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quinta-feira, 27 de julho de 2017

O pior governo da história.

Coragem Temer, renuncia!

Pesquisa Ibope divulgada nesta quinta-feira (27) mostra os seguintes percentuais de avaliação do governo do presidente da República, Michel Temer (PMDB):
  • Ótimo/bom: 5%
  • Regular: 21%
  • Ruim/péssimo: 70%
  • Não sabe/não respondeu: 3%
Segundo o Ibope, a aprovação de 5% é a mais baixa desde o início da série histórica do instituto, que teve início em março de 1986. Antes do resultado de Temer, o pior havia sido o do ex-presidente José Sarney, que em junho/julho de 1989 teve 7% de ótimo/bom.
O levantamento do Ibope, encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), foi realizado entre os dias 13 e 16 de julho e ouviu 2 mil pessoas em 125 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O nível de confiança da pesquisa divulgada nesta quarta, segundo a CNI, é de 95%, o que quer dizer que, se levarmos em conta a margem de erro de dois pontos, a probabilidade de o resultado retratar a realidade é de 95%.
Esta é a segunda pesquisa Ibope encomendada pela CNI divulgada neste ano. No último levantamento, de março, Temer aparecia com aprovação de 10% dos entrevistados, enquanto 55% consideravam o governo "ruim/péssimo" e 31%, "regular" – à época, 4% não souberam opinar ou não responderam.
Desde que Temer se tornou presidente efetivo, após o impeachment de Dilma Rousseff ser aprovado pelo Congresso Nacional, esta é a quarta pesquisa Ibope encomendada pela CNI (as anteriores foram divulgadas em março deste ano, em dezembro e em outubro de 2016; houve uma em julho do ano passado, mas Temer ainda era presidente em exercício).

Maneira de governar

A pesquisa também avaliou a opinião dos entrevistados sobre a maneira de governar do presidente da República:
  • aprovam: 11%
  • desaprovam: 83%
  • não souberam ou não responderam: 5%
No levantamento divulgado em março, 20% aprovavam; 73% desaprovavam; e 7% não souberam ou não responderam.

Confiança

Outro ponto questionado pelo Ibope foi sobre a confiança dos entrevistados em relação ao presidente.
De acordo com a pesquisa divulgada nesta sexta, 10% dos entrevistados disseram confiar em Temer, enquanto 87% afirmaram não confiar; 3% não souberam ou não responderam.

Comparação com governo Dilma

A pesquisa Ibope também pediu aos entrevistados que comparassem as gestões de Temer e da antecessora, Dilma Rousseff, na Presidência da República.
Segundo o levantamento, 11% dos entrevistados consideram o governo do peemedebista melhor; 35%, igual; 52%, pior; e 2% não souberam ou não responderam.
Sobre as perspectivas em relação ao "restante do governo", 9% responderam "ótimo/bom"; 22%, "regular"; 65%, "ruim/péssimo"; e 5% não souberam ou não responderam.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Lima Barreto é bom remédio para nossa enxaqueca republicana e democrática, diz Lilia Schwarcz



Lima BarretoDireito de imagemREPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO
Image captionLima Barreto em foto de sua ficha em hospital psiquiátrico, em 1914

Se estivesse vivo, o escritor Lima Barreto (1881-1922) talvez fizesse piada com o 7 x 1 da Alemanha sobre o Brasil ou destilando sarcasmo ao comentar a crise política nacional. Sua picardia, a qualidade de sua prosa, suas críticas aos estrangeirismos e à qualidade do funcionalismo público e sua literatura de temática racial não poderiam estar mais atuais, defende a historiadora Lilia Moritz Schwarcz.
Autora de uma recém-lançada biografia do autor, Lima Barreto - Triste Visionário, publicada pela Companhia das Letras, ela navega pela história do personagem para desaguar em um tratado sobre uma "certa história do Brasil".
Vítima de um grave alcoolismo, que o levou a duas internações manicomiais, Lima Barreto teve sua obra silenciada por muito tempo, já que conseguiu desagradar a toda elite cultural e econômica nacional no início do século passado.
Revisitado política e literariamente, ele é o tema da Flip (Feira Literária de Paraty) deste ano, que acontece entre esta quarta-feira e o domingo. "Essa é a Flip da crise. Tinha que ser o Lima Barreto para ser uma edição mais marginal, que vai ser menor, não vai ter tenda, tem que ser na Igreja, enfim. Parece que o Lima desestabiliza até na Flip, quando chega a vez dele é diferente", disse Schwarcz à BBC Brasil.
Veja a seguir os principais trechos da conversa com a historiadora.


A historiadora Lilia SchwarczDireito de imagemRENATO PARADA/DIVULGAÇÃO
Image captionSchwarcz vê conexões entre seu livro anterior, 'Brasil: Uma Biografia', e obra sobre Lima Barreto

BBC Brasil - A biografia do Lima Barreto sucede seu livro Brasil: Uma Biografia. As duas obras têm algo em comum?
Lilia Schwarcz - Sim. O Lima Barreto teve uma biografia fundamental, do Francisco de Assis Barbosa, de 1951. Mas eu queria outro Lima - que era vítima sim, mas que tinha protagonismo. E eu queria inquerir o tema racial e a questão de gênero - essas são questões da nossa geração, e não podia cobrar isso do Francisco de Assis. Minha geração é que tem convivido com as questões dos direitos civis, das diferenças.
Eu lia Lima Barreto havia muito tempo, já identificava isso e é uma história do Brasil, é uma certa história do Brasil. Quando eu fiz o Brasil: Uma Biografia, muito influenciada pela minha pesquisa, a gente dizia que um dos pilares da história do Brasil é a questão racial, que ainda é uma grande invisibilidade hoje no Brasil.
Para você ter uma ideia, quando eu lancei Brasil: Uma Biografia, não poucos jornalistas me falavam "poxa vida, nunca tinha pensado na história do Brasil sobre esse ângulo". E foi o último país a abolir a escravidão, recebemos 45% dos africanos que foram forçados a sair do seu território, então é um espanto. Eu quero contar a história do Brasil a partir da janela do Lima Barreto.


Anúncio no jornal Direito de imagemACERVO DA FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL
Image captionPágina do jornal 'A Noite', de 1915, anunciando início de publicação de textos de Lima Barreto

BBC Brasil - Além de ser atual pela questão do gênero, de raça, há na obra dele uma decepção com os políticos, presente atualmente também. Como aborda isso?
Schwarcz - Eu começo o livro com uma citação que diz que "O Brasil é uma grande comilança - comem os políticos, os jornalistas, comem os juristas". Você lê aquilo e a sensação que te dá é um dèjá vu. Ela cobre a corrupção da República, cobre o mau uso da res pública a partir de interesses privados. E faz uma crítica feroz aos políticos, chega a dizer "à República do Brasil falta dignidade".
Então ele cobra um Brasil mais inclusivo, mais justo, mais igualitário - problemas que estamos vivendo até hoje. São temas que ele viveu no pós-abolição e que vivemos ainda nessa mesma República falhada que padece com os problemas de corrupção, mas não só disso: de racismo, homofobia. São questões que estão na pauta de Lima Barreto, e que estão na nossa agenda.
BBC Brasil - E ele faz isso com um humor ácido...
Schwarcz - A gente tem esse jeito tão brasileiro de rir da desgraça. Me lembro do 7 x 1 contra a Alemanha, que assim que o jogo terminou comecei a receber mensagens tirando sarro disso, e o Lima tem um pouco disso - muito crítico, muito mordaz, mas ao mesmo tempo muito bem humorado.
As histórias dele sobre o funcionalismo público são de matar de dar risada - ele diz que "você mede a qualidade de um bom funcionário público pela quantidade de vezes que ele abre as gavetas, ou que ele aponta o lápis". E ele tá lá, é funcionário público.
É uma blague que tem a ver com esse modernismo carioca, que durante muito tempo ficou fora da agenda, fora do compasso dos modernismos, e que era um modernismo boêmio e bem humorado.
Era crítico de idealizações do país, era uma literatura crítica, de contestação. E ele faz uma crítica aos estrangeirismos. E teve uma recepção desastrosa na época, como você pode imaginar.


Fotos que constam da 'Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin'Direito de imagemREPRODUÇÃO DE LÚCIA MINDLIN
Image captionJoão Henriques e Amália Augusta, pais de Lima Barreto, em imagens que estão na Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindli

BBC Brasil - Desastrosa porque era crítica às elites ou porque já era racialmente engajada?
Schwarcz - Quando eu digo que o Lima Barreto merece mais do que (ser) a vítima, é porque ele tinha um projeto literário, de inserção. E fazer uma literatura negra, afrodescendente, era grave nessa época. Porque era um tema entre muitas aspas, as pessoas achavam desagradável, era melhor não falar disso.
E a gente sabe que naquela época, quem fazia sucesso, virava branco. Tanto nas fotos como na cor. Temos cor social.
No próprio manicômio, ele foi internado como branco e depois, como pardo. Essa é a régua da cor no Brasil. Eu tentei provar no livro que ele trazia esse tema, ele descreve a cor dos personagens de uma forma minuciosa, ele próprio se chamava de azeitona escura.
Para você ter um autor que diz que negro é a cor mais cortante no Brasil - não tem ingenuidade nisso. Ninguém queria falar desse tema.
BBC Brasil - Lima ajudou a impulsionar uma literatura afrodescendente?
Schwarcz - Ele morreu em 1922, aos 41 anos e com a obra muito silenciada. Depois da Nigéria, o Brasil é o maior país de população negra e africana e somente agora começam a aparecer expoentes da literatura negra, afrodescendente.
E eu não chamo de literatura negra quem nasceu negro, não é uma questão de origem, é uma opção - no Lima Barreto é um projeto literário.


Página do jornal 'Cigarra', de 1919Direito de imagemREPRODUÇÃO/DIVULGAÇÃO
Image captionCaricatura de Lima Barreto em página do jornal 'A Cigarra', em 1919

E agora sim, para esse tipo de literatura, o Lima Barreto é sempre lembrado e vai continuar a ser lembrado. E ele nunca esteve tão atual.
BBC Brasil - E pode ser inspirador para esse momento de apatia?
Schwarcz - Lima Barreto é um bom autor para a gente pensar as nossas falácias da democracia e da República. Ele vivia acusando as nossas instituições - a gente anda dizendo que as nossas instituições estão fortes, eu não vejo como. É só um ritual vazio que anda forte, e não as instituições.
E ele falava mal do presidente, do deputado, ele é crítico dos discursos vazios. Ele é um bom remédio para nos curar da nossa enxaqueca republicana e democrática. É um autor que provoca, que não estabiliza.
Exatamente, depois das manifestações, dos panelaços, a gente entrou em um período de apatia. E o período pede de nós - como diria o poeta - vigilância. E não apatia. E o Lima Barreto era muito vigilante, e incômodo na sua vigilância. Ele é bom para nós neste momento.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Os moradores de rua e a opressão

Morar. Estamos no mundo, procuramos abrigos, queremos atenção, olhamos os outros. Quando se pensava que as ideias iluministas iriam salvar a sociedade, a miséria continua fazendo vítimas e construindo desencantos. A razão cartesiana não deu conta de estimular as utopias. A desigualdade permanece, a concentração de riquezas não se vai, as indiferenças cortam o corpo. A lógica do lucro, dos negócios corruptos, ganha espaço. Sucumbimos. Vemos que as dificuldade trazem violências e desfaz possibilidades de reformas. A aflição se expande como uma epidemia.
As ruas estão cheias de gente. Ela passam, buscam, conversam. Mas há quem se encontre no limite. Conjuga o verbo morar com outro fôlego. Deita-se nas calçadas, veste-se com farrapos. A população dos moradores de rua cresce assustadoramente. Os lugares mostram que opressão é grande. A condição humana desce a ladeira. As drogas se multiplicam, a intolerância se fortalece e as pessoas criam raivas, se incomodam com aquelas figuras que denunciam o desgoverno. Há estranhamentos cotidianos e horizontes nublados.
Somos animais astuciosos, mas não cultivamos a solidariedade. Nem todos apreciam o mundo em que vivem. No entanto, existe uma pressa, uma ambição desmedida, uma carência vendida com mercadoria. A cidade se torna árida. Não acolhe, exclui. Há quem deseje uma assepsia geral. Nem observam que são cúmplices do desconforto. A coletividade heterogênea silencia, celebra seu individualismo doentio. Andamos, como se a cegueira usasse máscaras medonhas e assassinas. Quanta vezes nos lembramos das disparidades, das manobras obscuras, do outro?
A história não sobe degraus. Tropeça. Não tem um sentido perfeito, acabado. Os deuses transpiram, porque são criaturas. Inventamos tudo, porém não conseguimos superar a nossa incompletude. A sociabilidade não transcende os espaços da sujeira, do lixo, da solidão. Não é sem razão que a desconfiança se espalha. Não é preciso alargar o desespero. Ele existe e acende a luz da falta de diálogo. Moramos num mundo descontrolado. Transformamos o afeto numa utopia. As danças dos desabrigados é triste. Elas ouvem os gritos da insônias. Interiorizam-se. Os fantasmas se assustam com tanta apatia e palidez.
Por Paulo Rezende.
A astúcia de Ulisses.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 23 de julho de 2017

Poluição ameaça 'tornar a Terra um 'Planeta de plástico'


Plástico em praia do CaribeDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionNo ritmo atual, será preciso esperar até 2060 para que a reciclagem de plástico supere sua ida para aterros sanitários

Cientistas americanos calcularam a quantidade total de plástico já produzida pela humanidade, e afirmam que ela chega a 8,3 bilhões de toneladas.
E essa massa impressionante de material foi criada apenas nos últimos 65 anos.
A quantidade de plástico pesa tanto quanto 25 mil edifícios Empire State Building, em Nova York, ou um bilhão de elefantes.
A questão, no entanto, é que itens plásticos, como embalagens, costumam ser usados por curtos períodos de tempo antes de serem descartados.
Mais de 70% da produção total de plástico está em esgotos, que vão principalmente para aterros sanitários - apesar de que a maior parte dela é acumulada nos ambientes abertos, incluindo os oceanos.
"Estamos caminhando rapidamente para um 'Planeta de plástico', e se não quisermos viver neste mundo, teremos que repensar a maneira como usamos alguns materiais", disse à BBC o especialista em ecologia industrial Roland Geyer.

Homem coleta plástico das águas do mar nas FilipinasDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionPelo menos 4 bilhões de toneladas de plástico foram fabricadas apenas nos últimos 13 anos

O estudo sobre o plástico feito por Geyer e seus colegas da Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos foi divulgado pela publicação científica Science Advances.
Trata-se da primeira estimativa global de quanto plástico foi produzido, como o material é usado em todas as suas formas e aonde ele parar. Estes são alguns dos principais dados.
  • 8,3 milhões de toneladas de plástico virgem foram produzidas nos últimos 65 anos
  • Metade deste material foi produzido apenas nos últimos 13 anos
  • Cerca de 30% da produção histórica continua sendo usada até hoje;
  • Do plástico descartado, apenas 9% foi reciclado;
  • Cerca de 12% foi incinerado, mas 79% terminou em aterros sanitários;
  • Os itens de menos uso são embalagens, utilizadas por menos de um ano;
  • Os produtos plásticos com uso mais longo estão nas áreas de construção civil e maquinaria;
  • Tendências atuais apontam para a produção de 12 bilhões de toneladas de lixo plástico até 2050;
  • Em 2014, a Europa teve o maior índice de reciclagem de plástico: 30%. A China veio em seguida com 25% e os EUA reciclaram apenas 9%.

Gráfico

Resíduo

Não há dúvida de que o plástico é um material impressionante. Sua adaptabilidade e durabilidade fizeram com que a produção e uso ultrapassasse a maior parte dos materiais feitos pelo homem, com a exceção de aço, cimento e tijolos.
Desde o começo da produção em massa do plástico nos anos 1950, os polímeros estão em toda parte - incorporados a tudo, desde embalagens até roupas, de partes de aviões a retardadores de chamas. Mas são justamente essas qualidades maravilhosas do plástico que representam um problema crescente.
Nenhum dos plásticos normalmente usados são biodegradáveis. A única forma de se desfazer de seus resíduos é destrui-los através de um processo de decomposição conhecido como pirólise ou por simples incineração - apesar de que este último é mais complicado, por causa de preocupações com as emissões de gases poluentes.
Enquanto não se desenvolve uma maneira eficiente e sustentável, o resíduo se acumula. Atualmente, segundo Geyer e seus colegas, há restos de plástico suficientes no mundo para cobrir um país inteiro do tamanho da Argentina.
A expectativa da equipe é que o novo levantamento dê impulso ao diálogo sobre como lidar com a questão.
"Nosso mantra é: não dá para administrar o que não dá pra medir. Então queremos divulgar esses números sem dizer ao mundo o que ele deveria estar fazendo, mas para começar uma discussão real", afirma o pesquisador.
Os índices de reciclagem no mundo estão aumentando e a química moderna trouxe alternativas biodegradáveis ao plástico, mas fabricá-lo continua sendo tão barato que é difícil deixar de lado o produto.
A mesma equipe de pesquisadores da Universidade da Califórnia, Santa Barbara já havia produzido, em 2015, um levantamento do total de resíduos plásticos que vai para os oceanos a cada ano: 8 milhões de toneladas.

Resíduos de plástico preparados para a reutilizaçãoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionCerca de 90% do plástico que foi reciclado no mundo foi reutilizado apenas uma vez, segundo pesquisadores

'Tsunami'

A ida dos resíduos plásticos para o mar, em particular, é o principal alvo da preocupação dos cientistas nos últimos anos, por causa da comprovação de que parte deste material vai para a cadeia alimentar dos peixes e de que outras criaturas marinhas ingerem pequenos fragmentos de polímeros.
"Estamos enfrentando um tsunami de resíduos plásticos e precisamos lidar com isso", disse à BBC o oceanógrafo Erik van Sebille, da Universidade de Utrecht, na Holanda, que monitora a presença do plástico nos oceanos.
"Precisamos de uma mudança radical na maneira como lidamos com os restos do plástico. Mantendo os padrões atuais, teremos que esperar até 2060 para que mais plástico seja reciclado do que jogado em aterros e no meio ambiente. É devagar demais, não podemos esperar tanto", afirmou.
Outro motivo pelo qual a reciclagem de plástico ainda pode estar avançando lentamente é o design dos produtos, segundo Richard Thompson, professor de biologia marinha na Universidade de Plymouth, no Reino Unido.
"Se os produtos de plástico fossem criados com a reciclagem em mente, eles poderiam ser reutilizados muitas vezes. Uma garrafa, segundo alguns estudos, poderia ser reciclada até 20 vezes. Isso seria uma redução significativa dos resíduos", disse à BBC.
Para Rolando Geyer, o ideal da reciclagem "é manter o material circulando pelo maior tempo possível".
"No entanto, percebemos no nosso levantamento que 90% do material que de fato foi reciclado - cerca de 600 milhões de toneladas - só foi reciclado uma vez", explica.
Professor Edgar Bom Jardim - PE