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domingo, 7 de maio de 2017

Nove verdades e uma mentira sobre higiene bucal infantil

Você pode não ter feito sua lista, mas certamente já foi impactado na sua página do Facebook pelo novo desafio de listar as nove verdades e uma mentira de acontecimentos da sua vida. Confira a lista do dentista Lucas Mano, do Instituto BelaOdonto, de uma versão no mínimo inusitada sobre higiene bucal infantil:

1. É necessário realizar a escovação pelo menos três vezes ao dia.

2. Visitas periódicas ao dentista são importantes mesmo sem ter algum problema aparente.

3. A partir do momento que nasce o primeiro dente é necessário fazer a escovação.

4. O uso da escova correta proporciona maior conforto na hora de fazer a higienização.

5. O uso do fio dental não é essencial para uma boa higienização bucal.

6. Pastas infantis são ótimas opções para criar o hábito da criança em fazer a escovação.

7. Os pais precisam acompanhar, mas é importante que a criança escove os dentes sozinha.

8. Levar o bebê no dentista pode melhorar a relação entre mãe e filho.

9. É importante que os pais falem sobre a importância da higiene bucal. Porém, manter hábitos de alimentação saudáveis pode ajudar a saúde dos dentes.

10. O uso prolongado da chupeta e/ou do dedo prejudica o correto crescimento e desenvolvimento das estruturas orais e faciais.

cuidados com os dentes na infância - Foto: confidentdentalcare / pixabay.com

Já sabe qual é a mentira? Confira abaixo e fique sempre atento a higiene bucal das crianças:

1. Verdade. Após o café da manhã, almoço e, principalmente, jantar. Esta é a recomendação básica, mas o cuidado com a saúde bucal precisa ser levado muito mais a sério. Mais importante do que a quantidade de vezes é a eficácia da escovação.

2. Verdade. Não é apenas quando está com dor que os pais precisam levar ao profissional, isso é o erro mais comum que dá início ao medo em relação ao dentista. Os pais levam quando acham que há algo errado, e geralmente eles até acertam, mas os problemas já estão avançados e poderiam ter sido evitados com visitas periódicas.

3. Verdade. Começamos limpando com uma gase sem pasta quando são muito pequenos. Depois utilizamos uma dedeira que possui uma ponta de silicone com cerdas bem macias (ainda sem pasta). Neste mesmo período é importante começar a criar a relação entre a criança e a escova de dente. Ela não irá escovar os dentes, mas irá se familiarizar com o a escovação.

4. Verdade. São vários os modelos de escovas dentais disponíveis no mercado. Você deve levar em consideração, principalmente, o tamanho e as cerdas da escova.

5. Mentira! Escovar os dentes sem passar o fio é o mesmo que trocar de roupa sem tomar banho. O fio dental é tão importante quanto a escovação, as duas se complementam.

6. Verdade. Hoje temos acesso a uma infinidade de opções de escovas infantis e pasta de dente que são específicas para criança. Nesta fase, é comum o hábito de comer a pasta e de não se adaptar com o “ardido” das que utilizamos quando adulto, por isso começar a escovação com “pasta docinha” é mais fácil.

7. Verdade. Depois de alguns anos a criança precisa ser estimulada a escovar os dentes sozinha. A hora de passar para este período está ligada muito a coordenação motora das crianças e com a importância que os pais irão passar para eles sobre a higienização. Esta rotina deve ser inserida na vida das crianças a partir dos dois anos de idade.

8. Verdade. A criança pode nascer com dentes, e isso causa desconforto e machucam as mães na hora da amamentação. Às vezes é necessário extraí-los ou desgastá-los para evitar dores e machucados sem comprometer este momento importante entre a mãe e o bebê.

9. Verdade. Evitar alguns costumes como: a mamadeira da noite e a ingestão de muito açúcar na fase infantil é essencial para manter a boca mais saudável.

10. Verdade. O uso prolongado desses artifícios pode atrapalhar a mastigação, fala, deglutição e respiração da criança.
Fonte:guiadobebe.uol.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

sábado, 6 de maio de 2017

Como higienizar frutas, verduras e legumes


  • Quando nos deparamos com uma maçã vermelha e brilhante, surge um grande dilema: devemos ou não comer a casca? A vontade é de comer sem pensar duas vezes. Quando descascamos maçãs, peras e outras frutas que têm cascas comestíveis, estamos descartando a parte mais importante da fruta, onde há maior concentração de fibras e vitaminas. Mas e os micro-organismos e os agrotóxicos contidos nelas, não farão mal à saúde?
    Tanto nas frutas quanto nas hortaliças podemos encontrar uma quantidade significativa de bactérias (entre elas os coliformes fecais e salmonelas) e larvas de insetos causadoras de infecções intestinais e verminoses. Os agrotóxicos, por sua vez, quando ingeridos em grande quantidade, podem causar cansaço, irritação na pele, alergias e intoxicação. Em longo prazo o seu consumo pode trazer consequências mais graves. Estudos apontam para uma relação entre os agrotóxicos e vários tipos de cânceres.
    Segundo a ANVISA, "Uma lavagem dos alimentos em água corrente só poderia remover parte dos resíduos de agrotóxicos presentes na superfície dos mesmos. Os agrotóxicos sistêmicos e uma parte dos de contato, por terem sido absorvidos por tecidos internos da planta, caso ainda não tenham sido degradados pelo próprio metabolismo do vegetal, permanecerão nos alimentos mesmo que esses sejam lavados. Neste caso, uma vez contaminados com resíduos de agrotóxicos, estes alimentos levarão o consumidor a ingerir[esses] resíduos."
    Embora a higienização sugerida a seguir não remova todo o agrotóxico, melhorará bastante as condições do alimento, tornando-os mais adequados para o consumo.
  • Você vai precisar de:

    • Uma escova com cerdas macias, próprias para lavar frutas e legumes.
    • Duas bacias ou tigelas grandes utilizadas somente para esse fim.
    • Água sanitária (sem qualquer aditivo, como fragrâncias ou detergentes) com concentração de cloro de 2 a 2,5%.
    • Bicarbonato de sódio.
  • Veja o passo a passo do processo de higienização:

  • 1ª Etapa: desinfecção (todos)

    1. Selecione bem as frutas e verduras, retirando as partes estragadas.
    2. Lave-os bem para tirar a sujeira. As verduras precisam ser lavadas, folha por folha. As uvas precisam ser lavadas com muito cuidado para não caírem do cacho.
    3. Limpe-os bem com a escova (exceto folhas pequenas e/ou sensíveis, como alface, agrião, espinafre, etc.; e frutas delicadas como morango e uva).
    4. Deixe-os mergulhados por cerca de 30 minutos numa tigela com 1 litro de água e 1 colher de sopa de água sanitária.
    5. Enxágue bem.
  • 2ª Etapa (somente as frutas que serão consumidas com a casca e as verduras)

    1. Coloque-os em outra tigela com um litro d'água acrescido de uma colher de sopa de bicarbonato de sódio. Deixe agir por mais 20 minutos.
    2. Enxágue bem.
  • Observações importantes

    • Você pode lavar todas as verduras e guardá-las em potes tampados dentro da geladeira. Siga o procedimento acima e, para finalizar, seque-as, folha por folha, com um papel toalha. Elas duram em torno de uma semana.
    • As frutas também devem ser enxutas.
    • Se você puder comprar frutas e hortaliças orgânicas, faça-o. Eles não contêm agrotóxicos. No entanto, para higienizá-los, proceda da mesma forma.
    • Entre os alimentos com maiores concentração de agrotóxicos, estão o morango, o tomate e a alface.
    • As frutas e legumes da estação têm uma quantidade menor de agrotóxicos.
    • Não há necessidade de aplicar o processo de desinfecção em frutas com cascas grossas, como laranja, banana, tangerina, melancia, melão, abacaxi, etc. No entanto, exceto a banana, as demais devem ser lavadas antes de serem cortadas ou descascadas.
    • O lugar de frutas, verduras e legumes é dentro da geladeira, devidamente embalados. O único alimento que deve ficar fora da geladeira é a banana. Frutas como abacaxi, melancia, melão, abacate, entre outras, não necessitam de geladeira antes de serem partidas. No entanto, precisam ficar longe do sol, da umidade e em lugar arejado.
    • Não se esqueça de lavar bem as mãos antes de manusear os alimentos.
    Entre ingerir alimentos com resquícios de agrotóxicos e não os ingerir, os profissionais da saúde aconselham a sua ingestão - já que eles contêm nutrientes de vital importância para a nossa saúde - desde que sejam higienizados corretamente, pois tal procedimento pode minimizar os problemas que os agrotóxicos poderiam causar ao nosso organismo.

familia.com.br

Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 4 de maio de 2017

A droga barata que pode evitar um terço das mortes de mulheres após o parto


Mãe logo após o partoDireito de imagemGETTY IMAGES
Image captionHemorragia pós-parto é a principal causa de mortes em casos de gravidez e de maternidade precoce

Um medicamento barato criado em 1960 por um casal de japoneses pode evitar um terço as mortes causadas por hemorragias pós-parto, sugere um estudo publicado na revista científica Lancet.
Cerca de 100 mil mulheres morrem todos os anos por causa de sangramentos intensos momentos após o parto, o que torna a hemorragia pós-parto a principal causa de mortes decorrentes da gravidez e da maternidade precoce.
Pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres afirmam que o ácido tranexâmico seria eficaz em inibir a dissolução de coágulos, auxiliando o corpo a estancar os sangramentos.
De acordo com a pesquisa, realizada em parceria com 193 hospitais principalmente da Ásia e África e que envolveu 20 mil pacientes, o uso do ácido tranexâmico reduziu as mortes em um quinto. Entre as mulheres que tomaram o medicamento em até três horas após o parto, a redução foi ainda maior: 31%.
"Nós conseguimos um resultado importante. Descobrimos que um medicamento barato, tomado em dose única, reduz o risco de hemorragia severa e pode ter um papel significativo em diminuir a mortalidade maternal ao redor do mundo", disse Ian Roberts, que participou da pesquisa.
Após a publicação dos resultados, a Organização Mundial da Saúde afirmou que mudaria a recomendação de uso do medicamento para incluir os casos de hemorragia pós-parto.

O remédio


Utako OkamotoDireito de imagemFAMÍLIA OKAMOTO
Image captionUtako Okamoto no seu laboratório em 1961

As descobertas não seriam uma surpresa para Utako Okamoto, que inventou o medicamento ao lado do marido, Shosuke, na década de 60 no Japão.
A pesquisa do casal Okamoto começou durante a pobreza do período pós-guerra no Japão. Eles decidiram começar a estudar o sangue porque poderiam colher amostras próprias para a pesquisa.
"Queremos que nosso trabalho seja internacional, queremos descobrir novos medicamentos para mostrar nossa gratidão à humanidade", disse ela.
Na época, o casal não conseguiu convencer os médicos locais a testarem o ácido em casos de hemorragia pós-parto. O medicamento então foi comprado por uma empresa farmacêutica e usado contra fluxos menstruais intensos.
A história quase parou por aí. Mas o casal começou uma parceria com hospitais ao redor do mundo e contou com 20 mil inscritos para testar o medicamento.
A professora morreu, aos 98 anos, logo antes de os testes feitos com 20 mil voluntários comprovarem que suas suspeitas sobre a eficácia do remédio em hemorragias pós-parto se confirmavam.

Mulher grávidaDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionEmbora medicamento seja barato, levá-lo a hospitais é desafio, diz pesquisador

Em um vídeo filmado antes do final dos testes, ela afirmou já ter certeza da eficácia do remédio nesses casos.
"Mesmo antes da pesquisa, eu sei que vai ser eficiente", disse Okamoto.

Auxílio

O pesquisador Ian Roberts afirmou que se sentiu absolutamente inspirado por ela e que a descoberta a respeito da eficácia do medicamento não é o fim da jornada.
Segundo ele, apesar do custo baixo, levar o medicamento a hospitais do mundo todo ainda é um desafio.
"É uma coisa horrível uma mãe morrer no parto. É extremamente importante que tenhamos certeza sobre a disponibilidade do tratamento em qualquer lugar onde ele possa salvar vidas. Não deveríamos ter uma criança crescendo sem a mãe por falta de um medicamento que custa um dólar", afirmou.
Um desses lugares é o Paquistão. De acordo com a médica Rizwana Chaudri, da Universidade Médica da cidade de Rawalpindi - a quarta maior do país - há muitas mulheres que morrem de hemorragias pós-parto ou que já chegam mortas ao hospital.
"Você não conseguiria nem pensar numa coisa dessas no mundo desenvolvido, mas por aqui esses casos ocorrem diariamente, sem parar."
Um dos casos de hemorragia ocorreu com Nosheen, que quase morreu depois de dar à luz sua filha. Ela sobreviveu apenas depois de uma histerectomia (remoção de parte ou de todo o útero) de emergência.
"Minha saúde está completamente destruída, e estou muito triste por causa disso", contou ela, a quem o ácido tranexâmico poderia ter ajudado.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 27 de abril de 2017

SEU COCÔ PODE REVELAR SE VOCÊ ESTÁ SAUDÁVEL OU NÃO

Quando o assunto é saúde, não devemos ignorar nenhum sinal do corpo, ainda que tenhamos que observar o que achamos tão desagradável, como o cocô.
Isso mesmo!
O aspecto do cocô é uma das formas que o corpo encontra para transmitir mensagens a respeito da nossa saúde.
Portanto, a partir de hoje, é bom observar o cheiro, a textura, o formato e a cor das fezes, aliás, de qualquer secreção.
Fazendo isso, podemos descobrir a tempo se nosso intestino está funcionando bem e se nosso organismo absorve os nutrientes como deveria.
Quer saber se está tudo bem com a aparência do seu cocô?
Veja se ele tem formato cilíndrico, comprido e com o aspecto macio - se for assim, isso significa que ele foi eliminado sem nenhuma dificuldade.
Pessoas que bebem pouca água e consomem poucos vegetais (leia-se "fibras"), costumam ter as fezes ressecadas com bolinhas endurecidas.
Se ainda pensa que observar as fezes não é tão necessário assim, é bom saber que a mudança na espessura pode significar um câncer de intestino.
Isso acontece porque o tumor dificulta a passagem do cocô, o que faz com que as fezes saiam mais finas.

O exame ideal para ter certeza se está com algum problema de saúde é a colonoscopia.
Quer saber se está com algum desses problemas?
Veja o que a aparência do cocô pode significar:
1. Cocô em bolinhas: indica falta de fibras e líquidos.
2. Cocô comprido, cilíndrico e com rachaduras:  é sinal de que as fezes permaneceram muito tempo no cólon. Além disso, é necessário consumir mais água e frutas.
3. Cocô comprido e com algumas rachaduras na superfície: considerado normal, mas pode indicar princípio de desregulamento no processo intestinal.
Beba mais água.
4. Cocô comprido, macio e em formato cilíndrico: tipo de fezes ideal. Indica bom transito intestinal.
5. Cocô em pedaços macios e divididos: aponta carência nutricional e desidratação.
Coma mais legumes cozidos, grãos, aveias e frutas.
6. Cocô com pedaços macios, bordas irregulares, fezes moles: indica estresse e também pode indicar pressão arterial elevada.
Relaxe, busque atividades como ioga, tai chi chuan e caminhadas.
7. Cocô totalmente líquido: indica diarreia.
Beba bastante líquido, evite alimentos gordurosos e fique em repouso.
Cores:
- Verde: se for o seu caso, saiba que a causa mais comum é a diarreia. O consumo recente de antibióticos, ingestão de alimentos e bebidas verdes ou ingestão de ferro também podem deixar as fezes esverdeadas.
Também é muito comum em bebês que só se alimentam de leite materno.
- Preta: sangramento no trato gastrointestinal alto – esôfago, estomago ou duodeno. Pode indicar também consumo de medicamentos ou suplementos de ferro.
- Amarela: infecção intestinal, má digestão, doença celíaca ou em decorrência de alimentação rica em gordura.
- Branca ou clara: podem indicam sinais de doenças como hepatite, cistos hepáticos ou cirrose.
- Vermelha (com sangue): indica doenças com sangramentos ativo mais comumente do trato intestinal baixo, que podem incluir hemorroidas, divertículos, colite e tumores.
- Marrom: esta é a cor saudável, ainda que existam pequenas variações de tons, como verde e amarelo.
Este é um blog de notícias sobre tratamentos caseiros. Ele não substitui um especialista. Consulte sempre seu médico.
curapelanatureza.com.br
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 18 de abril de 2017

Por que há uma explosão de obesidade no Brasil?


ObesidadeDireito de imagemISTOCK

A cada cinco brasileiros, um está obeso. Mais da metade da população está acima do peso. O país que até pouco tempo lutava para combater a fome e a desnutrição, agora precisa conter a obesidade. Por que a balança virou?
Indicadores apresentados na segunda-feira pelo Ministério da Saúde mostram que, nos últimos 10 anos, a prevalência da obesidade no Brasil aumentou em 60%, passando de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016. O excesso de peso também subiu de 42,6% para 53,8% no período.
Os dados são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), com base em entrevistas realizadas de fevereiro a dezembro de 2016 com 53.210 pessoas maiores de 18 anos de todas as capitais brasileiras.
Especialistas ouvidos pela BBC Brasil atribuem o aumento de peso dos brasileiros a fatores econômicos e culturais, mas também genéticos e hormonais.

Novos padrões alimentares


RefrigeranteDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionO consumo de refrigerante caiu no Brasil, de acordo com o ministério da Saúde

Para o diretor do Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Cláudio Mottin, a tendência de aumento da obesidade já vinha sendo verificada antes da pesquisa Vigitel, realizada anualmente desde 2006.
"Talvez um dos fatores mais preponderantes seja a mudança dos hábitos alimentares que se observa desde os anos 1970. Com pouco tempo para comer, as pessoas deixaram de fazer as refeições em casa e passaram a optar por comidas mais rápidas e mais calóricas".
Essa mudança de hábito também aparece na pesquisa Vigitel: o consumo regular de feijão, considerado um alimento básico na dieta do brasileiro, diminuiu de 67,5% em 2012 para 61,3% em 2016. E apenas um entre três adultos consomem frutas e hortaliças em cinco dias da semana.

Aumento do trabalho e da renda


Arroz e feijãoDireito de imagemMARIAMARMAR/GETTY
Image captionUma dieta diversificada é importante para combater a obesidade, assim como o consumo de produtos não industrializados

O aumento da obesidade coincide com um período de crescimento do poder de compra dos brasileiros, incentivado por políticas econômicas e programas de distribuição de renda.
Segundo uma pesquisa do instituto Data Popular, a renda da classe média, que representa 56% da população, cresceu 71% entre 2005 e 2015, sendo que a renda dos 25% mais pobres foi a que mais aumentou. Assim, a chamada classe C passou a ter acesso a produtos antes restritos à elite. Além disso, ao se inserir no mercado de trabalho, o brasileiro acaba incorporando hábitos menos saudáveis, como os já citados por Mottin.
"Não surpreende o alto índice de obesidade na faixa etária entre os 25 e os 44 anos, porque isso corresponde justamente a essas mudanças no estilo de vida, quando os jovens deixam de depender de seus pais e passam a ter uma rotina mais voltada à carreira profissional", pondera a endocrinologista Marcela Ferrão, pós-graduada em nutrologia e membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso).
A Vigitel mostrou que o excesso de peso aumenta significativamente da faixa etária dos 18 aos 24 anos (30,3%) para a dos 25 aos 44 anos (50, 3%). Há uma alta prevalência de obesidade nessa faixa etária: 17%. Considera-se obesidade Índice de Massa Corporal (IMC) igual ou maior que 30 kg/m2 e excesso de peso IMC igual ou maior que 25 kg/m2.

Genética 'gorda'

A questão genética também cumpre um papel relevante para o aumento da população obesa, segundo o médico Cláudio Mottin. Segundo ele, o organismo de nossos antepassados não estava adaptado para a fartura e passaram para nós a genética de retenção de calorias.
"Quando os tempos eram de escassez de alimentos, quem tinha mais condições de defesa corporal eram as pessoas mais gordinhas, porque tinham mais condições de armazenamento de energia. No momento em que temos alimentos à disposição sem esforço, a genética joga contra", explica o especialista.
Além disso, colabora para a proliferação dessa "genética gorda" também um aspecto cultural, que associava gordura a saúde até recentemente, como aquele discurso da vovó que diz que o neto "está doente se está magrinho".

Noites mal dormidas


SonoDireito de imagemTHINKSTOCK
Image captionA vida conectada e acelerada prejudica o sono, que pode afetar o peso

A endocrinologista Marcela Ferrão também atribui a baixa qualidade do sono como um dos fatores para o aumento da obesidade. Segundo ela, a sociedade acelerada e conectada faz com que as pessoas não tenham horário para dormir.
"À noite, a serotonina, que é o hormônio do humor, se converte em melatonina, responsável pelo sono reparador. Nesse estágio do sono, as células conseguem mobilizar gorduras de forma adequada", explica.
Mas não tem sido fácil chegar a esse estágio do sono quando a tensão e o estresse estão cada vez mais intensos, a pessoa não consegue desligar o celular e acorda várias vezes durante a noite.
Isso gera um desequilíbrio hormonal que reduz a capacidade do corpo de produzir glicose, a pessoa acorda ainda mais cansada e sente a necessidade de consumir alimentos mais energéticos", conclui Ferrão.

Dieta variada

Um último ponto destacado pelos especialistas para o aumento da obesidade no Brasil é a falta de acesso a uma dieta diversificada, o que depende menos de poder aquisitivo do que de educação alimentar.
Nesse sentido, o Guia Alimentar para a População Brasileira se destaca entre as políticas do Ministério da Saúde para enfrentar a obesidade. A publicação oferece recomendações sobre alimentação saudável e consumo de alimentos in natura ou minimamente processados, mas vai além: coloca a hora da refeição no centro de uma discussão sobre convivência familiar e gestão do tempo.
"Os alimentos ultraprocessados são muito consumidos pela população jovem porque são práticos. Outro problema é o comportamento alimentar. É muito comum as pessoas comerem rápido, sozinhas e com celular na mão. Estudos mostram que comendo com família ou amigos, a pessoa presta mais atenção no que está comendo", diz a coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Michele Lessa de Oliveira.
A Vigitel apresenta um dado positivo sobre o consumo regular de refrigerante ou suco artificial, que caiu de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016. Mas o Ministério da Saúde quer mais. "Nossa meta é reduzir em 30% o consumo de refrigerante pela população adulta até 2019 e aumentar em 17,8% o consumo de frutas e hortaliças", adianta Michele.

Riscos à saúde


Balança
Image captionO aumento da obesidade no Brasil foi de 60% nos últimos dez anos

O crescimento da obesidade é um dos fatores que podem ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não transmissíveis que pioram a condição de vida do brasileiro e podem até levar à morte.
O diagnóstico médico de diabetes passou de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016 e o de hipertensão de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016, conforme a Vigitel. Em ambos os casos, o diagnóstico é mais prevalente em mulheres.
"A obesidade é a mãe das doenças metabólicas. Além da diabetes, que apresenta mais de 20 fatores de comorbidade (doenças ou condições associadas), obesos infartam mais e até câncer é mais prevalente em pessoas acima do peso", destaca o diretor do Centro de Obesidade da PUCRS, Cláudio Mottin.
O Ministério da Saúde pretende reduzir as taxas de mortalidade prematuras em 2% ao ano até 2022. Doenças cardiovasculares, respiratórias crônicas, diabetes e câncer respondem por 74% dos óbitos anuais no Brasil.
Professor Edgar Bom Jardim - PE