quinta-feira, 27 de maio de 2021

Participação do Brasil na 1ª Guerra trouxe ganhos modestos e baque econômico


Soldados brasileiros na Primera Guerra Mundial

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Participação militar brasileira na Primeira Guerra Mundial foi discreta, mas conflito deu início a mudanças substanciais na realidade do país

A Primeira Guerra Mundial, cujo armistício é comemorado nesta terça-feira, teve um impacto significativo no Brasil - apesar de uma participação simbólica do país no conflito, marcada por uma tragédia e uma "batalha cômica".

Para o historiador Francisco Luiz Vinhosa, um dos efeitos foi expor as fragilidades da economia brasileira, na época extremamente dependente das exportações de café.

"O principal legado da Primeira Guerra Mundial para o Brasil foi revelar nosso atraso político e econômico. O país perdeu oportunidades de usar o conflito, a começar pela decisão de escolha de lado. A Alemanha, por exemplo, ofereceria ao Brasil uma chance de escapar do imperialismo da Grã-Bretanha", afirma Vinhosa, autor de O Brasil e a Primeira Guerra Mundial, um dos mais completos estudos sobre o tema, lançado em 1990.

Neutro durante boa parte dos três primeiros anos do conflito, uma posição alinhada com a do governo dos Estados Unidos, o Brasil entrou na guerra em 1917, usando como justificativa oficial os ataques de submarinos alemães a navios mercantes brasileiros.

Em um desses episódios, o afundamento do navio Paraná, morreram três marinheiros. O incidente provocou indignação popular, levando a ataques contra empresas e estabelecimentos comerciais ligados à colônia alemã no país.

"Mas 1917 foi o ano em que os americanos também entraram na guerra e todos os países já tinham em mente uma possível divisão dos espólios do pós-guerra. O Brasil buscava um lugar de destaque no cenário internacional", completa Vinhosa.

Baque econômico

O Brasil foi o único país sul-americano a participar do conflito: declarou guerra à Alemanha em 26 de outubro de 1917, por meio do presidente Venceslau Brás.

Quando a guerra eclodiu, em 1914 - há cem anos -, o Brasil tinha sua economia predominantemente agroexportadora e focada no café. Controlava nada menos que quatro quintos da oferta mundial.

Consequentemente, o caos provocado no comércio internacional foi particularmente sentido pelo país, através de dois canais. Primeiro, a queda na demanda pela commodity; segundo, o acúmulo de toneladas e toneladas do produto em armazéns europeus como garantia de pagamentos para dívidas externas - um ponto que, por sinal, os diplomatas brasileiros levantariam durante as negociações do Tratado de Versalhes, o principal documento do pós-guerra, em 1919.

"Apenas entre 1914 e 1915 as vendas de café caíram em um terço em função do bloqueio naval estabelecido pela Grã-Bretanha para produtos de países neutros", explica o historiador canadense Rodrick Barman, especialista no Brasil dos séculos 19 e 20.

Venceslau Brás

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Em outubro de 1917, o presidente Venceslau Brás, à esquerda, assina a declaração de guerra do Brasil à Alemanha, depois de anos de neutralidade.

O congelamento nas concessões de crédito internacional foi outro duro golpe na economia brasileira.

Golfinhos 'inimigos'

Do ponto de vista militar, seria difícil para o Brasil ter participado de forma graúda no conflito. Com um exército de apenas 54 mil homens e uma marinha que perdera em pujança nos anos conhecidos como a República Velha (1898-1930), o país só poderia prestar ajuda simbólica.

Sendo assim, além do envio de 20 oficiais e de uma força médica de cem homens para a Europa, o Brasil despachou missões navais para atuar sob ordens britânicas no Atlântico, para patrulhar a costa ocidental africana, o que incluía "limpar" trechos minados.

Numa delas, houve grande número de mortos - mais de 150. Só que o "inimigo" foi, na verdade, um surto da gripe espanhola. A mesma doença que em 1919 mataria o então presidente eleito Rodrigues Alves.

