sábado, 18 de julho de 2020

O que é o Fundeb, fundo essencial para a educação que terá votação crucial no Congresso



Escola estadual paulistaDireito de imagemCIETE SILVÉRIO / GOVERNO DO ESTADO DE SP
Image captionAusência do Fundeb provocaria caos na educação básica, dizem especialistas, porque não haveria garantia de dinheiro para pagar salários ou manutenção da rede escolar

A continuidade de um fundo que movimenta anualmente R$ 150 bilhões em dinheiro público deve entrar em votação na Câmara dos Deputados na segunda-feira (20/07), influenciando diretamente o funcionamento de milhares de escolas do Brasil - desde a educação infantil até o ensino médio - e em meio a intensos debates sobre a origem e a destinação dos recursos.

O Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) entrou em vigor em 2007 e, só no ano passado, respondeu por cerca de R$ 6,5 de cada R$ 10 investidos nas escolas públicas brasileiras.

Só que a legislação que estabeleceu o Fundeb determinou também que ele vigore até 31 de dezembro de 2020, ou seja, se não for renovado nos próximos meses, ficará extinto.

Essa extinção, dizem analistas de educação, provocaria um caos no financiamento das escolas públicas, porque não haveria garantia de dinheiro para pagar desde professores e funcionários até o transporte escolar.

Por isso que sua discussão no Congresso Nacional, que ocorre desde 2019, é considerada o tema mais urgente da educação neste ano.

E a votação acontece em meio a três agravantes: a pandemia do coronavírus, que mobilizou atenções e diminuiu a atividade econômica e a arrecadação de impostos; o fato de o ano legislativo ficar comprometido, neste segundo semestre, pelas eleições municipais; e como se trata de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC 15/2015), o Fundeb precisa ter o aval de uma grande quantidade de parlamentares. Na prática, tem de ser aprovado por três quintos de deputados e senadores, em dois turnos de votação na Câmara e no Senado.

Mas o principal embate na aprovação do Fundeb diz respeito a quem deve pagar pelos R$ 150 bilhões anuais do fundo.

Criança estudandoDireito de imagemRAUL SANTANA/FIOCRUZ
Image captionProjeto em votação pode criar parâmetros de qualidade para escolas e evitar precarização, diz especialista

A origem do dinheiro

Hoje, 90% dos recursos do Fundeb vêm de impostos coletados nos âmbitos estadual e municipal, e os outros 10% vêm do governo federal - uma partilha considerada injusta por Estados e municípios, já que, de modo geral, a maior parte dos impostos é arrecadada pela União.

"É um modelo de cabeça para baixo: os Estados e municípios são os que atendem diretamente 45 milhões de alunos, mas a concentração tributária fica com a União", critica à BBC News Brasil a deputada federal Professora Dorinha Seabra Rezende (DEM-TO), relatora da PEC na Câmara.

Inicialmente, a proposta em discussão previa que a contribuição da União subisse gradualmente dos atuais 10% para 40% do total do Fundeb, desafogando Estados e municípios, mas isso encontrou enorme resistência na ala econômica do governo, no Congresso e entre defensores da política fiscal mais rígida.

Dorinha RezendeDireito de imagemMARCELO CAMARGO/AG BRASIL
Image captionDorinha Rezende, deputada relatora do projeto, diz que mais recursos da União são necessários porque é essa instância que concentra a arrecadação tributária

Na época, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, retirou o apoio do governo à proposta, afirmando que ela "feria o equilíbrio fiscal" e não era "solvente a longo prazo".

Seu ministério chegou a afirmar que apresentaria uma proposta própria ao Fundeb, o que nunca aconteceu.

Após negociações, o projeto da PEC baixou o percentual exigido da União para no máximo 20% até 2026, mas partindo de um patamar de 15% (em vez dos 10% originais) já a partir de 2021.

Por conta da pandemia, houve novas negociações. O patamar para 2021 foi baixado para 12,5%, continuando, gradativamente, a chegar em 20% até 2026.

"É uma complementação muito chorada da União, e que precisaria ser muito maior, para que o dinheiro chegasse a mais cidades. Porque algumas cidades pobres vão ficar de fora (do bolo de recursos), e os Estados e municípios vão continuar colocando mais dinheiro", diz Dorinha Rezende.

O texto, porém, continua encontrando resistência no governo. O Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes, argumenta que não há dinheiro suficiente para elevar a participação da União.

Em março, em videoconferência com prefeitos, Guedes defendeu a prorrogação do Fundeb no formato atual, em vez da aprovação da nova PEC.

