terça-feira, 29 de agosto de 2017

Risco de surtos e epidemias de doenças fatais


Menino tomando vacina contra poliomielite
Image captionVacinação em queda no Brasil acende 'sinal amarelo' em autoridades de saúde (Foto: EPA)

Desde 2013, a cobertura de vacinação para doenças como caxumba, sarampo e rubéola vem caindo ano a ano em todo o país e ameaça criar bolsões de pessoas suscetíveis a doenças antigas, mas fatais. O desabastecimento de vacinas essenciais, municípios com menos recursos para gerir programas de imunização e pais que se recusam a vacinar seus filhos são alguns dos fatores que podem estar por trás da drástica queda nas taxas de vacinação do país.
O Brasil é reconhecido internacionalmente por seu amplo programa de imunização, que disponibiliza vacinas gratuitamente à população por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). Criado em 1973, o Programa Nacional de Imunização (PNI) teve início com quatro tipos de vacina e hoje oferece 27 à população, sem qualquer custo. Nem mesmo a crise econômica afeta o bilionário orçamento da iniciativa, estimado em R$ 3,9 bilhões para 2017.

Gráfico de vacinação
Image captionTaxa de vacinação de poliomielite foi a menor em 12 anos

No entanto, a cobertura vacinal no país está em queda. Números do PNI analisados pela BBC Brasil mostram que o governo tem tido cada vez mais dificuldade em bater a meta de vacinar a maior parte da população. Um exemplo é a poliomielite: a doença, responsável pela paralisia infantil, está erradicada no país desde 1990.
Em 2016, no entanto, o país registrou a pior taxa de imunização dos últimos doze anos: 84% no total, contra meta de 95%, recomendada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Os dados de 2016 são parciais até outubro, mas emitidos após a campanha nacional de multivacinação, finalizada em setembro.
Para o governo, é cedo para dizer se há tendência de queda real ou se são oscilações por mudanças em curso no sistema de notificação - porém, os números já preocupam. "Ainda é muito precoce para dizer se há oscilação real, mas estamos preocupados, sim. O sinal amarelo acendeu," afirma Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunização.

Os riscos

O que o governo mais teme é que a redução de pessoas vacinadas crie bolsões de indivíduos suscetíveis a doenças antigas e controladas no país. Em um grupo como esse, a presença de apenas uma pessoa infectada poderia causar um surto de grandes proporções.
Foi o que houve nos Estados do Ceará e Pernambuco entre 2013 e 2015. Após quase dez anos com cobertura de vacinação acima de 95% contra sarampo, caxumba e rubéola, em 2013 houve forte queda na cobertura de pessoas vacinadas nos dois Estados, seguida por um surto de sarampo que teve início no Pernambuco e se alastrou para 38 municípios do Ceará.
Ao todo, foram 1.277 casos nos dois Estados. Antes do surto, o Brasil não registrava um caso autóctone de sarampo desde 2000. Casos isolados desde então eram importados de outros países.

Gráfico sobre vacinações
Image captionApós imunizações caírem no CE e PE, país registrou maior surto de sarampo desde 2000

Em 1997, antes desse surto, a chegada em São Paulo de um único bebê infectado com sarampo, vindo do Japão, causou uma epidemia de proporções subcontinentais. O vírus infectou 53.664 pessoas no Brasil e se alastrou para países da América do Sul, deixando dezenas de mortos. Dois anos antes, uma extensa campanha de vacinação contra o sarampo havia ficado abaixo da meta de 95% em todo o país - no Sudeste, atingiu apenas 76,91%.
"Quando há queda nas taxas de imunização você vai criando um grupo de pessoas suscetíveis. Esse grupo vai crescendo ao longo do tempo, até chegar ao ponto em que a importação de um único caso gera uma epidemia", explica Expedito Luna, médico e professor de epidemiologia do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (USP).
"Nós sabemos que é muito difícil atingir a totalidade de 100% das crianças vacinadas. Mas ao chegar próximo a esse nível, a chance de epidemia é muito pequena, mesmo na presença de um agente infeccioso", diz.

Movimento antivacina

De acordo com Carla Domingues, há diversos fatores que podem estar por trás dos números em queda e um deles pode ser a recusa, que tem aumentado nos últimos anos, de pais em vacinar seus filhos. "Os dados de 2016 mostram menor cobertura vacinal para a poliomielite. Pode ser por fatores sazonais, mas a resistência das pessoas é algo que está nos chamando a atenção," diz.
Com mais vacinas disponíveis, algumas famílias optam por quais aplicar em seus filhos. Outras preferem evitar a vacinação das crianças, por julgá-las saudáveis. Há ainda os que preferem evitar que os filhos sejam vacinados por razões religiosas, ou os que temem reações adversas - na Grã-Bretanha, por exemplo, houve um intenso debate no final dos anos 90 quando um médico sugeriu, em um estudo, uma ligação entre a vacina tríplice viral e casos de autismo.
Essa decisão individual - de vacinar os filhos ou não - acaba impactando o número de pessoas protegidas contra doenças transmissíveis, mas preveníveis, e criando grupos suscetíveis.
Grupos antivacina são tão antigos quanto os programas de imunização, iniciados no século 19, quando reações adversas eram mais frequentes. No Brasil, especialistas acreditam que os grupos são menos expressivos que na Europa e nos Estados Unidos, mas notam que há relatos cada vez mais frequentes de pais que optam por não vacinar seus filhos, principalmente entre os mais ricos. Essa decisão explica porque esse grupo tem as menores taxas de cobertura vacinal, juntamente com os mais pobres, mas por razões distintas.
"Pessoas de estratos econômicos mais elevados, alimentadas por informações não científicas, acabam selecionando quais vacinas querem tomar e alguns até abdicam de tomar todas. Por outro lado, você tem dificuldade nos grupos mais pobres, uma dificuldade de acesso aos serviços de saúde", afirma José Cassio de Moraes, professor do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, que publicou em 2007 um estudo comparando as taxas de cobertura entre as duas populações.

Gráfico sobre queda de vacinações
Image captionImunização contra sarampo, caxumba e rubéola está em queda

Para impulsionar a imunização e atingir as metas da OMS, o governo tem trabalhado nas escolas, em parceria com o Ministério da Saúde, para atingir crianças e jovens e lembrar as famílias sobre a importância de evitar o retorno de doenças antigas.
"A minha filha não viu amigos com poliomielite. Mas, na minha época, a primeira fileira na sala de aula era deixada para alunos com pólio", relembra a coordenadora do PNI. "A minha geração tinha pânico de ser contaminada, já hoje as pessoas não veem a doença e ficam mais relaxadas. Mas as crianças hoje são saudáveis porque seus avós e pais foram vacinados no passado", afirma.

Gráfico sobre queda de vacinações
Image captionVacinação contra poliomielite cai em todas as regiões

"O mecanismo que faz com que vacina seja importante é a prevenção - ela não é curativa, ela é preventiva. Ela é dada no paciente saudável, para que possa criar anticorpos que o permitam responder à doença se houver contato com a bactéria ou vírus. A resposta não deve ser apenas quando há doença circulando, mas de maneira preventiva", ressalta.

Desabastecimento e recursos escassos

Além do fator comportamental, problemas com o abastecimento de vacinas essenciais e municípios com menos dinheiro para gerir os programas de imunização também são apontados como fatores importantes.
Desde 2015, o país registra o desabastecimento de diversas vacinas. Do início de 2016 até junho desse ano, houve acesso limitado à vacina pentavalente acelular, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite provocada pela bactéria Haemophilus influenzae tipo b e poliomielite. Também houve dificuldades com a BCG, que protege contra a tuberculose e é a primeira vacina dada ao recém-nascido.

Gráfico sobre vacinação
Image captionEm 2005, 11 dos 26 Estados brasileiros tinham cobertura vacinal acima de 90%

Em julho, o Ministério da Saúde afirmou que a oferta da pentavalente havia sido regularizada, mas classificou como "crítico" o abastecimento das vacinas tríplice viral, tríplice bacteriana acelular infantil (DTPa) e rotavírus, todas parte do calendário de vacinação nacional. Para a DTPa, a previsão é que o abastecimento seja regularizado neste segundo semestre, enquanto as demais seguem sem expectativa de normalização.
Para Luna, a falta de vacinas nos postos de saúde, mesmo por alguns dias, pode afetar a cobertura. "A mãe pode não voltar," diz. Já a escassez de recursos nos municípios, responsáveis pelos programas de vacinação, diminuiu horários disponíveis para vacinação e reduziu o número salas em que o serviço é feito, o que impacta na cobertura.
"Sabemos que há municípios que tinham várias salas de vacina e concentraram em apenas uma. Será que isso piorou o acesso da população? Será que há profissionais o suficiente para vacinar, para evitar filas? Precisamos ver se não estamos burocratizando o processo de vacinação, o que dificulta o acesso," afirma Moraes.

Gráfico de vacinação
Image captionEm 2005, 11 dos 26 Estados brasileiros tinham cobertura vacinal acima de 90%

Ele defende um estudo profundo do Ministério da Saúde para compreender a queda nos índices de imunização e evitar que o país retroceda nesse quesito e enfrente consequências graves. A Europa é um exemplo dessas eventuais consequências. Apesar do alto nível socioeconômico, um surto de sarampo já infectou 14 mil pessoas neste ano, e a doença é considerada endêmica em 14 países da região, incluindo Alemanha, França e Romênia. Só nesse último, foram 31 mortes desde 2016. As taxas em queda de vacinação são um dos principais fatores para o surto.
"Há um fluxo de pessoas que visitam a Europa que podem retornar e trazer o sarampo de volta ao Brasil. Se encontrar um bolsão de pessoas suscetíveis aqui, pode haver uma epidemia, essa é uma doença altamente contagiosa", alerta Moraes. "Não podemos perder nossas conquistas e essas são muito fáceis de perder. Progredir e manter o progresso é que é difícil."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

O contingenciamento de recursos imposto pelo governo de Michel Temer ameaça as instituições de ensino e a pesquisa no País

UnB
O governo bloqueou 25% dos recursos de custeio e 55% do reservado para investimentos.


Referência no tratamento de doenças de alta complexidade, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, no Rio de Janeiro, chegou a realizar mais de cem transplantes anuais de rim e 50 de fígado no início dos anos 2000. Em dezembro de 2010, o prédio na Ilha do Fundão sofreu uma interdição, para a implosão de uma ala jamais ocupada que ameaçava ruir.
As atividades foram retomadas no ano seguinte, porém o número de leitos ativos despencou de 400 para 250. Sem recursos para investimentos em infraestrutura e sem a reposição de profissionais da saúde, o hospital foi progressivamente perdendo a capacidade de atender à demanda de cirurgias complexas.
“Hoje, realizamos apenas 12 transplantes de rim por ano, e os de fígado estão parados. As equipes médicas estão completas, mas faltam leitos de UTI e profissionais de enfermagem. Há tempos o Ministério da Educação não autoriza a realização de concursos para repor o pessoal”, lamenta o nefrologista Renato Torres Gonçalves, coordenador do Programa de Transplantes de Órgãos e Tecidos do hospital.
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Com o contingenciamento de recursos do governo para os institutos federais, o cenário torna-se cada vez mais sombrio. “É desalentador. A grande maioria dos profissionais dedicados a transplantes no Rio fez residência médica ou teve alguma passagem por aqui”, emenda Gonçalves.
O Clementino Fraga Filho pertence à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que, nos últimos 30 meses, deixou de receber do governo federal 157 milhões de reais, segundo cálculos do reitor Roberto Leher. Resultado: a instituição acumulou um déficit de 115 milhões.
“Em termos absolutos, o orçamento deste ano é 6,7% inferior ao de 2016. Se levar em conta a inflação acumulada no período, a perda real é 13,5%”, afirma. O montante, explica, refere-se aos recursos reservados para o custeio da instituição de ensino, para assistência estudantil e para investimentos, uma vez que os repasses da folha de pagamento são feitos diretamente pelo Tesouro Nacional. “Até mesmo a receita própria da UFRJ, obtida com a locação de espaços e a prestação de serviços à comunidade, é alvo da navalha, 15% dos recursos estão bloqueados”.
Hospital Universitário
Com estrutura precária e déficit de profissionais, o Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, deixa de fazer dezenas de transplantes, lamenta o nefrologista Renato Torres Gonçalves
A asfixia financeira estende-se às 63 universidades federais do País, mergulhadas em vultosas dívidas com fornecedores e forçadas a renegociar contratos com prestadores de serviços. Da mesma forma, tornou-se comum o cancelamento de congressos e eventos acadêmicos, a suspensão de estudos de campo e a redução do cardápio dos restaurantes universitários.
Além de não repor as perdas inflacionárias no orçamento de 2017, o Ministério da Educação determinou que as instituições de ensino só podem gastar 45% do valor previsto para investimentos e 75% do reservado para custeio, utilizado em atividades de manutenção, como serviços de limpeza e vigilância.
Até o início de agosto, o aperto estava ainda mais severo: os limites de empenho eram 5 pontos porcentuais menores. Dando sequência à estratégia de liberação de recursos a conta-gotas, o governo liberou mais 201 milhões de reais na sexta-feira 18.
“Mesmo que as instituições tivessem autorização para gastar 100% do valor, a grande maioria delas fecharia o ano no vermelho, pois os contratos com prestadores de serviços são reajustados anualmente, e o orçamento de 2017 não repôs a inflação”, explica Emmanuel Tourinho, reitor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). “Com os recursos disponíveis hoje, só conseguiremos honrar os compromissos até setembro. Depois disso, será uma incógnita.”
O contingenciamento ameaça a conclusão de centenas de obras em andamento nas instituições de ensino. “De 2014 para 2017, o orçamento para investimentos caiu pela metade, e o que sobrou está contingenciado. O MEC liberou menos da metade do previsto”, lamenta Tourinho. “Com a expansão do ensino superior iniciada nos anos Lula, dobrou o número de alunos de graduação, mas não foram concluídas as obras para dar suporte a essa expansão.”
De fato, com a criação de 18 universidades federais e a inauguração de 173 novos campi, o número de estudantes passou de 113.263, em 2002, para 245.983, em 2014.
Emmanuel Tourinho
Mesmo se tivessem autorização para gastar 100% do orçamento, a maioria das universidades fecharia o ano no vermelho, diz Emmanuel Tourinho, presidente da Andifes (Alexandre Moraes/UFPA)
Professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), Eblin Joseph Farage recorda-se do tempo em que ministrava aulas em uma sala improvisada num container em 2008. “Era uma instalação provisória, até a conclusão das obras do campus Rio das Ostras. Hoje, leciono na unidade de Gragoatá, em Niterói, mas meus antigos colegas continuam lecionando nos mesmos contêineres”, lamenta Farage, que também preside o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes).
“Com o aprofundamento da crise em 2015, o governo federal passou a priorizar o pagamento de juros da dívida pública e os programas de isenção fiscal para grandes empresas", diz Farage. "Desde então, houve sucessivos cortes nos orçamentos das universidades federais. Hoje, as obras estão paralisadas, há cortes em bolsas de assistência estudantil e na área de pesquisa e extensão. Para agravar o cenário, muitos professores estão correndo para se aposentar diante da perspectiva de perda de direitos com a reforma da Previdência.”
As restrições orçamentárias comprometem as mais corriqueiras atividades acadêmicas. As universidades estão sem condições até de pagar transporte e hospedagem de docentes convidados para participar de bancas de mestrado e doutorado.
“Recentemente, tive de recusar um convite para participar de uma banca, porque a aluna me confidenciou que pagaria a passagem aérea do bolso dela, o que me colocaria numa situação de conflito de interesses”, afirma a professora. “Para realizar atividades de campo, em comunidades pobres de Niterói e São Gonçalo, tenho de dar carona no meu carro para diversos alunos”, emenda a professora, que coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Favelas e Espaços Populares da UFF.
Containers
Na UFF, as salas improvisadas em containers tornaram-se instalações permanentes (Luiz Fernando Nabuco)
Os gestores desdobram-se para manter o funcionamento das universidades, mas as opções começam a minguar. “Limitamos os gastos com diárias e passagens aéreas, restringimos as ações com trabalho de campo, reduzimos em 20% o número de funcionários terceirizados. Não sabemos mais onde economizar, o racionamento chegou ao limite”, desabafa Orlando Amaral, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG).
“Na verdade, iniciamos o ano com uma dívida de 20 milhões de reais com a concessionária de energia elétrica e prestadores de serviços. Esse cenário tende a se repetir em 2018, sobretudo se for mantido o contingenciamento do governo federal.”
A UFRJ, por sua vez, dispensou 1,8 mil funcionários terceirizados e pretende reduzir em até 25% as despesas com energia elétrica. Por causa do aumento de tarifa nos últimos anos, a conta da universidade passou de 25,6 milhões, em 2014, para 53 milhões de reais, em 2016, mesmo sem aumento significativo no consumo.
“Apesar de sermos um grande usuário, pagamos a mesma taxa aplicada aos consumidores domésticos, não somos beneficiados por uma tarifa diferenciada, como as grandes indústrias”, diz o reitor Leher. “Somente a dívida com a concessionária de energia é superior a 22 milhões de reais.”
Para agravar o cenário, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) divulgou, recentemente, que atingiu o teto orçamentário e só conseguirá manter o financiamento de pesquisas até setembro. A principal agência de fomento à ciência do País tinha um orçamento previsto de 1,3 bilhão para 2017, mas teve 44% dos recursos bloqueados pelo governo federal, o que impediu a injeção de 572 milhões de reais na área.
Orlando Amaral
Orlando Amaral, reitor da Universidade Federal de Goiás, não sabe onde cortar mais despesas (Ascom/UFG)
“São 100 mil bolsas em risco”, resumiu o presidente do CNPq, Mário Neto Borges, em recente entrevista ao site de CartaCapital. “Não temos nenhuma intenção de cortar bolsa. Aqui corta a cabeça do presidente, mas não corta bolsa. Eu fui bolsista, fiz doutorado no exterior e sei qual é a importância da bolsa para o pesquisador e o País.”
Apenas na UFRJ, há 24 modalidades de bolsas associadas ao CNPq, que beneficiam 3.596 pesquisadores. Segundo Leila Rodrigues da Silva, pró-reitora de p ós-graduação e Pesquisa, até mesmo a permanência dos estudantes na universidade está ameaçada. “O laboratório deixará de ser frequentado e o conhecimento ali produzido será parcial ou totalmente perdido. Os alunos bolsistas que não estiverem vinculados diretamente a um laboratório, mas que estiverem desenvolvendo suas dissertações e teses, certamente precisarão buscar alternativas financeiras. A dedicação exclusiva aos estudos será, na melhor das hipóteses, reduzida. Na maioria dos casos, o abandono da pesquisa é o que, lamentavelmente, ocorrerá.”
Tourinho preocupa-se, ainda, com o congelamento de recursos para a assistência de alunos de baixa renda, como moradia estudantil e bolsas de estudo. Atualmente, 65% dos estudantes de graduação das instituições federais são oriundos de famílias com rendimento per capita inferior a um salário mínimo e meio, revela uma pesquisa da Andifes. No Norte e no Nordeste, o porcentual chega a 76%.
“Isso se deve às exitosas políticas de inclusão da última década. Por isso, tenho até arrepios quando vejo alguém propor cobrança de mensalidades nas universidades públicas. Se isso ocorrer, vai trancar o acesso aos mais pobres”, diz o reitor da UFPA. “Concordo que os ricos devam pagar, mas acho que a melhor forma seria taxar as grandes fortunas e destinar os recursos para a educação.” Carta Capital
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Consuma poderosos sucos na prevenção das doenças do inverno


Sucos naturais são muito consumidos no verão, porém durante o inverno eles também são muito importantes, pois mantém o corpo hidratado nos dias de tempo seco.
Durante a estação, é comum sentir menos sede, no entanto, a nutricionista da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Sizele Rodrigues, que atua no Centro de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável (Cesans), explica que a boa hidratação é fundamental para evitar doenças típicas da estação, como as gripes.
Foto: Climatempo
Foto: Shutterstock
As frutas utilizadas no preparo da bebida são ingredientes capazes de promover bem estar em todas as fases da vida , bem como prevenir problemas na saúde. " Outro elemento importantíssimo é a água, que atua em todos os processos metabólicos do organismo, controlando a temperatura corporal, estimulando o trânsito intestinal e auxiliando na eliminação de toxinas por meio da urina e transpiração", explicou a nutricionista.
Separamos algumas frutas da estação que, se incluídas no cardápio, podem trazer benefícios à saúde. Lembrando que, as frutas na sua fase de colheita tem maior valor nutricional e preço mais acessível.

Banana


Foto: Climatempo
Foto: Shutterstock
· Rica em vitamina A e C
· Favorece a renovação celular
· Auxilia na formação e manutenção de ossos e dentes
· Contribui para a contração dos músculos
Confira aqui cinco sobremesas saudáveis e saborosas com frutas!

Morango, maçã, caqui, melancia, tomate, goiaba vermelha e framboesa


Foto: Climatempo
Foto: Shutterstock
· Contêm antioxidantes que previnem a degeneração de células
· Auxiliam na circulação sanguínea

Laranja, acerola, mamão e manga


Foto: Climatempo
Foto: Shutterstock

· São cardioprotetores
· Beneficiam os cabelos, unhas e olhos
· Fortalecem o sistema imunológico

Uva e ameixa


Foto: Climatempo
Foto: Shutterstock
· Contêm antioxidantes com atividade anti-inflamatória
· Fortalecem o sistema imunológico

Baixe gratuitamente o Manual de Sucos da Secretaria (clicando aqui) e confira receitas saborosas e nutritivas.
Veja também: 5 receitas fáceis de sopas para esquentar seu inverno!

Terra
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 27 de agosto de 2017

Congresso do PSB defende à reeleição de Paulo Câmara


O Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Pernambuco realizou o 14º Congresso Estadual, onde o presidente estadual da sigla, Sileno Guedes, foi reconduzido ao comando da agremiação para o próximo triênio (2017-2020). O ato virou palco para uma convocação da militância para reeleger o governador Paulo Câmara nas eleições do ano que vem. 

Leia também:
Coelhos dizem não ter clima para participar de Convenção do PSB


No entanto, a ausência do grupo do senador Fernando Bezerra Coelho mostrou que a unidade partidária ainda mostra rachas. "Paulo, hoje o partido está reunido para dizer que quer você governador de novo. Esse povo vai para a rua defender sua reeleição", afirmou Sileno Guedes, em seu discurso. A militância presente respondeu com gritos de "paulo de novo governador do povo". 

O mote do discurso foi o mesmo do prefeito do Recife Geraldo Julio. "A missão de todos nós é trabalhar todos os dias para eleger Paulo Câmara governador de Pernambuco", disse. O ato teve início às 8h, no Recife Praia Hotel, no Pina, e contou com a presença de diversas lideranças do PSB-PE. 

No encontro, foram eleitos eleitos os membros do Diretório e Executiva regional para o próximo triênio (2017-2020), além dos delegados aptos ao congresso nacional do PSB, previsto para outubro. 

Confira a composição da Executiva do PSB eleita: 

1. PRESIDENTE: Sileno Sousa Guedes
2. 1º VICE-PRESIDENTE: Francisco Tadeu Barbosa de Alencar
3. 2º VICE-PRESIDENTE: Fernando Bezerra Coelho Filho
4. 3º VICE-PRESIDENTE: Felipe Augusto Lyra Carreras
5. SECRETÁRIO-GERAL: Adilson Gomes da Silva
6. 1° SECRETÁRIO: Gabriel Andrade Leitão de Melo
7. 2° SECRETÁRIO: Manoel Eduardo Vasconcelos Rodrigues
8. 1° SECRETÁRIO DE FINANÇAS: Mário Cavalcanti de Albuquerque
9. 2° SECRETÁRIO DE FINANÇAS: Tercília Vilanova
10. SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO METROPOLITANA SUL: Lula Cabral
11. SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO METROPOLITANA NORTE: Gilberto Feitosa
Júnior
12. SECRETARIA DE MOBILIZAÇÃO POLÍTICA: Waldemar Borges
13. SECRETARIA DE FORMAÇÃO POLÍTICA: Auxiliadora Maria Pires Siqueira da
Cunha
14. SECRETARIA DE POLÍTICAS REGIONAIS: José Aluísio Lessa
15. SECRETARIA DE ORGANIZAÇÃO: João Henrique de Andrade Lima Campos
16. SECRETARIA DE CULTURA: Pedro José Mendes Filho
17. SECRETARIA DE POLÍTICA AGRÁRIA: José Aldo dos Santos
18. SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE: Heraldo de Albuquerque Selva Neto
19. SECRETARIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL E PROPAGANDA: Adilson Gomes da
Silva Filho
20. SECRETARIA DE ARTICULAÇÃO SOCIAL: Isaltino Nascimento
21. SECRETARIA DE AÇÃO PARLAMENTAR: Diogo Casé Moraes
Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Amazonino Mendes é eleito novo governador do Amazonas

O ex-governador e ex-prefeito de Manaus Amazonino Mendes (PDT), 77 anos, saiu vitorioso na disputa com o senador Eduardo Braga (PMDB) para exercer o mandato de governador-tampão no Amazonas. O cargo no estado ficou vago em maio com a cassação de José Melo (Pros) pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE)por compra de votos na eleição de 2014.
Com 89% da apuração concluída, Amazonino recebeu 59,52% dos votos no segundo turno da eleição suplementar realizada neste domingo, 27.
O candidato peemedebista, autor da denúncia que levou à perda do mandato de Melo, ficou com 40,48% da preferência dos eleitores. Conforme Veja.com antecipou, o percentual de eleitores que se abstiveram ou preferiram cancelar o voto superou o do primeiro, realizado em 6 de agosto.
Ao todo a taxa de ausência somada à de votos nulos e brancos chegou a 50,31%. Na votação de três semanas atrás ela foi de 40,17%. A diplomação do eleito ocorrerá no dia 2 de outubro, ficando a data da posse a critério da Assembleia Legislativa.
Veja
Professor Edgar Bom Jardim - PE

QUERO BOM JARDIM DE NOVO


QUERO BOM JARDIM DE NOVO 
Por Bráulio de Castro

1
Quero Bom Jardim de novo,
Sem nenhum preso na cadeia,
Com o Tracunháem dando cheia,
E a barragem do Catolé sangrando.
Quero Bom Jardim de novo
Com as serestas no Quadro da Rua,
Com violões em noites de lua,
E o clarinete de Zé Bague chorando.
2
Quero Bom Jardim de novo
Com as internas do Colégio Santana,
Com as brincadeiras de Viana,
E o doce gostoso de Dona Lita.
Quero Bom Jardim de novo
Com a bandinha de Mestre Teté,
Com o frevo subindo o Catolé,
E o Espera Tapa de “Antônhe” Cuquita.
3
Quero Bom Jardim de novo
Com as festas de antigamente,
Com o povo sorrindo, contente,
Passeando pra baixo e pra cima.
Quero Bom Jardim de novo,
Com os pregões de Zé Orobó,
A cadeira de engraxate de Tó,
E as músicas do Parque Lima.
4
Quero Bom Jardim de novo
Com o gramofone de seu Vino,
O sorvete de seu Vistolino,
E o sarapatel de Zé do Mato.
Quero Bom Jardim de novo
Com o “dobrado” de Sá Dom Dom,
Com as fantasias de Nonom,
E a sanfona doida de Pé de Pato.
5
Quero Bom Jardim de novo
Com o açude do dotô Mota,
Com a meninada, na maciota,
Mergulhando, dando canga-pé.
Quero Bom Jardim de novo
Com a rabeca de Mestre Faustino,
João do Bonde tocando sino,
E Tonhe Grilo assobiando “Pois é”.
6
Quero Bom Jardim de novo
Com o povo alegre, dançando,
Com Rinaldo Barros cantando
“Bandeira Branca”, no Varonil.
Quero Bom Jardim de novo,
Do Coco de Cunha e Tomé,
Com a burra de Zezinho Bolé
Atrás da gente com mais de mil.
7
Quero Bom Jardim de novo
Com o trem apitando na estação,
Com o café torrado no pilão,
Com a luz fraquinha do motor.
Quero Bom Jardim de novo
Com a pracinha do caramanchão,
Com o cinema de Zé Gaião,
Onde beijei meu primeiro amor.
8
Quero Bom Jardim de novo,
Da castanha de Dona Ambrosina,
Cocada preta de Sá Severina,
Dos clubes de frevo no carnaval.
Quero Bom Jardim de novo,
Da alegria de Biu de Epitácio,
Da macacada fazendo o passo,
Das folias de Custódio Cabral.
9
Quero Bom Jardim de novo,
Do passeio na Pedra do Navio,
Do gostoso banho de Rio,
Dando flecheiro e salto de gia.
Quero Bom Jardim de novo,
Do Futebol “Arranca Toco”,
Do fuá comendo nos “Três Coco”,
De Beatriz Pequena, Darci e Maria.
10
Por fim, quero Bom Jardim
Sem susto e sem violência,
Trazendo em cada residência
Uma placa com o seguinte cartaz:
“Aqui se dorme de porta aberta”.
Deixe de sonho, oh! Meu poeta,
Esse Bom Jardim não volta mais.
Foto: Edgar S. Santos.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

BOM JARDIM HOJE & ONTEM


Bom Jardim cadê teus filhos
Que viviam na calçada
Jogando conversa fora
Até alta madrugada?
Bom Jardim cadê teus jovens
Que ficavam nas esquinas
Nós bares até altas horas
Paquerando as meninas?
Bom Jardim cadê teu povo
Que após à missa descia
Em grupos muito animados
Buscando a pizzaria?
Bom Jardim e as crianças
Que alegres, à noitinha
Na praça vinham brincar
Onde andam as coitadinhas?
Bom Jardim cadê o tempo
Que se podia andar
Dia e Noite, qualquer hora
Com dinheiro e celular?
Bom Jardim cadê tuas festas
Que amanhecia o dia
Na maior tranquilidade
E desordem não existia?
E também o teu comércio
Qual o teu destino agora
Que abria quando queria
E pra fechar não tinha hora?
Bom Jardim cadê teu povo
Que vive na Zona Rural
Sem poder sair de casa
Insegurança total?
Bom Jardim cadê teus gestores
Que se acham autoridade
E não vêem o abandono
De nossa amada cidade?
Por Socorro Canto
Foto Edgar S. Santos
Professor Edgar Bom Jardim - PE