O cruzador Bahia

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Um dos navios enviados pelo Brasil para o conflito, o cruzador "Bahia" teria matado um bando de golfinhos por engano ao confundi-los com um submarino

Houve ainda o episódio da "Batalha das Toninhas", em novembro de 1918, já a dias da assinatura do cessar-fogo: o cruzador "Bahia", alertado pela possível presença dos temidos "U-Boats" (submarinos) alemães nas proximidades de Gibraltar, fez um poderoso ataque ao que acreditava ser uma embarcação inimiga. Matou um grande número de golfinhos.

Grãos argentinos

Mas se não sofreu diretamente com os horrores do conflito, em que 17 milhões de pessoas morreram e mais de 20 milhões ficaram feridas, o Brasil saiu da guerra combalido.

A queda no poder de compra e o aumento do custo de vida (os preços de varejo no Brasil registraram alta de 158% entre 1913 e 1918) aumentaram a insatisfação popular e fomentaram o fortalecimento da classe trabalhadora, incluindo o crescimento de movimentos sindicais. Já surgem as primeiras grandes greves em 1917 e 1918.

O descontentamento também teve lugar em esferas mais altas, como explica Vinhosa.

"Já em 1922 a República Velha enfrenta o primeiro episódio do Movimento Tenentista, a Revolta dos 18 do Forte (um levante de oficiais contra o então presidente, Epitácio Pessoa) e este é o mesmo ano em que é fundado o Partido Comunista Brasileiro."

Missão médica brasileira

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Além das operações navais, participação brasileira ocorreu com envio de uma missão médica para frente europeia

Com a queda nas receitas da exportação de café, as elites agrárias perderam prestígio e legitimidade em seu controle do poder, num processo que culminaria com o golpe militar de 1930 e a instalação de Getúlio Vargas como presidente.

Mudança de órbita

Na política internacional, o conflito marcou a mudança do eixo de influência sobre o Brasil de Londres para Washington. O Brasil também participou das reuniões Versalhes e até ganhou um assento na Liga das Nações, a predecessora da ONU. Uma vitória efêmera, já que a Liga fracassaria como entidade por conta do impasse interno nos EUA que não permitiu a filiação do país.

Houve, porém, alguns ganhos econômicos: os distúrbios provocados pela guerra no mercado internacional obrigaram o Brasil a prestar mais atenção à sua indústria, com destaque para a produção de substituição de importações. Entre 1912 e 1920, o número de trabalhadores na indústria brasileira praticamente dobrou.

Mas vizinhos como a Argentina, que se manteve neutra e arrecadou uma quantidade substancial de divisas com a venda de trigo para britânicos e franceses, riram por último: o país terminou a Primeira Guerra com a dívida externa paga.

  • Fernando Duarte / Aeed
  • Da BBC Brasil, em Londres


Questões sobre a 1ª Guerra Mundial

1- Segundo o historiador Eric J. Hobsbawn, a discussão sobre a gênese da Primeira Guerra Mundial tem sido ininterrupta desde agosto de 1914. A questão permaneceu viva porque o problema das origens das guerras mundiais infelizmente tem se recusado a desaparecer desde 1914. De fato, em nenhum outro ponto a vinculação entre as preocupações passadas e presentes é mais evidente que na história da Era dos Impérios.
Assinale a alternativa que apresenta as causas da I Guerra Mundial.
a) O imperialismo, o rompimento do equilíbrio europeu, o nacionalismo, a política das alianças, as questões balcânicas, o incidente de Sarajevo.
b) A ascensão militar dos EUA, o fascismo, o desemprego, a partilha da África, o neocolonialismo e o desmembramento da Tchecoslováquia.
c) O Anschluss, a Política de apaziguamento, a crise da Etiópia, a formação do Eixo, a Conferência de Versalhes.
d) O fim dos Impérios Otomano e Austro-húngaro, a formação da Tríplice Entente, o Plano Schlieffen, o assassinato do Arquiduque Ferdinando.
e) A crise do Marrocos, o Pan-eslavismo russo, a ascensão de Lênin, a partilha da África e da Ásia, e o surgimento da Liga das Nações.

2- A expansão imperialista e a corrida neocolonialista por novos mercados gerou tensões que levariam ao primeiro grande confronto entre as nações industrializadas da Europa.
Sobre a I Guerra Mundial (1914-1918) assinale a alternativa CORRETA:
a) a I Guerra Mundial foi responsável pela união dos interesses alemães e ingleses em torno dos melhores mercados africanos;
b) as origens da I Guerra Mundial vinculam-se à expansão dos regimes totalitários na Alemanha e Itália;
c) o fato de a Rússia não se ter envolvido na I Guerra Mundial foi fundamental para a eclosão da Revolução Socialista de 1917;
d) o término da I Guerra Mundial assinalou o fim das instabilidades políticas entre os países europeus e consolidou definitivamente a hegemonia da Inglaterra e da França;
e) a I Guerra Mundial refletiu na economia brasileira, incentivando o crescimento industrial via "política de substituição de importações".

3- A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) significou o fim da preponderância europeia no mundo e o início da hegemonia dos Estados Unidos.
Assinale a alternativa correta:
a) O Brasil, então com economia agropecuária, não participou do conflito, quer direta ou indiretamente.
b) Tendo em vista as limitações da tecnologia, aviões e submarinos não foram empregados na grande luta.
c) A luta teve início com a invasão alemã na Rússia, em busca de espaço vital.
d) Uma das consequências da guerra foi a proclamação da forma monárquica de governo na Rússia e Áustria-Hungria.
e) Uma consequência política da guerra foi o surgimento do totalitarismo de direita na Europa (nazifascismo).

4- A Liga das Nações (ou Sociedade da Nações), criada em 28 de abril de 1919, pela Conferência de Paz de Versalhes, foi uma espécie de tribunal supranacional cujo objetivo era
a) julgar e punir as nações que incentivassem a expansão imperialista com o objetivo de partilhar outras regiões do planeta.
b) regular a paz mundial através da eliminação dos conflitos políticos entre os territórios anexados após a Guerra.
c) defender o ideal de que os povos submetidos à dominação estrangeira tinham direito de fazer a independência.
d) arbitrar e regular os conflitos que no futuro surgissem, visando eliminar para sempre o perigo de nova guerra.
e) aplicar os mecanismos criados pelo Tratado de Versalhes para impor a paz negociada às potências europeias.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 26 de maio de 2021

Queiroga e Pazuello serão reconvocados; veja quem serão os próximos a depor



Queiroga depõe na CPI

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Primeiro depoimento do ministro da Saúde foi considerado insatisfatório

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid aprovou na quarta-feira (26/5) a reconvocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Os senadores consideraram que o primeiro depoimento dele, em 6 de maio, não foi satisfatório, porque teve muitas contradições.

O senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que uma delas é a afirmação do ministro de que não há promoção do uso da cloroquina para tratamento de covid.

"Todavia, o ministro, até o presente momento, não revogou a portaria do Ministério da Saúde que prescreve o uso da medicação", disse Costa à Agência Senado.

Queiroga ainda não se manifestou publicamente sobre a nova convocação.


Também será chamado mais uma vez o ex-ministro Eduardo Pazuello, antecessor de Queiroga na pasta da Saúde.

Pazuello prestou depoimento na semana passada, após um adiamento de duas semanas sob a justificativa de que o general havia entrado em contato com pessoas que estavam com covid-19.

Antes, o ex-ministro havia obtido no Supremo Tribunal Federal um habeas corpus para se manter em silêncio em caso de perguntas que pudessem incrimina-lo, porque ele é investigado por causa do colapso do sistema de saúde no Amazonas.

Eduardo Pazuello

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Pazuello foi marcada por contradições e mentiras, segundo senadores de oposição

Mas, uma vez diante dos senadores, Pazuello respondeu a todas as perguntas.

Sua fala foi bastante criticada por senadores de oposição, que o acusaram de mentir para proteger o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e apontaram contradições em suas declarações.

A CPI investiga neste momento as ações do governo federal no combate à pandemia e, para isso, tem ouvido autoridades, empresários e outros profissionais envolvidos nestes esforços.

