terça-feira, 27 de março de 2012

Ministros na Corda Bamba

Agnaldo Ribeiro

Texto:

Foto: Roberto Stuckert Filho/PRAmpliar
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) com a presidenta Dilma Rousseff
O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA), afirmou que as denúncias contra o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, são graves, ao comparar o caso à situação vivida meses atrás pelo antecessor dele, Mário Negromonte (PP-BA).Ele acabou demitido em janeiro em meio a uma série acusações de irregularidades.
"Nunca pedi demissão de ministro. Quem decide é a presidenta Dilma Rousseff. Agora se for cumprir a regra adotada com o Mário (Negromonte), o ministro atual tem de cair. Isso deveria ser levado em consideração pela própria bancada do PP, que trabalhou pela saída do Mário", disse Walter Pinheiro ao iG.
Em reportagem no programa "Fantástico" deste domingo, a TV Globo mostrou o envolvimento de Aguinaldo Ribeiro num suposto esquema de corrupção feito por uma empresa responsável pela instalação de sistema de internet grátis na orla de João Pessoa (PB).
Ribeiro foi secretário municipal de Ciência e Tecnologia. Em vídeo, ele aparece anunciando o lançamento do sistema de internet grátis. Segundo a reportagem do "Fantástico", Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou movimentações financeiras atípicas nas contas de Ribeiro.
O líder do PT no Senado afirmou que, enquanto esteve nas Cidades, Mário Negromonte sofreu denúncias injustas. "Foi uma artilharia. Ele ficava 22 horas por dia só se defendendo das denúncias. O que tinha de concreto? Qual gravação, qual vídeo?", questionou Pinheiro.
O PP e o PT são aliados na Bahia, Estado de origem de Pinheiro e Negromonte. Em entrevista à rádio Rede Tudo FM 102.5, ele foi ainda mais duro na cobrança de uma decisão sobre o caso envolvendo o atual ministro das Cidades.
"Não estou pedindo a demissão dele, até porque quem demite é quem nomeia, mas essa situação coloca a presidenta em um patamar de ter que cumprir literalmente o que fez antes. Ou seja, se for cumprir a regra, Aguinaldo terá que tocar com a banda dele em outro terreiro”, disse.


Ana de Holanda


Da Agência Brasil
Brasília – A polêmica sobre as suspeitas de monopólio envolvendo o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), que é o órgão responsável pela arrecadação e distribuição dos direitos autorais das músicas aos seus autores, deve ser tratada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e não pelo Ministério da Cultura. Foi que o afirmou hoje (21) a ministra da Cultura, Ana de Hollanda.
“[O que] existe é supervisão [do Ministério da Cultura sobre o Ecad]. Não há fiscalização.” Ana de Hollanda disse que uma proposta estabelecendo definições sobre a questão dos direitos autorais está na Casa Civil e não atende às demandas do Ecad. “Não estamos, inclusive, contemplando o Ecad como eles [do Ecad] gostariam”, disse ao participar de audiência pública na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados.
O Cade, instituição vinculada ao Ministério da Justiça, investiga o Ecad por suspeita de formação de cartel, caracterizando a existência de monopólio do setor. “O MinC [Ministério da Cultura] não tem uma relação direta com o Ecad. O ministério é responsável pelos direitos autorais e a gente propõe a cobrança unificada em todas as áreas. Não entendo [essa associação que alguns setores fazem dessa] relação do ministério com o Ecad. Mas existem setores que insistem em fazer essas acusações de má-fé”, disse a ministra.
Ana de Hollanda detalhou, na audiência, as prioridades do Ministério da Cultura para 2012. Ela mencionou os programas de fomento aos museus, ampliação e atualização de acervos, reforma do Teatro Brasileiro de Comédia em São Paulo, além de microprojetos na Bacia do Rio São Francisco – que pretende atender a mais de 500 cidades da região.
A ministra citou ainda os programas Mais Cultura, Mais Educação – que se destina a 8 mil escolas, envolvendo cerca de 3 mil professores e beneficiando 2 milhões de alunos –, de formação de agentes de leitura nas escolas do campo, de investimentos em cidades históricas, de construção de praças de esportes e cultura. Segundo ela, os investimentos em cultura no Brasil ultrapassam os 7% do Produto Interno Bruto (PIB).
O deputado Tiririca (PR-SP), que é comediante, elogiou a participação de Ana de Hollanda na comissão. Mas, segundo ele, os investimentos em cultura, educação e saúde no Brasil são insuficientes. Para o parlamentar, é fundamental aplicar mais em artes populares. “Foi muito bom a ministra ter vindo à comissão. Só esse gesto de ela de ter ido ao Congresso e ter aberto o diálogo foi muito bom e positivo”, disse.
“Eu acho que o Ministério da Cultura tem de trabalhar mais com as artes populares e valorizar mais o artista brasileiro. O dinheiro que tem hoje na cultura é muito pouco, assim como para educação e saúde”, completou Tiririca.
Edição: Lana Cristina

Fernando Pimentel





DIOGO ALCÂNTARA
Direto de Brasília
Um dia após a Comissão de Ética Pública da Presidência da República pedir mais explicações ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Fernando Pimentel, o governo minimizou o episódio. "(O episódio do ministro Pimentel é) muito tranquilo. De verdade, muito tranquilo. O Pimentel trabalhou, recebeu, está tudo certo", disse nesta terça-feira o ministro da Secretaria-Geral da Presidência Gilberto Carvalho, um dos principais interlocutores políticos da presidente Dilma Rousseff.
A comissão decidiu nesta segunda aprofundar mais as investigações contra Pimentel, após o voto de desempate do presidente do colegiado, Sepúlveda Pertence. O ministro terá um prazo de resposta de 10 dias e, na próxima reunião, marcada para o mês que vem, a Comissão decidirá se vai abrir processo contra ele.
Segundo denúncias, Pimentel teria se beneficiado ao prestar consultoria a uma empresa que foi contratada, posteriormente, pela prefeitura de Belo Horizonte (MG) - onde foi prefeito -, o que poderia configurar prática de improbidade e em enriquecimento ilícito.
A Comissão de Ética Pública da Presidência analisa mensalmente a conduta de funcionários públicos do alto escalão. Ela é pautada pela imprensa, mas pode decidir abrir investigações se provocada por alguma instituição, como partidos políticos. A funcionários públicos na ativa, ela pode aplicar advertências e sugerir ao presidente da República a demissão do investigado. Se o processo for concluído após o afastamento do investigado, a única sanção possível é a censura ética. Notícias Terra
Com informações de terra.com/agência brasil/ultimosegundo.ig.com
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Fernando Henrique com Lula

FHC visita Lula no Hospital Sírio Libanês

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, participou de parte da conversa, mas os dois ex-presidentes ficaram um bom tempo sozinhos

Thais Arbex
Fernando Henrique Cardoso visita Lula, internado no Hospital Sírio Libanês
Fernando Henrique Cardoso visita Lula, internado no Hospital Sírio Libanês  
(Ricardo Stuckert/Instituto Lula)
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso fez na manhã desta terça-feira uma visita ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para mais uma sessão de fonoaudiologia. O encontro durou cerca de 50 minutos. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, participou de parte da conversa, mas Lula e FHC ficaram um bom tempo sozinhos.
Essa foi a primeira visita de FHC a Lula desde que o petista começou o tratamento de combate a um câncer de laringe, diagnosticado em outubro do ano passado. FHC disse ao ex-presidente que ele está bem melhor do que ele imaginava. O tucano foi embora sem conversar com a imprensa.
Lula passará por novos exames nesta quarta-feira. O resultado mostrará a evolução do tratamento. A última avaliação detalhada realizado por Lula, em dezembro, apontou uma redução do tumor de 75%.

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Com informações de veja.com

Protesto:exilado tibetano ateou fogo ao corpo

Um exilado tibetano ateou fogo ao corpo nesta segunda-feira em Nova Délhi durante uma manifestação de protesto contra a visita que o presidente chinês, Hu Jintao, fará em breve à Índia.O homem, de 27 anos, identificado como Janphel Yeshi, colocou fogo no corpo em pleno centro da capital indiana, segundo fontes policiais


Fonte:notíciatodahora
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Formado em Direito aos 84 anos de idade

Ele coleciona três faculdades e também formações em escolas técnicas.
Em março deste ano ele realizou o desejo de tornar-se bacharel em Direito.

Lílian MarquesDo G1 BA
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Sr. Leur comemora com familiares e amigos na formatura de direito na Bahia (Foto: Leur Teixeira/ Arquivo Pessoal)Teixeira comemora com familiares e amigos na formatura de Direito (Foto: Leur Teixeira/ Arquivo Pessoal)
Ele já trabalhou como agricultor, como técnico em contabilidade, empreendedor na área de comércio, se formou em Administração e em Pedagogia, mas nunca desistiu do sonho de ser bacharel em Direito. Aos 84 anos, o baiano Leur Teixeira realizou esse desejo. No dia 10 de março deste ano ele se formou em Direito pela Faculdade Dom Pedro II, em Salvador.

A trajetória até aí foi longa e ele já tem outros projetos pela frente. "Agora vou cursar a pós-graduação em Direito Trabalhista, ganhei uma bolsa da faculdade e pretendo escrever dois livros: um sobre a minha vida e o outro sobre a violência em Salvador", afirma. 
Era um desejo meu cursar direito, sempre achei que tinha vocação para isso"
Leur Teixeira
Leur Teixeira nasceu em Ibirataia, no sudoeste da Bahia. Sétimo filho de 12 irmãos, foi somente aos 23 anos que ele cursou o antigo primário e aos 27 concluiu o segundo grau. Nesse período, ele aproveitou as oportunidades e fez dois cursos técnicos, um na área comercial e o outro em contabilidade.

“Sempre gostei muito de ler quando eu aprendi não existia escola pública, tinha que pagar um professor para ir em casa ensinar as crianças. Dos 6 aos 10 anos eu aprendi a ler, escrever e a fazer as quatro operações matemáticas em casa”, lembra.

Quando terminou o curso técnico em contabilidade, Teixeira foi morar no município de Itabuna, na região sul da Bahia, onde abriu um escritório. Aos 30 anos, ele veio para Salvador para trabalhar na área financeira de uma empresa e começou a estudar para realizar o grande sonho da sua vida. “Em 1960 fiz o vestibular pela primeira vez para Direito. Foi na Universidade Católica de Salvador (Ucsal), mas não passei”, afirma.

Outras tentativas
Cinco anos depois, ele tentou novamente, desta vez na Universidade Federal da Bahia (UFBA), mas também não foi aprovado. Em 1971, ainda estudando para passar na seleção para o curso de Direito, Teixeira resolveu cursar Administração na Ucsal. “Estava me preparando para fazer direito, vi um anúncio sobre o curso de Administração da Ucsal e passei em 22º lugar. Fiz o curso em seis anos porque conciliava com o trabalho”, relata. Em seguida, ele fez outro curso técnico, desta vez na área de segurança industrial.
A experiência acadêmica do atual bacharel em direito o levou para sala de aula em alguns cursos técnicos em Salvador, foi aí que ele percebeu a vocação para lecionar e resolveu fazer outra faculdade, a de Pedagogia. Com uma pós-graduação, ele se especializou na área dois anos depois de terminar o curso.

O curso de Direito não ficou de lado. Apaixonado pelas leis ele considera que ao longo dos anos a experiência nas diversas áreas em que estudou e trabalhou ajudou um pouco a entendê-las. “Era um desejo meu cursar Direito, sempre achei que tinha vocação para isso”, enfatiza.
A filha caçula de Sr. Leur, Rosemeire Teixeira, diz orgulhar-se da trajetória do pai na Bahia (Foto: Lílian Marques/ G1)A filha caçula de Teixeria, Rosemeire, se orgulha da
trajetória do pai (Foto: Lílian Marques/ G1)
Exemplo

Também incentivado pelas filhas, que já estudavam para fazer vestibular, em 2007 Teixeira fez um teste para cursar a Faculdade de Direito na instituição Dom Pedro II e foi aprovado. “Eu acho linda a história do meu pai porque ele nunca desistiu de fazer Direito”, orgulha-se a filha caçula, Rosemeire Borges Teixeira, 23 anos, estudante de Comunicação.
Funcionário da Empresa Baiana de Alimentos (Ebal) há 5 anos, Teixeira começou o trabalho no local como assessor técnico. Há dois anos, quando chegou o período de estagiar, ele pediu para trabalhar na área jurídica da Ebal e foi atendido. Muito querido na empresa, por onde passa o bacharel em Direito recebe elogios e é uma inspiração para quem está começando agora. “Acho ele um exemplo. Aos 84 anos se formar em Direito, é uma trajetória bonita”, diz o estudante do 9º semestre de Direito, Diego Trindade, que trabalha com o colega na assessoria jurídica da empresa.
O presidente da Ebal, Reub Celestino, afirma que mesmo depois de formado o funcionário, que agora se prepara para o teste da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), tem lugar garantido no setor jurídico da Ebal. “Ele vai começar uma nova vida como advogado na Ebal. Ele demonstra que a vida não é finita, que aos 84 anos pode-se recomeçar e que a vida é feita de princípios. Considero ele um dos exemplos maravilhosos de vida”, disse.

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segunda-feira, 26 de março de 2012

Nova Escola João de Moura em Bizarra, o Governo João Lira e a Educação Municipal




O prefeito do Bom Jardim, João Lira, inaugurou na manhã deste domingo 25 de março, o novo prédio da Escola João de Moura, no distrito de Bizarra. Centenas de lideranças comunitárias, funcionários comissionados, professores, pais e alunos participaram do evento festivo que também lembrou um ato político.

