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sexta-feira, 21 de julho de 2017

Bigode de Dalí preservado


exumação do corpo de Salvador Dalí para um teste de paternidade, realizada nesta quinta-feira, revelou que uma marca registrada do pintor continua intacta 28 anos depois de sua morte. Narcís Bardalet, um dos peritos que trabalharam no procedimento, que durou mais de três horas, afirmou que o famoso bigode de Dalí, ornamento no rosto do catalão, segue inteiro — e curvado, como sempre foi.
“O bigode de Dalí continua intacto, como um relógio marcando 10 horas e 10 minutos, do jeito que ele gostava. É um milagre”, afirmou Bardalet para a rádio catalã RAC1.
Fonte:Veja.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Após plebiscito informal da oposição contra o governo Maduro, o que muda na crise política na Venezuela?


AcadêmicosDireito de imagemREUTERS
Image captionReitores de universidades da Venezuela falam ao público após o plebiscito convocado pela oposição

Mais de sete milhões de pessoas aderiram neste domingo à consulta popular organizada pela oposição na Venezuela num sinal de contínuo desgaste do governo de Nicolás Maduro.
O plebiscito informal consultou a população, entre outras questões, sobre a iniciativa de Maduro de convocar uma Assembleia Constituinte para reformar a Constituição venezuelana.
Ao todo, 98% rejeitaram a proposta do governo e apoiaram a antecipação de eleições diretas para presidente, que oficialmente está prevista para 2019. Apenas pouco mais de um terço dos eleitores registrados votaram na consulta.
A Venezuela enfrenta uma grave crise econômica, que se intensificou com a queda do preço do petróleo, responsável por 95% das receitas de exportação do país e usado para financiar os programas sociais do governo.

Apoiadores de MaduroDireito de imagemFEDERICO PARRA/AFP/GETTY IMAGES
Image captionApoiadores de Nicolás Maduro aderem à simulação da votação da Constituinte, cuja eleição oficial está prevista para o dia 30

Corte de gastos e desabastecimento de alimentos e remédios têm levado Maduro a perder apoio, embora o país esteja polarizado entre oposição e seus partidários.
Segundo os organizadores do plebiscito, 6.492.381 pessoas votaram no país e outras 693.789 em centros de votação no exterior. Entretanto, a votação não tem peso legal.
Quase 15 milhões de pessoas votaram na Venezuela nas últimas eleições presidenciais, sendo que mais da metade apoiou Maduro.

PlebiscitoDireito de imagemREUTERS
Image captionPartidários da oposição se reúnem durante plesbiscito não oficial contra o governo Maduro
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As três perguntas da consulta popular

  • Se rejeita e ignora a realização de uma Constituinte proposta sem a aprovação prévia do povo da Venezuela.
  • Se quer que a Força Nacional Boliavariana odedeça e defenda a Constituição de 1999 e respalde as decisões da Assembleia Nacional.
  • Se aprova a renovação dos poderes públicos, como a realização de eleições libres e a formação de um governo de união nacional.

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CaprilesDireito de imagemEPA
Image captionLider da oposição Henrique Capriles exigiu ao governo que cancele a Assembleia Constituinte

Após a meta alcançada, a oposição garante que a pressão contra o governo entra agora numa nova etapa. "Com esta contundente manifestação pacífica, constitucional e democrática, o que Maduro deveria fazer é cancelar a Constituinte nas próximas horas", afirmou o líder da oposição, Henrique Capriles, no domingo.
Enquanto isso, as declarações do governo mostram que ele não reconhece a demonstração popular. O deputado governista Héctor Rodríguez classificou de "fracasso" o plebiscito. O ministro da Informação, Ernesto Villegas, a chamou de "pesquisa de opinião"; e o presidente Maduro, de "consulta interna".
Como as tentativas de negociações parecem pouco realistas, a oposição planeja ativar a chamada "hora zero", ou seja, a fase decisiva de protestos contra o governo Maduro. Ainda não está claro o que isso representa na prática e mais detalhes devem ser divulgados em anúncios nesta segunda-feira.
Nos últimos três meses, no entanto, quase cem pessoas morreram em protestos, que podem se tornar mais violentos a partir de agora.
A vítima mais recente morreu neste domingo: uma mulher foi atingida num local de votação supostamente por disparos de motociclistas que a oposição qualifica como "paramilitares do governo", embora a polícia não tenha confirmado a informação.

Lilian TintoriDireito de imagemEPA
Image captionLilian Tintori, mulher do líder da oposição Leopoldo López, vota em Caracas

"É de se esperar uma escalada de conflito político no nível mais alto dos últimos 18 anos: a hora zero", afirmou na televisão na noite deste domingo Edgard Gutiérrez, pesquisador e consultor político próximo à oposição.
"A hora zero não é fácil e poderia provocar a radicalização do lado oficial. Serão dias difíceis", acrescentou Gutiérrez, sem dar mais detalhes.
"A hora zero é a rua defendendo um mandato popular, defendendo a vontade soberana, que é do povo", disse o deputado Olivares, sem precisar qual é a diferença dos atuais protestos que ocorrem desde o final de março, depois que duas sentenças do Tribunal Supremo de Justiça retiraram os poderes da Assembleia Nacional, o parlamento, de maioria da oposição.

Em MaracaiboDireito de imagemEPA
Image captionPartidários da oposição contra o governo

Desde as últimas eleições presidenciais não há na Venezuela um processo eleitoral: o Comitê Nacional Eleitoral (CNE) suspendeu o referendo para revogar o mandato de Maduro no ano passado. As eleições regionais, que deveriam ter sido realizadas em dezembro de 2016, foram suspensas até o próximo mês de dezembro.

Mais pressão

"Parte do que vem agora é aumentar a pressão nas ruas, além da institucional e internacional", afirmou Miguel Pizarro, um dos jovens líderes da oposição que vem ganhando popularidade.
A oposição enxerga na reforma da Constituinte uma estratégia de Maduro para aumentar seu poder, uma vez que ela poderia dissolver a atual composição da Assembleia Nacional, de maioria opositora, para colocar partidários do governo.
No mesmo dia, apoiadores do governo aderiram à simulação da votação da Constituinte, proposta pelo presidente Maduro, que deverá ser realizada oficialmente no dia 30 de julho.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 12 de julho de 2017

'As crianças estão vivendo como ratos'







Imagens de Mossul após retomada da cidade das mãos do Estado Islâmico revelam alto custo humano

"Trabalhei em áreas de conflito durante 25 anos, na Bósnia, Kosovo, Chechênia e nunca me deparei com algo tão devastador quanto aqui. Ou pior."
É assim que Sally Becker, diretora da ONG britânica Road to Peace, descreve sua experiência na cidade iraquiana de Mossul, especialmente em referência à situação das crianças.
Mossul, a segunda maior cidade do Iraque, foi liberada há poucos dias do domínio dos combatentes do autodeclarado Estado Islâmico (EI).
Por mais de três anos, a cidade esteve sob controle do grupo extremista.


Escombros da Cidade Velha de MossulDireito de imagemAFP
Image captionOfensiva para retomar controle de Mossul durou nove meses e deixou rastro de destruição

A vitória foi anunciada pelo primeiro-ministro do Iraque, Haider al Abadi, na última segunda-feira. Mas, por trás das comemorações, há uma enorme crise humanitária que começa a ser revelada.
"É a pior batalha que vi, a pior devastação e o pior estado humanitário, porque estão sozinhos e doentes", diz à BBC Sally Becker, que esteve durante os últimos meses em Mossul.
"Estão traumatizadas. Estão sofrendo os efeitos de viver sem comida e água; estão vivendo como ratos", acrescenta ela, em alusão às crianças que encontrou na cidade iraquiana.


Menina ferida em MossulDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSituação humanitária em Mossul começa a se revelar após expulsão do Estado Islâmico

'Traumatizados'

Do minarete da Grande Mesquita de Al Nuri, hoje reduzido a ruínas, o líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi proclamou, em junho de 2014, a instauração de um califado nos territórios do Iraque e da Síria.
A cidade de Mossul tornou-se o bastião do EI no Iraque, onde o grupo impôs um rígido código a todos os seus habitantes de acordo com sua visão da lei islâmica.
Antes da chegada do grupo extremista, viviam ali cerca de 2 milhões de pessoas, mas milhares morreram desde então e outras 920 mil ficaram desabrigadas.


Mulher com filha ferida em MossulDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMilhares de crianças sofrem com destruição em Mossul

Nos últimos nove meses, as forças iraquianas realizaram uma grande ofensiva com apoio de militantes curdos e de uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, até que conseguiram recuperar o controle de Mossul.
"Viveram três anos sob o controle do EI e isso se reflete em seus rostos, em seus olhos, em suas roupas, na maneira como andam, em tudo", enumera Becker.
Desde março deste ano, funcionários da ONG instalaram centros médicos temporários para tentar aliviar o sofrimento de milhares de pessoas, mas os esforços não bastaram.
"Eles têm sofrido tanto que nem sentem mais. Estão tão traumatizados que já não pensam, seguem adiante com o olhar perdido. É entristecedor", avalia Becker.
"Já tive crianças em ambulâncias enquanto suas mães gritavam na parte de trás com suas pernas baleadas", completa.
Mais de 920 mil pessoas tiveram que fugir de Mossul em meio aos confrontos entre o Estado Islâmico e as forças iraquianas.
"As crianças sofrem de desnutrição na etapa mais importante para seu futuro", diz Becker.


Criança em MossulDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionMais de 920 mil pessoas fugiram de Mossul em meio a confrontos entre o Estado Islâmico e as forças iraquianas

Liberação

Enquanto Mossul era liberada, ainda se escutavam disparos.
Tratava-se dos "últimos focos de resistência" do EI na cidade, segundo afirmou à BBC o coronel iraquiano Jabbar Abad.
As tropas de Abad estavam ajudando civis, em sua maioria mulheres e crianças, a escapar até um local seguro.
"Eles tinham o olhar perdido", recorda Beale.
"As crianças nem sequer se moveram quando ouviram os disparos. Uma mulher mais velha estava tão ausente que apenas podia caminhar. Alguns dos bebês que elas carregavam pareciam não ter vida", acrescenta.


Mulheres e crianças em MossulDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionRetomada de controle de Mossul foi anunciada na última segunda-feira

'Situação extrema'

Foi há algumas semanas, contudo, que Sally Becker e sua equipe passaram por uma situação extrema, quando tentavam ajudar civis em Mossul.
Ela diz que os dez dias antes da liberação da cidade "foram horríveis" pelo medo de franco-atiradores, carros-bomba, suicidas e até os ataques químicos.
"Mas isso não foi nada comparado com o que eles têm vivido durante meses e anos", assinala.
Os feridos estavam presos nas zonas da cidade velha de Mossul nas quais ninguém, nem os militares, queriam entrar.
Em determinada ocasião, Becker decidiu se aventurar em uma dessas áreas: "Não podia acreditar no que via", diz.
"O lugar inteiro estava destruído. E entre os escombros havia pessoas feridas", lembra.
A ofensiva para recuperar Mossul durou nove meses, o que causou danos significativos à histórica cidade do Iraque.
No caminho, Becker e sua equipe encontraram 12 meninos feridos, dos quais seis conseguiram levar ao centro de cuidados instalado em uma zona segura de Mossul.


Centro médicoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCentros médicos temporários foram montados em Mossul para prestar primeiros socorros

E, apesar do grande risco, decidiram voltar e resgatar as outras crianças.
O EI pode ter sido expulso de Mossul, mas o panorama na cidade continua desolador.
Segundo a ONU, 5 mil casas estão danificadas e 490 destruídas.
Entre os escombros, equipes de resgate buscam cadáveres; o calor de até 45 graus durante o dia "aumenta o cheiro dos corpos em decomposição", dizem relatos locais.


Celebración de las fuerzas iraquíes en MosulDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionOfensiva para recuperar Mossul, com tropas iraquianas, curdas e apoio dos EUA, durou nove meses

A coordenadora humanitária da ONU no Iraque, Lise Grande, diz ser um "alívio" que a batalha por Mossul tenha terminado, "mas a crise humanitária ainda não cessou".
"Muitas pessoas que fugiram perderam tudo. Precisam de abrigo, comida, cuidados médicos, água e equipes de emergência. Os níveis de trauma que estamos vivendo são os mais altos. O que as pessoas vêm passando é quase inimaginável", conclui.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Quem é a poderosa mulher inteiramente tatuada que viveu há 1700 anos no Peru e teve rosto recriado



Reconstrução da Senhora do CaoDireito de imagemREUTERS
Image captionAcredita-se que a Senhora do Cao tenha sido uma líder religiosa ou política da civilização moche

Seus restos mortais foram encontrados há 12 anos em meio às ruínas de uma pirâmide de ladrilhos de barro no norte do Peru.
Agora, pesquisadores revelaram, pela primeira vez, como era o rosto da mulher que obrigou historiadores a reformular o conhecimento sobre as estruturas de poder de uma antiga civilização local.
Até ela ser descoberta, os especialistas acreditavam que só homens haviam desfrutado de posições de poder na cultura moche, na era pré-colombiana, entre 100 e 700 d.C., que floresceu no vale de Chicama, no noroeste do Peru, séculos antes do incas.
Mas, a julgar pela tumba da Senhora do Cao, como a múmia é conhecida, ela foi uma mulher de grande poder e status social.
Seu corpo mumificado foi encontrado envolto em panos, ao lado de uma coroa e rodeado por objetos de ouro e cobre - e por armas, inclusive de guerra - na pirâmide de Huaca Cao Viejo, próximo à cidade de Trujillo.
Seus pés, pernas e rosto estavam cobertos com tatuagens de serpentes, aranhas, formas geométricas e desenhos abstratos.
É possível que ela tenha sido a mulher de um governante, mas a riqueza e os itens presentes em seu jazigo levaram os arqueólogos a crer que ela tenha sido uma líder religiosa ou política.


Múmia da Senhora do CaoDireito de imagemREUTERS
Image captionMúmia foi descoberta há 12 anos em meio às ruínas de uma pirâmide no norte do país

Uma autópsia revelou que a Senhora do Cao tinha entre 20 e 30 anos de idade quando morreu, há 1.700 anos, provavelmente por causa de complicações no parto.
Seus traços faciais agora podem ser apreciados graças à uma análise com lasers de sua estrutura cranial e dos seus restos mortais.
Os dados da análise foram colocados em um computador forense para revelar as características da cabeça e do rosto. Para "preencher as lacunas" e determinar as cores da pele, dos olhos e dos cabelos, os especialistas usaram fotos de mulheres que hoje vivem na mesma região.
Por fim, uma reprodução foi confeccionada em fibra de vidro com o auxílio da tecnologia de impressão 3D.
O ministro da Cultura do Peru, Salvador de Solar, disse que a equipe de pesquisa identificou na mulher um rosto oval e maçãs faciais elevadas, características presentes ainda hoje em muitos cidadãos do país.
"Agora, uma combinação rara de passado e futuro nos permite ver como era o rosto dessa líder política, religiosa ou cultural de nossa história", disse Solar.
Fonte:BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE