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terça-feira, 13 de junho de 2017

Por que os cientistas falam em uma epidemia de miopia - e qual a sua origem


Menina asiáticaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionO aumento de miopia nas últimas décadas tem sido enorme e agora afeta a maioria dos jovens de alguns países asiáticos

Nos últimos 50 anos, o número de pessoas míopes duplicou. Estima-se que em 2020 um terço da população mundial terá o problema na visão, em 2050, a metade.
"Estamos em meio a uma epidemia global de miopia", disse o médico Earl Smith, professor de desenvolvimento da visão e decano da Faculdade de Optometria da Universidade de Houston, nos Estados Unidos.
E essa epidemia tem mais incidência entre os jovens do leste da Ásia, em países como China e Coreia do Sul, onde o problema afeta quase 90% dos estudantes que concluem o Ensino Médio.
Em outras regiões do mundo, embora os números não sejam tão alarmantes, a condição também avança.

Óculos para a miopiaDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionA miopia é causada pela combinação de fatores genéticos e ambientais que alteram o desenvolvimento normal do olho

As pessoas míopes podem ver claramente os objetos que estão próximos, mas não conseguem focar objetos distantes.
Ela ocorre quando o globo ocular cresce demais e fica maior do que o normal. Essa condição visual costuma se manifestar quando as crianças estão em idade escolar e piora gradualmente até que o globo ocular complete seu crescimento.
Se não for detectado e corrigido com lentes, a miopia pode progredir e, com o tempo, aumentar significativamente o risco de catarata, glaucoma, desprendimento da retina e maculopatia míope.
Além disso, está entre as três primeiras causas de cegueira permanente no mundo.

Qual é a causa?

Os especialistas acreditam que a genética tenha um papel no desenvolvimento da miopia, mas não é o único fator.
"Há algo em nosso comportamento e nosso ambiente que está contribuindo para o aumento de casos de pessoas míopes", garante Smith, que recebeu financiamento de US$ 1,9 milhão (R$ 6,3 milhões) exatamente para investigar as causas e estratégias de tratamento.

Menino asiático com tabletDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionSmith e sua equipe pesquisaram fatores ambientais, como exposição a luz, que podem ter impacto sobre o crescimento ocular

Muitos estudos mostram que as pessoas que passam mais tempo ao ar livre são muito menos propensas a desenvolver miopia que aquelas que permanecem a maior parte do dia entre quatro paredes.
"A demanda educacional cada vez mais exigente e o fato de se passar mais tempo em espaços fechados são fatores que contribuem para que uma pessoa se torne míope", acrescenta Smith.
"Na Ásia, entre 80% e 95% dos jovens que terminam o Ensino Médio nas zonas urbanas têm miopia, e já evidências fortes de que o índice também está aumentando nos Estados Unidos e na Europa", disse ainda o especialista, um dos líderes no tema.
"Nas situações em que há uma expectativa educacional alta, é mais provável que as pessoas desenvolvam miopia. Considere nossos próprios estudantes de optometria como exemplo: aproximadamente metade se torna míope durante os quatro anos de estudos aqui", contou o professor da universidade de Houston.
Smith e sua equipe estão agora se debruçando sobre os fatores ambientais, como a exposição a certos tipos de luz, que podem ter um impacto sobre o crescimento do globo ocular que leva à miopia.

O que podemos fazer?

A miopia não tem cura nem é reversível, mas o uso de óculos pode impedir ou desacelerar o avanço da condição.
Também há cirurgia com laser que altera a forma do globo ocular para corrigi-lo, embora esse procedimento não seja recomendado em crianças ou jovens que ainda estão em processo de crescimento.

Família ao ar livreDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionEspecialistas concordam que risco de miopia é reduzido quando crianças passam períodos ao ar livre

A maioria dos pesquisadores concorda que estimular crianças a brincar ao ar livre ajuda a reduzir o risco de desenvolver o problema.
Também há estudos mostrando que, ao brincar ao ar livre, a miopia infantil pode avançar num ritmo mais lento.
Os especialistas acreditam que isso tem a ver com o fato de que os níveis de luz no exterior são muito mais altos que no interior.
Por outro lado, passar muito tempo focando a vista em objetos muito próximos, como lendo, escrevendo ou usando dispositivos portáteis como celulares, tablets ou laptops, pode aumentar o risco miopia, segundo o NHS, o serviço público de saúde britânico.
BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 30 de maio de 2017

Alerta da Saúde:Água imprópria pode transmitir hepatites A e E, febre tifóide e cólera, além de diarreia.



Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, atingida pelas chuvas
Barreiros, na Mata Sul de Pernambuco, atingida pelas chuvasFoto: Alfeu Tavares/ Folha de Pernambuco
A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco informou nesta segunda-feira (29) que enviou equipes para as cidades afetadas pelas fortes chuvas que atingiram o estado. Os funcionários levam insumos para diabéticos e frascos de hipoclorito de sódio, a fim de purificar a água para consumo. A secretaria fez um alerta para que a população não consuma água sem tratamento, pois há perigo de transmissão das hepatites A e E, febre tifóide e cólera, além de diarreia. Foram disponibilizados 180 mil frascos de hipoclorito para tratar a água.

De acordo com balanço da Coordenadoria da Defesa Civil do estado, 23 cidades foras afetadas pelas chuvas no estado. Catorze estão em estado de calamidade pública, além do município de Caruaru, que decretou estado de emergência e aguarda reconhecimento do governo estadual. No início da noite, o governo estadual atualizou o número de desabrigados e desalojados para 44,8 mil pessoas. Duas pessoas estão desaparecidas e uma criança morreu em Caruaru. Foram registadas ainda duas mortes em Lagoa dos Gatos.

Segundo a secretaria, foi enviado também material médico-hospitalar como soro fisiológico, estetoscópios, luvas, micronebulizadores, ataduras, esparadrapo e fraldas geriátricas. A secretaria informou também ter solicitado ao Ministério da Saúde o envio de uma força-tarefa para apoiar regiões afetadas, além de kits enchente para atender aos desalojados e desabrigados, seringas, vacinas contra difteria e tétano e soro antiofídico.
Fonte:Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 16 de maio de 2017

Aluna de escola pública inventa monitor cardíaco para sonâmbulos



Nathália Souza de OliveiraDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionEstudante usou iniciação científica escolar para ajudar pessoas que sofrem com distúrbio do sono

Um projeto de iniciação científica na escola pode se transformar em oportunidade de trabalho para a adolescente paulistana Nathália Souza de Oliveira, de 17 anos.
Interessada em medicina, ela idealizou e desenvolveu, com a ajuda dos professores da Escola Estadual Alexandre Von Humboldt, em São Paulo, um monitor cardíaco para pessoas com sonambulismo, que pode ajudar a evitar acidentes domésticos.
Com o projeto, Nathália é finalista do prêmio principal da Feira de Ciências de São Paulo, o principal evento do tipo no Estado. E uma parceria entre a escola e uma empresa americana no Brasil devem garantir testes em pacientes com o distúrbio.
"Eu sempre quis fazer algo na área de medicina, especialmente em neurologia. Pesquisando, vi que o sonambulismo não é tratado como doença, mas pode causar acidentes. Pensei em criar algo que ajudasse a fazer com que esses acidentes não acontecessem mais", disse Nathália à BBC Brasil.
"Pensamos que é algo distante, mas nas feiras de ciências muita gente me conta histórias de membros da família que têm sonambulismo."
O sonambulismo é considerado um distúrbio benigno do sono, que atinge principalmente crianças e, apesar de não ter cura, pode desaparecer espontaneamente.
De um modo geral, a pessoa que sofre do transtorno pode sentar, andar, falar ou fazer atividades repetitivas, até de olhos abertos, enquanto está no estágio mais profundo do sono.
Apesar de não causar danos específicos à saúde, os episódios de sonambulismo estão associados a acidentes domésticos - algumas pessoas tropeçam, abrem janelas ou tentam cortar alimentos nesse estado, por exemplo.
"O sonambulismo faz parte do amadurecimento dos sistemas de sono no cérebro, por isso ocorre muito em crianças. Mas sabemos que existe uma predisposição genética. É comum famílias terem mais de uma pessoa com o distúrbio", disse à BBC Brasil a neurologista Rosana Cardoso Alves, da Academia Brasileira de Neurologia.


Protótipo de monitor cardíacoDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionMonitor criado por Nathália identifica alteração em batimentos cardíacos durante episódio de sonambulismo

'Acordado!'

Durante a pesquisa, em artigos e centros especializados como o Instituto do Sono e na Universidade de São Paulo (USP), Nathália descobriu que a frequência cardíaca de um sonâmbulo durante o episódio é semelhante à de uma pessoa que está acordada fazendo atividades.
"Achei que deveria criar um medidor cardíaco porque, lendo os artigos, (vemos que) o sono e o sonambulismo estão associados aos batimentos cardíacos. Quando a gente está dormindo, a frequência cardíaca é de 40 a 70 batimentos por minuto. E, quando acordamos, ela vai de 70 até 110", explica.
"Pensei: quando o sonâmbulo levanta e inicia o estado de distúrbio, a frequência dele altera e eu posso identificar o momento. A parte mais difícil foi ver se a minha ideia era válida ou não."
O monitor criado por Nathália usa um pequeno sensor de batimentos cardíacos ligado a uma placa de Arduíno (placa eletrônica usada para programar comandos) e a uma placa de bluetooth, que envia sinais para um aplicativo no computador ou smartphone.
"O sonâmbulo deve usar o sensor como uma pulseira ou relógio. Ele capta seus batimentos cardíacos, que aparecem no computador ou no smartphone como um eletrocardiograma", explica a estudante.
"Quando a pessoa entra em estado de distúrbio e levanta, nós podemos enviar uma mensagem para alguém da família dizendo 'Acordado! Acordado! Acordado!'. Também pensamos em acionar uma vibração mecânica na pulseira, como se a pessoa estivesse sendo acordada por alguém. No Instituto do Sono me disseram que isso seria válido."
A neurologista Rosana Alves diz, no entanto, que acordar um sonâmbulo de maneira brusca não é aconselhável.
"A pessoa pode se assustar e ter uma reação mais violenta. Mas instrumentos como o que ela está desenvolvendo são muito importantes para alertar a família de crianças. Já existem até alguns que medem a atividade motora durante o sono. Acho muito válido."
"Um dispositivo desses também poderia ajudar pessoas com Transtorno Comportamental do Sono REM, que se parece com sonambulismo, mas é mais comum em idosos. O paciente tem sonhos vívidos e, por exemplo, se sonha que está correndo, sai correndo de verdade. Diferentemente do sonambulismo, ele acorda, mas pode se machucar", afirma.
De acordo com Alves, não é comum tratar sonambulismo com medicamentos, mas, sim, com medidas de proteção, como trancar locais da casa que possam oferecer risco e colocar pequenas cercas móveis no topo de escadas.

Testes

"Uma coisa que me agrada muito é ver o crescimento dos alunos e aprender junto com eles realizando esses projetos. É um trabalho em que eu não tenho a resposta certa, eles é que vão encontrar", disse à BBC Brasil o professor de física da escola Alexandre Von Humboldt, Rafael Assenso, que orienta a iniciação científica.
Segundo Assenso, o interesse dos alunos pelos projetos tem aumentado na medida em que a escola ganha mais destaque em feiras e eventos de ciências, engenharia e tecnologia do Estado e em âmbito nacional.
O monitor de Nathália, que foi desenvolvido durante um ano, desde a pesquisa até o protótipo, ainda não foi testado em pacientes com sonambulismo, apenas nos próprios criadores.
"Estamos buscando parcerias com centros de pesquisa para testarmos com sonâmbulos. Uma empresa estrangeira no Brasil se interessou por uma parceria com a escola, porque temos um grupo de projetos na área de medicina", afirma o professor.


Protótipo de monitor cardíaco com aplicativoDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionFamiliares do sonâmbulo recebem mensagem em aplicativo de smartphone para alertá-los

O protótipo inicial do monitor criado por Nathália custou cerca de R$ 150. Agora, ela está desenvolvendo as próprias peças. O objetivo é que a produção custe cerca de R$ 50.
"Agora estamos desenvolvendo nosso próprio circuito numa placa de cobre. Ele vai ficar bem pequenininho, do tamanho de uma tela de relógio. Também estamos fazendo nosso próprio aplicativo. Para o protótipo, tivemos que achar um que pudéssemos usar", diz a estudante.
A experiência fez com que Nathália passasse a flertar também com a engenharia eletrônica. Por causa do monitor, ela chegou a ganhar um prêmio para mulheres na engenharia durante a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), da Escola Politécnica da USP, um dos maiores eventos brasileiros do gênero.
"Eu continuo querendo ser médica, mas quero levar a tecnologia para dentro dos hospitais. Sempre quis saber como as coisas funcionavam."
"Mas quando você fala sobre engenharia, todo mundo diz que as faculdades só têm homem. Dá vontade de ser melhor e mostrar que mulheres podem ser muito boas na engenharia."


Nathália e Rafael Assenso, professorDireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image caption"O melhor é descobrir as respostas junto com eles", diz professor de escola estadual que orienta projetos

Inspiração

Filha de uma professora de educação infantil e de um motorista autônomo, Nathália diz que uma de suas inspirações foi outra estudante empreendedora: a baiana Georgia Gabriela Sampaio, que, aos 19 anos, teve seu projeto para diagnóstico de endometriose selecionado por um concurso na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Após o reconhecimento, Georgia foi aceita em nove universidades americanas e, atualmente, estuda Engenharia Química na Universidade de Stanford, na Califórnia.
"Quando eu comecei o meu projeto, meus pais me disseram que eu poderia ajudar na medicina assim como a Georgia, que fez o teste da endometriose. Queria dizer obrigada a ela!", diz Nathália à reportagem.
Falando à BBC Brasil, Georgia disse se sentir "honrada de ser vista como referência para alguém como ela, que teve a iniciativa de um projeto como esse".
"Eu espero que ela vá muito mais longe do que eu fui no meu período de ensino médio, e que ela contribua ainda mais para a medicina", disse.
Dentro da faculdade, Georgia colabora com uma empresa americana para um produto semelhante ao seu projeto original: um método menos invasivo para diagnosticar a endometriose em mulheres.
"Para Nathália eu também diria que é muito importante ter mentores que estejam disponíveis para ajudá-la no processo. Foi o que eu mais senti falta no ensino médio e é o que faz mais diferença na minha experiência com pesquisa."


Georgia Gabriela em Stanford, nos EUADireito de imagemARQUIVO PESSOAL
Image captionEstudante baiana que inspirou Nathália apresentou projeto científico em Harvard e foi aceita em nove universidades americanas

Em sua escola, a estudante paulistana também já se tornou referência para outros interessados na ciência.
"Quando entrei na escola, tinha uma menina que fez um trabalho de astronomia muito legal. E eu achava que ela poderia distribuir ideias para todo mundo. Agora as pessoas acham isso de mim", diz, rindo.
"Eu tento ajudar, digo que a pessoa deve tentar fazer um trabalho na área que ela quer trabalhar, porque ajuda a gostar. Para mim, ciência nunca foi chato. Quando você se aproxima de algo de que gosta é bem melhor."
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 9 de março de 2016

Pílula do Câncer: Câmara aprova projeto que libera uso e fabricação


A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8) projeto que permite a fabricação, distribuição e o uso da fosfoetanolamina sintética, conhecida como “pílula do câncer”. O texto segue agora para análise do Senado antes de ir à sanção presidencial.
Desenvolvida pela Universidade de São Paulo (USP) para o tratamento de tumor maligno, a substância é alardeada como cura para diferentes tipos de câncer, mas não passou por esses testes em humanos e não tem eficácia comprovada, por isso não é considerada um remédio. Ela não tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e seus efeitos nos pacientes ainda são desconhecidos.
A "pílula do câncer" foi distribuída durante anos pela USP de São Carlos. Desde novembro, a distribuição está suspensa por decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo. Atualmente, a substância é estudada pelo Instituto do Câncer de São Paulo, que iniciará testes em seres humanos.
Pelo projeto de lei aprovado pela Câmara, pacientes com tumor maligno poderão usar a “pílula do câncer”, desde que exista laudo médico que comprove a doença. O paciente ou seu representante legal terá ainda que assinar um termo de consentimento ou responsabilidade.

A proposta vai além e também permite a fabricação da fosfoetanolamina sintética mesmo sem registro sanitário.
“Ficam permitidas a produção e manufatura, importação, distribuição e prescrição, dispensação, posse ou uso da fosfoetanolamina sintética, direcionadas aos usos de que trata esta lei, independentemente de registro sanitário, em caráter excepcional, enquanto estiverem em curso estudos clínicos acerca dessa substância”, diz o texto.

O projeto ressalva, porém, que a produção da “pílula do câncer” só pode ser feita por “agentes regularmente autorizados e licenciados pela autoridade sanitária competente”. 

"A burocracia estatal demoraria demais para autorizar o medicamento, e o câncer não espera. O que estamos fazendo aqui é liberando, dando a possibilidade, o direito de tomar a pílula e a possibilidade para aqueles que querem fabricar a pílula", disse o relator da proposta, deputado Marcelo Aro (PHS-MG).
Embora defenda a liberação da substância, o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) ponderou que ela não tem eficácia garantida e destacou que, se os testes apontarem que a pílula pode oferecer riscos, a autorização para o uso terá que ser derrubada.
"Sabemos que há relatos de melhorias ou bem-estar. Há relatos também de gente que usou e não melhorou. Temos que ser francos para não oferecer uma esperança que pode não se confirmar amanhã", disse o deputado do PT.
Como surgiu a pílula
A fosfoetanolamina sintética começou a ser estudada no Instituto de Química da USP em São Carlos, pelo pesquisador Gilberto Chierice, hoje aposentado. Apesar de não ter sido testada cientificamente em seres humanos, as cápsulas foram entregues de graça a pacientes com câncer por mais de 20 anos.
Em junho do ano passado, a USP interrompeu a distribuição e os pacientes começaram a recorrer da decisão na Justiça. Em outubro deste ano, a briga foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a produção e distribuição do produto.
Mas, desde novembro, por causa de uma nova decisão judicial, a distribuição da substância está proibida. A polícia chegou a fechar um laboratório em Conchal (SP), que estava produzindo ilegalmente a substância.
Um levantamento do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) diz que 5 mil pessoas no estado estão sem receber a fosfoetanolamina sintética. Segundo o pesquisador que desenvolveu a droga, a substância ajuda a célula cancerosa a ficar mais visível ao sistema imunológico. Com isso, o organismo combate com mais facilidade essas células.
A Anvisa diz que é preciso comprovar a eficácia e a segurança do produto, e que os prazos dos estudos devem ser respeitados. Agora, o Instituto do Câncer de São Paulo vai começar os testes em pacientes. A produção da substância será feita pela Fundação para o Remédio Popular (Furp). O investimento total para os testes deve ser de aproximadamente R$ 2 milhões.
No ínicio, 10 pessoas vão receber a substância. Se nenhum paciente tiver efeitos colaterais graves, o estudo continua. Serão separados 10 grupos de cada tipo de câncer, com 21 pacientes cada. Se pelo menos dois pacientes responderem bem, a pesquisa será ampliada. Progressivamente, a inclusão de novos pacientes continuará até atingir o máximo de 1 mil pessoas.
A estratégia, segundo a equipe, permitirá melhor compreensão da droga. O oncologista e diretor-geral do Icesp, Paulo Hoff, disse que a prioridade é a segurança dos pacientes. Por isso, nesse primeiro momento, a pesquisa vai avaliar se a droga é segura e se há evidência contra o câncer. Fonte:G1
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Aedes aegypti: não há comprovação de que repelentes alternativos funcionam

Segundo a Anvisa, estudos indicam que o uso tópico de repelentes, ou seja, direto na pele, à base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é seguro / Foto: AFP

Segundo a Anvisa, estudos indicam que o uso tópico de repelentes, ou seja, direto na pele, à base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é seguro

Foto: AFP

São muitas as receitas caseiras que chegam por aplicativos de mensagens prometendo combater o mosquito Aedes aegypti, vetor dos vírus da dengue, da febre chikungunya e da Zika, mas que não têm o aval dos cientistas. O infectologista Dalcy Albuquerque, da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, reforça que a aprovação de produtos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é uma garantia oficial da segurança e eficácia do produto.
“A gente vive uma era de produtos orgânicos, os pacientes têm duvidas e perguntam com frequência sobre os repelentes caseiros. Não posso dizer que funcionam e correr o risco do meu paciente pegar uma dessas doenças, você precisa de alguma garantia”, disse Albuquerque.
Depois do surto de Zika e da associação desta doença com o nascimento de bebês com microcefalia, a busca por formas de evitar a picada de mosquito virou uma grande preocupação em todo o país. Os boatos pelas redes sociais já falaram da eficácia da vitamina B12, de própolis, citronela, de cravo da índia, entre outras ferramentas que teoricamente afastam o mosquito.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde é que a população, principalmente mulheres grávidas, usem calças compridas, sapatos fechados, mangas compridas e coloquem telas nas janelas, especialmente em locais com maior incidência do mosquito.
O uso de repelentes aprovados pela Anvisa é outra recomendação das duas entidades, mas todas as recomendações dos rótulos devem ser seguidas. Segundo a Anvisa, estudos indicam que o uso tópico de repelentes, ou seja, direto na pele, à base de n,n-Dietil-meta-toluamida (DEET) por gestantes é seguro. jornal do commmercio
Professor Edgar Bom Jardim - PE