O secretário de educação, Luiz Albuquerque, destacou avanços da gestão e lembrou que no passado levou calote de  seis meses de salários, na época era professor municipal. João Lira agradeceu o apoio de todos da comunidade e de sua equipe.
 Lira já sente saudade do cargo de gestor municipal. Caso saia neste início de abril, tem uma avaliação que lhe confere nota sete, ou seja, boa administração.
O prefeito é visto como um grande realizador de obras dos últimos 20 anos, se comparado aos governos que lhes antecederam. Em terra de cego, quem tem um olho é Rei.



O grande problema de João Lira foi ter se revelado no poder um político que não atendeu bem as pessoas simples ( a massa) e pelo desprezo de muitos  companheiros que trabalharam por sua chegada ao poder municipal. Governou sozinho, sem participação popular, sem a grandeza de dividir o poder com aliados, assessores, instituições sociais, e pessoas comuns que poderiam contribuir honestamente com o desenvolvimento do município. Esqueceu o programa construído coletivamente. Político populista teve o apoio do governo do estado e governo federal. Soube usar ideias suas e de aliados para no poder  conquistar recursos públicos e fazer obras medianas...

Na Educação,  em Bizarra, deixou o alunado se evadir para Limoeiro. Isso também ocorreu em todas as fronteiras municipais. Bom Jardim sempre levou a pior. A fuga de alunos foi grande. Atenção ! Esse fenômeno teve início no final do governo Fabinho. Os derrotados nas eleições não realizaram as matrículas para o ano seguinte. Lamentavelmente, houve também  falhas consecutivas da equipe de João Lira, em não fazer esforços para recuperar esses alunos que haviam debandados das escolas municipais de Bom Jardim para Limoeiro, João Alfredo, Casinhas, Machados e Orobó.

 Outros fatores que contribuíram para o fraco desempenho educacional foi a falta de apoio ao professor, falta de capacitação de qualidade, falta de autonomia e oportunidades para educadores, todos profissionais da educação. Falta de estímulos, baixos salários, a permanência de gente que não tinha competência para assumir determinadas funções estratégicas na condução da educação municipal, sem ação, sem resultados. Gente que se acomodou com cargo, status, ilusão do poder. Gente que não ousou no fazer o novo, o diferente, que não pensou no futuro e nas futuras gerações. Faltou união e garra dos professores.Faltou apoio para os secretários ( Marineide e Luiz), faltou interação, diálogo entre todos os atores da educação. O medo e a repressão psicológica incorporada nas mentes dos professores desde as gestões  Rufinistas ainda é uma grande barreira ao desenvolvimento  da educação municipal.

 Uma cidade, um regime político, uma administração que tem os professores como inimigos não tem futuro, não é feliz. Foram 24 anos perdidos na construção de uma educação transformadora, conforme ensinamentos do Mestre Paulo Freire.

João Lira perdeu a oportunidade de ser lembrado como o melhor prefeito da história pela valorização da educação, pelo amor a sabedoria, pelo respeito as gerações futuras e pela relação generosa com os professores e alunos. Construir escolas novas é importante, embora, não salve a educação e muito menos uma gestão. Pode até salvar uma eleição.

É inegável que houveram esforços da atual gestão com relação a educação municipal. Poderia ter sido bem melhor. Então qual a nota para os prefeitos e suas atuações na educação municipal ?    Rufino: Nota 4,0.      Afrânio: Nota 2,0.   Fabinho Rufino: 2,0.    João Lira: Nota 5,5.


Fotos: Lúcio Cabral
Por: Professor Edgar Bom Jardim - PE

90 Anos do PCB


Professor Edgar Bom Jardim - PE

90 anos do PCB

Neste domingo, dia 25 de março, completou 90 anos de existência o Partido Comunista Brasileiro (PCB). O fato de uma organização política cobrir quase todo o século 20 e completar nove décadas de vida falando em renovação, certamente, não será um episódio digno de nota para a maioria dos jornalistas da chamada mídia tradicional. Para estes, cada dia mais o socialismo – bandeira dos comunistas – é assunto do passado; assim como o machado de bronze, foi para o museu da história junto com a ex-URSS. A pouco sedimentada base filosófica da maioria desses articulistas não lhes permite entender que esta não é uma questão de consciência, que se resolve no plano das ideias; não é uma questão puramente ideológica, como gostam de dizer, ainda que para desqualificar os seus propugnadores. 
Ainda no século 19, ilustres homens, diante daquelas transformações pelas quais passavam a Europa ocidental, que anunciavam o começo de uma nova era – a modernidade –, levaram as contradições que viam diante de seus olhos às últimas consequências. Viram que proprietários e não proprietários constituem uma antinomia. A existência de um é a condição de existência do outro, assim como a extinção do segundo pressupõe a supressão do primeiro. Proprietários e não proprietários, portanto, só existem mutuamente; só podem existir no interior de uma unidade na qual os dois polos da mesma se determinam reciprocamente. E esta formulação nada mais seria do que a explicação no campo da abstração de toda aquela desordem social reinante – camponeses expropriados de suas terras, trabalhadores adoentados em decorrência das brutais jornadas de trabalho às quais eram submetidos, desempregados, etc. O desenvolvimento desta contradição – isto é, da luta entre esses contrários, essencialmente com interesses opostos – iria, na opinião de alguns deles, desembocar num movimento que acabaria por revogar a contradição entre os dois polos – proprietários e não proprietários – ao revogar o direito de propriedade. A supressão dessa contradição concreta iria ser o solo sobre o qual uma nova sociedade – organizada agora estritamente para satisfazer as necessidades humanas de todos – poderia florescer. A essa sociedade em que não mais existiriam os que trabalham e os que vivem do trabalho alheio, Karl Marx e Friedrich Engels, chamaram de socialismo. 
É bem verdade que as tentativas de edificação desta sociedade, ao longo do século 20, foram assaz problemáticas. E as causas – e as explicações – são as mais diversas. Mas, por outro lado, este fato em si não revogou as condições por meio das quais a luta entre os dois polos separados pela propriedade se efetua. Mesmo que esta cesse por um tempo em um ponto, se agudize em outro, a condição de sua existência – isto é, a propriedade – continua a existir, e de modo até bastante dramático, haja vista a brutal concentração de riqueza vigente nos quatros cantos do planeta. A possibilidade da sua supressão, portanto, continua – em potencial – nas mãos dos não proprietários – o outro polo antinômico. Por mais que a pulverização destes nos dias de hoje tenha atingido níveis bastante elevados – e esta seria uma condição para a sua não identificação enquanto classe que compartilha de interesses comuns –, tal fato não o anula enquanto classe, enquanto não proprietários. O catador de latinha, o guardador de carro, o vendedor de cachorro-quente, o ambulante da praia ou o camelô da praça, todos estes, muitos dos quais exilados da economia formal para todo o sempre, constituem, junto com o trabalhador precário do mundo contemporâneo – o operador de telemarketing, o comerciário, bem como o operário da construção civil ou das docas –, os despojados de propriedade que têm como única opção para sobreviver sujeitar-se às condições que lhes são impostas pela condição de propriedade – como a informalidade e todo o seu perverso efeito, o desemprego, etc. 
Logo, bem diferente do que a realidade nos mostra, embora nem sempre de modo imediato, a contradição continua viva, e a palavra crise – que nada mais é do que a expressão mais condensada do conflito antinômico mencionado – volta e meia povoa o noticiário, sendo causa de muita dor de cabeça para os políticos – por exemplo – quando estes se veem compelidos a impor ajustes e têm que enfrentar a ira da população de não proprietários quase sempre sacrificada pelas chamadas medidas de austeridade. E é aqui – portanto – que reside a importância deste 25 de março. Como cérebro que precisa e intervém nessa realidade polarizada, com a consciente intenção de desenvolver a antítese vislumbrando no horizonte a supressão da sua existência, que o Partido Comunista Brasileiro precisa ser – neste dia – parabenizado, pela persistência de seus militantes, pela sua história (de erros e acertos, como reconheceu o seu secretário-geral no último programa de TV), que sempre foi e será – como anunciam entusiasticamente seus representantes – a da luta pelo socialismo, sendo este entendido não como um ideal demagógico (como também denunciou seu programa) mas como o terreno sobre o qual ao abolir-se a supremacia do interesse privado, e instaurar-se o reino onde impera exclusivamente a satisfação das necessidades humanas, não deixará apenas de existir a escassez, a miséria, a violência etc mas também tudo aquilo que é intrinsecamente ligado à propriedade – a inveja, a ambição, a usura etc. Estará dada, portanto, a partir do plano concreto, a condição para o surgimento de um novo homem, isto é, para a explicitação total da humanidade do homem com o cessar das desumanidades que carregavam em si o DNA da propriedade. 
 Rogério Castro é jornalista.
Fonte:Jornal do Brasil

Professor Edgar Bom Jardim - PE