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segunda-feira, 28 de maio de 2018

Como se produz a menstruação e por que algumas mulheres sentem mais dor que outras


O ciclo menstrual é um fenômeno tão natural quanto respirar ou digerir, e acontece uma vez por mês com mais da metade da população mundial.
Apesar disso, ao longo da história, inúmeros preconceitos, crenças e estigmas negativos foram gerados em torno da menstruação.
Um estudo do Unicef de 2015 mostrou que uma em cada três meninas do sul da Ásia não conhecia nada sobre a menstruação antes de ficar menstruada pela primeira vez, enquanto 48% das meninas do Irã e 10% das meninas na Índia acreditavam que a menstruação era uma doença.
A consequência principal dessa situação é que ainda hoje milhões de mulheres sofrem de vergonha e isolamento quando estão menstruadas.
É por isso que todo dia 28 de maio se celebra mundialmente o Dia Internacional da Higiene Menstrual, uma iniciativa da ONG alemã Wash United (Water, Sanitation and Hygiene, em inglês), com o objetivo de quebrar o silêncio em torno do tema.
Mas como se dá exatamente esse processo biológico?

O que é o ciclo menstrual

O primeiro passo para romper esse tabu é entender o que acontece no corpo da mulher a partir da puberdade - entre os 10 e os 14 anos- e até os 45-50 anos.
Biologicamente, o ciclo menstrual é o processo de expulsão de um óvulo não fecundado, que se conclui com uma hemorragia, também chamada de menstruação.
A duração do ciclo menstrual costuma ser de 28 dias e se divide em duas fases de duração similar, separadas entre si pela ovulação.
Adolescente con absorventeDireito de imagemISTOCK
Image captionBiologicamente, o ciclo menstrual é o processo de expulsão de um óvulo não fecundado

Quando começa?

A primeira fase, conhecida como fase folicular, dura uma ou duas semanas.
Durante esse período, um óvulo - célula femininas de reprodução-, cresce e amadurece dentro de um ovário.
Ao mesmo tempo, os ovários produzem hormônios que favorecem o desenvolvimento da camada que reveste o útero, chamada de endométrio.
Ao longo dos dias, o endométrio engrossa e fica rico em vasos sanguíneos, preparando-se para receber o óvulo no momento em que for liberado pelo ovário.
Quando o óvulo amadurece, no 14º dia do ciclo, aproximadamente, ele se separa do ovário - no processo de ovulação - e sai pela trompa de falópio até o útero.
Se o óvulo foi fecundado por um espermatozóide, ele será implantado no endométrio - e assim começará o processo da gravidez.
Se, por outro lado, não houver fecundação, o óvulo morre dois ou três dias depois de ter saído do ovário, sendo expulso na fase seguinte.
Mulher vendo um calendárioDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEstima-se que aproximadamente um terço das mulheres sofram com dores muito intensas durante a menstruação.

Por que as mulheres sangram?

No período que vai do dia 14 ao 28, conhecido como a fase lútea, o endométrio aumenta seu espessura ainda mais, e aumentam o número e o tamanho dos vasos sanguíneos que o nutrem. Até o dia 25 do ciclo, a produção de hormônios por parte dos ovários começa a diminuir.
O útero fica incapaz de manter por si só o sustento de sua camada interna, já bastante grossa e cheia de vasos sanguíneos.
É então que ocorre a hemorragia, que dura de três a sete dias e é composta por células do endométrio e pelo sangue em suas pequenas artérias e veias.
Assim se produz o fluxo menstrual - e o começo de um novo ciclo.

Por que algumas mulheres sentem dor?

É comum que muitas mulheres sofram de mal-estar durante a menstruação, embora sua intensidade varie de pessoa para pessoa.
Estima-se que aproximadamente um terço das mulheres sofram dores muito intensas durante a menstruação.
As cólicas, dor de cabeça ou dores nas costas, sensação de náusea ou mal-estar geral são os sintomas mais comuns e costumam durar cerca de 24 horas.
Embora não haja nenhuma teoria que explique de forma exaustiva quais são as causas da dismenorreia, é possível identificar dois tipos distintos de cólica.
Mujer con dolorDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA dismenorreia secundária causa dores mais intenesas e podem esconder alteraçõe no corpo

Cólica mais comum

O tipo mais comum de dor menstrual é a dismenorreia primária, outro nome para cólica menstrual. Sua causa principal é o excesso de prostaglandinas no útero, substâncias químicas que fazem os músculos uterinos se contraírem e relaxarem, provocando cólica, para expulsar o endométrio durante a menstruação.
A dor pode começar um ou dois dias antes do ciclo menstrual e, normalmente costuma durar poucos dias, embora em algumas mulheres possa se alongar por mais tempo.

Cólica mais intensa

Já a dismenorreia secundária causa dores mais intensas. Suas causas podem ser explicadas por alterações como a endometriose, os miomas uterinos, os cistos de ovário e infecções, entre outros.
Esse tipo de dismenorreia comumente começa mais tarde na vida e tem caráter hereditário.
BBC.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 19 de maio de 2018

Anvisa deve apresentar relatório propondo que alimentos industrializados tenham na embalagem sinal de alerta sobre sódio e açúcar


Na hora de fazer compras no supermercado e escolher qual alimento levar, poderá fazer diferença a presença um símbolo que indica a presença de alto teor de açúcares adicionados, gordura saturada e sódio. A inclusão desse sinal é uma das recomendações de um relatório preliminar elaborado pela equipe técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que avalia mudanças nas regras de rotulagem dos alimentos.

O documento, ao qual a reportagem teve acesso, deve ser apresentado e discutido em reunião da diretoria nesta segunda-feira (21). Em seguida, segue para consulta pública.
Elaborado após revisão de estudos nacionais e internacionais e da análise de modelos sugeridos à agência e adotados em outros países, o texto dá força a propostas que incluem símbolos e mensagens de alerta para a alta quantidade de substâncias críticas se consumidas em excesso.

Segundo o relatório, a melhor opção é adotar, na frente da embalagem, o chamado semi-interpretativo, em que o consumidor pode ser informado sobre a composição do alimento, mas ao mesmo tempo pode manter a autonomia de decidir se quer comprá-lo ou não. Esse tipo de rotulagem, segundo a agência, tem tido melhor avaliação de custo-benefício em outros países. 

Hoje esse tipo de alerta no rótulo de alimentos industrializados já é adotado ou é alvo de análise em alguns países, como Canadá e Israel. No Brasil, propostas similares também foram sugeridas à Anvisa por algumas entidades, caso do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), Opas (Organização Panamericana de Saúde) e Caisan (Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional), entre outros.

O objetivo é ajudar o consumidor a ter informações mais claras sobre o que está presente em cada alimento e, assim, escolher produtos mais saudáveis. Apesar de recomendar a adoção de modelo de alertas para o 'alto teor' de gordura, açúcar e sódio, o documento frisa, porém, que as evidências disponíveis ainda "não permitem concluir sobre o formato mais apropriado para facilitar o uso da informação pelo consumidor brasileiro".

Alguns modelos de design do alerta, no entanto, são apresentados no documento como opções a serem analisadas. Entre elas, estão octógonos, triângulos, círculos e retângulos com lupa – todos com avisos da alta quantidade das substâncias. O relatório, porém, não descarta novas análises sobre outros modelos sugeridos à Anvisa, caso do "semáforo nutricional", modelo sugerido pela indústria e que usa as cores verde, amarela e vermelha junto com dados sobre a quantidade de açúcares, gordura e sódio.

O texto ressalta que, em revisão de estudos, modelos de alerta levaram a melhor. É a estratégia adotada pelo Chile, onde produtos como salgadinhos têm um triângulo preto para indicar que é uma opção pouco saudável. No país, mascotes e brindes em doces foram proibidos.
Fonte:Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 15 de maio de 2018