LousaDireito de imagemMARCOS SANTOS/USP IMAGENS
Image captionEstados e municípios arcam com a maior parte do fundo; projeto prevê aumento da participação da União nos gastos

"Podíamos excepcionalmente renovar o Fundeb exatamente como ele é hoje por dois ou três anos para que todo o dinheiro excedente possa ser mandado para a saúde", afirmou Guedes, segundo reportagem do jornal O Globo.

Recentemente, também segundo o jornal, a equipe econômica passou a defender que a eventual ampliação de recursos do Fundeb, se aprovada no Congresso, sirva para ajudar no financiamento do Renda Brasil, programa de renda mínima que ampliaria o Bolsa Família. Isso também dependeria do aval dos legisladores.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o texto posto em votação "está com bastante unidade, e acho que a gente vai avançar", segundo a Agência Brasil. A votação estava prevista para começar no dia 14, mas ficou para o dia 20. ''O governo pediu que nós construíssemos as condições para que o novo ministro (da Educação, ainda não empossado) pudesse participar do debate'', disse Maia.

Para Dorinha Rezende, porém, o aumento de repasses à educação é necessário porque o Brasil ainda gasta pouco per capita com seus alunos.

Segundo o relatório Education At Glance 2019, da Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), embora o país destine uma porcentagem alta de seu PIB à educação, "o gasto por estudante na educação básica fica bem abaixo da média da OCDE".

Além disso, diz a deputada, "agora vamos precisar gastar mais no pós-pandemia: dividir salas de aula, contratar mais professores, receber os alunos vindos das escolas privadas (que não conseguiram mais pagar mensalidades). E muito disso está nas mãos dos municípios, o elo mais frágil (do Poder Executivo)".

Segundo o mais recente Censo Escolar, metade das escolas brasileiras não tem rede de esgoto.

Dorinha Rezende argumenta que os recursos adicionais da União venham, por exemplo, de royalties da exploração do petróleo, que já têm a educação como destino original.

Distribuição de recursos

Um dos objetivos do Fundeb é reduzir a desigualdade de recursos na educação, complementando o orçamento de municípios mais pobres que não consigam investir o suficiente em suas redes de ensino.

O projeto em votação na Câmara institui, além de mudanças na origem dos recursos, alterações na forma como eles são distribuídos. Por exemplo, mudando a vinculação do dinheiro e fazendo com que os repasses passem a depender da situação individual de cada município, e não só do Estado onde ele está inserido. Isso ajudaria, por exemplo, municípios pobres que estejam em Estados mais ricos.

Lousa com equação matemáticaDireito de imagemMARCOS SANTOS/USP IMAGENS
Image captionFundeb movimenta R$ 150 bilhões por ano, para financiamento das escolas brasileiras

Atualmente, de cada R$ 1 do fundo, 60 centavos são usados para o pagamento de professores, de modo a garantir a valorização docente. O restante é usado para manutenção e equipamentos da escola e pagamentos de outros profissionais da educação.

Uma discussão gira em torno de aumentar essa fatia de 60 para 70 centavos de cada real, mas pulverizando esse dinheiro para todos os profissionais da educação, e não apenas para professores - o que, na prática, pode resultar em menos recursos para a valorização docente.

Se mantido como está, o projeto pode trazer um adicional de ao menos R$ 14 bilhões ao ano para a educação pública e criar, de forma permanente, critérios mínimos para escolas públicas de qualidade, evitando sua precarização, argumenta Daniel Cara, professor da Faculdade de Educação da USP e membro da organização Campanha Nacional Pelo Direito à Educação.

A organização é defensora do projeto em votação na Câmara e pede que ele seja votado rapidamente, para reduzir as chances de ser descaracterizado por pressões econômicas.

Dentro de todo esse debate, especialistas de educação se queixam do que veem como participação tímida ou ausência do alto escalão do Ministério da Educação nas discussões. A pasta está prestes a ter seu quarto ministro no governo Bolsonaro - o presidente anunciou Milton Ribeiro em 10 de julho para o comando do MEC.

A deputada Dorinha Rezende diz que na gestão de Abraham Weintraub "nunca foi dada prioridade" ao Fundeb, mas que a participação do ministério será importante sobretudo na fase de regulamentação do fundo, caso a PEC seja aprovada.

Consultada pela reportagem, a assessoria do MEC afirmou que "a Secretaria Executiva do MEC e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação têm participado ativamente das discussões técnicas relacionada ao Novo Fundeb. No ano passado, foram apresentadas sugestões à Relatora da PEC 15/2015, com considerações acerca de medidas necessárias ao aprimoramento da política pública educacional. Atualmente, para além das questões relacionadas ao modelo do novo Fundo, a ser inserido na Constituição Federal, o MEC tem se dedicado ao levantamento das informações e dos indicadores necessários à regulamentação do Novo Fundeb, a fim de viabilizar a operacionalização tempestiva do novo modelo de financiamento a partir do ano de 2021, caso a proposta seja efetivamente aprovada".

Até a publicação desta reportagem, a assessoria do órgão não havia manifestado opinião sobre o aumento de participação da União proposto pela PEC 15/2015.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

O poder faz parte da aventura humana


Há sempre dúvidas. Muitos desejam o absoluto, mas mergulham em decepções quando fracassam. Não percebem as fragilidades, multiplicam delírios, esquecendo dos limites. Somos seres que não dispensam sonhos. Temos que superar os impasses do cotidiano. Não fugimos das idealizações. No entanto, o infinito é uma criação transcendente, apenas uma forma de levantar os ânimos diante das contradições que nos cercam. Nem sabemos de onde surgiu o projeto da vida, se ele pertence aos deuses e é um acaso perturbador. Será que o tribunal do juízo final é supremo?

Construímos fantasias, para nos livrar das banalidades. A vida sem brilho é monótona. O mundo está repleto de tecnologias, divertimentos, planejamentos espetaculares. Nem por isso, aos escorregões deixam de acontecer. Diante de esperanças, muitas vezes, surgem fracassos inesperados. A sociabilidade não dispensa poderes, exige que os outros participem das aventuras e consolidem tradições. A solidão existe, porém há sempre o ruido, o enigma, a ambição. Nunca é definitiva, traz incertezas, lembranças de sentimentos compartilhados. Ser e não ser é uma questão profunda, talvez sem resposta.

A complexidade crescente mostrar que não há sossego previsível. O poder mora nas relações sociais. Há seduções, convencimentos. As violências físicas assustam e confirmam que a cordialidade se ausenta quando as tensões se radicalizam. Mesmo assim, teimamos em imaginar utopias, sociedades pacíficas e repletas de bons encontros. É difícil aceitar o limite, observar que as depressões ganham espaço, que as religiões se infiltram nos jogos do mercado e a grana faz pactos velozes com a política. O trágico não é incomum. Corta corpos e diminui futuros.

As relações de poder estão na história.  Ampliam seus mecanismos de persuasão com a prevalência de redes socais e escutas sofisticadas. Elas se escondem, porém não deixam de agir. Analisem como os governantes lançam promessas, recuam, se sentem vítimas, acusam. As relações de poder não preservam simplicidades. Buscam armadilhas, seguram comportamentos que desfazem as forças coletivas e conservam privilégios. Sem elas, não haveria história. Os entrelaçamentos dos tempos ajudam a compreender as idas e as vindas do poder. Lembrem-se de Zeus, de Pinochet, de Salazar, de Édipo, de Nietzsche. Nada apaga certas continuidades, ações e teorias.

 Por Paulo Rezende


Professor Edgar Bom Jardim - PE

sexta-feira, 17 de julho de 2020

FUNDEF :Deputado do PSB de Alagoas aprovou na Câmara Federal o PL dos 60% dos Precatórios para pagamento de professores




O Deputado Federal JHC anunciou ontem, em suas redes sociais, a aprovação do PL 
1.581/2020 que regulamenta a destinação de 60% dos precatórios do FUNDEF para pagamento de professores. “Foi uma vitória da educação e da justiça nesse país. Isso nunca foi um favor, sempre foi um direito, e agora não há mais volta. Nosso trabalho de articulação foi grande dentro da Câmara e a minha emenda foi aprovada e reconhecida pelos colegas da Casa”, afirma JHC. 

A tramitação foi viabilizada nesse período de pandemia a partir de um Projeto de Lei de autoria do Deputado Marcelo Ramos (PL-AM) que tratava apenas do pagamento de precatórios diante da Covid19. Os precatórios são o meio pelo qual a administração pública cumpre decisões judiciais que envolvem valores.


Com experiência legislativa, JHC vislumbrou uma oportunidade de incluir uma emenda que tratasse apenas dos chamados Precatórios do FUNDEF. Essa emenda foi absorvida pelo relator, o deputado Fábio Trad (PSD-MS), que inclui no seu relatório final na forma do artigo 8º. Por esse artigo, será possível que Estados e Municípios façam acordos com a União sobre os precatórios do FUNDEF, mas esses acordos valerão apenas se observarem o percentual mínimo de 60% para os professores. Esta será a primeira que uma lei irá disciplinar esses recursos, colocando fim em centenas de disputas judiciais por todo o país. 

Matéria segue para o Senado

O projeto aprovado agora segue para a parte alta do Congresso Nacional e o senador Rodrigo Cunha declarou apoio e esforços para breve aprovação da matéria. “Não há nada mais justo do que utilizar esse dinheiro para os professores. O dinheiro já está no caixa dos municípios, mas sem utilização. Os recursos não vão ser retirados de nenhuma outra área e, muito pelo contrário, irão injetar e movimentar a economia em um momento tão importante de recuperação”, afirma o senador.


Professor Edgar Bom Jardim - PE

Os deuses e os anjos: desejos, dúvidas, crenças



Não tenho intimidade com os deuses. Olho as crenças de longe. Respeito quem crê, mas suspeito bastante do caráter de quem finge crer. Sou partidário de uma história indefinida. Não sei quem é a criatura, nem quem é o criador. Os deuses existem para preencher nossos vazios, estimular obediências, exaltar o sagrado. Sou ético, solidário, afetivo. Não sinto necessidade de orações submissas. Observo que as religiões se encontram num sufoco imenso. O papa Francisco tem abalado os conservadores com suas declarações. Ele toca em assuntos antes proibidos. Causa arrepios. Desmonta grupos articulados com uma fé desbotada.

Cristo foi um revolucionário, porém não se fala nisso. Há muitos negócios nas religiões envolvendo políticos, meios de comunicação e práticas capitalistas. Dê uma circulada no facebook, acompanhe as notícias nos jornais.  analise as opiniões de certas figuras. Esquecem o passado. Não se lembram que Cristo defendeu a igualdade e foi contra a ordem dominante. Hoje, são raros os quem divulgam a palavra efetiva do novo testamento. Simulam que defendem a pátria e os valores da família. Há uma cinismo avassalador, muito bem guardado na alienação dos fiéis.

Portanto, desconfio dos que se meterem no catolicismo ou se aliaram aos discursos de exploração. Fragilizaram o cristianismo de raiz. A teologia da prosperidade não possui a minha simpatia. Vejo  os rituais coordenados por vozes que fazem proposta de venda de mercadoria e prometem salvação com barganhas. Não entendo como se justificam. Esvaziaram as lutas, querem gravatas e pessoas consumistas. É interessante como houve coincidências como os momentos históricos do Brasil, o orgulho de ter crédito e fazer parte de uma sociedade mais requintada. Tudo bem. Nada contra as mudanças sociais, desde que haja repartição e não concentração de riqueza.

Cultivar Malafaia, de forma  direta ou indireta, fazer apologia do vazio de Dória, como estimulante da assepsia social e se afirmar com companheiro de Cristo me parece estranho. A modernidade alterou crenças, Weber refletiu sobre a ética protestante, muitos padres duvidaram da Igreja congelada. Neutralidade não existe. Muitos morreram, mostraram-se rebeldes. Hoje, se quer plateia e votos. Constroem tempos valiosos. Não dá para acreditar que os anjos abençoem quem se coloque ao lado dos desejos e privilégios das minorias. A ascensão social é confundida com a generosidade.

As lutas políticas estão entrelaçadas com as religiosas. Observe os Estados Unidos e suas conspirações internacionais. Não despreze as ações do terrorismo, nem a violência que se propaga pelo Oriente. A queda dos valores afeta os acordos de paz e estimula a venda de armas. Estamos cercados por golpes constantes contra a liberdade e a utopia. Eles se globalizaram. Nada como uma visita à memória para relembrar muitos desenganos.Mussolini fez pacto com os católicos, Franco não foi diferente. No Brasil, há exemplos visíveis e polêmicos. Bolsanaro é ídolo. Há os fanáticos pelas suas manifestações. O pior são os que se escondem e abraçam às fantasias mais enganosas. Os deuses e os anjos tremem diante dos seguidores oportunistas.

Por Paulo Rezende

Professor Edgar Bom Jardim - PE

O relativismo e as andanças da verdade


A modernidade  quebrou  tradições seculares. Aquelas hierarquias feudais se foram, para que a sociedade de classes se instalasse e as revoluções se tornassem animadores. Havia expectativas de transformações radicais. Não como há negar que a sociedade passou por mudanças importantes. Cada cultura incorporou valores com possibilidades de viver liberdades e duvidar de preconceitos. A história, porém, não é lugar de seguranças definitivas e de sonhos absolutos. As permanências incomodam, fazem frustrações, deixam de lado promessas, ameaçam congelar sentimentos.

O mundo atual vive contrapontos gigantescos. Há quem aposte na volta do fascismo. As teorias retomam princípios conservadores e os desenganos acontecem cotidianamente. A anunciada autonomia não se concretizou da forma esperada. Muitas culturas não fugiram de paradigmas passados e houve desconfianças com relação às provocações da modernidade. As verdades se multiplicaram, entrelaçando tempos, formalizando guerras. As religiões se abalaram, mas a morte de deus criou possibilidade para embates filosóficos que se arrastam pelas culturas. Nietzsche ainda é lembrado com irritações inimigas e elogios de seguidores fanáticos.

As homogeneidades não se fixaram. Não adiante buscar o fim do servilismo, se a verdade capitalista não se cansa de fazer vítimas. A queda das experiências socialistas inquietaram, pois parecia que um destino de exploração se sedimentava. Os debates continuam e as guerras não se ausentaram. Se a modernidade lançou agitações, rebeldias, discussões avassaladoras, o mais tradicionais não se intimidaram. Jogaram suas fichas na celebração da tecnologia, disfarçaram suas forças de dominação, derrubaram fantasias, festejam a quantidade de mercadorias luxuosas. a revolução se tornou um mito, o desamparo ganha espaço  e a instabilidade expulsa otimismos.

Quem está com a verdade?  Ela flutua perdida nos artigos e nas imagens fabricadas pelos meios de comunicação. É preciso não subestimar. As leituras da história são, muitas vezes, ingênuas. Valorizam conquistas, anulam ambiguidades que persistem e atiçam dúvidas. Construir a sociedade sem disputa é um desafio. Difícil acabar com as concepções que acendem o aumento dos privilégios para poucos. O silêncio é perigoso. Nada como renunciar ao desejo de relativizar, de reinventar cada ação e observar as traições das verdades ditas salvadores. Não fique estimulando juízos finais. Expulsar as discordâncias da convivência é uma armadilha que pode nos sacudir num apatia perversa. Suspeite, sem se desfazer da sua autonomia.

Por Paulo Rezende.

Professor Edgar Bom Jardim - PE

Nietzsche: os valores apodrecem


 

O mundo globalizado não consegue se livrar das crises constantes e profundas. Não há alternativas para cessar a corrupção e a violência. Elas aparecem e tumultuam. Se a perplexidade se amplia, há também esquecimentos importantes. Nietzsche, no século XIX, fez críticas ao mundo ocidental. Mostrou o apodrecimento dos valores e a falta de transformação para um mundo que restaurasse a coragem e apagasse a hipocrisia. Firmou sua posição, criou adversários, agiu como um profeta. Os valores são históricos e devem ser repensados. O jogo é complexo, pois a ambição está até nos discursos religiosos.

Nietzsche tem sido, atualmente, exaltado por muitos autores. Releram suas reflexões. A grande maioria, no entanto, fascina-se com o capitalismo. Pede espetáculos e se apaixona por mercadorias. Prever mudanças superficiais faz parte de discursos mercadológicos. Há terrorismos, assassinatos gratuitos, diplomacias mesquinhas. Já se abandonou a solidariedade e a liberdade não toca como ideal. Portanto, a globalização ampliou o cinismo, desmontou éticas, exaltou o conforto e o luxo. Um olhar rápido não confere com as propagandas coloridas. A miséria é grande e os refugiados sofrem em territórios hostis.

A retomada de conservadorismo e, ao mesmo, a busca de rever comportamentos criam expectativas. A confusão é geral. As drogas ganham espaço no mercado e as milícias ditam normas. A Igreja Católica perde força, uma parte dos evangélicos reforçam a concentração de riqueza, Há desesperos nas ruas, tensões, medo. Aquelas ideias de decadências possibilitam o fim da utopias. As rebeldias não deixam de existir, mas a repressão funciona com sutileza e o comércio da armas internacional é um feiticeiro.

Desenhar estratégias revolucionárias tornou-se uma ansiedade quase vazia. Os acordos políticos dormem na concentração de poder. A riqueza é de uma minoria. Não houve uma transvalorização. A sociedade é apática quando se trata de fugir do individualismo. A coragem é uma mercadoria rara, o poder de convencimento garante o domínio da aparência. A memória é frágil, o agora constrange os mais lúcidos. A verdade, talvez, exista. O paraíso , ainda, é cogitado, porém a imaginação se abastece de objetos. Será que um campo ruínas invisíveis cerca o mundo?

 

Por Paulo Rezende.
Professor Edgar Bom Jardim - PE

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Setor Cultural de Bom Jardim convidado para debater Lei Aldir Blanc, nesta quinta-feira 16, às 20 horas


Artistas, grupos culturais, trabalhadores da cultura, produtores culturais, representantes de instituições , projetos e eventos culturais participarão nesta-quinta, 16 de julho, às 20 horas de uma diálogo cultural (Webconferência) popular sobre a Lei de Emergência Cultural(Lei Aldir Blanc ), perspectivas e processo de articulação cultural aqui no município de Bom Jardim. A transmissão será feita pelo Meet Google e  no Facebook de Lúcio de Oliveira Cabral. Entres os participantes teremos as presenças de Felipe Barbosa, professor Edgar S. Santos,  José Márlio Salviano, Marcos Ferreira, representantes do poder público e da sociedade e outros... Não deixe de participar, tirar dúvidas, ficar por dentro.




Professor Edgar Bom Jardim - PE

quarta-feira, 15 de julho de 2020

O impacto da morte de Severino Cavalcanti em Bom Jardim

O Blog Professor Edgar Bom Jardim registra como os bonjardineses reagiram a morte do ex-deputado Severino Cavalcanti (Zito Cavalcanti, meio bonjardinense, meio alfredense). Veja também como a imprensa nacional registrou sua morte.

Joao Francisco De Lira 
Bom Jardim recebe com bastante pesar o falecimento do eterno deputado de todos os bonjardinenses Severino Cavalcanti. Devemos muito ao deputado, sempre presente em nosso município, nos ajudou muito em nosso primeiro mandato de prefeito quando destinou recursos para a aquisição do primeiro SAMU para servir ao nosso povo, destinou recursos para a construção de calçamentos em várias ruas do distrito de Umari,bela vista, alto do Derby, e também para a construção de 48 casas no loteamento Novo Freitas. Severino foi um político diferenciado, as vezes tinha um discurso forte, quando era provocado por seus adversários, no entanto estes momentos ficavam no palanque. Era um homem que não guardava mágoa nem rancor de ninguém, alma generosa, humilde, sempre de bem com a vida, simpatia radiante, entrou rico na política, saiu pobre. Deixou sim Severino Cavalcanti, grande legado não só como político, mas principalmente como ser humano. Mim orgulho de ter sido seguidor, e aluno político de Severino. Em meu nome, e de todos meus familiares e o povo em geral da nossa Bom Jardim externo meus profundo pesar a seus familiares e amigos. Vai com Deus meu amigo. (Prefeito João Lira)


Severino Cavalcanti, ou como eu chamava ele de Deputado, um dos melhores Políticos que o nosso Estado teve, sabia fazer política como ninguém, eu lembro muito ele na minha casa e acompanhando ele e meu pai nas reuniões, onde começei a entender e aprender o que é política. Como pessoa era a mais simples que existia, algumas vezes encontrava ele na ALEPE e dava pra matar um pouquinho da saudade. A saudade agora será eterna. Todos os bonjardinenses tem muito carinho e orgulho, ele ajudou tanto a nossa cidade e o seu povo e a minha família. Descanse na paz do Senhor e hoje é um dia de festa no céu porque será o reencontro com o seu filho Júnior. Muita Saudade de vocês. Meus sentimentos a Zé Maurício e todos os familiares.

Miguel BomJardim

NOTA DE PESAR

Recebi com muita tristeza a notícia do falecimento do ex-deputado Severino Cavalcanti, Seu Zito como era popularmente conhecido deixa uma lacuna na política de Pernambuco. Detentor de sete mandatos na Assembleia Legislativa, três na Câmara Federal, inclusive com passagem pela Presidência, e com duas gestões na prefeitura da sua cidade, João Alfredo, Severino teve uma trajetória de muito trabalho. Neste momento de profundo pesar, quero me solidarizar com sua esposa, dona Amélia, seus filhos Zé Maurício, Ana e Catharina, demais familiares e amigos. ( Ex-prefeito de Bom Jardim)


Miriam Arruda:
Faleceu hoje um grande homem. Severino Cavalcante. Muito colaborou com com as pessoas que necessitavam me presenteou com uma cadeira no Estado de Professora. Sou muito grata a ele por esta ação. Muitas colegas minhas também tiveram este privilégio.
Que Deus o tenha, sempre será lembrado por nós aqui na cidade de Bom Jardim.
Descanse em paz na glória de Deus.

Josefa Silva Que Deus lhe der o descanso eterno e conforto para todos da família

Thiago Silva Quanto orgulho senti do meu pernambuco quando vi Severino a frente da câmara dos deputados! Um dos maiores políticos da historia pernambucana! Dia triste

Ariane Duarte  Ele leva o nome de nossa região para todo país.

Vera Barros Pernambuco perde um ídolo,um Mito.Grande foi o seu legado.!

Eva Souto  Sinto muito o falecimento do Sr.Zito ! O admirava muito pela sua integridade política ! Ele se achava também como se fosse bonjardinense. Fortificou também o âmbito político de nossa terra ! Deus o tenha !

Valdeci Manoel Da Silva Manoel  Nosso sentimentos meu nobre que o nosso Deus conforte a família. Em luto.


Maria De Jesus Batista De Sousa 
É...! Cumpriu lindamente sua missão! Seu Zito, como assim era conhecido, teve a oportunidade de, na função de político servir a seu povo! Creio que, da sua época, foi o deputado mais próximo das pessoas, especialmente os mais necessitados! Foi através de sua generosidade, atenção e respeito, que muitas professoras adquiriram uma " cadeira" para serem Funcionárias Estaduais, bem como outros profissionais, em uma época que não tínhamos ainda o Concurso Público. Mudou, assim, o destino de muitos, que tenho certeza, choram hoje sua partida e lhe serão eternamente gratos. A visita de seu Zito era sinal de alegria, de esperança, de novidades! Sou testemunha viva disso! Seu amor, sua paixão, pela cidade, pelo povo de João Alfredo, era incondicional, bonito de se ver! Os JOÃOALFREDENSES sempre o terão em seus corações e suas memórias! VOLTA PARA CASA AGORA, DESFRUTAR DAQUILO QUE O PAI ETERNO LHE RESERVOU! QUE SUA ALMA DESCANSE EM PAZ!

É com grande pesar que recebemos nesta manhã, 15 de julho, a notícia do falecimento do querido ex Deputado Severino Cavalcanti aos 90 anos. Um homem íntegro, humano, grande político que lutou por grandes causas ao longo da sua belíssima trajetória como prefeito de João Alfredo, Deputado Estadual e Federal e presidente da Câmara Federal, sempre contribuindo para realizar os sonhos e anseios da população.
Sem dúvida, foi um grande líder, um político de Pernambuco exemplar e deixará em nossas lembranças o seu legado.
Externo assim, meus sentimentos e solidariedade à família e amigos nesse momento de dor. Que Deus conforte a todos!
Os sentimentos do amigo Janjão e família.

Muito triste com a morte de um grande ser humano.
O Político Severino Cavalcante.
Muita coisa fez pelo nosso povo e nossa cidade .
Descanse em paz meu guerreiro , pois nunca serás esquecido pelos que tiveram o privilégio de tua convivência.
Obrigada por tudo.

Natural de Bom Jardim,o ilustre político Severino Cavalcanti veio a falecer em sua residência na cidade do Recife.Descanse em paz!



Iris Fernanda Souto Maior
Semana de grandes perdas para o agreste setentrional. Hélio Mota, em Machados, e nosso eterno deputado Severino Cavalcanti, em João Alfredo. Pessoas que convivi através do meu avô. Que a luz perpétua os ilumine!

É com muito pesar e grande tristeza que recebi a notícia do falecimento do meu querido amigo, o senhor Severino Cavalcanti, mais conhecido como Sr. Zito. Que em vida sem dúvidas foi uma referência de ser humano, sempre ajudando os seus e trabalhando em prol da melhoria do seu povo. Seu legado jamais será esquecido.
Expresso aqui as minhas sinceras condolências a família. Serei sempre grato por todo apoio, ensinamentos e carinho. 

Severino Cavalcanti meu Padrinho - última despedida

Kalina Moura Cavalcanti Meus mais sinceros sentimentos



Raimunda Andrade Descanse em paz Senhor Zito!! Nossos sentimentos aos seus familiares!! Na vida foi atencioso e muito simples!!

Maria Jose Adelina Batista Adelina Meus sentimentos para um defensor do agreste setentrional. Perdemos um grande político

Faleceu hoje um grande homem. Eterna gratidão por tudo que fez por mim. Sigo pedindo a Deus para que ele tenha guardado um lugar muito especial para o senhor. Era um grande homem e eu tive a sorte de tê-lo em muitos momentos importantes em minha vida.
Descanse em paz, Severino Cavalcanti!


Zelia Paula Foi um pai para muitas de nós. Eternamente grata

Margarida Leal Um Bonjardinense de grande valor!
Meus sinceros sentimentos a toda familia enlutada. Que seu Zito descanse em paz na sua nova morada na casa de Deus, nosso Pai do Ceu.

Por Professor Edgar Bom Jardim / De Rede Social (FacebooK). 

Ex-deputado Severino Cavalcante morre aos 91 anos

Ex-deputado do PP, representante do baixo clero, foi eleito presidente da Câmara em votação coordenada pelo centrão em 2005 contra Luiz Eduardo Greenhalgh, candidato do então presidente Lula


COMO IMPACTOU NA IMPRENSA 

Protagonista de uma das mais conturbadas eleições na Câmara Federal, que o alçou à presidência da casa durante o governo Lula, em 2005, antes de renunciar ao cargo por denúncias de corrupção, o ex-deputado Severino Cavalcanti morreu na madrugada desta quarta-feira (15) aos 91 anos no apartamento dele no bairro de Boa Viagem, na Zona Sul do Recife.

O enterro está previsto para ocorrer às 15h, na cidade de João Alfredo, no Agreste de Pernambuco, onde ele nasceu. Devido à pandemia da Covid-19, não vai haver velório.

O político, que era filiado ao PP, era diabético e sofreu uma queda em 2019, quando fraturou o fêmur e a bacia. Uma cirurgia seria necessária, mas não foi feita devido à diabetes. Durante a madrugada desta quarta (15), a enfermeira que acompanhava a saúde do ex-parlamentar tentou sentir o pulso dele, mas não conseguiu.

Cavalcanti foi deputado federal por três mandatos: entre 1995 e 1999, entre 1999 e 2003 e entre 2003 e 2007. Representante do chamado baixo clero, ele foi eleito presidente da Câmara em 2005 em votação coordenada pelo centrão contra o então candidato oficial do governo, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), impondo uma forte derrota ao presidente Lula.

Cavalcanti ficou 217 dias no comando da Casa, mas renunciou no dia 21 de setembro de 2005 tanto ao cargo quanto a seu mandato parlamentar sob acusação de recebimento de propina de R$ 10 mil mensais para prorrogar a concessão de duas lanchonetes da Câmara. A mesada ganhou o apelido de “mensalinho”.

“Todos seremos, em muito breve, julgados pelo povo. Para quem dedicou sua vida à política, esse é o julgamento que conta, a sentença que importa. Voltarei. O povo me absolverá”, disse à época. Ao deixar a Câmara, Cavalcanti nunca mais venceu uma eleição legislativa e voltou a ser prefeito da sua cidade, João Alfredo, em 2009.

As frases de Severino Cavalcanti

Por Redação O Antagonista

Morreu, como noticiamos, Severino Cavalcanti, ex-presidente da Câmara.

O político do PP de Pernambuco era caricatural como um personagem de Chico Anysio e considerado “o rei do baixo clero”.

Relembre abaixo algumas das declarações do então deputado, que acabou renunciando ao cargo em 2005, ano de seu apogeu, glória e queda, após se envolver no escândalo conhecido como “mensalinho”.

“Eu casei mais ou menos virgem. A mulher tem que ser virgem, pura. Já o homem quer aprender a fazer o serviço com quem tiver disposta a ser professora.”

“Infelizmente, atraí forças antagônicas poderosas e destruidores. A elitezinha, essa que não quer jamais largar o osso, insuflou contra mim seus cães de guerra.”

“Da política eu me não me afasto, não, só depois de morrer.”

“Tem tantas crianças felizes, que é uma demonstração de que a vida pertence a Deus. Se houve o estupro, a criança deve nascer. O estupro é um acidente horrendo. O homem que faz o estupro deveria até ter a pena de morte. Como sou cristão, não admito a pena de morte, mas ele [estuprador] deveria ser condenado duramente.”

“Se eu tivesse um neto gay, trataria com muito carinho, mas faria de tudo para que ele não continuasse a ser gay.”

“Por que o meu filho não deveria ser nomeado? Só porque é meu filho, ele deveria ser punido?”

“Nas férias, o deputado vai para o sertão enquanto vocês vão para a Praia Grande.”

“Eu fiz realmente [campanha para elevar o salário dos deputados] porque o deputado tem que ter salário à altura de sua responsabilidade. Acho que o salário é pequeno em função da sua responsabilidade.”

“Se forem castigar todo mundo que bebe não terá cadeia que aguente.”

“Lula copiou FHC [Fernando Henrique Cardoso]. Há uma continuidade de administração.”


Ex-presidente da Câmara, Severino Cavalcanti morre aos 89 anos
Ex-deputado renunciou em 2005 para escapar da cassação no caso que ficou conhecido como 'mensalinho'; causa da morte não foi divulgada 

Morreu na madrugada desta quarta-feira, 15, o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino José Cavalcanti, aos 89 anos, em Boa Viagem, no Recife (PE). O enterro do ex-parlamentar está previsto para as 15h, em sua cidade natal, João Alfredo, no agreste pernambucano. 

A causa da morte de Severino Cavalcanti ainda não foi divulgada. Deputado federal por três mandatos, entre 1995 e 2007, Cavalcanti renunciou em 2005, ano em que presidiu a Câmara, para escapar de um escapar de um processo de cassação. À época, ele foi denunciado no caso que ficou conhecido como “mensalinho”, por cobrar propina de 10 mil reais por mês do dono do restaurante da Casa. Severino Cavalcanti também foi prefeito de João Alfredo e deputado estadual por sete mandatos. 

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Professor Edgar Bom Jardim - PE