Na próxima quinta-feira (27/5), será ouvido Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan.

Nesta quarta-feira, os membros votaram uma série de convocações de testemunhas que haviam sido apresentadas. Com isso, serão chamados a depor:

- Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Arthur é ex-assessor especial da Presidência e foi escalado para tratar do tema da pandemia no Planalto;

- Marcos Eraldo Arnoud Marques, o 'Markinhos Show', marqueteiro que liderou a comunicação do ministério da Saúde durante a gestão Pazuello; depoimento será no dia 11 de junho;

- Carlos Wizard, empresário que disse ter passado um mês aconselhando o ministério da Saúde; Depoimento será no dia 15 de junho;

- Felipe Martins, assessor especial do presidente da República. Depoimento será no dia 22 de junho;

- Luana Araújo, que ficou dez dias na dez dias na chefia da secretaria extraordinária de Enfrentamento à covid-19

- Paulo Barauna, representante da empresa White Martins, que fornece oxigênio hospitalar;

- Airton Antônio Soligo, ex-assessor especial do Ministério da Saúde na gestão Pazuello

Também foram convocados nove governadores e um ex-governador:

  • Wilson Lima (PSC), Amazonas (16/6)
  • Waldez Góes (PDT), Amapá
  • Ibaneis Rocha (MDB), Distrito Federal;
  • Helder Barbalho (MDB), Pará (30/6);
  • Wellington Dias (PT), Piauí (1º/7);
  • Marcos Rocha (PSL), Rondônia;
  • Antonio Oliveira Garcia de Almeida (PSL), Roraima;
  • Carlos Moisés (PSL), Santa Catarina;
  • Mauro Carlesse (PSL), Tocantins;
  • Wilson Wizel (PSC), Rio de Janeiro (15/6).

Mas é possível que essas convocações ainda sejam contestadas na Justiça, porque, a priori, a CPI não teria competência para fazê-las.

A CPI completa seu primeiro mês nesta quarta-feira e tem uma duração inicial prevista de 90 dias.

Foram ouvidas nove testemunhas até agora: os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), Nelson Teich e Eduardo Pazuello; o atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga; o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres; o ex-secretário de Comunicação do governo Fabio Wajngarten; o ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo; e o gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo; e a secretária do ministério da saúde Mayra Pinheiro.

Conforme os depoimentos vão se desenrolando, mais pessoas são convocadas como testemunhas e convidadas, para prestar esclarecimentos aos senadores.

Explicamos a seguir quem são os outros depoentes que já haviam sido convocados.

Convocados com data marcada

Dimas Covas fala ao microfone

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Covas será questionado sobre negociações da CoronaVac

Dimas Covas, diretor do Butantan

O hematologista está à frente do instituto que desenvolveu, em parceria com a chinesa Sinovac, a vacina CoronaVac.

O ministério da Saúde, sob Pazuello, chegou a anunciar a compra de 46 milhões de doses desse imunizante no ano passado, mas a aquisição foi cancelada por ordem de Bolsonaro.

Os ataques do governo federal à China também são apontados como os motivos para as dificuldades enfrentadas pelo Butantan para receber insumos para produzir a CoronaVac, o que agravou a falta de vacinas no país.

Covas prestou depoimento no dia 28 de maio.

Outros convocados

Os requerimentos para que os nomes apresentados a seguir (em ordem alfabética) sejam ouvidos já foram aprovados, mas a data de seus depoimentos ainda não foi marcada.

Antônio Elcio Franco Filho, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde

O coronel da reserva foi o número dois na pasta durante a gestão de Pazuello. Cabia a ele conduzir as negociações com fornecedores do ministério.

Sua convocação foi feita sob a justificativa de que é preciso investigar a falta de uma coordenação federal no combate à pandemia, falhas no fornecimento de equipamentos e insumos, a compra de medicamentos para um suposto tratamento precoce, a compra de vacinas, entre outros temas.

Franco Filho continua no governo depois da demissão de Pazuello, como assessor especial da Casa Civil, hoje sob o comando do general Luiz Eduardo Ramos.

Depoimento será no dia 9 de junho.

Fernando Marques, presidente da União Química

A farmacêutica paulista tem um acordo com o governo russo para a produção e distribuição da vacina Sputnik V no Brasil.

O governo federal é acusado de ter cedido a pressões políticas do governo dos Estados Unidos para não comprar este imunizante.

A falta crônica de vacinas é apontada pelos críticos de Bolsonaro como uma das falhas mais graves do seu governo no combate à pandemia.

Flávio Cadegiani | Francisco Eduardo Cardoso Alves | Ricardo Dimas Zimmermann, médicos

Os três foram chamados para depor por serem defensores de um suposto tratamento precoce contra o novo coronavírus, mesmo sem haver evidências científicas sólidas de que os medicamentos usados têm esse efeito.

Hélio Angotti Neto, secretário do Ministério da Saúde

Hélio Angotti Neto falando

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Angotti teve um envolvimento direto no incentivo do governo federal à cloroquina e na compra de vacinas

O médico está à frente da secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde.

Assumiu o cargo em junho do ano passado, após Pazuello se tornar ministro.

Nesta posição, teve um envolvimento direto no incentivo do governo federal à cloroquina e na compra de vacinas.

João Paulo Marques dos Santos, ex-secretário-executivo da Secretaria de Saúde do Amazonas

O governo do Amazonas é investigado porque teria ocorrido um superfaturamento na compra de respiradores.

Em sua denúncia contra o governador Wilson Lima (PSC), a Procuradoria-Geral da República afirma que Santos participou de supostas irregularidades.

Jurema Werneck, coordenadora do Movimento Alerta

É médica, diretora-executiva da ONG Anistia Internacional no Brasil e esta à frente de um esforço para consolidar dados sobre os impactos da pandemia no país. Depoimento será no dia 24 de junho.

Marcellus Campelo, secretário de Saúde do Amazonas

O secretário assumiu depois que a titular do cargo, Simone Papais, foi presa e exonerada sob acusação de superfaturamento na compra de respiradores no Estado.

O governador amazonense, Wilson Lima (PSC), é um dos cinco chefes do Executivo estadual que são investigados pela Procuradoria-Geral da República.

O vice-governador acusou Lima e Bolsonaro de testar em Manaus a estratégia de usar a imunidade de rebanho como forma de combate à pandemia.

Depoimento será no dia 15 de junho.

Nise Yamaguchi, médica

A médica, que chegou a ser cogitada para assumir o Ministério da Saúde, foi citada pelo presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, em seu depoimento.

Ele afirmou que Yamaguchi esteve em uma reunião no Planalto na qual foi discutido alterar a bula da cloroquina por decreto para que o medicamento passasse a ser indicado para covid-19, mesmo sem evidências científicas sólidas de sua eficácia.

O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (MDB-MS), também fez referência à médica, citando sua defesa junto ao presidente do uso da cloroquina.

A médica diz que a fala de Barra Torres "não corresponde à realidade" e se ofereceu para ir à comissão para prestar esclarecimentos.

Deve comparecer na condição de convidada e não como testemunha, o que significa que não pode incorrer no crime de falso testemunho caso falte com a verdade.

Depoimento será no dia 1º de junho.

Nísia Trindade Lima, presidente da Fiocruz

Nísia Trindade

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Fiocruz, sob o comando de Nísia Trindade Lima, enfrenta problemas para fabricar vacinas contra a covid-19

À frente do instituto de pesquisa, que fica sob a alçada do Ministério da Saúde, Trindade esteve envolvida na produção da vacina de Oxford/AstraZeneca.

O governo federal é acusado de ter errado ao apostar todas as suas fichas neste imunizante, cujo desenvolvimento acabou atrasando após erros na fase de pesquisas.

Até hoje, a Fiocruz enfrenta dificuldades para seguir o cronograma de entrega de vacinas e tem reduzido e atrasado entregas por problemas no fornecimento de insumos.

Depoimento será no dia 8 de junho.

BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE