domingo, 27 de dezembro de 2020

Ataque hacker na internet custa a partir de 10 dólares

Ações capazes de derrubar o site de uma grande empresa, um tribunal de Justiça ou um órgão do governo são vendidas sem restrições.

Especialistas destacam falhas em sistemas de segurança digital. Foto: scyther5/iStock

ESPECIALISTAS DESTACAM FALHAS EM SISTEMAS DE SEGURANÇA DIGITAL. FOTO: SCYTHER5/ISTOCK

Um ataque de hacker capaz de derrubar o site de uma grande empresa, um tribunal de Justiça ou um órgão do governo é vendido sem restrições na internet. O mercado criminoso oferece serviços de sobrecarregar páginas virtuais em fóruns da Deep Web, uma camada da internet não acessível por navegadores e endereços convencionais. Os preços pelas ações variam conforme o impacto e o tempo da ação cibernética.

A lista de preços médios dos crimes virtuais comercializados na Deep Web é divulgada anualmente pelo Privacy Affairs, um coletivo de profissionais de cibersegurança. Na cotação mais recente, um ataque tipo DDoS com até 50 mil requisições a cada segundo e duração de uma hora sai por 10 dólares. A investida contra o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), no primeiro turno das eleições, por exemplo, teve 463 mil conexões por segundo e tempo total de ataque de 20 minutos.

Mais conhecido por ataque de negação de serviço, o Distributed Denial of Service, DDoS na sigla em inglês, é o produto do momento no mercado do crime da internet. A partir de vírus introduzidos em computadores em geral, transformados em máquinas “zumbis”, esse ataque envia pedidos de conexões a um site ou servidor, de modo a sobrecarregar o sistema, deixá-lo lento ou derrubá-lo.

No submundo cibernético, o contratante do serviço precisa apenas fazer contato com o hacker, apresentar a demanda e efetuar o pagamento – geralmente, em criptomoedas. O mercado hacker funciona sob demanda contra alvos específicos, mas também com a oferta de ferramentas que exigem de quem paga por elas pouco conhecimento de programação de computadores.

Com cadastros que exigem somente um e-mail e pagamento em criptomoedas, é possível realizar o ataque de negação de serviço por conta própria. Esse modelo “self service” é um dos principais avanços do cibercrime nos últimos anos para vender o serviço. Ele dispensa a necessidade de um hacker coordenar a investida.

“Há um marco em 2018, a partir de hackers israelenses que criaram esse mercado”, diz o diretor de tecnologia e especialista em DDoS, Tiago Ayub. “Os cibercriminosos partiram para a linha do eufemismo. Eles oferecem um teste de ‘estresse de IP’”, afirma. “No Brasil, graças à facilidade de fazer ataques, alguns começaram a usar como ação anticompetitiva, para deixar concorrentes fora do ar.”

Em tese, a ferramenta “estresse de IP” funciona para verificar se determinado endereço suporta certo volume de conexões. Na prática, não exige nenhum contrato ou identificação e pode ser usado contra qualquer alvo. Como os pagamentos são em criptomoedas, torna-se difícil a identificação de quem recorre ao serviço para causar prejuízos.

A reportagem se passou por interessada no serviço de sites que oferecem o “estresse de IP”.

A uma pergunta se o sistema poderia ser usado contra sites do governo brasileiro, o responsável de um desses serviços não descartou a possibilidade. “Não lançamos testes de estresse por nossa conta. Por favor, tente por sua conta mesmo”, sugeriu. A um segundo site, a reportagem perguntou se aquilo não era ilegal, e se não poderia haver problemas com as autoridades brasileiras. “Não sou advogado e as leis são diferentes em todos os países. Não saberia te dizer”, foi a resposta.

Consultores da área registram uma escalada robusta dos chamados ataques distribuídos de negação de serviço. O crescimento, afirma, ocorre no momento em que o mundo é obrigado a concentrar comunicações, negócios e serviços em canais digitais, em razão da pandemia. O mecanismo serve para sobrecarregar servidores, derrubar sites, impedir o acesso de usuários e minar a credibilidade de empresas e instituições.

Funciona assim: hackers geram um tráfego artificial a sites e servidores, em escala superior ao que os sistemas suportam. Esses acessos vêm de “botnets“, redes de dispositivos infectados para operar como os atacantes desejam. Podem ser roteadores, celulares e até eletrodomésticos conectados. A sobrecarga derruba o alvo ou deixa a navegação lenta para usuários comuns. E, ainda, pode vir acompanhada de extorsão para cessar as investidas.

 

Mercado promissor

A expansão do mercado hacker no País se deve à popularização do acesso e ao desleixo dos internautas brasileiros com segurança digital. Levantamento solicitado pelo Estadão à empresa californiana Nexusguard, especializada em cibersegurança e no monitoramento de vulnerabilidades digitais, mostra um salto em ataques DDoS no Brasil, de 58 no terceiro trimestre de 2019 para 24.403 no mesmo período deste ano. Nos últimos três meses do ano passado, foram 4.264, quantidade também bem abaixo dos parâmetros atuais.

O Brasil também cresce como origem de ataques, ou seja, como fonte de dispositivos infectados para sobrecarregar sistemas. Os dados da consultoria apontam que o total de dispositivos usados por hackers para realização de ataques de negação de serviço cresceu de 185 para 6.598 do primeiro ao terceiro trimestre deste ano.

São computadores, roteadores, celulares ou demais dispositivos com conexão à internet que estão contaminados por vírus ou que têm senhas padronizadas facilmente descobertas remotamente. Estes milhares de dispositivos foram capazes de enviar 7,4 milhões de requisições durante ataques a sites.

No caso do TSE, os ataques partiram de máquinas no Brasil, nos Estados Unidos e na Nova Zelândia. “O uso pesado e a dependência de serviços online em meio à covid-19 levaram ao aumento acentuado dos ataques DDoS. Eles se tornaram um dos tipos mais comuns de ameaças que atualmente assolam o mercado global”, disse à reportagem Tony Miu, gerente de pesquisas da Nexusguard.

“O crescimento no uso da tecnologia geralmente anda de mãos dadas com uma falta de conscientização em segurança cibernética, levando a uma deficiência na segurança de dispositivos que serão explorados por hackers”, afirmou.

Com informações de Carta Capital

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Paulo Câmara defende a unidade da bancada do PSB na Câmara Federa



O governador Paulo Câmara (PSB) sinalizou, no ultimo dia 24, que após a definição do nome do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) como o candidato para a sucessão do atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o PSB vai atuar para buscar a unidade da bancada. Na última quarta, Maia e Rossi estiveram no Palácio das Princesas com o governador e parlamentares de diversos partidos, em um encontro que serviu, sobretudo, de sinalização da busca do apoio maciço do PSB, uma vez que, atualmente, os deputados socialistas estão rachados entre o candidato de Maia e o deputado Arthur Lira (PP-AL), nome endossado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

“Vai depender do mês de janeiro, das conversas. Estava faltando um candidato (de Maia), sem candidato era muito difícil ter avanços. Agora, vamos acompanhar como serão as discussões, mas no âmbito do PSB, evidentemente as discussões existem, mas somos um partido que tradicionalmente buscamos a unidade”, afirmou o governador, que também é vice-presidente nacional da sigla. 

“Tanto o nosso líder Alessandro Molon, como o líder Danilo Cabral, que vai assumir em fevereiro, vão estar incansáveis no mês de janeiro buscando unidade no partido. É importante que o partido esteja unido”, frisou.

Vacina

Em entrevista na Rádio Folha 96,7 FM, o governador afirmou que 2021 é um ano com expectativa de avanços no estado e sublinhou a importância da vacinação contra a Covid-19. “Que a vacina chegue, é fundamental termos um controle dessa pandemia, evitar tantas vidas perdidas e buscar ajudar o Brasil a voltar a crescer, gerar emprego e renda”, destacou Paulo.

Com informação de Folha de Pernambuco
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 23 de dezembro de 2020

Por que 'respirar como um bebê' pode ser benéfico à saúde



Bebê dormindo
Legenda da foto,

Os bebês praticam a chamada respiração abdominal ou diafragmática, enquanto os adultos tendem a respirar de forma mais curta e superficial, usando o peito

Você provavelmente já ouviu a expressão "dormir como um bebê", mas... e respirar?

À medida que envelhecemos, respiramos de maneira pior, explica Rebecca Dennis, especialista em respiração, à BBC.

E isso acontece apesar da nossa capacidade pulmonar aumentar com o passar do tempo — até os 35 anos, para sermos mais exatos, quando começa a diminuir.

De acordo com Dennis, muitos adultos tendem a respirar de forma superficial, fazendo movimentos musculares inadequados, como mover o pescoço e os ombros toda vez que inspiram.


O fato é que respirar mal tem consequências diretas em nossa saúde física e mental, conforme apontam vários estudos. Nos sentimos mais cansados, sem energia, temos dificuldade de nos concentrar — e, segundo Dennis, isso pode aumentar nossos níveis de estresse.

Por todas estas razões, a terapeuta sugere um retorno às origens: respirar da mesma forma como quando éramos crianças.

O segredo está no diafragma

Quando um bebê respira, ele respira profundamente. Cada inspiração "é feita a partir do abdômen", diz a especialista.

O segredo está no diafragma, "a nave-mãe de todos os músculos respiratórios", acrescenta.

"Muitos de nós somos condicionados [desde muito cedo] a contrair a barriga."

Ilustração do corpo humano em que se destaca a posição do diafragma
Legenda da foto,

Ao usar o diafragma, ativamos todos os músculos envolvidos na respiração e permitimos uma entrada maior de oxigênio

Uma respiração profunda, em que se usa o diafragma, não apenas permite que entre mais oxigênio em nosso corpo, como também envia mensagens ao cérebro que nos mantêm em um estado mais relaxado, ajudando a reduzir os níveis de estresse.

"Não temos consciência de como respiramos ao longo do dia, esquecemos disso ou o fazemos superficialmente", diz Dennis, que acredita que ter mais consciência sobre nossa respiração pode ter efeitos positivos na nossa saúde física e mental.

Como respirar direito

A conceituada Mayo Clinic, nos Estados Unidos, destaca em seu site a importância de aprender técnicas de respiração que auxiliam no alívio da ansiedade, depressão e outros problemas relacionados ao estresse, mas também para regular funções importantes do nosso organismo.

Rapaz respirando profundamente
Legenda da foto,

Respirar profundamente não só tem efeitos positivos de curto prazo, como também ajuda a regular funções importantes do nosso organismo

A instituição destaca que muitos estudos constataram que a respiração profunda ajuda a equilibrar o sistema nervoso autônomo, responsável por gerenciar as funções involuntárias do nosso organismo, como controlar a temperatura corporal ou o funcionamento da bexiga.

Estas são algumas dicas da clínica para aprender a respirar direito:

- Adote uma postura confortável, feche os olhos e concentre-se apenas na sua respiração;

- Inspire profundamente, deixando o abdômen se encher de ar e expandir ligeiramente. Expire lentamente e pelo nariz;

- Coloque uma das mãos embaixo do umbigo, e a outra na parte superior do peito. Inspire e expire profundamente pelo nariz, lentamente. Você deve sentir o ar frio quando entra no corpo, e quente ao sair;

- Para saber se você está respirando pelo diafragma, a mão no seu abdômen deve se mover mais do que a que está no seu peito. Para isso, você precisa enviar lentamente o ar do nariz para a parte posterior da garganta e de lá até a barriga;

- A expiração também deve ser lenta, permitindo que o abdômen esvazie completamente;

- Repita este ciclo de respiração prestando atenção ao abdômen em cada um deles.

BBC
Professor Edgar Bom Jardim - PE

Janjão coloca o time em campo




Técnicos e políticos integram novo secretariado de Bom Jardim.

Através de live, o prefeito eleito de Bom Jardim, Janjão (PL), anunciou na noite dessa terça-feira (22) os novos secretários municipais. A nova gestão começará com dez secretarias. Também foram anunciados o controlador interno e o procurador municipal. Entre os nomes escolhidos por Janjão, estão técnicos e políticos, inclusive, um vereador reeleito. Na solenidade, ainda ocorreu uma diplomação simbólica dos vereadores que integrarão a bancada de apoio ao governo municipal. Confira os nomes:

 

Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras: 

Alexandre Barbosa de Araújo

Secretaria de Des. Econômico, Empreendedorismo e Juventude: 

Célio de Andrade Borges Filho

Secretaria de Educação: 

Danielly Monteiro de Moraes Batista

Secretaria de Finanças: 

João Fonseca de Arruda

Secretaria de Governo: 

Jonathas Miguel Arruda Barbosa

Secretaria de Administração:

Josevaldo José de Santana

Secretaria de Des. Social e Direitos Humanos: 

Maria Rosemaura Aguiar

Secretaria de Esportes, Cultura e Turismo: 

Sebastião Rufino Ribeiro Filho

Secretaria de Saúde: 

Sérgio José Pereira da Silva

Secretaria de Des. Rural e Meio Ambiente: 

Tiago Rosas Barbosa

Controlador Interno: 

José Isac Barbosa da Silva

Procurador Jurídico: 

Guilherme Ribeiro Albuquerque Adrião

 

Em fala direcionada aos novos secretários, Janjão pediu empenho e dedicação total. “Não teremos hora para trabalhar. Eu costumo dormir tarde e acordar cedo. Tenho certeza que este time será o mais vitorioso da história de Bom Jardim”, comentou.  o eleito. o novo prefeito também agradeceu o espaço cedido por uma moradora da cidade para o anúncio do secretariado, já que, segundo ele, a atual gestão não cedeu o prédio do Centro Cultural. Com a indicação do vereador reeleito Alexandre de Biu de Laro (PL) para a pasta de Obras, o primeiro suplente Jurandir de Bizarra (PL) assumirá a cadeira parlamentar.


Com informações de Blog do Agreste - Alfredo Neto.
Foto: Facebook de Rosa da Jurema
Professor Edgar Bom Jardim - PE

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

O perigo das festas de fim de ano. Fiscalização de bares e restaurantes será reforçada em Pernambuco


Secretários Pedro Eurico, André Longo e Antônio de Pádua


Às vésperas das festas de fim de ano, o Governo de Pernambuco anunciou, nesta terça-feira (22), o reforço na fiscalização de locais que estão descumprindo protocolos de funcionamento do Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19. A proximidade do Natal e Revellion pode levar a população a optar por confraternizações, que devem ser realizadas com o mínimo de pessoas possível, tomando todos os cuidados de proteção e higiene. 

O anúncio do reforço foi dado em entrevista coletiva de imprensa remota, que teve a presença dos secretários Pedro Eurico, de Justiça e Direitos Humanos, Antônio de Pádua, Defesa Social e André Longo, Saúde.

O Procon-PE, desde o início do plano de retomada econômica de Pernambuco, ficou responsável pela fiscalização dos locais que poderiam infringir os protocolos, junto à Polícia Militar de Pernambuco. Desde o início de dezembro, as ações de fiscalização foram intensificadas com a presença do Corpo de Bombeiros, da Vigilância Sanitária e, em alguns casos, da Diretoria Executiva de Controle Urbano do Recife (Dircon). 

"Há três semanas estamos realizando operações conjuntas para fiscalizar bares, restaurantes e casas noturnas, e o descumprimento aos protocolos têm sido recorrente em diversos estabelecimentos. Tivemos até situações onde estabelecimentos precisaram ser interditados por dois dias seguidos por promover aglomerações. É certo que muitos estabelecimentos cumprem os protocolos, mas é preciso que haja consciência de todos desse setor", informou André Longo.  

O secretário Pedro Eurico afirmou que as proibições existentes são necessárias. "As pessoas têm que entender que o Governo tem todo o interesse de que o lazer, o passeio, o descanso, funcione. O que não pode acontecer é se colocar em risco a vida das pessoas. Esse é o primado, o bem jurídico fundamental", disse. 

De acordo com Eurico, medidas cada vez mais fortes serão tomadas no sentido de não permitir abusos que são observados em bares e restaurantes. O secretário, no entanto, não detalhou como quais seriam essas medidas.

O secretário de Defesa Social informou que o número de pessoas frequentando bares e restaurantes aumentou. "A gente observou que agora em novembro e, especialmente, em dezembro, tem aumentado o número de pessoas frequentando bares e restaurantes", comentou Antônio de Pádua.    

Pádua detalhou a quantidade de estabelecimentos autuados. "As fiscalizações têm sido intensificadas, o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar têm trabalhado junto com o Procon. Somente agora neste mês de dezembro, já foram realizadas, pelo Corpo de Bombeiros, 485 fiscalizações em estabelecimentos. Foram 451 abordagens policiais, 117 estabelecimentos notificados pelo Corpo de Bombeiros e 45 estabelecimentos interditados. 18 pessoas foram conduzidas para as delegacias por se recusarem a cumprir as determinações sanitárias" relatou o secretário. 

André Longo rememorou a importância do cuidado, por causa da transmissão em crescimento, mesmo em reuniões familiares. "O Natal sempre foi época de confraternizações e efusivos encontros, mas este ano precisa ser diferente. A orientação é que as comemorações não reúnam mais do que 10 pessoas e fiquem restritas ao seu núcleo familiar mais próximo", orientou o secretário de Saúde. 

Folha de Pernambuco

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Fundarpe digitaliza inscrições para os próximos editais do Funcultura



Demanda antiga da classe e promessa do Governo de Pernambuco desde 2014, digitalização do Fundo de Incentivo à Cultura usará plataforma on-line já testada em editais nacionais

Atendendo a uma demanda da produção cultural pernambucana e cumprindo uma promessa do Governo de Pernambuco, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) irá digitalizar todos os processos de inscrição de projetos no Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) já para os próximos editais 2020-2021 do Audiovisual, Geral, Música e Microprojetos Culturais. A digitalização acontecerá por meio da plataforma on-line Prosas, utilizada em inúmeros editais nacionais, tanto governamentais como de empresas privadas, inclusive multinacionais. O objetivo é, antes de tudo, facilitar e democratizar o acesso aos recursos públicos da cultura.

A apresentação do novo modelo de inscrição ocorreu durante uma reunião extraordinária, no último dia 16 de dezembro, com a presença de integrantes dos três Conselhos Estaduais de Cultura (Consultivo do Audiovisual, de Preservação do Patrimônio Cultural e de Política Cultural). A plataforma abrangerá não só a inscrição de projetos, como a seleção por parte dos pareceristas, além do monitoramento da execução e sistematização dos dados. Participaram do encontro o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto, a superintendente do Funcultura, Aline Oliveira, além de integrantes da Comissão Deliberativa do Fundo e mais de 40 membros dos três conselhos estaduais.

Principal e mais democrática política de fomento à cultura em nosso Estado, o Funcultura reúne mais de nove mil produtores culturais cadastrados, que na última década concorreram a cerca de R$ 330 milhões em fomento de projetos culturais no Estado. Nesse mesmo período, foram cerca de quatro mil projetos aprovados em todas as regiões do Estado, muitos com alcance nacional e internacional, a exemplo dos inúmeros longas-metragens pernambucanos premiados e dezenas de turnês de artistas e grupos por países sul-americanas, norte-americanos e europeus. Desde o ano passado, a Fundarpe vinha estudando alternativas para a digitalização do Funcultura. Neste último ano, a situação de emergência sanitária, causada pela pandemia do Covid-19, tornou essa possibilidade mais que necessária.

Com a validação dos três Conselhos de Cultura, a digitalização do Funcultura será implementada nos próximos editais. Sua digitalização é uma demanda antiga por parte dos proponentes, e virou uma promessa do Governo de Pernambuco em 2014, quando Marcelo Canuto ocupava o cargo de secretário de Cultura do Estado.

“No final da minha gestão em 2014, fizemos um balanço das ações na Secult-PE, e eu disse, na época, que ficamos com duas pendências: a criação de um edital específico para música e a digitalização do Funcultura. Essa nova etapa significa um avanço muito importante no sentido da otimização dos processos, além do cumprimento de uma promessa antiga com os fazedores de cultura de Pernambuco”, pontua Canuto.

“A iniciativa faz parte de um processo contínuo de aperfeiçoamento do incentivo à cultura do Estado e se configurará como um divisor de águas na história do Funcultura, conferindo segurança e agilidade nos processamentos dos quatro editais lançados anualmente”, reforça o presidente da Fundarpe.

SEM PAPEL - O Prosas (prosas.com.br) é uma plataforma on-line que opera com gestão pública e empresas privadas, fornecendo a tecnologia desenvolvida para auxiliar na seleção e no monitoramento de projetos culturais e sociais. Pelo Prosas, é possível divulgar editais, receber inscrições, avaliar e monitorar a execução dos projetos.

“A plataforma já é utilizada por várias instituições públicas e privadas, atendendo à Lei Geral de Proteção de Dados (Lei Federal 13.709 de 2018), oferecendo suporte aos usuários e garantindo o acesso aos dados de forma remota e por até cinco anos após o término do contrato”, explica Aline Oliveira, superintendente do Funcultura.

Alguns de seus atuais clientes são os Governos Estaduais de São Paulo e do Espírito Santo, Ministério do Meio Ambiente, Tribunal de Contas da União, Funarte, Sebrae e diversas prefeituras municipais, como Vitória, Maceió e São Luiz.

Como vantagens identificadas pela Superintendência do Funcultura, estão mais transparência e redução da burocracia; ausência de deslocamento para entrega de documentos; tendência de redução na quantidade de inabilitados na fase documental; redução de custos com materiais e impressões; layout gráfico simples (similar ao Google Forms e ao Mapa Cultural de Pernambuco); segurança no envio de informações; e formação de banco de dados com sigilo e segurança.

No processo de seleção dos projetos, o Prosa tem como ferramentas a opção de criar formulários personalizados; de receber todo o processo de inscrições online, incluindo a documentação; configurar etapas de avaliação e convidar usuários para avaliação dos projetos; exibir um painel gerencial com estatísticas dos projetos; e gerar relatórios com esses dados.

Já no processo de monitoramento dos projetos inscritos, é possível realizar o acompanhamento das metas; diário de bordo dos projetos; alerta de atrasos e novas evidências; painel gerencial com todos os projetos e geração de gráfico e indicadores a partir dos dados cadastrados; e a possibilidade de uma página pública com os resultados obtidos.

CAPACITAÇÃO - A Fundarpe promoverá uma série de capacitações (remotas e presenciais) visando ambientar e popularizar o uso do Prosas nas inscrições para os editais do Funcultura. Serão produzidos e divulgados até a segunda quinzena de fevereiro de 2021 uma série de vídeos tutoriais para cada edital (Audiovisual, Geral, Música e Microprojetos Culturais), explicando como funciona o Prosas em cada um deles.

Estão também previstos treinamentos on-line via Google Meet e Youtube com técnicos da Fundarpe, durante o período de 22 de fevereiro a 19 de março de 2021.  Vale destacar que o Cadastro de Produtor Cultural (CPC), um dos pré-requisitos para inscrever projetos no Funcultura, deverá estar atualizado até o dia 12 de março – para proponentes que desejem se inscrever nos editais de 2021.

FUNCULTURA - O Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura é gerido pela Fundarpe e tem como objetivo incentivar o conjunto das manifestações artísticas e culturais no Estado e de democratizar o acesso aos recursos para a produção cultural em Pernambuco. São R$ 32 milhões por ano para selecionar, por meio de seus editais, cerca de 450 projetos culturais.

Por meio dos editais, são incentivados projetos das áreas culturais de Artes Integradas, Artes Plásticas, Artes Gráficas e Congêneres (Artes Visuais), Artesanato, Audiovisual, Circo, Cultura Popular e Tradicional, Dança, Design e Moda, Gastronomia, Literatura, Música, Ópera, Patrimônio e Teatro.

http://www.cultura.pe.gov.br/
Foto: Museu de Bom Jardim
Professor Edgar Bom Jardim - PE

domingo, 20 de dezembro de 2020

Governo de Pernambuco abre inscrições para a 21ª edição da Fenearte



A maior feira criativa da América Latina será realizada entre os dias 7 e 18 de julho de 2021


Estão abertas, a partir de hoje, (quarta-feira, 16 de dezembro), as inscrições para a 21ª edição da Feira Nacional de Negócios do Artesanato (Fenearte), um dos eventos mais aguardados do calendário anual, principalmente, para artesãs e artesãos de Pernambuco. O evento já tem data marcada, e acontecerá entre os dias 7 e 18 de julho de 2021. As inscrições estão disponíveis no site www.fenearte.pe.gov.br e seguem até o dia 16 de janeiro. Podem se inscrever, além das artesãs e artesãos de Pernambuco, expositores de outros estados e países.

A Fenearte é uma realização do Governo do Estado, por meio da da Agência de Desenvolvimento de Pernambuco (AD Diper) / Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDEC).

A feira é realizada durante 12 dias, gerando renda para mais de 5 mil expositores. “A Fenearte é um importante instrumento de fomento dentro da política pública de Pernambuco. Representa a nossa rica e diversa economia criativa, reverberando para além do período em que é realizada” diz Márcia Souto, diretora de Promoção da Economia Criativa da AD Diper.

O evento obedecerá a todos os protocolos de acordo com as orientações do Comitê de Combate ao Covid 19 do Governo do Estado de Pernambuco. Em função dessa realidade e da grandeza do evento, desde já, questões como dimensão física, tamanho de público, quantidade de selecionados e até mesmo o formato (presencial ou não) serão definidos posteriormente. O lançamento nesta ocasião é importante, ainda, para que sejam cumpridos todos os prazos exigidos para a realização de uma feira desta dimensão.

A primeira Fenearte foi realizada em julho de 2000, por iniciativa do Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Esportes, e desde então se consolidou como maior feira do artesanato da América Latina. A última edição aconteceu em julho de 2019, também nono pavilhão do Centro de Convenções, em Olinda. Homenageou três grandes cirandeiros: Mestre Baracho, falecido em 1988; Dona Duda e Lia de Itamaracá, esta última Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Para mais informações e tirar dúvidas sobre o processo de inscrição para a edição 2021, basta entrar no site www.fenearte.pe.gov.br e clicar na aba “Inscrições”. Mais dois canais estão disponíveis: o telefone: (81) 3181.3454 (de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h); e o e-mail fenearte@centrodeartesanato.pe.gov.br.

Cultura popular e artesanato 

Professor Edgar Bom Jardim - PE




Mariana Aydar dá protagonismo ao forró



Foto: Autumn Sonnichsen/Divulgação

FOTO: AUTUMN SONNICHSEN/DIVULGAÇÃ

Grammy da cantora com trabalho dedicado ao gênero ressalta a grandeza e as possibilidades do ritmo nordestino

O Veia Nordestina, de Mariana Aydar, foi um dos últimos bons álbuns lançados antes da pandemia. A cantora e compositora trouxe o marginalizado forró para os tempos atuais e mostrou que é sempre possível inserir elementos contemporâneos sem ferir as tradições.

O trabalho lhe valeu nesse final de ano o prêmio de Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa do Grammy Latino.

“Fiquei feliz por que considero um prêmio para o forró, que é uma música onde existe muito preconceito. Trata-se de um disco dedicado à música nordestina”, afirma ela.

Mariana Aydar regravou apenas duas músicas entre as 12 faixas: Espumas ao Vento, de Accioly Neto, e Triste, Louca ou Má, que é dos integrantes da banda Francisco, el Hombre. As outras dez são dela sozinha, com parceiros e de outros compositores.

“Queria atualizar o que acontece hoje no baile de forró. Entendi então que devia escrever ou encomendar certas músicas. Não é assunto que consegue achar em músicas antigas”.

Além de apresentar novas composições, Mariana diz que “queria colocar a mulher como protagonista (no trabalho), porque o forró é um ambiente extremamente machista”. De fato, se ressalta nas composições a atitude feminina, algo historicamente secundário nos ritmos nordestinos.

Aliás, a cantora e compositora tem o forró como gênero central desse trabalho, mas também se ouve nesse álbum ritmos tradicionais, como xote, pagodão, arrocha, frevo, galope, kuduro e rastapé, além de batidas eletrônicas.

“Não queria um disco com arranjos completamente pé de serra (o tradicional som do trio zabumba, triângulo e sanfona), mas minha visão do forró”. O álbum conta com a participação em duo com Mariana de Elba Ramalho e Maria Gadú.

 

Luiz Gonzaga

A visão de quebra de paradigma no forró, segundo ela, vem desde o seu início de carreira, aos 21 anos, quando participou de uma banda que tocava o gênero.

“Nesse trabalho, queria continuar o exercício de experimentar novas sonoridades, ritmos, instrumentos, assuntos dentro do forró, dentro da música nordestina”.

Quinto álbum de estúdio da cantora, que teve o patrocínio do projeto Natura Musical, é o primeiro dedicado à cultura nordestina que ela aprendeu a gostar aos 5 anos de idade através de sua mãe, uma das empresárias de Luiz Gonzaga.

“Criança, fiquei encantada com aquela figura excêntrica. Fui atrás dos discos dele para entender o que ele fazia. E me apaixonei”.

No final dos anos 1990, o forró conseguiu abrir espaço cativo na capital paulista. Viagens também se seguiram ao Nordeste. Aproximou-se também da obra de Dominguinhos, outra referência do gênero. A paulistana Mariana Aydar então se descobriu nesse meio.

“Tenho amor grande pelo Nordeste. Aprendi muito com os nordestinos. Do jeito que eles vivem. E queria isso para mim. O forró ainda me deu muitos amigos. Apesar disso, não tinha feito um disco dedicado ao forró. E aí decidi que tinha chegada o momento”.

E chegou da melhor maneira possível. Mariana Aydar, desde o seu primeiro álbum, Kavita 1 (2006), não abriu mão do trabalho sincero e verdadeiro. O Veia Nordestina premia acima de tudo essa entrega, associada à maturidade na voz e na forma de conduzir o trabalho.

Com Carta Capital


Professor Edgar Bom Jardim - PE