio em todo o país.

Uma série de mulheres, entre elas as atrizes Bruna Linzmeyer e Mônica Iozzi e a parlamentar Maria do Rosário (PT-RS), denunciaram o comportamento flagrado no vídeo como exemplo de machismo misoginia.
Cenas de machismo e misoginia causaram indignação nainternet neste fim de semana. Um grupo de homens brasileirosque estão na Rússia, para acompanhar a Copa do Mundo, aparece em um vídeo junto a uma estrangeira fazendo referência à genitália dela. Pelas imagens é possível perceber que a mulher não entende a língua portuguesa e tenta repetir a frase, dita pelo grupo em linguagem chula, sem ter conhecimento do teor da “brincadeira”. Vestidos com camisa da Seleção Brasileira, eles repetiam a frase "Boceta rosa" várias vezes. 
"Entrei de gaiato na história. Foi uma brincadeira de muito mau gosto. Lamento ter aparecido nisso, mas brasileiro, quando vê uma câmera, quer se meter na frente." Um dos rapazes que aparece no polêmico vídeo em que torcedores brasileiroscercam uma jovem russa gritando "essa é rosinha", em alusão à cor de seu sexo, disse em um bar de Moscou que está arrependido de sua participação no episódio, que ele ressalta foi quase por acidente.

Sem se identificar, mas chamado de Josué por um grupo de amigos, o jovem aparece numa das duas versões do vídeo que viralizaram na internet. Ele pode ser visto entrando em câmera num segundo momento, quando a roda de torcedores cantando já estava formada em torno da mulher.
Seus amigos, no entanto, o impediram de continuar a conversa e ameaçaram tomar o gravador da reportagem, dizendo, nesse momento que "estavam sendo machistas".
Minutos antes do encontro, no entanto, Rita Bento, uma torcedora brasileira que conheceu Josué e outros rapazes que aparecem nas imagens em Moscou, defendeu os novos amigos feitos na viagem.
"O Brasil está sendo ridículo. Quem escuta funk, que é só putaria, achar que 'boceta rosa' é mancada é hipócrita", ela disse. "Foi uma brincadeira de mau gosto, mas quem nunca cantou MC Kevinho?"
Bento afirmou ainda que os garotos do vídeo -além de Josué, o advogado pernambucano Diego Valença Jatobá e o policial de Santa Catarina Eduardo Nunes também foi identificado- têm receio de continuar na Rússia.
"Eles estão com medo, estão querendo até sair daqui", ela disse. "É gente boa e honesta que entrou na brincadeira sem querer e agora sofrem com as consequências de uma brincadeira imprudente."
Breno Salgado, outro torcedor brasileiro que diz também ter conhecido dois dos rapazes do vídeo na capital russa, descreveu os amigos como "pessoas da melhor qualidade", dizendo que a reação às imagens é desproporcional.
"Não teve assédio nenhum ali, ninguém forçou a menina a fazer nada", disse.
"No máximo, foi uma piada infantil, uma piada pesada, mas morreu ali. Não precisa ir atrás da vida dos caras. Tem cara aqui preocupado se vai perder o emprego ou não. Ninguém agrediu a mulher, ninguém forçou a mulher a fazer nada." completou.
Com informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Copa do Mundo 2018: qual a origem do polêmico grito homofóbico da torcida do México que a Fifa quer punir


Torcedores do México no estádio em MoscouDireito de imagemREUTERS
Image captionTrocedores mexicanos entoaram o grito considerado homofóbico no jogo de estreia do México na Copa da Rússia, em que o time bateu a Alemanha
O México mais uma vez se viu nos noticiários de uma Copa do Mundo em andamento por causa de um grito de guerra de sua torcida.
A Fifa (Federação Internacional de Futebol) anunciou na segunda-feira que abriu um procedimento disciplinar contra a Federação Mexicana de Futebol (Femexfut) por causa do comportamento de torcedores de país, que entoaram um canto "homofóbico" na partida contra a Alemanha no domingo.
Como aconteceu no Brasil 2014 e durante as eliminatórias para a Rússia 2018, nas arquibancadas se ouviu o cântico "eeeeehhh, puto!" quando o goleiro rival dava um tiro de meta.
A expressão é considerada por muitos como homofóbica, é uma forma vulgar no México de se referir a gays.
No entanto, outros dizem que a expressão seria mais usada para descrever alguém como "covarde".
O fato é que o seu uso como grito de torcida gerou sanções econômicas e advertências à Femexfut antes - e pode até afetar a seleção mexicana.

A origem

Afinal, de onde veio essa expressão?
Investigações da imprensa esportiva no México sugerem que o grito descende de outro surgido nos anos 80 em partidas de futebol americano no país.
Fãs do esporte na cidade de Monterrey gostavam de acompanhar o lance inicial daquela modaliade com um grito de "eeeeeeeh, pum!", um costume que se estendeu a outras cidades.
O salto para o futebol ocorreu no início da década de 2000 com os torcedores do Rayados, de Monterrey, que usaram a mesma frase para provocar o goleiro rival.
O goleiro alemão Neuer sofrendo o gol da vitória do México na Copa da RússiaDireito de imagemAFP
Image captionO goleiro alemão Neuer ouviu o grito dos mexicanos no primeiro jogo de ambas as as seleções na Copa da Rússia
A mudança de "pum" para "puto" ocorreu em 2003, durante o torneio pré-olímpico realizado em Guadalajara, segundo a imprensa mexicana.
Mais tarde, estendeu-se ao campeonato nacional e aos jogos da seleção mexicana - e começou a causar problemas para a Femexfut desde as eliminatórias para a Copa do Brasil em 2014.

É homofóbico?

Parte da controvérsia sobre este grito vem sobre seu significado e como ele é usado.
A Real Academia Espanhola define um dos significados de "puto" como um adjetivo vulgar usado para denegrir.
No México, é usado vulgarmente como adjetivo e substantivo para se referir a homens gays, mas também tem o sentido de covarde.
Torcedores do México no estádio em MoscouDireito de imagemREUTERS
Image captionO xingamento é entoado quando o goleiro rival chuta a bola para fora da área ou quando cobra uma falta
Parar alguns, no contexto do futebol, a expressão não é homofóbica, porque o sentido em que ela é usada não seria dirigido contra a comunidade LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais).
"Acho que a Fifa se equivoca ao considerar que esse grito é um insulto aos homossexuais", disse Luis Fernando Lara, editor do Dicionário de Espanhol no México, ao jornal americano The New York Times. "É um insulto, sim, mas não contra a comunidade gay. Acho lamentável que se esteja fazendo esse escândalo por causa do politicamente correto."
No entanto, para outros, não é possível dissociar o sentido pejorativo e estigmatizante da palavra usada contra os gays.
"O sentido com o qual esse grito é entoado nos estádios não é inócuo. Ele reflete a homofobia, o machismo, a misoginia que ainda imperam em nossa sociedade", observou Ricardo Bucio quando dirigia a Comissão Nacional para Prevenir a Discriminação mexicana.
"É expressão de desprezo, de rejeição, não é descrição nem expressão neutra. É uma qualificação negativa, é estigma, é subvalorização."
Torcedores do México passeiam por MoscouDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOs torcedores mexicanos foram advertidos que poderão ser expulsos dos estádios da Copa se forem pegos entoando o canto
Javier Ruiz Galindo, diretor da Casa do México na Rússia, que oferece ajuda a torcedores mexicanos no país, disse à BBC que é algo "muito complicado, porque há muitas maneiras de isso ser percebido".
"Eu concordo, não deveria ser permitido, recebemos advertências para não fazê-lo e acho que não devemos. Temos que ser respeitosos", disse ele na segunda-feira.

Sanções e advertências

Apesar das múltiplas advertências da Fifa antes e durante a Copa do Mundo de 2014, torcedores mexicanos continuaram a entoar o grito agora na Rússia.
A Femexfut recebeu seis multas de mais de US$ 20 mil, e a Fifa alertou que seriam necessárias medidas mais fortes se essa atitude continuasse.
A federação mexicana fez campanhas na mídia, nas redes sociais e nos estádios para que o grito não fosse mais entoado, mas não adiantou. Houve até a tentativa fracassada de substituir a palavra "puto" por México.
Um bem-humorado comercial de TV no México propôs que, durante a Copa do Mundo, os torcedores gritassem "Putin" - como o nome do presidente russo Vladimir Putin - em vez de "puto". O comercial causou protestos do embaixador da Rússia no México, Eduard Malayán:
"Não somos tão estúpidos para entender que é um jogo de palavras (...) Não é costume gritar nomes ou sobrenomes de personalidades políticas em nossos estádios", reclamou o diplomata em maio passado.
A Fifa não deu detalhes sobre o procedimento disciplinar aberto contra a Femexfut.
No entanto, antes da Copa do Mundo, a federação mexicana alertou os torcedores que as autoridades russas poderiam expulsar do estádio as pessoas que fossem flagradas entoando o cântico.
Durante as eliminatórias, a organização chegou a cogitar que esse tipo de comportamento poderia até tirar pontos da seleção mexicana.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE