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terça-feira, 7 de novembro de 2017

Prefeito libera dinheiro do precatório do Fundeb para professores de catende


O Prefeito Josibias Cavalcanti (PSD)se reuniu com a secretária de educação de Catende, Maria do Carmo, para comunicar sua decisão de contemplar os professores, que exerciam suas funções no período de 2001 a 2006, inerente à liberação do FUNDEB (antigo FUNDEF). O comunicado feito na página da SEDUC, no entanto, não fez relação ao valor, se é de fato os 60% que era requerido pelos mesmos. Na última quarta-feira a Câmara Municipal havia feito uma reunião com os professores e membros do sindicato defendendo o rateio do dinheiro.
Segundo a página, os procedimentos administrativos  serão definidos em reunião a ser realizada nesta segunda-feira, juntamente com o Prefeito Josibias e o Secretário de Finanças do Município.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 4 de novembro de 2017

Sistema do Enem deste ano vai inibir o "chutômetro"

A técnica segue a lógica do jogo pega-varetas, já que é preciso seguir uma estratégia para responder às questões.
Foto: Thalyta Tavares/Esp/DP (A técnica segue a lógica do jogo pega-varetas, já que é preciso seguir uma estratégia para responder às questões.
Foto: Thalyta Tavares/Esp/DP)
A técnica segue a lógica do jogo pega-varetas, já que é preciso seguir uma estratégia para responder às questões. Foto: Thalyta Tavares/Esp/DP


Entender o método de correção utilizado no Enem deve fazer parte da estratégia de cada candidato. A maneira como o fera responde aos quatro cadernos pode fazer a diferença no resultado final, já que o sistema de avaliação divide a prova em diferentes graus de dificuldade e identifica os chutes. Utilizada pelo Ministério da Educação desde 1995, a Teoria da Resposta ao Item (TRI) também é aplicada em todos os países que participam do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).

Baseada em um modelo matemático, a teoria classifica as questões em fáceis, medianas e difíceis. Para avaliar se as respostas estão coerentes com o desempenho no restante da prova, a TRI usa três critérios. Entre esses parâmetros estão a discriminação, que verifica se o participante domina ou não o assunto da questão; o grau de dificuldade, que permite avaliar os estudantes em diferentes níveis de conhecimento; e a possibilidade de acerto ao acaso. É esperado que o estudante acerte uma maior quantidade de itens fáceis, seguidos de medianos e difíceis. Caso contrário, a TRI considera que houve “chute”, e a nota final será menor. 

Segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o propósito é garantir coerência pedagógica. “Entende-se que a aquisição do conhecimento ocorre de forma cumulativa, de modo que habilidades complexas requerem domínio de habilidades simples”, justificou.
Quando a prova é composta por muitos itens fáceis, a nota máxima será mais baixa, como acontece ano a ano com o caderno de linguagens, por exemplo, nos quais as médias ficam em torno de 500. Quando a prova é composta por muitos itens difíceis, o mínimo tenderá a ser mais alto. Então, a nota mínima pode não ser zero, mesmo se um aluno errar todas. O mesmo ocorre com a nota máxima, que pode passar de mil se as questões estiverem com nível alto, como aconteceu com as médias de matemática no ano passado.

Seguindo a matriz de referência do exame, que toma como base documentos oficiais que subsidiam o Ensino Médio, os 45 itens apresentados nas quatro áreas de conhecimento do Enem (matemática, linguagens, ciências da natureza e ciências humanas) têm peso em conjunto e não individual. Na correção, as questões são avaliadas levando em consideração se houve coerência. Esse sistema de avaliação permite que seja elaborada apenas uma prova de múltipla escolha para os mais de seis milhões de inscritos no exame, já que mesmo se dois candidatos tiverem a mesma quantidade de acertos, aquele que responder de forma mais coerente terá nota maior.

O professor de matemática do Colégio Damas, Rui Lima, faz uma analogia com a técnica do jogo pega-varetas, já que é preciso seguir uma estratégia para responder às questões. “Como no jogo, os alunos devem eliminar primeiro as ‘varetas’ mais fáceis e só depois partir para as complexas”, explica.
“Em matemática, o aluno pode perceber esses diferentes graus por aqueles assuntos básicos, como proporção, regra de três e juros. Já os itens que envolverem logaritmos e geometria analítica, por exemplo, ou que trazem situações novas, serão as mais difíceis”, comenta.

Uma dica é ler a prova toda antes de responder, para identificar os níveis de dificuldade. Para adquirir experiência, fazer provas anteriores é importante. O fera de engenharia da computação Marcelo Veloso, 17, responde aos simulados desta forma e percebeu melhora no desempenho. “A TRI permite que as notas não sejam iguais e ainda diminui a nota de quem está chutando, tornando a seleção mais justa”, considera o estudante.

Critério de desempate

Uma das principais características da Teoria da Resposta ao Item é a escala criada pelo Inep, especialmente para o Enem, que tem como objetivo medir o conhecimento do participante nas quatro áreas. Todas as notas são calculadas dependendo do valor de referência, que representa o desempenho apresentado no ano anterior pelos concluintes do Ensino Médio da rede pública e o valor de dispersão, que diz respeito a uma medida de variabilidade média das notas desses concluintes em relação ao desempenho médio geral.

O cálculo das notas segue seis etapas que exigem tripla conferência envolvendo grupos de especialistas em estatística, matemática e psicometria, além de recursos computacionais que garantam a confiança nos resultados. “Essa teoria serve para calibrar a nota do aluno de acordo com o conhecimento. Para cada questão existe um gráfico que mostra a relação da proficiência e a dificuldade de cada item resultando na pontuação. O aluno que acerta aleatoriamente vai ganhar o ponto, mas não se tiver a proficiência terá uma nota baixa”, lembra Rui Lima.

A única prova que não segue a TRI é a de redação, já que é dissertativa e avalia o candidato em cinco competências que valem até 200 pontos cada, totalizando o máximo de mil pontos. A redação é lida por dois professores que avaliam se o estudante domina a língua portuguesa, compreendeu a proposta do texto base, defendeu um ponto de vista, construiu uma argumentação e elaborou uma proposta de intervenção para o problema abordado.

Para o fera em engenharia biomédica Guilherme Teixeira, 17, o desempenho nas provas de redação e linguagens faz a diferença na média geral. “Por ter um conhecimento mais básico, a prova de português vai gerar uma nota mais baixa, já que não varia muito no nível de dificuldade. Então acertar o máximo possível garante a base da nossa nota. Já a redação tem um peso bastante relevante para todos os vestibulandos, independentemente do curso ao qual irá concorrer. Acredito que as duas formas de avaliação sejam justas para o aluno que se prepara”, analisa o estudante
Diário de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Enem: o que esperar dos temas da redação?


O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é sempre aguardado com ansiedade pelos candidatos. Neste ano, o texto terá de ser elaborado no primeiro dia de prova, 05/11, juntamente com as questões das áreas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Embora seja impossível precisar a proposta, professores indicam alguns assuntos para os estudantes ficarem de olho e dão dicas de como produzir uma boa redação, que representa 20% da nota final do candidato.
# Daniel Perez, professor de Literatura e Redação no cursinho Maximize
O professor aposta em temas que não deem margem a críticas para o atual governo, dada a sua baixa popularidade. Nesse sentido, vê possibilidades de abordagem do tema do trabalho, mas a partir de um contexto em que se discuta a sua importância e o seu poder de transformação na sociedade brasileira; em sua opinião, o trabalho voluntário também pode aparecer como um bem positivo da sociedade; e a juventude, diante da perspectiva do empreendedorismo juvenil e do poder das escolhas dos jovens.
#Naná DeLuca, professora de redação no cursinho popular da Acepusp
A professora vê possibilidades para o tema da crise prisional, que permitiria aos candidatos discutirem tanto as questões sociais do problema, como as históricas e as raciais. O racismo e seus desdobramentos na sociedade e o preconceito linguístico ligado às classes sociais, em sua análise, também devem ser considerados.
# Maria Aparecida Custodio, Laboratório de redação do Colégio e Curso Objetivo
“Acredito que se mantenha a tendência dos temas que responsabilizam não só o governo, mas também a sociedade, em uma ação conjunta”, avalia. Nesse sentido, aposta no tema da violação dos direitos de crianças e adolescentes, “o governo tem uma campanha sobre o tema e tem convocado a sociedade a denunciar os diversos tipo de abuso”, avalia.
A Reforma da Previdência, a seu ver, também deve ser considerada, “mas em um contexto em que se discuta o direito dos idosos e como se assegura um envelhecimento digno à população brasileira, dada a alta expectativa de vida dos idosos”, explica.
O mesmo pode acontecer com a Reforma do Ensino Médio. A estratégia, avalia, pode ser o de debater os caminhos para melhorar a qualidade do Ensino médio, dado os altos índices de evasão dos jovens na etapa. “Embora a reforma tenha sido apresentada de maneira equivocada, há muito se discute a necessidade de tornar a etapa mais atraente aos estudantes, considerando a flexibilização curricular”.
A professora ainda cita outros temas como homofobia, o crescimento das doenças sexualmente transmissíveis e o consumo de álcool entre os adolescentes; o consumo sustentável, o bullying e o cyberbullying, a violência nas escolas e a inclusão de pessoas com deficiência.
#Andrea Ramal, autora do livro “Redação Excelente – Para Enem e Vestibulares”
A aposta de Andrea é por temáticas mais amplas, para além do contexto brasileiro, como a questão do terrorismo e da crise dos refugiados, dado o endurecimento das leis migratórias. A liberdade de expressão também é um tema que chama a atenção da especialista, “até porque o jovem se expressa muito nas redes sociais”. Em sua análise, um possível enfoque seria discutir os limites da liberdade de expressão, considerada a preservação dos direitos humanos.
Aposta nos temas sociais
De maneira geral, há uma crença para que os temas sociais se mantenham. Ainda que o Manual de Redação considere a abordagem de temáticas científicas, culturais e políticas, elas não pautaram as últimas três edições do exame.
Em 2014, os candidatos tiveram que discorrer sobre  a “Publicidade infantil em questão no Brasil”; 2015 trouxe o tema “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”; e, no último ano, a proposta foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”.
Como fazer uma boa redação?
Para os professores, tão importante quanto conhecer sobre o tema da redação é saber se posicionar diante dele. Naná chama a atenção para a importância do estudante saber fazer um recorte temático. “Se o tema for crise prisional, não se espera que o candidato traga informações de maneira genérica, mas escolha um tema, por exemplo, a superlotação dos presídios, e então apresente o seu posicionamento”, coloca, reforçando a necessidade de se apresentar tese, argumentação e conclusão.
Andrea Ramal, por sua vez, dá dicas de como escrever um bom texto e chama a atenção para o necessário encadeamento das ideias na redação. “No Enem, o candidato é especificamente avaliado quanto ao uso dos conectivos, escrever com coesão vale 200 pontos na nota da prova”. Na contramão disso e entre os erros mais comuns estão as repetições, frases fragmentadas e mau uso dos conectivos.
Por isso, mais do que ler e estar atento às informações, os candidatos devem treinar a escrita. “Nesse momento a lógica do ‘bom leitor é um bom escritor’ não adianta”, assegura Daniel.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Santa Catarina tem mais de 100 vagas e salários de até 5 mil reais

Há processos seletivos abertos nas cidades de Lontras, Tangará e Leoberto Leal e no Instituto Federal de Educação, Tecnologia e Ciência
Camboriú (SC): inscrições para seleção do IFC devem ser feitas pessoalmente, no campus da cidade. (Foto: Wikimedia Commons)
Nesta semana, NOVA ESCOLA traz diversas oportunidades em Santa Catarina. São vagas em três cidades do interior do estado e em um instituto federal, com salários de até 5 mil reais. Confira.
Lontras
A prefeitura do município com pouco mais de 10 mil habitantes divulgou processo seletivo que contratará 73 professores em caráter temporário para a rede pública de ensino. Há vagas para Pedagogos, Professores de Educação Física, Artes, Inglês, Ensino Religioso e Educação Especial.
As remunerações oferecidas variam entre R$ 2.298,80 até R$ 2.883,48, com jornadas de até 40 horas semanais.
As inscrições devem ser realizadas via internet, até o dia 17 de novembro. O certame prevê o pagamento de uma taxa no valor de R$ 50 e avaliação por meio de prova objetiva e análise de títulos. Também será levado em consideração o tempo de serviço que o candidato possui. Confira o edital completo.
Leoberto Leal
No pequeno município a 110 quilômetros de de Florianópolis (SC), o processo seletivo também busca professores temporários. Os cargos disponíveis são para Educação Infantil,  Ensino Fundamental I (1º ao 5º ano) e as disciplinas de Educação Física, História, Artes, Inglês e Informática. A formação mínima necessária para concorrer é Ensino Médio completo ou estar cursando graduação com licenciatura plena nas áreas específicas.
O salário oferecido pode chegar a R$ R$ 2.074,30 para jornadas de 20 horas semanais.
As inscrições devem ser realizadas presencialmente no prédio da prefeitura, que fica na Rua Mainolvo Lehmkuhl, 20, no Centro, das 13h30 às 18h30. O prazo se encerra no dia 9 de novembro. O processo seletivo terá com prova escrita e de títulos. Leia o edital para todos os detalhes.
Tangará
A cidade com 8 mil habitantes homologou o edital do processo seletivo que visa contratar 20 professores e formar cadastro reserva. Os profissionais poderão atuar na Educação Infantil, no Ensino Fundamental I e no Fundamental II, nas disciplinas de História, Inglês, Língua Portuguesa e Matemática. A exigência para entrar na disputa é possuir nível superior com licenciatura plena.
As jornadas podem chegar a 40 horas semanais, com salários de no máximo R$ 2.548,56.
As inscrições podem ser feitas até dia 9 de novembro, via internet, no site da realizadora do concurso. A seleção consistirá em uma prova objetiva e análise de títulos. O edital tem validade de um ano e pode ser prorrogado por igual período.
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Catarinense (IFC)
O IFC divulgou processo seletivo que busca um professor substituto de pedagogia. Os interessados deverão possuir doutorado na área para concorrer. A remuneração oferecida pode chegar a R$ 5.742,14, dependendo da titulação, para jornada de trabalho de 40 horas semanais.
As inscrições devem ser realizadas presencialmente no campus da cidade de Camboriú, na Rua Joaquim Garcia, s/nº, Centro, das 8h às 11h e das 14h às 17h. O prazo termina em 9 de novembro e o certame prevê o pagamento de uma taxa no valor R$ 20 para participar. Leia o edital para todos os detalhes.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 31 de outubro de 2017

Bolsas para estudantes ingressarem em universidades públicas

Programa vai beneficiar os mil melhores colocados no Enem e SSA da UPE. Foto: Anamaria Nascimento/DP (Programa vai beneficiar os mil melhores colocados no Enem e SSA da UPE. Foto: Anamaria Nascimento/DP)
Programa vai beneficiar os mil melhores colocados no Enem e SSA da UPE. Foto: Anamaria Nascimento/DP


Os alunos da rede estadual de ensino terão, a partir de agora, um incentivo financeiro para cursar o ensino superior em instituições públicas dentro e fora do estado. O Programa PE no Campus foi lançado, na tarde desta segunda-feira, com o objetivo de oferecer bolsas para estudantes de baixa renda conseguirem se concentrar nos estudos e entrar nas universidades públicas do país. A política começa a valer neste ano para quem vai fazer o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e o Vestibular Seriado da UPE. Os mil melhores colocados vão receber o benefício.

De acordo com o Governo de Pernambuco, o programa tem duas linhas de atuação: mobilização e apoio para participação dos estudantes nos exames; e apoio financeiro para estudantes de baixa renda no ensino superior. Para isso, serão oferecidas mil bolsas nos dois primeiros anos da graduação. No primeiro e segundo período, os estudantes vão receber R$ 950 ao mês e, no terceiro e quarto, R$ 400. "Nós fizemos levantamentos e verificamos que menos de 50% dos nossos alunos da rede pública estadual se inscrevem no Enem e no Seriado da UPE por falta da condição de se manter nos dois primeiros anos do início do curso universitário. O programa quer dar oportunidade para esses alunos de baixa renda", destacou o governador Paulo Câmara.

A seleção será feita pela nota do Enem e do Sistema Seriado de Avaliação. Os melhores classificados terão bolsa nos dois primeiros anos de universidade para auxiliar na manutenção dos estudos. "Queremos uma maior prenseça dos alunos de escola pública estadual nas universidades de todo o país. A partir do segundo ano, fica mais fácil. Aparecem outras bolsas, iniciação científica e estágios. O programa já vai começar a valer neste ano. Serão mil bolsas a cada ano até termos 100% dos nossos alunos da rede se matriculando nas universidades", complementou.

Os pré-requisitos para ser beneficiado com a bolsa do programa são: ter cursado todo o Ensino Médio em escola pública da rede estadual de educação; ter concluído o Ensino Médio há não mais que cinco anos; ter renda familiar inferior a dois salários mínimos ou ser atendido pelo Bolsa Família; ter domicílio em cidade distante mais de 50 quilômetros da universidade. Somente no primeiro ano, serão investidos R$ 12 milhões do Governo de Pernambuco no programa. A partir do segundo ano, com a manutenção dos primeiros beneficiados e os novatos, serão R$ 16 milhões. 

"O foco é dar oportunidade para estudantes que passaram na universidade pública e não têm como se manter. Temos muitos estudantes talentosos, especialmente os do interior. Muitos deixam de estudar, pois não têm como mudar de cidade, pagar aluguel, se manter. Existem outras políticas do Governo Federal para quem vai para universidades particulares, o PE no Campus é para a rede pública", esclareceu o secretário de Educação de Pernambuco, Fred Amâncio. Com Diário de Pernambuco.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

MPF recomenda que recursos do FUNDEF sejam usados exclusivamente para ed...

Assista ao vídeo aqui em LEIA MAIS.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

UPE em Arcoverde


O governador Paulo Câmara e o reitor da Universidade de Pernambuco (UPE), Pedro Falcão, inauguraram, na manhã desta sexta-feira (20), um campus da UPE em Arcoverde, no Sertão de Pernambuco. A sede teve o terreno doado pela prefeitura do município e foi financiado pelo MEC e o Governo do Estado, pelo convênio de aproximadamente R$ 6 milhões.

A instituição vai fornecer os cursos de Odontologia e Direito. Cerca de 300 alunos serão beneficiados. Os estudantes terão espaços e equipamentos modernos no novo campus, além da criação de uma clínica odontológica dentro da sede. A expectativa é que, posteriormente, sejam ofertados mais cursos para esse campus.

Leia também:
Direito é o curso mais concorrido no vestibular 2018 da UPE
Proupe vai usar nota do Enem e terá mais 1.200 vagas, anuncia governo


A criação de uma clínica odontológica no campus visa aumentar o atendimento para mais de 60 pessoas por dia. A partir de 2018 é esperado que as clínicas realizem cirurgias de baixa complexidade.

O prédio tem 5.507,60 m² de área construída, e possui além das dalas administrativas, 20 salas de aula, laboratório de informática e odontologia, 12 consultórios odontológicos, biblioteca e sala de vídeo conferência.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 15 de outubro de 2017

'Não podemos ensinar as meninas do futuro com livros do passado'


Livro didático da Tanzânia mostrando garotas e rapazes
Image captionPesquisadores da Unesco encontraram estereótipos de gênero em livros didáticos de todo o mundo | Unesco/Relatório GEM

Em um livro didático na Tanzânia, meninos são retratados como fortes de atléticos, enquanto as meninas parece orgulhosas em seus vestidinhos de babados. Já na escola primária no Haiti, alunos aprendem que as mães "cuidam das crianças e preparam a comida", enquanto os pais trabalham "no escritório".
Um livro ilustrado paquistanês onde todos os políticos e pessoas poderosas são homens. Na Turquia, um cartum mostra um garoto sonhando em ser médico. Enquanto isso, uma garota se imagina como uma noiva de vestido branco.
A lista continua - e não tem fronteiras geográficas.
De acordo com vários especialistas, estereótipos de gêneros são encontrados - de maneira bastante semelhante - em livros didáticos de todos os continentes. É um problema que está "embaixo dos nossos narizes".
"Há estereótipos de homens e mulhares camuflados no que parecem ser papeis bem estabelecidos para cada gênero", diz a socióloga Rae Lesser Blumberg.

Livro didático no Haiti
Image captionUm livro em francês do Haiti diz que "a mãe cuida das crianças e cozinha, enquanto o pai trabalha no campo ou no escritório" | Unesco/Relatório GEM

A especialista, da Universidade da Virginia, pesquisa livros didáticos em todo o mundo há mais de uma década, e diz ter visto as mulheres serem sistematicamente excluídas dos textos e ilustrações, ou retratadas em papeis subservientes.
"Estereótipo de gênero é um tema de menor destaque na educação. Não ocupa as manchetes dos jornais enquanto milhões de crianças permanecem fora da escola", afirma.

Livro didático com estereótipos de gênero
Image captionNa maior parte dos livros, homens são apresentados como os que recebem e administram o dinheiro, enquanto mulheres cuidam da família | Unesco/Relatório GEM

Apesar de o índice de matrículas escolares ter aumentado dramaticamente desde o ano 2000, a Unesco estima que mais de 60 milhões de crianças nunca pisaram em uma sala de aula - 54% delas são meninas.
"Esses livros perpetuam a desigualdade de gênero. Não podemos educar as crianças do futuro com livros do passado."

Livro didático da Tunísia
Image captionEm um livro da Tunísia, mulheres aparecem cozinhando ou limpando a casa, enquanto meninos podem brincar de serem músicos | Unesco/Relatório GEM

Invisíveis

Em 2016, a Unesco, agência de educação da ONU, divulgou um alerta usando palavras duras.
Atitudes sexistas são tão comuns que livros didáticos frequentemente sabotam a educação das garotas e limitam suas carreiras e expectativa de vida, diz a Unesco - e eles representam um "obstáculo escondido" no caminho da igualdade de gênero.
Seja a medida em linhas de texto, proporção de personagens nomeados, menções em títulos, citações em índexes ou outros critérios, "as pesquisas mostram que as mulheres são muito subrepresentadas em livros e no currículo em geral", diz o pesquisador Aaron Benavot, da Universidade de Albany, no Canadá, e ex-diretor do relatório Global Education Monitorin (GEM) de 2016 da Unesco.
Mas o problema tem mais facetas do que se sabe, de acordo com especialistas.

Livro didático do Congo
Image captionSegundo a Unesco, os textos didáticos costumam "sabotar" a educação e meninas e mulheres, e limitar suas expectativas de carreira | Unesco/Relatório GEM

O aspecto mais evidente seria o uso de um linguajar considerado enviesado, já que, normalmente, palavras no masculino são usadas como sinônimo de humanidade.
Em seguida, há o problema da invisibilidade, já que as mulheres costumam estar ausentes dos textos, e seus papeis na história e na vida cotidiana são subordinados aos personagens masculinos.
"Havia um livros sobre cientistas do qual eu me lembro especialmente, e a única mulher nele era (a física e química) Marie Curie", disse Blumberg.
"Mas por acaso ela foi mostrada descobrindo o rádio? Não, ela aparecia olhando timidamente sobre o ombro do marido enquanto ele falava com outra pessoa - um homem que parecia elegante e distinto."
Em terceiro lugar, há os estereótipos tradicionais sobre trabalhos que homens e mulheres fazem, tanto dentro quanto fora de casa, assim como expectativas sociais clichês e traços que são atribuídos a cada um dos gêneros.

Livro didático mostrando profissões na Itália
Image captionPaíses desenvolvidos não escapam: neste livro italiano, todas as profissões são representadas por homens | Unesco/Relatório GEM

Um livro didático italiano dá um exemplo impressionante que ensina vocabulário para ocupações diferentes, com 10 opções diferentes para homens - de bombeiro a dentista - e nenhuma para mulheres.
Enquanto isso, mulheres costumam ser retratadas em tarefas domésticas, desde cozinhar e lavar roupas até cuidar das crianças e dos idosos.
"A preocupação também é que as mulheres seram consideradas passivas, submissas, cumprindo esses papeis estereotípicos de gênero", diz a especialista em educação Catherine Jere, professora convidada na Universidade East Anglia, que também esteve envolvida no relatório GEM.

Estudantes cubanas em HavanaDireito de imagemAFP
Image captionEm alguns países, professores têm estimulado alunos a questionar os próprios livros e identificar o viés de gênero

'Se alienígenas viessem visitar...'

O problema está longe de ser novo. Livros didáticos estão sob escrutínio desde os anos 1980, depois de uma pressão do movimento feminista por reformas na educação, principalmente em países desenvolvidos.
Um estudo de 2011, considerado a maior pesquisa de larga escala já conduzida neste campo - que analisou mais de 5.600 livros infantis publicados durante o século 20 - estimou que homens são representados quase duas vezes mais em títulos e 1,6 vezes mais como personagens centrais.
Desde que o problema foi identificado, dizem os pesquisadores, houve progresso na redução do sexismo, mas ele é "muito lento".

Livro didático americano de 1962
Image captionPesquisadores que analisaram milhares de livros didáticos do século 20 dizem que pouca coisa mudou deste exemplar americano de 1962 até hoje | Unesco/Relatório GEM

Alguns dos livros analisados foram publicados muito tempo atrás, mas muitos continuam sendo usados - especialmente em países onde a renda é mais baixa e em escolas que não têm orçamento para substitui-los.
"Está ficando pior a cada ano, porque o mundo está progredindo, as mulheres estão se dedicando a novos trabalhos e os trabalhos domésticos estão mudando", diz Blumberg. "E os livros não estão melhorando no mesmo ritmo, então o abismo aumenta."
"Se alienígenas viesse nos visitar, não teriam ideia do que as mulheres realmente fazem, em termos pessoais e de trabalho, se lessem nossos livros escolares."

Preocupação universal

As pesquisas também mostram que o problema é praticamente universal. Com apenas algumas diferenças em frequência e intensidade, o sexismo é pervasivo em livros tanto de nações desenvolvidas quanto de países em desenvolvimento.
Os dados são desencontrados, mas uma gama de estudos publicados na última década acumula provas. Um livro de história para crianças do 3º ano fundamental na Índia, por exemplo, simplesmente não mostra nenhuma mulher profissional.

Livros didáticos do Cazaquistão e da Turquia
Image captionMeninos brincam de carrinho e se imaginam como médicos, enquanto meninas sonham com o casamento em livros atuais do Cazaquistão e da Turquia | Unesco/Relatório GEM

Já uma criança no Quênia que esteja sendo educada em inglês verá, nos seus livros, homens ativos tendo "ideias interessantes", enquanto mulheres e meninas cozinham e penteiam cabelos de bonecas.
Homens eram 80% dos personagens em livros feitos pelo Ministério da Educação do Irã. Na Índia, só 6% das ilustrações mostravam mulheres e, na Geórgia, eram 7%.
Livros de matemática em Camarões, Costa do Marfim, Togo e Tunísia tinham uma proporção de personagens mulheres menor que 30%, de acordo com a medição feita em um estudo comparativo de 2007.
Uma pesquisa com livros escolares no Reino Unido e na China também revelou que 87% dos personagens eram do sexo masculino.
Na Austrália, um estudo realizado em 2009 descobriu que 57% dos personagens também eram homens - apesar de que, na população do país, há mais mulheres.
"Algumas pessoas pensam que os livros didáticos de países de renda mais alta seriam um pouco mais modernos, mas na Austrália, duas vezes mais homens eram retratados em cargos administrativos e quatro vezes mais em política e no governo", diz Jere.
"Há um caso extremo em um livro chinês, onde apenas uma heroína da Revolução Comunista de 1949 aparece em todo o livro", descreve Blumberg.
"E ela não é retratada lutando por novas leis e nem na linha de frente com Mao. Ela é mostrada apenas dando um guarda-chuva para um guarda."

Livro didático do Paquistão
Image captionAtividades "da mãe e do pai" em um livro paquistanês - enquanto ela cozinha, serve, costura e limpa, ele lê o jornal, assiste TV e come | Unesco/Relatório GEM
Livro didático no Quênia
Image captionDivisão de trabalhos por gênero é mostrada em um livro atual queniano: homens como pedreiros e pescadores, mulheres como professoras ou costureiras | Unesco/Relatório GEM

Influência de ajuda para a educação

Parte do problema, segundo os especialistas, é que os livros tentam mostrar algo sobre "o que seria normal em uma sociedade" aos olhos de crianças em idade escolar.
Ao ajudar a estabelecer o currículo de um país, os leitores são considerados uma ferramenta educacional poderosa.
Estima-se que um aluno ou aluna leia mais de 32 mil páginas de livros didáticos desde o ensino fundamental até o médio. Cerca de 75% dos trabalhos em classe e 90% das tarefas de casa é feita a partir deles, assim como uma alta proporção do planejamento dos professores.
Mesmo que o acesso à internet e a outros recursos digitais aumentem o acesso a ferramentas de aprendizagem, "os livros didáticos continuam centrais especialmente em países mais pobres", segundo Aaron Benavot.
"Quando eles mostram expectativas muito limitadas sobre o que garotos e garotas podem ser, as crianças são socializadas dessa forma", diz Jere.

Garotas paquistanesas ouvem a professora em uma escola improvisadaDireito de imagemAFP
Image caption"Se alienígenas viesse nos visitar, não teriam ideia do que as mulheres realmente fazem, em termos pessoais e de trabalho, se lessem nossos livros escolares", diz socióloga

O impacto que esses livros podem ter na visão de mundo das crianças já foi mapeada pela pesquisa acadêmica.
Um estudo israelense com crianças do 1º ano fundamental, por exemplo, mostrou que aquelas que eram expostas a retratos de homens e mulheres como iguais tendem a pensar que a maior parte das carreiras eram apropriadas tanto para meninas quanto para meninos.
Já os que aprendiam com livros didáticos que mostravam viés de gênero acreditavam que os estereótipos eram aceitáveis.
Em muitas partes do mundo, as pesquisas também sugerem uma ligação entre a representação de cientistas mulheres em livros e os números menores de meninas que acabam segundo disciplinas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática - as chamadas disciplinas STEM, na sigla em inglês.

Livro didático nigeriano
Image captionLivro nigeriano, em inglês, mostra trabalhos "de mulheres" e "de homens" | Unesco/Relatório GEM

Sinais de progresso

No entanto, os acadêmicos afirmam que houve progresso nos últimos anos. O relatório GEM, da Unesco, mostra que conteúdo relacionado à igualdade de gênero aumentou nos livros escolares em todo o mundo, com referências mais frequentes a direitos das mulheres e discriminação de gênero, especialmente em livros didáticos da Europa, da América do Norte e da África subsaariana.

gráfico

Alguns países estão capitaneando as mudanças - a Suécia, por exemplo, é o principal deles, o que não surpreende dadas as atitudes em geral do país em relação à igualdade de gênero.
Livros do currículo nacional de educação incorporam personagens e pronomes com gênero neutro, assim como um retrato mais igualitário dos papeis de homens e mulheres na vida cotidiana.
"Na verdade, se você vir alguém usando um avental e mexendo em uma panela em um livro sueco, há uma chance alta de que seja um homem", diz Blumberg.

Mãe e filha leem um livro juntosDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionDe acordo com pesquisadores, livros com personagens de gênero neutro melhoram o aprendizado

Talvez de maneira mais surpreendente, em Hong Kong pesquisadores documentaram um número igual de personagens homens e mulheres em livros didáticos em inglês.
E também haveria progresso na Jordânia, nos territórios palestinos, no Vietnã, na Índia, no Paquistão, na Costa Rica, na Argentina e na China.

Versão mais recente de um livro didático chinês
Image captionNa atualização de um livro didático chinês, rapazes e moças discutem economia | Unesco/Relatório GEM

Mas uma investigação mais aprofundada de livros didáticos em nível nacional é um processo longo e caro - que geralmente é atrapalhado por cortes de orçamento e excesso de burocracia.
"Algumas das mudanças foram superficiais e o comprometimento dos governos não é sustentável quando há uma mudança de regime", diz Benavot.

Livros didáticos novos de Bangladesh e da Índia
Image captionLivros mais recentes em Bangladesh e na Índia mostram mulheres jogando futebol e homens também lavando pratos | Unesco/Relatório GEM

Para tentar corrigir essa desigualdade, os especialistas sugerem métodos alternativos para contrabalancear os textos lidos em sala de aula.
Foram feitas algumas tentativas neste sentido na Índia e no Malauí - por exemplo, estimular os estudantes a contestarem os próprios livros, apontando o viés de gênero e os estereótipos que encontram.
"O problema pode ser compensado chamando a atenção para ele, e os alunos costumam gostar desse trabalho de detetive", afirma Blumberg.
"Mas precisamos treinar os professores primeiro e, finalmente, precisamos reescrever esses livros se queremos uma educação melhor."

Livro didático no Vietnã
Image captionPesquisadores da Unesco sugerem reescrever os livros, incluindo mais personagens femininas em papeis de protagonismo | Unesco/Relatório GEM
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Professor Edgar Bom Jardim - PE