Saúde:Novo remédio pode ser capaz de curar o resfriado

O vírus do resfriadoDireito de imagemSCIENCE PHOTO LIBRARY
Image captionCientististas do Reino Unido acreditam ter encontrado uma maneira de combater o vírus do resfriado.
Cientististas do Reino Unido acreditam ter encontrado uma maneira de combater o resfriado.
Em vez de atacar os vírus em si – que têm centenas de variações e estão em constante mutação – o novo tratamento tem como alvo o hospedeiro infectado.
O tratamento bloqueia uma proteina nas células do corpo que os vírus normalmente sequestram e usam para se auto-replicar e se espalhar.
Isso deve ser capaz de imobilizar qualquer vírus se o tratamento for ministrado logo no começo da infecção, de acordo com estudos feitos em laboratório. Testes em humanos devem começar em cerca de dois anos.
Os pesquisadores do Imperial College, em Londres, trabalham na criação de um novo formato para que o remédio possa ser inalado, o que reduziria a chance de efeitos colaterais.
Em laboratório, a substância foi aplicada em células pulmonares e fez efeito em minutos, bloqueando uma enzima chamada NMT.
mulher tossindoDireito de imagemSCIENCE PHOTO LIBRARY
Image captionAlvo da medicação deixa de ser o vírus diretamente e passa a ser uma enzima que permite sua replicação
Todas as cepas dos vírus que causam o resfriado precisam dessa enzima para produzir novas cópias.
"A ideia é que podemos tratar alguém logo que a pessoa é infectada e isso impediria o vírus de se replicar e se espalhar", explica Ed Tate, o professor de bioquímica do Imperial College e uns dos cientistas responsáveis pela pequisa.
"Mesmo que o resfriado já esteja em curso, o remédio pode ajudar a diminuir os sintomas", explica. "Isso poderia ser muito útil para pessoas com doenças crônicas, como asma e fibrose cística, por exemplo, que podem ficar realmente doentes quando pegam um resfriado."
Tate afirma que focar no usuário é uma abordagem "um pouco radical", mas que faz sentido, porque atacar o vírus é muito difícil.
Os vírus que causam o resfriado são muitos e muito diversos entre si. Além disso, estão em constante mutação e evolução, podendo desenvolver resistência a remédios muito rapidamente.
Os testes em laboratório bloquearam completamente diversas cepas de vírus do resfriado sem causar mal às celulas humanas. No entanto, testes mais aprofundados são necessários para comprovar que o tratamento não é tóxico ao corpo.
"Esse estudo é muito promissor, embora tenha sido feito integralmente in vitro – usando células para imitar uma infecção por rinovirus", diz o cientista Peter Barlow, da Sociedade Britânica para Imunologia.

Combatendo o resfriado

O resfriado se espalha rapidamente de pessoa para pessoa, já que os vírus que causam a doença podem permanecer em mãos e superfícies por até 24 horas.
Analgésicos e anti-inflamatórios podem ajudar a combater os sintomas, mas atualmente não há nada que consiga combater a infecção.
É possível se contaminar inalando pequenas gotas de fluído que contenha o vírus e que são espalhadas no ar quando uma pessoa infectada tosse ou espirra. Também é possível ficar doente após tocar uma superfície contaminada e depois levar a mão à boca, aos olhos ou ao nariz.
Os sintomas – nariz entupido, espirros, garganta inflamada – começam rápido e atingem um pico depois de cerca de dois dias. A maioria dos infectados melhora depois de cerca de uma semana, mas pessoas com outros problemas de saúde podem ficar doentes por mais tempo.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 5 de maio de 2018

Vida:para que existem o sexo e os sexos? Um dos maiores e mais complicados mistérios da biologia


Homens e mulheresDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionReprodução humana tem deficiências: "Em termos evolucionistas, a forma de ser bem-sucedido é passar seus genes a outras gerações. Quando pensamos em reprodução sexual, o que estamos fazendo é passando a metade de nossos genes a nossos filhos, que terão a outra metade composta de genes de outra pessoa. É um grande esforço, e (ainda assim) parecia algo ineficiente"
Um parceiro conhece o outro, eles se cortejam e procriam. Mas por que temos apenas dois sexos na natureza? E para que exatamente eles existem?
Esse, que é um dos maiores mistérios da biologia, foi o tema de uma investigação do geneticista Adam Rutherford e da matemática Hannah Fry, apresentadores do programa The Curious Cases of Rutheford and Fry, da BBC Radio 4.
E, analisando o intrincado e curioso mundo da sexualidade animal, eles descobriram que nem sempre são necessários dois parceiros para se gerar descendentes.

Autonomia sexual

Alguns animais podem se reproduzir sem necessidade de formar um casal e acasalar, como é o caso das minúsculas criaturas chamadas Bdelloidea, uma classe de rotíferos que vive em qualquer lugar onde haja água e que só pode ser vista com microscópios.
Rotíferos flosculariaDireito de imagemISTOCK/GETYY IMAGES
Image captionRotíferos se reproduzem assexuadamente, mas com isso geram descendentes com os mesmos problemas genéticos que eles
Essa espécie não tem machos, e as fêmeas se encarregam da reprodução com suas próprias células sexuais não fecundadas.
Há também o caso de Ganas, um dragão de Komodo que é uma das principais atrações do Zoológico de Londres.
"Ele não tem pai, foi gerado só por uma mãe", explica Chris Michaels, herpetólogo do zoo. A mãe de Ganas o concebeu de forma espontânea.
Esse processo é conhecido como parentogênese, ou literalmente: um "parto virginal". É algo que ocorre muito raramente e só produz crias masculinas.
Os dragões de Komodo estão entre os poucos vertebrados que podem chegar a se reproduzir através da parentogênse.

Uma perspectiva matemática

E isso vale a pena, no sentido evolutivo? Sob essa ótica, qual seria o modelo de procriar mais "eficiente"? A partir dos anos 1970, essas perguntas relacionadas ao sexo ganharam uma abordagem matemática, diz Fry.
Desenho de comunidades humanasDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionEficiência e ineficiência é parte da lógica evolutiva
"O grande geneticista e biólogo britânico John Maynard-Smith aplicou a Teoria dos Jogos à evolução e concluiu que a existência dos homens simplesmente não faz sentido. Procriar homens provoca o desperdício de 50% dos recursos de uma criatura viva, porque (a maioria delas) não consegue produzir descendentes (por si só)", explica.
A geneticista Aoife McLysaght, especialista nessa questão pelo Trinity College (Irlanda), argumenta que, embora haja tantos organismos que praticam sexo e se reproduzam, o relacionamento sexual é um dos grandes enigmas da biologia e da evolução.
"Em termos evolucionistas, a forma de ser bem-sucedido é passar seus genes a outras gerações. Quando pensamos em reprodução sexual, o que estamos fazendo é passando a metade de nossos genes a nossos filhos, que terão a outra metade composta de genes de outra pessoa. É um grande esforço, e (ainda assim) parecia algo ineficiente", diz McLysaght.
Ainda não há uma resposta conclusiva para isso, mas sim algumas pistas, diz Rutherford. Para entendê-las, precisamos conhecer melhor a reprodução assexuada, ou sem sexo.

O que nos ensina um pequeno organismo

Chris Wilson, pesquisador do Imperial College, no Reino Unido, é um especialista em criaturas diminutas como a Bdelloidea.
Em sua reprodução assexuada, elas criam "filhotes" femininas que são cópias exatas de si mesmas.
"Isso é duplamente mais eficiente do que produzir machos e fêmeas, porque você dispensa o gasto energético depositado na geração de machos e tem uma taxa de 100% (de eficiência) no uso da energia para criar fêmeas, que por sua vez botarão mais ovos. Assim, quando toda a população é capaz de botar ovos, ela é mais eficiente do que quando gera machos incapazes de fazê-lo", explica Wilson à BBC.
ZebrasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA diferenciação entre os dois sexos é chave para a reprodução de muitas espécies
Mas essas criaturas assexuadas têm suas próprias ineficiências com as quais lidar quando se trata de crescer e se reproduzir, diz o especialista.
Como não há mistura genética na procriação, "todos (os membros da comunidade de Bdelloidea) têm as mesmas vulnerabilidades, sobretudo quanto a doenças", explica Wilson.
"Se um espécime é infectado por um fungo, por exemplo, facilmente vai transmitir isso a todas as suas filhas, irmãs e parentes fêmeas porque todas são geneticamente iguais. Formam-se epidemias muito rapidamente e estas podem afetar a todos os rotíferos dessa combinação genética."
Eis então um problema fundamental da reprodução assexuada: a menor variedade genética acaba sendo um calcanhar de Aquiles.
No caso desses rotíferos, uma forma de driblar isso é pela desidratação total. "Quando a população (de Bdelloidea) fica totalmente afetada por fungos, consegue perder toda a água de seu corpo (...) e mover-se para uma nova área hidratada e voltar à vida - e o fungo não consegue segui-la", diz Wilson.
Os cerca de 50 milhões de anos de existência das Bdelloidea mostram que essa tática tem funcionado para elas, mas a maioria das criaturas assexuadas são relativamente mais recentes e não duram muito, adverte Rutheford. O motivo disso? Justamente sua vulnerabilidade a doenças.

A vantagem de ter dois sexos

É neste ponto que começamos a entender os benefícios biológicos da existência do sexo masculino.
Mulher com imagem repetidaDireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionClonar e copiar a genética de um espécime, com suas fortalezas e fraquezas
Se você pudesse se clonar neste exato momento, teria uma população resultante geneticamente idêntica a você, diz McLysaght.
"Todos os membros (dessa população) são igualmente fortes mas também igualmente frágeis. Qualquer debilidade que um tenha, os demais também a terão."
"Algo que já sabemos sobre a forma como o DNA muda é que cada um de nós temos cerca de 60 mutações (genéticas) totalmente novas, que não foram herdadas de nossos pais. (...) Quando falamos de reprodução sexual, falamos de combinar o DNA de dois indivíduos diferentes. Como não se trata de 100% de DNA (de nenhum deles), há a probabilidade de unir dois genes bons e até mesmo gerar melhoras em relação ao passado e deixar males (genéticos) de fora dessa combinação", agrega a cientista.
Sendo assim, unindo genes tendemos a nos tornar mais resistentes a parasitas e doenças e aumentamos a probabilidade de melhorar nossa genética.

Por que há dois, e não três sexos?

No mundo animal, há espécies que têm simultaneamente partes do corpo masculinas e femininas, como vermes, lesmas, estrelas-do-mar e mais de 20 famílias de pequenos peixes. Trata-se do hermafroditismo, que permite a geração de gametos masculinos e femininos.
DNADireito de imagemISTOCK/GETTY IMAGES
Image captionNosso DNA é uma mistura genética, mas também traz mutações completamente novas
Há, ainda, o caso de fungos, por exemplo, que têm dificuldades em encontrar pares compatíveis para acasalar. E os biólogos descobriram que eles aumentaram o número de seus sexos (que os especialistas chamam de "tipos de acasalamento", sem a associação típica que fazemos com fêmeas e machos) para a casa das centenas, de forma a elevar a chance de se reproduzir e propagar seus genes.
Mas esse é um caso único, o que leva à pergunta: por que na maioria avassaladora da natureza não temos mais de dois sexos?
Quem responde é Wilson.
"O problema é que, como já existem dois sexos, é muito difícil para um terceiro sexo aparecer e prosperar. Se surgisse um sexo intermediário, com quem ele iria acasalar? Já há machos e fêmeas, cada um com seus mecanismos específicos de adaptação para maximizar seu sucesso (na relação) com o outro. Havendo um terceiro sexo, ele teria dificuldades em encontrar parceiros", diz o pesquisador do Imperial College.
E uma das razões pelas quais nós humanos e outros animais complexos gravitamos para a dualidade dos sexos é a dimensão complementar dos nossos gametos, ou células reprodutivas - os óvulos (que são as maiores células humanas) e os espermatozoides (as menores), prossegue Wilson.
O esperma e o óvulo proporcionam diferentes imperativos biológicos para os machos e as fêmeas: os espermatozoides são rápidos e pequenos, enquanto os óvulos são grandes e estáveis. "São como chave e cadeado, não requerem peças adicionais", agrega Rutheford.
Ou seja, não sabemos ao certo por que evoluímos para termos dois sexos, mas, uma vez que essa evolução ocorreu, ficou muito difícil sobrar espaço para terceiros sexos.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE