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sábado, 29 de janeiro de 2022

Memória Fotográfica do Rio Tracunhaém


Imagem Edgar S Santos - Museu de Bom Jardim



Rio Tracunhaém necessita de limpeza, obras de saneamento, contenção e regulação de enchentes. Chuvas de grandes proporções ocorrem em muitas cidades nordestinas neste mês de janeiro de 2022.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

A cidade que pegou fogo em apenas 15 minutos no mesmo dia em que o Canadá registrou quase 50°C





Fumaça em Lytton, no oeste do Canadá, no dia seguinte a incêndio que consumiu quase toda a cidade, em 30 de junho de 2021

CRÉDITO,REUTERS

Legenda da foto,

Fumaça em Lytton, no oeste do Canadá, no dia seguinte a incêndio que consumiu quase toda a cidade, em 30 de junho de 2021

Bastaram 15 minutos para que Lytton pegasse fogo por completo.

Era o final do mês de junho, verão no hemisfério Norte, e a pequena comunidade no Estado da Colúmbia Britânica já estava no noticiário de todo o país, por registrar a temperatura mais alta já vista no Canadá: 49,6°C.

A moradora Meriel Barber lembra como o clima estava "quente demais para se descrever".

"Eu comecei a levantar da cama às 4h da manhã para fazer coisas fora de casa, porque era impossível fazê-las no meio do dia", ela conta.

Muita gente evitava sair às ruas por causa do calor, e Lytton ficou ainda mais calma do que se costume.


Apenas 250 pessoas moram na pequena vila, e as reservas indígenas ao seu redor abrigavam mais mil moradores. A pitoresca comunidade é localizada a 260 km ao noroeste de Vancouver, no ponto de encontro de dois rios, o Thompson e o Fraser.

Moradores descrevem o local como uma comunidade de laços próximos, imersa na história indígena. Era um lugar onde "todo mundo conhece todo mundo", nas palavras de um deles.

Barber se mudara para lá havia uma década, e imediatamente se sentiu em casa.

"Encontrei um lugar onde me senti bem-vinda de muitas formas", lembra. "Chamo-as (pessoas vizinhas) de família."

No dia do incêndio, em 30 de junho, Barber estava focada em voltar para casa depois do trabalho quando viu uma chamas e fumaça vindo da cidade.

Incêndios são comuns nos verões da Colúmbia Britânica, então Barber não deu muita atenção, achando que as chamas logo seriam controladas.

Mas, depois de devolver seu veículo de trabalho e regressar à cidade, viu um carro de bombeiros passar disparando seu alarme e bloqueando a estrada. Um dos bombeiros lhe avisou que Lytton estava pegando fogo.

Meriel Barber

CRÉDITO,MERIEL BARBER

Legenda da foto,

Meriel Barber, moradora de Lytton há uma década, perdeu quase tudo no incêndio - inclusive recordações de seu filho, já falecido

"Eu olhava para ele mas não conseguia entender o que ele dizia. Eu havia visto o fogo no caminho e não estava por todos os lados, estava em um só lugar", ela conta.

No acostamento da estrada ao lado de outros moradores, Barber conseguiu fazer dois telefonemas antes que os celulares deixassem de funcionar. O primeiro foi para saber se alguns amigos idosos dela estavam em segurança. O segundo era para pedir que seu senhorio pegasse seu gato, dentro de casa - ela o havia trancado lá dentro para protegê-lo do calor externo.

Nas seis horas seguintes, ela esperou por notícias enquanto assistia a sua cidade incendiar.

Nesse intervalo, a moradora N'kixw'stn James, que passou a vida em Lytton, estava finalizando seu banho e assistindo TV quando um homem entrou em sua casa gritando: "você precisa sair daqui. Lytton está pegando fogo".

James, de 76 anos, correu para o quarto e trocou seu pijama por roupas. Pegou uma sacola com itens para o caso de uma evacuação, agarrou sua bolsa, chaves do carro e celular, enquanto homem gritava para que ela saísse.

"Quando pisei fora de casa, vi uma tempestade de cinzas quentes", ela recorda.

Ela correu para dentro do carro, e o volante estava tão quente que queimou sua mão.

"Comecei a dirigir para longe da minha casa. Passados alguns metros, ouvi uma explosão. Meu tanque de gás propano havia explodido."

James seguiu dirigindo, tentando encontrar algum caminho seguro em meio à fumaça que bloqueava sua visão. Quando se abrigou, recebeu ajuda de uma enfermeira, que cuidou de seus braços, pernas e rosto - todos queimados pelas cinzas.

Incêndio em Lytton

CRÉDITO,NONIE MCCANN

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Incêndio devastou Lytton em questão de minutos; caso virou tema de campanha nas eleições canadenses

Do outro lado do rio Fraser, Nonie McCann assistia à devastação.

Ela havia recebido um telefonema de um vizinho por volta das 17h, perguntando se ela sabia de onde vinha a fumaça nos arredores de Lytton. Daí soube que a cidade estava em chamas, e um amigo lhe perguntou se ela e seu marido conseguiriam ajudar, erguendo uma espécie de estação de bombeamento de água.

"Ficamos devastados ao ver as casas inteiras sendo engolidas pelo fogo", lembra. "Eram casas de pessoas que conhecíamos. Não tivemos sorte em começar a bombear água, e a fumaça era muito intensa. Então tivemos que voltar."

Ela diz que vivenciou uma onda de emoções: "o horror absoluto diante do que eu estava vendo, imensa dor pela perda catastrófica, e preocupação, torcendo para que todos tivessem conseguido escapar em segurança".

Sem conseguir ajudar, ela sentou e assistiu de sua margem do rio enquanto "edificação atrás de edificação era levada pelas chamas" e helicópteros jogavam água.

O mais difícil, diz ela, era não conseguir se comunicar com as pessoas.

em outras partes da Colúmbia Britânica, parentes de moradores de Lytton também esperavam ansiosamente por notícias.

Verna Miller soube do incêndio por seu marido, que havia assistido a tragédia pela TV.

O casal se conhecera em Lytton, e a irmã mais velha de Miller ainda morava na cidade. Uma prima que morava a 30 minutos de distância correu para a cidade para ajudá-la.

Quando a prima chegou, a irmã de Miller ainda não sabia que o incêndio estava devastando sua comunidade.

Ambas conseguiram sair a tempo de escapar do fogo que destruiu a casa e tudo lá dentro.

De volta ao acostamento da rodovia onde Meriel Barber aguardava, ela conseguiu que amigos a abrigassem em uma casa que havia sobrevivido ao fogo.

Ela passou os dias seguintes ali, sem acesso a água potável ou eletricidade, e usou um fogão de propano para cozinhar.

Ela soube, então, que sua casa havia sucumbido ao incêndio, com seu gato dentro.

90% da cidade foi destruída

Segundo Brad Vis, membro do Parlamento local, toda a tragédia se desenrolou em apenas 15 minutos de incêndio. No total, cerca de 90% da cidade foi destruída, e muitas das reservas de mata ao seu redor foram completamente queimadas.

Um casal idoso morreu.

Vis diz que se tratou de "uma situação sem precedentes - mesmo nesta nossa parte do mundo, onde incêndios ocorrem anualmente".

"Alguns dos socorristas com quem falei me disseram que nunca tinham visto uma comunidade incendiar por inteiro como aconteceu em Lytton".

O caso se tornou emblemático em meio a um verão de ondas de calor mortais e outros incêndios, colocando as mudanças climáticas no topo dos debates da eleição canadense desta segunda-feira (20/9), convocada pelo premiê liberal Justin Trudeau na tentativa de assegurar uma maioria no Parlamento - estratégia que pode fracassar, uma vez que seu partido enfrenta uma disputa acirrada com os conservadores.

Na campanha, candidatos diversos usaram a tragédia de Lytton como uma advertência sobre os efeitos do aquecimento global, enquanto as origens exatas do incêndio ainda são investigadas.

"O custo da inação (contra as mudanças climáticas) foi que uma cidade inteira acabou destruída por um incêndio florestal", argumentou Jagmeet Singh, líder do partido social-democrata NDP.

Destroços do incêndio em Lytton

CRÉDITO,REUTERS

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Destroços do incêndio em Lytton, uma comunidade pequena e descrita como próxima e hospitaleira

Ondas de calor estão se tornando mais comuns e extremas por causa das mudanças climáticas induzidas pelo comportamento humano, e esse tempo quente e seco favorece incêndios.

O mundo já esquentou cerca de 1,2°C desde que começou a era industrial, e as temperaturas continuarão a subir se governos ao redor do mundo não fizerem cortes drásticos nas emissões de gases poluentes.

Em Lytton, a comunidade deslocada agora tenta se reerguer - inclusive tentando fazer a nova vila mais resistente a incêndios e outros desastres naturais, e menos dependente em fontes externas de energia.

"Esta [e uma oportunidade rara de criar uma comunidade com uma visão para o futuro: levando em conta eventos climáticos extremos, trabalhando em colaboração com povos indígenas e não indígenas", argumenta Nonie McCann.

"Haverá enormes lutas e dificuldades a superar, mas, passo a passo, dia após dia, vamos celebrar nossa comunidade novamente."

Meriel Barber, enquanto isso, está vivendo dentro de sua van. Ela conseguiu recuperar alguns itens dos destroços de sua casa - uma escultura, sua caixa de joias e um pequeno trailer -, mas quase todo o restante foi reduzido a cinzas.

"Tenho um filho que já morreu, e todas as recordações que eu havia guardado dele, (junto com) uma adorada colcha feita pela minha mãe e mais trabalhos artísticos feitos por mim ou por outras pessoas, tudo eu havia guardado com tanto cuidado ao longo dos anos - tudo isso se foi e não pode ser substituído", ela lamenta.

Mas, apesar das "camadas de luto" vivenciadas com o incêndio, ela diz que, junto com a comunidade, está pensando no futuro.

"O lema é 'Lytton forte' e estamos olhando para a frente."

  • Alice Cuddy
  • BBC News
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 26 de setembro de 2020

Os mapas que mostram o impacto do aquecimento global no futuro das crianças de hoje


Visualização do EarthTime mostra como o clima pode aumentar no mundo até 2100
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Visualização do EarthTime mostra como o clima pode aumentar no mundo até 2100

Como serão as mudanças de temperatura nas diferentes regiões do mundo durante a vida futura das crianças e adolescentes de hoje?

O clima global pode mudar drasticamente até 2100, segundo mapas divulgados durante a Cúpula de Impacto e Desenvolvimento Sustentável do Fórum Econômico Mundial.

O mapa abaixo mostra o pior cenário projetado até 2100 — ou seja, durante a vida das crianças e adolescentes de hoje. Para fazer essa previsão, foi considerada a expectativa de vida de quem tem hoje de 10 a 12 anos.

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Imagens: Fórum Econômico Mundial

O mapa mostra aumentos recordes de temperatura nos Estados Unidos, Índia e no sul da Ásia.


Impactos relacionados ao clima, como os incêndios florestais nos Estados Unidos, se tornarão ainda mais graves se governos, empresas e a população permitirem que o pior cenário se desenvolva até 2100, aponta o Fórum Econômico Mundial.

Para a produção desses mapas divulgados pelo Fórum Econômico Mundial, foram usados dados do Climate Impact Lab, Climate Central, Washington Post e satélites da Nasa.

O que pode acontecer até 2100

Especialistas que avaliam a gravidade dos cenários de mudança climática projetados até 2100 se referem ao pior deles como "RCP 8.5". Esse cenário envolve um aquecimento de mais de 4° C acima dos níveis pré-industriais, aumento das emissões, centenas de milhões de pessoas sendo forçadas a migrar e um grande aumento nas área de floresta sujeitas ao tipo de incêndios que aconteceram no meio deste ano, devido a um fenômeno conhecido como "déficit de umidade".

A projeção mostra que, até 2100, as temperaturas médias de junho a agosto podem chegar a 38°C em várias partes do mundo. Os pontos destacados são:

- Nova Delhi, na Índia, pode ter oito meses por ano com temperaturas médias de 32ºC

- Phoenix, nos Estados Unidos, pode chegar a quase 200 dias por ano com temperaturas que chegam a pelo menos 32ºC

- Regiões do sul da Europa podem atingir temperaturas médias de junho a agosto de 30°C:

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Imagens: Fórum Econômico Mundial

- As temperaturas de junho a agosto no Vietnã, Camboja, Malásia e Indonésia podem ficar com uma média superior a 30°C

- A elevação do nível do mar pode levar ao desaparecimento de Miami e Fort Lauderdale, na Flórida:

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Imagens: Fórum Econômico Mundial

Como evitar o pior cenário

O resultado mostra a urgência de que empresas e líderes governamentais adotem soluções rápidas para evitar que o pior cenário se concretize, segundo o Fórum Econômico Mundial.

A organização aponta que, de acordo com especialistas, os piores impactos das mudanças climáticas podem ser evitados se limitarmos o aquecimento global a menos de 2ºC acima dos níveis pré-industriais.

Entre as medidas que devem ser tomadas para chegar a esse resultado, estão adotar "políticas climáticas eficazes, lutar contra os esforços para desacreditar a legitimidade da ciência, remover dióxido de carbono da atmosfera ou compensá-lo com o plantio de novas florestas, além de melhorar os sistemas de transporte e energia".

O que são mudanças climáticas?

Urso polar nada no oceano
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As geleiras do Ártico diminuíram nos últimos anos

O termo mudança climática é mais amplo do que aquecimento global, que se refere apenas ao aumento da temperatura.

O que se chama de mudanças climáticas inclui temperatura, intensidade das chuvas e eventos climáticos extremos, como furacões e ondas de calor.

O clima do planeta muda constantemente ao longo do tempo. A temperatura média global atualmente é de 15ºC, e evidências geológicas indicam que ela já foi bem mais alta e bem mais baixa no passado.

No entanto, o período atual de aquecimento está ocorrendo mais rápido do que no passado. Cientistas temem que as flutuações naturais no clima têm sido superadas por um aquecimento rápido induzido pelo homem com sérias implicações para a estabilidade climática do planeta.

Não há mais dúvida de que essas mudanças são devidas em grande parte à atividade humana, especificamente à emissão na atmosfera de grandes quantidades de gases do efeito estufa, como CO2 e metano.

Quais são as evidências do aquecimento global?

Derretimento
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A maioria das geleiras em regiões temperadas do mundo e ao longo da península da Antártida está diminuindo

Registros de temperaturas desde o século 19 mostram que a temperatura média da superfície da Terra cresceu 0,8ºC nos últimos cem anos. Quase 0,6ºC desse total ocorreu nas últimas três décadas.

Os 20 anos mais quentes já registrados ocorreram nos últimos 22 anos, liderados pelo período entre 2015 e 2018.

Ao redor do planeta, o nível médio do mar cresceu 3,6 mm por ano entre 2005 e 2015. A maior parte dessa mudança ocorre em razão da expansão térmica da água do mar. Com o aumento da temperatura dela, as moléculas se tornam menos densas, levando ao aumento do volume do oceano.

Mas a redução da massa de gelo nos polos tem sido considerada o principal fator nessa tendência. A maioria das geleiras em regiões temperadas do mundo e ao longo da península da Antártida está diminuindo.

Desde 1979, imagens de satélite mostram um declínio dramático na extensão de gelo no Ártico, a uma velocidade de 4% por década. Em 2012, essa faixa atingiu seu patamar mais baixo, que é 50% menor que a média entre 1979 e 2000.

A camada de gelo na Groenlândia tem passado por um derretimento recorde nos últimos anos. Se todo esse gelo derreter, elevaria os níveis do mar em 6 metros.

Dados de satélite mostram que a camada de gelo oeste da Antártida também está perdendo massa, e um estudo recente indicou que o lado leste da região, que não tem apresentado qualquer tendência de aquecimento ou resfriamento, pode ter começado a perder massa nos últimos anos.

Mas cientistas não esperam mudanças drásticas. Em alguns lugares, a massa pode inclusive crescer, já que o aumento da temperatura pode levar à produção de mais neve.

Os efeitos das mudanças climáticas também podem ser vistos na vegetação e nos pastos. Eles incluem mudanças nos ciclos de vida das plantas, como uma floração antecipada, e alterações nos territórios ocupados por animais.

BBC

Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 15 de setembro de 2020

Voto tem consequência












terça-feira, 14 de abril de 2020

Chernobyl: incêndio se aproxima de reator da usina nuclear abandonada



FogoDireito de imagemEVN
Image captionChamas estão próximas à usina abandonada
Incêndios florestais que ocorrem há vários dias no norte da Ucrânia estão agora a poucos quilômetros da usina nuclear abandonada de Chernobyl, dizem fontes.
O operador de turismo Yaroslav Emelianenko afirmou que as chamas atingiram a cidade abandonada de Pripyat, que costumava servir à usina.
O fogo, segundo ele, está a cerca de 2 quilômetros do local onde estão armazenados os resíduos mais perigosos da usina.
O Greenpeace disse que o fogo era muito maior do que apontavam as autoridades.
Um representante do braço russo da ONG, em entrevista à agência Reuters, disse que o maior incêndio atingia uma área de 34 mil hectares, enquanto um segundo, a apenas um quilômetro da antiga usina, cobria uma área de 12 mil hectares.
A usina nuclear de Chernobyl e a cidade de Pripyat estão abandonadas desde 1986, quando o reator número 4 da usina explodiu.
Emelianenko também disse que se o fogo atingir Pripyat seria um desastre econômico, já que as visitas guiadas são fonte de receita considerável para a região.
Em 2018, mais de 70 mil pessoas visitaram a cidade. No ano passado esses números foram ainda maiores, graças ao sucesso da série da HBO sobre o desastre.

Corta-fogos ao redor da usina

Bombeiros tentam apagar incêndiosDireito de imagemEPA
Image captionAutoridades dizem que nível de radiação próxima ao local do incêndio estão em níveis "normais"
A polícia afirmou que o incêndio começou no dia 4 de abril, depois que um homem colocou fogo na grama seca perto da zona de exclusão. Desde então, as chamas têm se aproximado cada vez da antiga usina.
Mais de 300 bombeiros com dezenas de equipamentos especiais estão trabalhando para combater o fogo no local, enquanto seis helicópteros e aviões estão tentando apagar o incêndio do alto.
Kateryna Pavlova, presidente da agência que gerencia a zona de exclusão da usina, disse à Associated Press que "não é possível afirmar que o fogo esteja controlado".
"Trabalhamos a noite inteira, cavando corta-fogos ao redor da usina para protegê-la do fogo", ela disse.
No dia 5 de abril, Yegor Firsov, diretor do serviço estatal de inspeção ecológica da Ucrânia, disse em um post no Facebook que os níveis de radiação na área aumentaram acima do normal.
Oficiais do governo, mais tarde, negaram a afirmação, argumentando que os níveis radioativos na área estavam "dentro dos limites normais". Depois disso Firsov também voltou atrás em sua afirmação.
Agora, a fumaça do incêndio está se movendo em direção à capital, Kiev.
O fogo está agora a apenas 2 km da região da usinaDireito de imagemREUTERS
Image captionO fogo está agora a apenas 2 km da região da usina
A explosão de Chernobyl criou uma nuvem radioativa que passou por grande parte da Europa, sendo a área ao redor da usina a que foi mais afetada.
É proibido que pessoas morem a menos de 30 km da usina.
Apesar do desastre, Chernobyl continuou a gerar energia até que o último reator operacional foi finalmente fechado, nos anos 2000.
Viktor Sushko, vice-diretor-geral do Centro Nacional de Pesquisa Médica de Radiação, descreve o desastre de Chernobyl como o "maior desastre gerado pelo homem da história da humanidade".
O órgão estima que cerca de 5 milhões de cidadãos da antiga União Soviética, incluindo 3 milhões na Ucrânia, tenham sido afetados pelo desastre de Chernobyl. Na Bielorrússia, outras 800 mil pessoas também foram atingidas pela radiação.
Atualmente, o governo ucraniano paga pensões a 36.525 viúvas de homens que são considerados vítimas do acidente.
Em janeiro de 2018, 1,8 milhão de pessoas na Ucrânia, incluindo 377.589 crianças, tinham o status de vítimas do desastre, segundo Sushko.
Houve um rápido aumento no número de pessoas com deficiência entre esta população, passando de 40.106 em 1995 para 107.115 em 2018.
Professor Edgar Bom Jardim - PE