terça-feira, 10 de maio de 2016

'Lava Jato exportação': O que se sabe até agora sobre conexões internacionais do esquema de corrupção

Image copyrightOdebrecht
Image captionLinha 4 do metrô de Caracas, obra de responsabilidade da Odebrecht; projetos de empreiteiras investigadas na Lava Jato em outros países estão sob suspeita após revelações de investigação
Sabe-se que a operação Lava Jato ultrapassa as fronteiras do Brasil. Bancos internacionais e empresas em paraísos fiscais movimentaram, por exemplo, boa parte dos R$ 6,2 bilhões em propinas que, segundo a apuração, minaram os cofres da Petrobras.
Outra coisa é saber se políticos, empresários e empreiteiras brasileiras investigadas na operação reproduziram o esquema em outros países, em associação com interesses locais.
Desvendar essas possíveis conexões, porém, não é atribuição de instituições brasileiras, mas dos países em que os supostos crimes teriam ocorrido.
Até agora, 11 países (Andorra, Costa Rica, Dinamarca, Itália, Guatemala, Liechtenstein, Panamá, Peru, Porto Rico, Suíça e Uruguai) já fecharam cooperação formal com o Ministério Público Federal brasileiro para receber dados sobre a investigação.
Outros, como a Argentina, apostam por enquanto na colaboração informal, com visitas de procuradores a colegas no Brasil.
Pistas sobre uma possível "Lava Jato para exportação" vieram à tona principalmente em países onde a Petrobras e empreiteiras brasileiras possuem operações, como Peru, Venezuela e República Dominicana.
Image copyrightOdebrecht
Image captionRodovia Piedra Blanca - Cruce de Ochoa, na República Dominicana, foi construída pela Odebrecht; empreiteira atua no país desde 2002
Cada país, no entanto, tem tratado as suspeitas à sua maneira, em equações que levam em conta a temperatura da disputa política, a independência das instituições e a exposição dos casos na mídia local.
A repercussão na opinião pública, por exemplo, é maior no Peru e República Dominicana, nações que estão em meio a um processo de escolha de novos presidentes.
A BBC Brasil verificou o que já se sabe até o momento sobre essas eventuais conexões e os impactos da investigação brasileira em países em que há indícios de reprodução do maior esquema de corrupção e lavagem de dinheiro já descoberto no país.

Peru

O país andino é onde a Lava Jato fez mais barulho até agora, por reunir mais sinais da reprodução do esquema de financiamento político ilegal verificado no Brasil.
Investigações no Congresso e Ministério Público lançam suspeitas sobre pelo menos dois ex-presidentes (Alejandro Toledo e Alan García) e ajudaram a derrubar a popularidade do atual mandatário, Ollanta Humala, reprovado por 80% do eleitorado.
Instalada em novembro, a CPI peruana entregou relatório preliminar em abril e estendeu os trabalhos até o final deste mês. Corre contra o relógio porque a nova legislatura assume em junho, quando o país elege novo presidente - Humala não pode ser reeleito.
Image copyrightCongresso do Peru
Image captionDeputado Juan Pari (à esq.) em sessão da comissão no Congresso do Peru que investiga conexões locais da Lava Jato; deputado diz ter 'evidências' de crimes
Após quebrar sigilos bancários e fiscais de 294 pessoas físicas e jurídicas, a comissão diz ter "indícios e evidências" de que "autoridades peruanas estariam comprometidas em negociações ilegais" com as empreiteiras investigadas na Lava Jato.
O relatório da comissão, ao qual a BBC Brasil teve acesso, enumera indícios de favorecimento em licitações e contratos, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva.
"Uma questão clara para nós é que empresas brasileiras trabalharam para atuar com o poder econômico e político (do Peru)", afirmou à reportagem o deputado oposicionista Juan Pari, presidente da comissão, que esteve no Brasil em março em busca de informações.
O presidente Humala, que nega irregularidades, entrou no centro do escândalo após a Policia Federal brasileira apreender uma planilha da Odebrecht com a inscrição "Projeto OH" ao lado de cifra de US$ 3 milhões. A PF suspeita que a sigla se refira a Humala, que negou ter relações com o esquema brasileiro.
Image copyrightPresidencia do Peru
Image captionO presidente do Peru, Ollanta Humala, e a primeira-dama, Nadine Heredia, tiveram que prestar esclarecimentos em apuração local sobre possíveis irregularidades em obras de empreiteiras brasileiras

Anotações

Um celular de Marcelo Odebrecht, presidente afastado da empreiteira, trazia a anotação "cash para Angola e Peru", que a PF supõe ser referência a propinas.
Delatores no Brasil citaram supostas remessas de dinheiro ao Peru pela OAS para pagamento de subornos e práticas de lobby no país que recairiam sobre o ex-ministro José Dirceu, preso na Lava Jato, para Engevix, OAS e UTC. Dirceu já disse que prestou trabalho legal como consultor.
A OAS não respondeu ao contato da reportagem.
A Engevix confirmou que "realizou uma visita de prospecção comercial ao Peru, em 2008, em conjunto com o ex-ministro José Dirceu, mas a prospecção não gerou negócios." "A Engevix já esclareceu os fatos à Justiça brasileira e está prestando todo o apoio aos processos em julgamento no Brasil", disse a empresa.
A Camargo Corrêa afirmou que as alegações que citam a empresa no relatório da comissão do Congresso peruano são "de caráter preliminar" e "baseadas em material decorrente da Operação Castelo de Areia, realizada em 2009, e que foi julgada ilegal com todas as suas acusações arquivadas por decisão judicial, corroborada definitivamente pelo Supremo Tribunal Federal."
"Presente no Peru desde 1995, a construtora Camargo Corrêa reitera sua orientação de respeitar a legislação vigente e seu compromisso com a ética, a transparência e a competência técnica e operacional", informou em nota.
A Queiroz Galvão informou que "todos os contratos da empresa para executar obras no exterior são realizados seguindo rigorosamente a legislação local". "No Peru, a empresa atua há quase 20 anos construindo projetos de infraestrutura, vitais para o desenvolvimento econômico e social da região."
No mês passado, Humala prestou depoimento como testemunha ao Ministério Público sobre os supostos vínculos com a Lava Jato e um encontro que teve com Dirceu na época da campanha de 2010. O presidente sempre negou irregularidades e em fevereiro convocou o embaixador do Brasil em Lima para manifestar sua posição.
Empreiteiras na mira da Lava Jato acumulam, sozinhas ou em conjunto, 42 projetos no Peru desde 2004. O total supera US$ 17 bilhões, divididos entre Odebrecht (74%), OAS (7,4%), Andrade Gutierrez (7%), Queiroz Galvão (6%) e Camargo Corrêa (5,6%).

Empreiteiras brasileiras no Peru

Projetos de empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato

42
projetos, orçados em mais de US$ 17 bilhões, divididos entre:
  • 74% Odebrecht
  • 11,6% Queiroz Galvão (6%) e Camargo Corrêa (5,6%)
  • 7,4% OAS
  • 7% Andrade Gutierrez
Concessionária IIRSA Sur
O relatório preliminar da CPI peruana analisou 5 dos 42 projetos. Na rodovia Interoceânica, que liga Peru ao Brasil, por exemplo, a comissão questiona aditivos que dobraram o valor da obra para US$ 4,2 bilhões.
Em outro caso, critica como a Odebrecht conseguiu receber US$ 33 milhões de compensação por um atraso que a própria empresa teria provocado em uma obra de irrigação e energia de US$ 263 milhões.
À BBC Brasil, a Odebrecht, bem como Andrade Gutierrez, informou que não comentará as suspeitas sobre sua atuação no exterior.

Argentina

Na Argentina, o Ministério Público investiga desde fevereiro uma rede de cem empresas locais e brasileiras para verificar se firmas implicadas na Lava Jato replicaram o modus operandi no país.
"Estamos checando todos os contratos, como foram fechados, licitações. E aprofundaremos para verificar se houve pagamentos de propinas", afirmou à BBC Brasil o procurador Marcelo Raffaini. A apuração, contudo, ainda está no começo. "O que investigamos são subornos internos, não transnacionais."
Image copyrightMinisterio Publico da Argentina
Image captionProcuradores argentinos, como Sergio Rodríguez (à esq. na foto), do grupo de combate à corrupção, se encontraram em fevereiro com colegas da força-tarefa Lava Jato, como Deltan Dallagnol (à dir.)
O esquema de corrupção na Petrobras pode ter tido ramificações por três governos na Argentina: Carlos Menem (1989-99), Néstor (2003-2007) e Cristina Kirchner (2007-2015).
Os indícios aparecem em delações do ex-diretor da estatal Nestor Cerveró e do lobista Fernando Baiano. Cerveró disse que a compra de uma petrolífera argentina pela Petrobras em 2002, no governo Fernando Henrique Cardoso, envolveu US$ 100 milhões em propinas. FHC já disse que as declarações de Cerveró são "vagas" e "servem apenas para confundir".
O ex-diretor e o lobista citam ainda supostos pagamentos de subornos em um negócio de 2007, já na gestão Lula, quando a Petrobras vendeu ações que tinha em uma distribuidora de energia argentina para uma firma privada cujos sócios eram próximos ao governo Kirchner.
Em outra linha de apuração, a Lava Jato no Brasil reuniu indícios – que também estão na mira dos procuradores argentinos – de que a Odebrecht teria pagado propinas entre 2009 e 2010 a Ricardo Jaime, ex-homem forte dos governos Néstor e Cristina na área dos transportes. Com condenações em outras acusações de corrupção, Jaime foi preso no mês passado.
O impacto político e midiático da Lava Jato na Argentina por ora é limitado – não há CPI no Congresso e a imprensa privilegia outros escândalos recentes de corrupção da era Kirchner e suspeitas sobre o recém-eleito presidente Maurício Macri no caso dos Panama Papers.

Image copyrightTelam
Image captionEx-secretário de Transportes na era Kirchner na Argentina, Ricardo Jaime é suspeito de envolvimento em conexão local da Lava Jato e foi detido em abril por outras acusações

Venezuela

Metrô, ponte, siderúrgica, termelétrica, represas. Projetos tocados na Venezuela por empreiteiras envolvidas na Lava Jato entraram na berlinda no país vizinho após as revelações da operação no Brasil.
Odebrecht, Camargo Corrêa, Queiroz Galvão e Andrade Gutierrez são responsáveis por 40 obras no país, orçadas em cerca de US$ 20 bilhões.
A ONG Transparência Venezuela, braço da Transparência Internacional, solicitou ao governo detalhes sobre esses contratos, além de investigações "exaustivas e abertas" para verificar se as companhias repetiram "práticas de corrupção" observadas no Brasil.

Empreiteiras brasileiras na Venezuela

Projetos de empresas investigadas na Operação Lava Jato

40
projetos, orçados em mais de US$ 20 bilhões, divididos entre:
  • 80% Odebrecht
  • 10% Camargo Corrêa
  • 7,5% Andrade Gutierrez
  • 2,5% Queiroz Galvão
Odebrecht
Afirma, contudo, que a ação do Executivo e do Judiciário neste sentido é nula. "Não há investigação", disse à BBC María Antonieta Pérez, integrante da Transparência Venezuela que acompanha os desdobramentos da Lava Jato no país.
"Obras da Odebrecht, por exemplo, são muito visíveis em Caracas. Cada vez que surge alguma revelação da Lava Jato no Brasil sobre essas empresas, as pessoas aqui imediatamente se questionam se não houve corrupção na Venezuela também", afirma Pérez.
A organização pede ainda apuração sobre "impacto do possível lobby" do ex-presidente Lula pela obtenção de contratos para as empresas, lembrando que o petista visitou o país 16 vezes entre 2003 e 2010, período em que o presidente Hugo Chávez, morto em 2013, esteve 20 vezes no Brasil.
O ex-presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, disse à Justiça, por exemplo, que Lula ajudou a empresa a ganhar a obra de uma siderúrgica na Venezuela em 2008, e que depois o PT cobrou 1% do valor do financiamento do BNDES no projeto.
Image copyrightDivulgacao
Image captionPresidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ex-presidente Lula e presidente Dilma em funeral de Hugo Chávez em março de 2013
O Instituto Lula diz que o ex-presidente Lula nunca cometeu crimes e sempre agiu dentro da lei. O PT nega ter recebido doações ilegais.
A força-tarefa da Lava Jato no Brasil suspeita ainda que a Odebrecht tenha usado contas de offshores no exterior para transferir dinheiro para o marqueteiro do PT João Santana, detido desde fevereiro.
A mulher e sócia de Santana, Mônica Moura, disse à PF que esses pagamentos bancaram serviços prestados pelo marido à campanha presidencial de Hugo Chávez em 2011, e que a Odebrecht ajudou a custear essas despesas com caixa dois. Não há informações sobre investigações oficiais na Venezuela sobre essas suspeitas de irregularidades em campanhas locais.

Angola e República Dominicana

João Santana também é apontado como elo entre empresas da Lava Jato e o mundo político em ao menos outros dois países.
Santana trabalhou na campanha de 2012 à reeleição do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no poder desde 1979. Em depoimento à PF, a mulher do publicitário disse que a campanha no país custou US$ 50 milhões, dos quais US$ 20 milhões teriam sido recebidos por fora.
A suspeita é que esses recursos de caixa dois tenham sido desviados da Petrobras.
Image copyrightRicardo Stuckert Instituto Lula
Image captionEx-presidente Lula em visita ao presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, em maio de 2014
O marqueteiro reconheceu ter recebido parte desses pagamentos não declarados de Zwi Skornick, acusado de ser operador de propinas pagas pela Odebrecht no exterior. A empreiteira é a maior empregadora privada do país africano, com negócios em setores como construção civil, agronegócio e mineração.
Apesar dos indícios, a repercussão do caso em Angola é mínima e não há apuração oficial, afirmaram à reportagem jornalistas de Angola que acompanham o caso de perto. A reportagem tentou, sem sucesso, contato com a Presidência de Angola para eventuais comentários.
Situação semelhante ocorre na República Dominicana, onde a Odebrecht constrói uma usina a carvão (contestada na Justiça local por superfaturamento e problemas ambientais) e uma rodovia, e já executou ao menos 11 projetos desde 2002.
"Santana foi o ideólogo da campanha de reeleição, e já indícios de que sua relação com o presidente possa ter trazido negócios obscuros, como as usinas de carvão de Punta Catalina, concedidas à Odebrecht em licitação questionada", disse à BBC Orlando Jorge Mera, presidente em exercício do oposicionista PRM (Partido Revolucionário Moderno).
Image copyrightCDEEE
Image captionSimulação em 3D da obra da usina de Punta Catalina, na República Dominicana; projeto tocado pela Odebrecht é alvo de questionamentos
João Santana fez a primeira campanha do presidente do país, Danilo Medina, e atuava na campanha à reeleição quando foi preso em fevereiro, o que movimentou o mundo político do país e levantou suspeitas sobre o financiamento dos trabalhos.
A imprensa local tem acompanhado o caso - a eleição é no próximo dia 15, e o presidente lidera as pesquisas -, mas não há apuração na Justiça ou no Ministério Público, segundo o presidente do PRM. "A Justiça é controlada pelo governo e o Ministério Público atua sob ordens políticas", diz Mera.
Quando Santana foi detido e se afastou da campanha, o presidente Danilo Medina disse apenas que o marqueteiro "era um assessor importantíssimo, mas a campanha seguirá adiante". Tentativas de contato da reportagem com o governo da República Dominicana não tiveram resposta.
FonteBBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

AFETIVIDADE

Ame o sentimento do inacabado e a tristeza fugidia.
Firme-se na aventura que não foi vivida.
Esqueça o desejo de exercer o cinismo.
Tema o golpe construído na madrugada do pesadelo.
Invente a cor que proteja os pássaros inquietos.
Viva o tempo despreocupado com a eternidade vadia.
Instale uma luz no barco da fuga inesperada.
Descontrua a arquitetura da razão soberana.
Amarre os laços dos afetos perdidos.
Desmanche o desenho do abismo dos fantasmas.
Esmague a história que se distrai com as máscaras
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 9 de maio de 2016

E agora? Waldir Maranhão quer anular impeachment para fugir da justiça e de sua cassação

Nathalia PassarinhoDo G1, em Brasília
O presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), decidiu nesta segunda-feira (9), por meio de uma decisão monocrática, anular a votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff realizada na Casa no dia 17 de abril. Ele acolheu pedido feito pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. (leia ao final da reportagem a íntegra da decisão de Maranhão)
Waldir Maranhão substituiu Eduardo Cunha na presidência da Câmara na semana passada depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu afastar o peemedebista do comando da casa legislativa. O deputado do PP votou contra a continuidade do processo de impeachment na Câmara, descumprindo decisão de seu partido, que havia fechado questão a favor do afastamento da presidente.
O recurso foi entregue pela AGU na Câmara no dia 25 de abril. Segundo o primeiro-secretário da mesa diretora da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), o pedido foi entregue fora do prazo, quando a Câmara já havia enviado o processo de impeachment ao Senado.
"A AGU entrou fora de prazo com questionamento no dia 25 de abril. Poderia ter sido arquivado. Mas foi desconsiderado, porque estava fora de prazo", afirmou Mansur. Quando assumiu a presidência da Casa, Maranhão decidiu analisar o recurso.
Decisão
No despacho no qual anulou a votação da Câmara, Maranhão marcou uma nova votação, para daqui a 5 sessões do plenário da Casa, para os deputados federais voltarem a analisar o pedido impeachment. O prazo começa a contar no momento em que o processo for devolvido para a Casa pelo Senado.
Segundo o G1 apurou, Waldir Maranhão participou, durante o fim de semana e na manhã desta segunda-feira, de reuniões com integrantes do governo federal, deputados do PT e do PC do B. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, teria participado desses encontros.
A decisão de Maranhão
Em nota divulgada à imprensa, Maranhão diz que a petição da AGU ainda não havia sido analisada pela Casa e que, ao tomar conhecimento dela, resolveu acolher. Na decisão, ele argumenta “ocorreram vícios que tornaram nula de pleno direito a sessão em questão”.
Para Maranhão, os partidos políticos não poderiam ter fechado questão a favor ou contra o impeachment. Quando há o chamado fechamento de questão, os deputados devem seguir a orientação partidária sob pena de punição, como expulsão da legenda.
“Não poderiam os partidos políticos terem fechado questão ou firmado orientação para que os parlamentares votassem de um modo ou de outro, uma vez que, no caso deveriam votar de acordo com as suas convicções pessoais e livremente”, destacou o presidente em exercício da Câmara na decisão.
Maranhão argumenta ainda que os deputados não poderiam ter anunciado suas posições antes da sessão da Câmara que decidiu dar continuidade ao processo de afastamento da presidente Dilma. Ele também afirma que a defesa de Dilma deveria ter tido o direito de falar durante a votação do impeachment.
“Não poderiam os senhores parlamentares antes da conclusão da votação terem anunciado publicamente seus votos, na medida em que isso caracteriza prejulgamento e clara ofensa ao amplo direito de defesa que está consagrado na Constituição. Do mesmo modo, não poderia a defesa da senhora Presidente da República ter deixado de falar por último no momento da votação, como acabou ocorrendo”, afirma.
Por fim, Maranhão alegou que o resultado da votação deveria ter sido formalizado por resolução, por ser, segundo ele, o que dispõe o regimento interno da Câmara dos Deputados e o que estava previsto no processo de impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello.
“Por essas razões anulei a sessão realizada nos dias 15, 16 e 17 e determinei que uma nova sessão seja realizada para deliberar sobre a matéria no prazo de 5 sessões contados da data em que o processo for devolvido pelo Senado à Câmara dos Deputados”, disse.
“Para cumprimento da minha decisão, encaminhei ofício ao presidente do Senado, para que os autos do processo de impeachment sejam devolvidos à Câmara dos Deputados”, concluiu Waldir Maranhão.
Dilma comenta
No momento em que a decisão de Waldir Maranhão veio a público, a presidente da República participava de uma cerimônia no Palácio do Planalto na qual propôs ao Congresso a criação de cinco novas universidades federais em quatro estados. Em meio ao discurso de Dilma, os convidados que lotavam o salão nobre do palácio celebraram o ato do presidente em exercício da Câmara ao tomarem conhecimento por meio da internet.
Ao constatar a comemoração da plateia, formada por estudantes e representantes de entidades ligadas à educação que apóiam o governo, a presidente pediu cautela aos aliados sobre a decisão que anulou a sessão do impeachment na Câmara.
Dilma disse, no discurso, que não sabia ainda que consequências terá o ato de Waldir Maranhão e ressaltou que o país vive um momento de "manhas e artimanhas".
“Soube agora da mesma forma que vocês souberam, apareceu nos celulares que todo mundo tem aqui, que um recurso foi aceito e portanto o processo está suspenso. Eu não tenho essa informação oficial. Estou falando aqui porque não podia de maneira alguma fingir que não estava sabendo da mesma coisa que vocês estão. Mas não é oficial, não sei as consquencias. Por favor, tenham cautela. Nós vivemos uma conjuntura de manhas e artimanhas", disse Dilma.
Ato do presidente em exercício da Câmara que anula a votação do processo de impeachment na Câmara (Foto: Reprodução)Ato do presidente em exercício da Câmara que anula a votação do processo de impeachment na Câmara (Foto: Reprodução)
Ato do presidente em exercício da Câmara que anula a votação do processo de impeachment na Câmara (Foto: Reprodução)Ato do presidente em exercício da Câmara que anula a votação do processo de impeachment na Câmara (Foto: Reprodução)

Fonte:G1.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 8 de maio de 2016

Santa Cruz é Campeão. Futuro do Sport com esse time é terceira divisão.


Pela quinta vez em seis anos, Pernambuco é preto, branco e vermelho. Neste domingo (8), na Ilha do Retiro, o Santa Cruz segurou a pressão do Sport, com direito a dois milagres de Tiago Cardoso e bola na trave, ficou no empate em 0x0 com os rubro-negros e faturou o seu 29º título Pernambucano.
O JOGO
Precisando do resultado, o Sport teve mais posse de bola no primeiro tempo, mas foi pouco efetivo e quase não ameaçou a meta de Tiago Cardoso. Nos 45 minutos iniciais, apenas um chute com perigo, com uma falta de Mark González, aos 25.
Já o Santa Cruz, apesar da postura mais defensiva, com a entrada de Wellington Cézar no lugar do machucado João Paulo, teve a chance mais perigosa da partida. Também de falta, aos sete, Tiago Costa obrigou Danilo Fernandes a fazer um milagre, no canto superior esquerdo.
Por coincidência, todas as jogadas de perigo do primeiro tempo saíram de faltas. Além dos chutes de Mark González e Tiago Costa, aos 13 minutos, Arthur também levou perigo a meta rubro-negra na bola parada.
No segundo tempo, a pressão rubro-negra se intensificou. Sem Lelê, que saiu machucado no primeiro tempo, o Santa Cruz parou de criar, e viu o Sport começar a martelar com mais força a área de Tiago Cardoso.
Com cinco minutos, uma mudança foi fundamental para a postura mais ofensiva do Sport na etapa final. Inoperante na partida, Vinícius Araújo saiu para a entrada de Túlio de Melo. Com menos de um minuto em campo, o atacante grandalhão já fez mais do que quem ele substituiu.
Aos sete, Túlio de Melo deu lindo passe de letra para deixar Everton Felipe na cara do gol. O meia chutou rasteiro e Tiago Cardoso fez o seu primeiro milagre na Ilha do Retiro. O último passe, porém, prejudicou o Sport. Aos 22, Gabriel Xavier apareceu sozinho na esquerda e, ao invés de cruzar na área, onde três companheiros esperavam a bola, ele chutou sem ângulo e perdeu uma boa chance.
Aos 26 minutos, Tiago Cardoso fez outro milagre. Em cruzamento de Everton Felipe, Henríquez cabeceou com força. No canto esquerdo, o paredão coral salvou o gol que levaria a partida para os pênaltis. Nos últimos 15 minutos, o Sport tentou de tudo. Aos 37, Durval, de costas, finalmente conseguiu passar pelo paredão do Santa Cruz. A bola, porém, bateu caprichosamente na trave e saiu.
Nos contra-ataques, o Santa Cruz respondeu a pressão rubro-negra. Aos 21, Grafite arrancou pela esquerda e cruzou na cabeça de Wallyson. O atacante subiu mais alto que a zaga do Leão, mas cabeceou por cima. Os tricolores ainda tiveram uma boa chance no final. Aos 44 minutos, Wallyson fez boa jogada pela esquerda e cruzou. Na sobra, Grafite, de frente pro gol e com Danilo Fernandes caído, chutou em cima do companheiro Arthur.
Aos 50 minutos, com o último apito de Sebastião Rufino Filho, a história foi escrita em três cores mais uma vez. Novamente na Ilha do Retiro, palco de três dos cincos títulos do Santa Cruz na década, o Tricolor do Arruda levantou o seu 29º troféu do Estadual. Fonte:JornalDoCommércio
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Flores, afeto, café da manhã e homenagens para mães em Bom Jardim


O prefeito Miguel Barbosa fez uma bonita homenagem as Mães de nossa cidade, após a santa missa, distribuindo rosas e num abraço acolhedor,  deu e recebeu o carinho de centenas de mães.
Em cada olhar, um sinal de gratidão. Em cada sorriso, um gesto de bondade. Em cada coração, a certeza de que o amor move Bom Jardim.
Café da manhã para as mães de Bom Jardim
A secretaria de assistência social de Bom Jardim promoveu um delicioso café da manhã para homenagear as mães da nossa cidade.
Primeiramente, após a santa missa, aconteceu o sorteio de brindes (batedeiras, liquidificadores, ferros de passar, faqueiros, jogo de copos, dentre outros utensílios).
Em seguida, o prefeito do município Miguel Barbosa, acompanhado de sua esposa, a primeira dama Edvânia e sua genitora dona Leninha, ofertaram rosas as mães na saída da celebração.
No pário da matriz, centenas de mães foram acolhidas, juntamente com seus familiares pela equipe da assistência social para participarem de um delicioso café da manhã.
Para Miguel Barbosa "homenagear as mães de nossa cidade significa zelar e proteger pelo o que temos de mais preciso. Cada mãe representa o que temos de melhor. São essas mulheres que fazem a histórica do nosso lugar acontecer com seus exemplos, coragem e, sobretudo, o amor. Dessa forma, nossa intenção é seguir cuidando do nosso povo".
É a prefeitura de Bom Jardim trabalhando para o bem estar social e a elevação da qualidade de vida da nossa gente.

Por Gustavo Braz
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Quem se lembra dos refugiados?


Fico olhando a sociedade e não me esqueço que o mundo gira. Não basta cuidar das nossas artimanhas e falar mal dos políticos. Há acontecimentos e relações profundamente globalizadas. Contágios desagradáveis de sofrimentos e perdas de rumo perturbam. Cunha é uma figura estranha, as delações levantam desacertos, a dubiedade invade os espaços sagrados. Isso compõe o cenário. Mas não apaguem os tantos problemas que empurram o mundo para a lata do lixo. Quem são os culpados? O que se debate na ONU? Perguntas que são respondidas com muitas artificialidades. A existência de milhões de refugiados é algo que me entristece. Parece que não há solução ou o sistema não quer solução? As notícias seletivas dão golpe na crítica e na solidariedade.
As fotografias mostram a exacerbação do trágico. Fome, abandono, epidemias, violência. Uma desumanização que não merece desculpa. Vejo os debates, os discursos parlamentares, as ações dos juízes ganhando seus privilégios monetários, a polícia batendo em professores e busco saber como andam as coisas lá fora. Não adianta arquitetar um paraíso onde os infernos ocupam um território extraordinário. O egocentrismo é imenso, quase ninguém se liga nas dores dos outros. Temos que criticar, indignar-se com a situação do Brasil. Estamos próximos. Será que também não há refugiados locais que se perdem nas esquinas e nos viadutos das cidades? Para além de Dilma e Gilmar existem muitas atribulações e dissonâncias, estamos em cima de um vulcão que explodirá sem data marcada.
A leitura das relações sociais é um desafio. É fácil acusar, delirar com os oportunismos, representar o teatro das mentiras. As imagens valem muito, encantam os mais ingênuos, criam intrigas, escondem ressentimentos, garantem anúncios bem executados. As TVs possuem estratégias que não são fatais. A sonegação justifica manobras. Os jornais demitem centenas de pessoas, pois estão enforcados com grana escassa. Não faltam , porém, notícias extravagantes ou informações distorcidas. Os escândalos dos poderosos encobrem a miséria que se expande pela sociedade, punindo e exilando. Muitos político se atacam no Congresso, para depois curtirem reuniões nos restaurantes. Há contos e descontos. com perfumes de charutos e doses de licores. Os confusos se assumem como ingênuos e éticos.
Desprezar as desigualdades e exaltar o luxo não são comportamentos raros. As redes sociais tornam-se vitrines atraentes. Muita gente, que pouco se toca com o dinheiro público, escreve para curar seus remorsos ou neuroses comuns. Não se recorda do que fez e procura, com erudição, fixar ideias e empolgar leituras. As armaduras do saber são sinuosas, os ressentimentos, ferozes. As “vítimas” se esticam para triturar memórias e firmar sua pureza disfarçada. A lógica individualista é forte. A maior parte da população não consegue chegar perto das conquistas tecnológicas. As teias das travessuras devem ser globalizadas sem cinismos. Pisamos num chão  com subterrâneos frágeis e temos corpos moldados com argila. Onde se meteu a sociabilidade afetiva? Ou o dissimular é o sinal maior das diferenças? Existe amém para tantas incertezas?
PS: A escolha da imagem me emocionou. Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Theodorico, o imperador do sertão - 22/08/1978 - de Edua...




Globo Repórter


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Descansa em Paz Manoel João dos Santos Filho !

Populares e lideranças políticas prestam homenagens ao ex-prefeito" Mané João"
Manoel João dos Santos Filho, ex- prefeito de Orobó, faleceu por volta de 01:30 da manhã neste domingo, 08 de maio de 2016, data que se comemora o Dia das Mães.
A comunidade oroboense presta suas últimas homenagens a um dos políticos mais conhecidos da Região Agreste Setentrional. O sepultamento do corpo de "Mané João," será  hoje às 17:00  horas em Orobó-PE.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Mãe, muito obrigado!


Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 5 de maio de 2016

Dilma, Cunha, Renan e Temer


Professor Edgar Bom Jardim - PE